O
diabetes é uma síndrome causada pela má absorção ou falta de insulina e oferece
risco especial também para as gestantes. Como explica a médica com
expertise em acompanhamento gestacional, Jordanna Leão, a
gravidez requer atenção especial não só em relação à ingestão de alimentos
nocivos ao feto, mas com a dieta como um todo. “Toda gestante que não adota uma
alimentação saudável corre o risco de desenvolver diabetes mellitus
gestacional”, alerta.
De
acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença pode
atingir até 25% das mulheres grávidas e é considerada o problema
metabólico mais comum da gestação. Para Jordanna, esse número é
preocupante, pois pode estar ligado a um impacto negativo do desenvolvimento
dessas crianças. “O estado inflamatório da mãe durante a gravidez demonstrou
relação com menor desenvolvimento cerebral de bebês de até dois anos de idade”,
explica.
No
mesmo sentido, um estudo do Departamento de Psicologia da Universidade de Yale
aponta que os filhos de mães que enfrentam processos inflamatórios durante a
gestação estão mais suscetíveis a psicopatologias.
Fatores
de risco
A
médica explica que o corpo humano se desenvolveu para garantir a quantidade de
açúcar necessária ao feto, mas nossos hábitos mudaram muito desde então.
Atualmente, muitas gestantes têm uma dieta rica em carboidratos e pobre
em fibras, o que pode desencadear a síndrome metabólica.
Ainda
que toda mulher corra risco de ter DMG, Jordanna explica que alguns fatores
podem aumentar as probabilidades. “Aquelas que engravidam após
os 35 anos, já estão acima do peso, que possuem histórico familiar de diabetes,
que sofrem de síndrome do ovário policístico e que possuem estatura menor 1,5 m
possuem maior risco de desenvolvê-la”, destaca.
Além
dos efeitos sobre o desenvolvimento cognitivo do bebê, a especialista ressalta
que a doença pode ainda elevar o risco de pré-eclâmpsia
durante a gravidez.
Outros
efeitos do diabetes no bebê
Mais
do que isso, a especialista acrescenta que os bebês que se desenvolvem sob os
efeitos do diabetes no organismo das mães tendem a nascer acima do
peso, têm dificuldade de amamentação e apresentam quadros de
hipoglicemia.
“Outro
fator importante é que a DMG descontrolada aumenta o risco do desenvolvimento
de alterações cardíacas no feto. E não é só isso. As pesquisas estão mostrando
que o desenvolvimento do bebê nesse ambiente alterado produz uma “programação
metabólica” do feto, aumentando o risco desse bebezinho desenvolver alergias e
diabetes do tipo 2 quando adulto”, pontua.
A
gestante precisa se preparar
Segundo
Jordanna, a chave para evitar todos esses problemas está na orientação adequada
das gestantes. “Temos que mostrar para nossas mulheres em idade fértil a
importância de se alimentarem da melhor forma possível durante esse período,
com bastantes frutas e verduras e retirando açúcares e industrializados da
dieta”, aconselha.
Ela reforça que, na maioria dos casos, o controle é feito
apenas com a dieta e a mudança de hábitos. Por isso, é crucial que a gestante
entenda seu papel. “Toda mãe quer o melhor do mundo para seu filho, mas muitas
vezes não tem percepção do impacto que as escolhas erradas podem causar na
saúde do seu bebê”, completa.
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