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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Eleições 2020: economista avalia injeção de capital em momento de recessão

Professor FGV diz que investimento das campanhas alivia recessão no âmbito municipal


A pandemia marcou o ano de 2020 com muitas mudanças nos aspectos sociais e econômicos no Brasil, assim como no mundo. “Nesse contexto, as campanhas eleitorais ajudam um pouco a mitigar os efeitos da forte recessão observada”, diz o professor de Economia da IBE Conveniada FGV, Anderson Pellegrino.

Segundo dados parciais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha do prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) em São Paulo já custou em torno de R$19,4 milhões em serviços de campanha. O valor é seis vezes maior do que o do adversário Guilherme Boulos (PSOL), que soma R$ 3,4 milhões em despesas, segundo as respectivas prestações de contas.

Ainda em dados parciais do TSE, o gasto total de campanhas na capital, tanto para prefeito quanto para vereador, já custaram R$ 70,5 milhões. Esse valor representa 27% do que foi gasto em todo o estado, que é de R$ 257,9 milhões.

Para o professor, além do repasse feito pelos partidos, o grande número de candidatos, sobretudo para vereador, contribui nos valores observados. “Isso acaba representando uma injeção extra de recursos no ambiente local, no município. Isso porque são feitos gastos com confecção de programas de TV, rádio, materiais impressos, locação de espaços para organização da campanha, reuniões, comitês e outros”, pontua.

Além disso, Pellegrino ressalta a nova forma de fazer campanha através da internet. “Hoje você tem toda a parte de marketing digital, de impulsionamentos, produção de materiais para redes sociais, além de toda a gama de profissionais na área de comunicação e marketing que são contratados para darem encaminhamento para todos esses recursos”, ressalta.

O economista avalia, ainda, que esse gasto é comum em anos eleitorais e que campanhas costumam impulsionar a economia. Porém, levando em conta o ano atípico de 2020, esse gasto também auxilia os municípios a enfrentarem a recessão.

Contudo, o professor reforça que mais importante que o aquecimento momentâneo da economia local é ter em mente que as escolhas feitas em termos de política trarão impactos muito mais importantes para a economia a médio e longo prazos.

“O que significa fazer boas escolhas? Optar na hora de votar por candidatos que tenham transparência na gestão, prestem atenção no futuro do município, no progresso econômico, na geração de oportunidades e que pensem na proteção e amparo aos habitantes da região”, coloca o economista.

Pellegrino conclui avaliando que essas boas escolhas trarão resultados futuros melhores para a sociedade. Para ele isso é o que “precisamos no Brasil, a promoção do desenvolvimento socioeconômico”. 

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