Pesquisa da FecomercioSP mostra retomada da empregabilidade nos setores; em agosto, comércio registrou maior crescimento mensal desde novembro passado
Os setores
do comércio e de serviços do Estado de São Paulo registraram, juntos, um saldo
negativo de 308.727 empregos formais no acumulado do início do ano até agosto,
ainda em meio à pandemia do novo coronavírus, aponta a Pesquisa de Emprego no
Estado de São Paulo (PESP) da FecomercioSP. No caso do comércio, foi
o pior desempenho da série histórica: a redução de 134.708 no total de
empregos formais no período significou uma queda de 5% em relação ao seu
estoque de vínculos.
A área mais impactada foi o varejo, que registrou um déficit de 104.333 vagas
no período.
Já no setor de serviços, houve também pior desempenho para o período, mas a
retração proporcional foi menor: 174.019 vagas a menos e um recuo de 2,81% nos
primeiros oito meses do ano.
Ao se considerar o período de impacto da pandemia do covid-19, de março a
agosto, o saldo de posto de trabalho celetista do comércio paulista foi
negativo em 120.241 vagas, ao passo que o setor de serviços, negativo em outras
240.788 vagas, com reduções proporcionais respectivas de 4,52% e 3,84%.
Apesar dos resultados negativos em 2020, o comércio paulista apresenta os
primeiros sinais de retomada: depois de fechar o mês de abril com um déficit de
mais de 73 mil vagas e de seguir fechando postos de trabalho entre maio e
junho, o setor teve saldos positivos de empregos celetistas em julho (7.122) e
em agosto (15.339), quando registrou avanço de 0,6% proporcionalmente ao
estoque – mês com maior crescimento do mercado formal entre os comerciantes do
Estado, desde novembro de 2019.
A situação é parecida à do setor de serviços, que chegou a ter déficits de 132
mil empregos formais em abril e de 55,5 mil em maio, mas voltou a registrar
saldo mensal positivo em agosto: 15.635 novas vagas e um crescimento de 0,26%.
GRÁFICO 1
- Saldo líquido mensal de empregos no comércio paulista
GRÁFICO 2 - Saldo líquido mensal de empregos no setor de serviços paulista
Para a
FecomercioSP, apesar da queda mais acentuada no comércio nos oito primeiros
meses do ano, é o setor que encabeça a retomada agora – tanto pelo impacto dos
recursos emergenciais na economia, a partir de maio, quanto pela flexibilidade
no atendimento e no retorno físico dos consumidores de muitas áreas do varejo.
Os comerciantes também estão em vantagem na concorrência pela demanda,
exemplificada pela maior busca dos consumidores por produtos nos supermercados
do que serviços de restaurantes.
Ainda segundo a Federação, os dados recentes do comércio mostram inversão de
cenário: por um lado, o crescimento do saldo em relação a julho (saldo positivo
de 7.122 vagas), o maior registro positivo desde novembro de 2019 e o melhor
resultado para um mês de agosto desde 2014 (22.639 vagas) servem de alento ao
setor. Por outro, no entanto, 2020 é, até agora, o ano com a maior retração de
vagas para o período da história do Estado, e, mesmo com uma retomada lenta, um
retorno ao nível de estoque de vínculos antes da pandemia demorará meses para
ser atingido.
Capital paulista
Os serviços paulistanos foram ainda mais impactados pela pandemia de covid-19
nos primeiros meses do ano do
que o comércio. Os dados indicam que mais da metade
(57%) do saldo negativo de empregos formais, registrados no setor, em todo o
Estado, se deve ao desempenho da capital, onde 99.279 vagas formais foram
extintas. Só na área de alimentação da cidade, por exemplo, houve déficit de 46
mil vagas entre janeiro e agosto.
Atividades como de serviços administrativos e de saúde humana, por sua vez,
puxaram o saldo final positivo de 3.545 empregos formais registrado em agosto –
avanço de 0,13%. Para a FecomercioSP, o resultado do mês é residual, tendo em
vista a retração do setor em São Paulo, e, mais do que isso, sinaliza para uma
recuperação lenta aos próximos meses, impactados agora pelo reajuste dos hábitos
de consumo das famílias depois da pior fase da pandemia.
Já no comércio da cidade, houve perda de 57.287 empregos (42% do saldo negativo
estadual) formais nos oito primeiros meses do ano, com destaques negativos para
o varejo (que registrou déficit de mais de 41 mil postos de trabalho), mais
especificamente para as lojas de roupas e acessórios (-12,4 mil).
PRINCIPAIS NÚMEROS DA PESP
Saldo de empregos celetistas em comércio e serviços no Estado de São Paulo
(janeiro a agosto de 2020):
-308.727
Saldo de empregos celetistas no comércio do Estado de São Paulo (janeiro a
agosto de 2020):
-134.708 (queda de 5% em relação ao estoque de vínculos)
Saldo de empregos celetistas nos serviços do Estado de São Paulo (janeiro a
agosto de 2020):
-174.019 (queda de 2,81% em relação ao estoque de vínculos)
Saldo de empregos celetistas no comércio da cidade de São Paulo (janeiro a
agosto de 2020):
-57.287
Saldo de empregos celetistas nos serviços da cidade de São aulo (janeiro a
agosto de 2020):
-99.279
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo – (PESP) passou por uma
reformulação em sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista
do comércio e serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do Novo Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia,
passando a se chamar, portanto, PESP Comércio e Serviços.
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