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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Número de rematrículas nas escolas cai quase 20% em 2020, mas perda de alunos se mantém em baixa

Pesquisa realizada pelo Grupo Rabbit mostra que apenas 46% dos alunos em instituições de educação básica fizeram a rematrícula, mas dados ainda registram perda de apenas 4% dos estudantes no último trimestre; especialista explica quais as orientações para esse momento de planejamento e gestão escolar


O último trimestre do ano costuma ser para as instituições de ensino o momento de captação de novos alunos e rematrícula dos estudantes que já fazem parte da escola. No entanto, o desafio por conta da pandemia foi intensificado, gerando discussões sobre metodologias, ensino remoto, tecnologia, infraestrutura e preparo para lidar com a possibilidade de um ensino híbrido. A procura por escolas que atendam as necessidades dos alunos e familiares gerou um impacto na rematrícula das instituições em 2020. Segundo dados do Grupo Rabbit, empresa de consultoria em gestão educacional, o número de rematrículas foi de 46% nas instituições de educação básica entre os meses de setembro e novembro deste ano, quase 20% a menos registrado no mesmo período de 2019 (65%). A pesquisa foi realizada com cerca de 1,2 mil escolas atendidas pelo Grupo.

Segundo Christian Coelho, CEO do Grupo Rabbit, a redução de rematrículas está acontecendo pelo receio das famílias sobre o ano de 2021. “A sazonalidade de procura de escolas e matrículas estava em 40% no meio do ano e agora está me torno dos 25%, ou seja, muitos pais ainda não sabem se devem ou não rematricular os filhos e ainda não estão efetivamente procurando uma instituição de ensino; vamos identificar muitas matrículas até o final de março do ano que vem”.

Para Coelho, esse comportamento em esperar até o primeiro trimestre de 2021 para a efetivação das matrículas também vai afetar o projeto pedagógico das escolas. “Teremos muitos alunos entrando na escola depois das aulas já terem iniciado, principalmente na educação infantil e Ensino Fundamental”, explica.

No entanto, o estudo também aponta que, mesmo com a queda do número de rematrículas, a perda de alunos entre setembro e novembro foi de apenas 4%. “Esse número é referente aos pais que declararam que não vão rematricular os filhos nas escolas em que estão, mas, por mais que o dado seja baixo, não podemos afirmar que as escolas irão perder mais ou menos alunos nessa mudança de ano letivo, pois cerca de 50% das famílias ainda não tomaram uma decisão”, reforça.

Os próximos passos que as escolas precisam fazer para conseguirem traçar o planejamento para o novo ano letivo, segundo o CEO do Grupo Rabbit, consistem em:

  1. Revisar as estratégias

“O atraso na captação de novos alunos pode trazer uma perspectiva positiva para o replanejamento”, afirma Coelho. Ele explica que esse momento permitirá uma revisão das estratégias e ajustes de rotas, além de um pit stop para o time repor as energias e iniciar o segundo período de alta sazonalidade mais motivado.

  1. Cobrar as mensalidades em atraso

Mesmo no período de férias, é preciso cobrar os familiares que possuem algum tipo de dívida com a escola. “Cuidado com o aumento da inadimplência para que não haja maiores prejuízos para o funcionamento da escola”.

  1. Rever o fluxo de caixa da escola

Nesse contexto, é a hora de organizar e rever o fluxo de caixa da escola no período e para o planejamento. Christian Coelho indica que as instituições de ensino utilizem ferramentas simplificadas como software um planilhas.

  1. Manter o vínculo com os alunos já matriculados e seus familiares e com os que saíram da escola

Manter uma comunicação constante pode ser uma boa estratégia para mostrar a relevância dessa relação família e escola. Uma sugestão, de acordo com o especialista, é enviar mensagens com recomendações de atividades para as férias, alertas sobre os cuidados de prevenção à Covid-19, recados de boas festas. “Como disse um dos mais conceituados especialistas de gestão de marketing da história, Philip Kotler ‘conquistar um novo cliente custa de 5 a 7 vezes mais que manter um atual’”, conclui o CEO.

 

 

Grupo Rabbit

 

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