“Mulheres devem ser empoderadas para que luta contra
disseminação do HIV ganhe força”, diz ginecologista
Para a Dra.
Mariana Rosario, ginecologista, apenas com trabalho intenso junto às mulheres,
para que elas tenham pleno poder sobre seus corpos, suas vontades e direitos, é
que a luta contra a disseminação do HIV ganhará novos rumos. “A mulher pode ser
a agente da mudança no uso do preservativo em todas as relações”, diz a médica
Dezembro será um mês muito importante na
disseminação de informações sobre a prevenção do contágio pelo HIV e no
tratamento da AIDS. A campanha “Dezembro Vermelho” vem com força à mídia e aos
órgãos de saúde, levando à população testes gratuitos de HIV e, também, de
sífilis.
A Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e
mastologista, diz que o HIV já não é uma doença que mata como fazia há 20 anos
– mas, que nem por isso deve ser menos temida. “O paciente com HIV continua
sendo crônico e com limitações. Ele depende de um coquetel diário de
medicamentos, que tem efeitos colaterais variados e, às vezes, bem
desagradáveis, e precisa de acompanhamento médico. Além disso, infelizmente,
sofre discriminação e pode ter problemas psicológicos e afetivos por causa
dessa condição”, diz ela.
A forma mais comum de se adquirir a doença é por
meio do contato sexual e do compartilhamento de agulhas no uso de drogas. Não
existem mais casos de transmissão em transfusões de sangue porque os cuidados
são rigorosos e o sangue é testado. Também não se corre mais risco em cirurgias
e procedimentos médicos. “Evoluímos em muitos aspectos e é bem seguro viver sem
se adquirir o HIV. Porém, se não usarmos o preservativo – camisinha masculina
ou feminina – continuaremos tendo casos de contaminação”, alerta a médica.
O empoderamento feminino contra a
contaminação por HIV
É por isso que a Dra. Mariana Rosario acredita que
quanto mais se empoderam as mulheres, de todas as idades, mais se combate a
disseminação do vírus HIV. “As mulheres que sabem que são as únicas donas dos
seus corpos, que se amam integralmente, que não dependem financeiramente de
outras pessoas – principalmente de homens - , que sabem que são cidadãs e que
têm direitos, que têm acesso à educação e à saúde conseguem levar uma vida
digna e, assim, podem exigir o uso do preservativo de seus companheiros. Apenas
empoderando meninas e mulheres e que conseguiremos fazer valer o ‘não é não’ e
a vontade feminina”, alerta a médica.
Por meio da educação e do esclarecimento, Dra.
Mariana Rosario acredita que as mulheres conseguirão ajudar também os homens a
entenderem que eles ficam tão doentes quanto quaisquer outras pessoas. “Quando
as mulheres são esclarecidas, elas educam homens mais coerentes e menos
machistas. Assim, empoderando as mulheres, teremos homens cientes do papel
deles e que também terão o desejo de se prevenirem para não ficarem doentes. É
um trabalho educacional diário, constante, que não podemos deixar de fazer”,
alerta a médica.
Sífilis
A campanha Dezembro Vermelho também abordará o
aumento da disseminação da sífilis. Diferentemente da AIDS, a sífilis tem cura
– mas, se não tratada, pode ser muito perigosa: em estágio avançado, a doença
leva a sérios problemas neurológicos. E, quando uma mulher engravida com a
doença, causa doenças no bebê que serão levados para toda a vida.
“O tratamento da sífilis é simples. Mas, mais uma
vez, essa é uma infecção sexualmente transmissível (IST), que pode ter contágio
evitado com uso da camisinha”, alerta a Dra. Mariana.
Para finalizar, a médica dá um recado: “É preciso
que mulheres e homens entendam que vivemos em tempos em que, se desejarmos
manter nossas saúdes, precisamos nos cuidar cada dia mais. É preciso usar
máscara para sairmos às ruas, é preciso usar camisinha em todas as relações
sexuais. São hábitos que devemos criar e aos quais rapidamente nos acostumaremos,
mas dos quais pode depender nossas vidas”.
Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e
Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.
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