Em alusão ao
Outubro Rosa, dr. Selmo Geber, ginecologista da Clínica de Reprodução Humana
Origen, esclarece algumas dúvidas comuns a muitas mulheres sobre a relação
entre o câncer e a fertilidade
O mês de outubro é mundialmente marcado por uma das
mais importantes campanhas de conscientização sobre a saúde feminina: o outubro
rosa. O movimento surgiu na década de 90, nos Estados Unidos, com o objetivo de
alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce
do câncer de mama. Anos mais tarde, o câncer do colo de útero, por sua alta
incidência, foi incorporado à campanha, numa tentativa de tornar acessíveis as
informações sobre este tipo da doença, que ainda é o terceiro mais comum entre
mulheres no país.
Apesar de a tecnologia viabilizar o acesso às
informações, muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre a relação entre o câncer
de colo de útero e a fertilidade. O ginecologista da clínica de Reprodução
Humana Origen, Dr. Selmo Geber, explica que, qualquer neoplasia em estágio mais
avançado, em função dos tratamentos necessários, pode interferir na fertilidade
da mulher. Por isso a importância de as pacientes serem bem orientadas sobre as
alternativas capazes de viabilizar uma gravidez saudável mesmo após o
tratamento, entre elas, o congelamento de óvulos. Dr. Geber aproveitou para
esclarecer outras dúvidas sobre assunto. Confira!
O tratamento do câncer de colo pode causar
infertilidade?
Em estágios iniciais, o tratamento não interfere na
fertilidade. Todavia, para os casos mais avançados, independente do tipo de
câncer, quando a quimioterapia, radioterapia ou cirurgias invasivas são necessárias,
a fertilidade pode ser comprometida.
O congelamento de óvulos pode ser uma opção para a
mulher que precisa se submeter ao tratamento do câncer?
Com certeza. O congelamento de óvulos é uma
alternativa eficaz que possibilita às mulheres com câncer realizarem o sonho da
maternidade. É indicado especialmente para os casos da doença em estágio
avançado -independentemente do tipo e não só o de colo-, quando o risco de se
“perder” os óvulos em função da quimioterapia, radioterapia ou cirurgia
invasiva é eminente.
Toda mulher com HPV vai desenvolver,
necessariamente, o câncer de colo do útero?
Não. Na verdade, apenas uma minoria irá desencadear
o câncer de colo.
Qual a forma mais eficaz de diagnosticar a doença?
Antes do diagnóstico é importante se fazer o
rastreamento com a colpocitologia oncótica, o famoso exame de Papanicolau.
Quando houver a suspeita, deve-se fazer a biopsia guiada pela colposcopia.
É possível desenvolver o câncer de colo durante a
gestação?
Sim, sendo o câncer ginecológico mais comum na
gravidez. Este tratamento deverá ser individualizado, de acordo com cada caso,
já que algumas variáveis precisam ser consideradas, como o tipo de câncer de
colo e o tamanho dele.
Dr. Selmo Geber - Formado em medicina pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) em 1989. Residência médica no Hospital Mater Dei e título
de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBASGO. Realizou doutorado
em Fertilização in vitro e Embriologia no Royal Postgraduate Medical School,
Universidade de Londres (Inglaterra) com os estudos pioneiros no mundo, em
diagnóstico genético preimplantação. Pós Doutorado com pesquisa em
células-tronco embrionárias. É Professor Livre docente pela UNESP. É Professor
Titular do departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina
da UFMG. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)
e Diretor da Rede Latino Americana de Reprodução Assistida, para o Brasil. É
pesquisador do CNPq. Possui 10 livros publicados, mais de 50 capítulos de livros
e mais de 100 artigos científicos publicados em revistas especializadas.
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