Pesquisa
realizada pelo Grupo Rabbit mostra que apenas 46% dos alunos em instituições de
educação básica fizeram a rematrícula, mas dados ainda registram perda de
apenas 4% dos estudantes no último trimestre; especialista explica quais as
orientações para esse momento de planejamento e gestão escolar
O último trimestre do ano costuma ser para as
instituições de ensino o momento de captação de novos alunos e rematrícula dos
estudantes que já fazem parte da escola. No entanto, o desafio por conta da
pandemia foi intensificado, gerando discussões sobre metodologias, ensino
remoto, tecnologia, infraestrutura e preparo para lidar com a possibilidade de
um ensino híbrido. A procura por escolas que atendam as necessidades dos alunos
e familiares gerou um impacto na rematrícula das instituições em 2020. Segundo
dados do Grupo Rabbit, empresa de consultoria em gestão educacional, o número
de rematrículas foi de 46% nas instituições de educação básica entre os meses
de setembro e novembro deste ano, quase 20% a menos registrado no mesmo período
de 2019 (65%). A pesquisa foi realizada com cerca de 1,2 mil escolas atendidas
pelo Grupo.
Segundo Christian Coelho, CEO do Grupo Rabbit, a
redução de rematrículas está acontecendo pelo receio das famílias sobre o ano
de 2021. “A sazonalidade de procura de escolas e matrículas estava em 40% no
meio do ano e agora está me torno dos 25%, ou seja, muitos pais ainda não sabem
se devem ou não rematricular os filhos e ainda não estão efetivamente
procurando uma instituição de ensino; vamos identificar muitas matrículas até o
final de março do ano que vem”.
Para Coelho, esse comportamento em esperar até o
primeiro trimestre de 2021 para a efetivação das matrículas também vai afetar o
projeto pedagógico das escolas. “Teremos muitos alunos entrando na escola
depois das aulas já terem iniciado, principalmente na educação infantil e
Ensino Fundamental”, explica.
No entanto, o estudo também aponta que, mesmo com
a queda do número de rematrículas, a perda de alunos entre setembro e novembro
foi de apenas 4%. “Esse número é referente aos pais que declararam que não vão
rematricular os filhos nas escolas em que estão, mas, por mais que o dado seja
baixo, não podemos afirmar que as escolas irão perder mais ou menos alunos
nessa mudança de ano letivo, pois cerca de 50% das famílias ainda não tomaram
uma decisão”, reforça.
Os próximos passos que as escolas precisam fazer
para conseguirem traçar o planejamento para o novo ano letivo, segundo o CEO do
Grupo Rabbit, consistem em:
- Revisar as estratégias
“O atraso na captação de novos alunos
pode trazer uma perspectiva positiva para o replanejamento”, afirma Coelho. Ele
explica que esse momento permitirá uma revisão das estratégias e ajustes de
rotas, além de um pit stop para o time repor as energias e iniciar o segundo
período de alta sazonalidade mais motivado.
- Cobrar as mensalidades em atraso
Mesmo no período de férias, é preciso
cobrar os familiares que possuem algum tipo de dívida com a escola. “Cuidado
com o aumento da inadimplência para que não haja maiores prejuízos para o
funcionamento da escola”.
- Rever o fluxo de caixa da escola
Nesse contexto, é a hora de organizar
e rever o fluxo de caixa da escola no período e para o planejamento. Christian
Coelho indica que as instituições de ensino utilizem ferramentas simplificadas
como software um planilhas.
- Manter o vínculo com os alunos já matriculados e seus
familiares e com os que saíram da escola
Manter uma comunicação constante pode
ser uma boa estratégia para mostrar a relevância dessa relação família e
escola. Uma sugestão, de acordo com o especialista, é enviar mensagens com
recomendações de atividades para as férias, alertas sobre os cuidados de
prevenção à Covid-19, recados de boas festas. “Como disse um dos mais
conceituados especialistas de gestão de marketing da história, Philip Kotler
‘conquistar um novo cliente custa de 5 a 7 vezes mais que manter um atual’”,
conclui o CEO.
Grupo Rabbit
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