Professor FGV diz
que investimento das campanhas alivia recessão no âmbito municipal
A pandemia marcou o ano de 2020 com muitas mudanças
nos aspectos sociais e econômicos no Brasil, assim como no mundo. “Nesse
contexto, as campanhas eleitorais ajudam um pouco a mitigar os efeitos da forte
recessão observada”, diz o professor de Economia da IBE Conveniada FGV,
Anderson Pellegrino.
Segundo dados parciais do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), a campanha do prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) em São
Paulo já custou em torno de R$19,4 milhões em serviços de campanha. O valor é
seis vezes maior do que o do adversário Guilherme Boulos (PSOL), que soma R$
3,4 milhões em despesas, segundo as respectivas prestações de contas.
Ainda em dados parciais do TSE, o gasto total de
campanhas na capital, tanto para prefeito quanto para vereador, já custaram R$
70,5 milhões. Esse valor representa 27% do que foi gasto em todo o estado, que
é de R$ 257,9 milhões.
Para o professor, além do repasse feito pelos
partidos, o grande número de candidatos, sobretudo para vereador, contribui nos
valores observados. “Isso acaba representando uma injeção extra de recursos no
ambiente local, no município. Isso porque são feitos gastos com confecção de
programas de TV, rádio, materiais impressos, locação de espaços para
organização da campanha, reuniões, comitês e outros”, pontua.
Além disso, Pellegrino ressalta a nova forma de
fazer campanha através da internet. “Hoje você tem toda a parte de marketing
digital, de impulsionamentos, produção de materiais para redes sociais, além de
toda a gama de profissionais na área de comunicação e marketing que são
contratados para darem encaminhamento para todos esses recursos”, ressalta.
O economista avalia, ainda, que esse gasto é comum
em anos eleitorais e que campanhas costumam impulsionar a economia. Porém,
levando em conta o ano atípico de 2020, esse gasto também auxilia os municípios
a enfrentarem a recessão.
Contudo, o professor reforça que mais importante
que o aquecimento momentâneo da economia local é ter em mente que as escolhas
feitas em termos de política trarão impactos muito mais importantes para a
economia a médio e longo prazos.
“O que significa fazer boas escolhas? Optar na hora
de votar por candidatos que tenham transparência na gestão, prestem atenção no
futuro do município, no progresso econômico, na geração de oportunidades e que
pensem na proteção e amparo aos habitantes da região”, coloca o economista.
Pellegrino conclui avaliando que essas boas escolhas trarão resultados futuros melhores para a sociedade. Para ele isso é o que “precisamos no Brasil, a promoção do desenvolvimento socioeconômico”.
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