As pesquisas comprovam e o resultado
histórico feminino nas eleições sugere fragilidade nas candidaturas femininas.
Desde 1932 quando o voto feminino foi liberado, as mulheres passaram a
participar das eleições. Em 1934 a primeira Mulher foi eleita. A partir daí o
que vimos foi uma tentativa de inserir a mulher nas eleições, inclusive com a
legislação eleitoral específica que obriga os Partidos Políticos a compor todas
as “chapas” para câmaras Municipais, Estaduais ou Federais com um mínimo de 30%
de candidatas. A teoria da proporcionalidade sugeriria que, com essa exigência,
teríamos algo em torno de 30% de mandatos femininos, dando um tom de
sensibilidade a esse universo historicamente masculino.
A partir desse foco passamos a estudar
porque os números não integralizam este resultado. Menos de 15% dos mandatos
brasileiros são ocupados por mulheres. Uma curiosidade pode nos ajudar a
apontar um caminho que elucide e apresente alternativas. O Senado Federal foi
criado em 1960, o primeiro banheiro feminino no Senado foi construído apenas em
2016, as Mulheres até então eram obrigadas a utilizar os banheiros do
restaurante anexo. Vamos entender as competências de Inteligência Emocional e
começar a desenvolver um raciocínio que talvez nos ajude a perceber e elucidar
o porquê desses resultados, ao mesmo tempo, quem sabe, abrir uma nova
perspectiva para que a Mulher possa ocupar de vez o lugar que de fato lhe
pertence.
Dos quatro pilares de Inteligência
Emocional, dois são internos e dois são externos. Segundo Daniel Goleman, o pai
da Inteligência Emocional, Autoconhecimento e Autocontrole são características
desenvolvidas internamente. Capacidade de gerar Empatia e Relacionamentos
Sociais são características desenvolvidas externamente.
Ao analisar o cérebro humano, o que se
percebeu é que as áreas referentes às duas características internas são mais
desenvolvidas no Homem, enquanto que nas outras duas áreas o cérebro feminino
aparece com maior atividade. Para sintetizar, o Sistema Límbico das Mulheres,
área do cérebro que cuida das nossas emoções é mais desenvolvido e o Córtex Pré
Frontal, área do cérebro que governa a razão onde nascem os pensamentos
cognitivos, tem mais atividade no Homem.
Ao tentarmos entender resultados,
invariavelmente temos que analisar comportamento, ou seja, para obter um
determinado resultado você precisa desenvolver um determinado comportamento.
Porque as Mulheres não obtêm os resultados numéricos proporcionais? Qual
comportamento a Mulher precisa desenvolver, ou melhor, quais as habilidades comportamentais
que precisam se agrupar formando um comportamento condizente com a VITÓRIA NAS
URNAS?
Quero lançar mão de uma das principais
ferramentas para definição comportamental, uma técnica de Coaching que se
aplica neste caso de forma bem eficiente. Em um dos treinamentos que tive a
oportunidade de ministrar fiz a seguinte pergunta a uma plateia de mais de 300
mulheres: qual o primeiro voto que você Mulher precisa conquistar? A resposta?
O próprio voto.
A primeira e maior interferência de
resultado para as mulheres é interna. Enquanto os homens simplesmente saem por
aí pedindo votos de forma, na maioria das vezes, atabalhoada, a mulher não. As
Mulheres precisam se convencer de que são capazes.
Para a mulher agir, hela precisa
parar olhar pra dentro de si e dizer: eu quero!!! Logo depois precisa ter a
seguinte certeza: Eu posso! A palavra ação remete a alguma consequente reação e
neste momento a mulher começa a provocar resultados impactantes em seu
ambiente.
Voltando à Pirâmide Comportamental, a
ferramenta que citei lá em cima. Na base está o Ambiente, ou seja, o meio em
que a ação e a reação ocorrem. A Mulher historicamente é reativa. A nossa
sociedade ainda é muito machista e o ambiente Político mais ainda. Quando você
se propõe uma candidatura, você está se propondo a AÇÃO. Invariavelmente
passará a provocar REAÇÃO e para isso precisa de uma mudança
comportamental.
A mudança comportamental vem quando
somos capazes de lançar mão de um novo arsenal de Competências ou Habilidades.
Não será possível pra ninguém lançar mão de novas Habilidades sem contar com a
Crença de que “Sou capaz”. Essa crença só vai nascer de forma estruturada
quando fica absolutamente clara a “sua Missão”, seu propósito. É justamente
aqui que trabalhamos em nossas palestras e treinamentos. Justamente por ter uma
capacidade de gerar emoção superior à dos Homens, o sofrimento no Ambiente
torna-se mais impactante para a Mulher. Instalar na Mulher a certeza de ela
pode sim vencer, ela pode sim causar resultados impactantes na sociedade, ela
pode sim alcançar o seu propósito, faz com que suas características de
Inteligência Emocional fiquem potencializadas. Então mais do que os homens,
elas são capazes de conjugar a “Fórmula do Voto”.
Durante o Treinamento pergunto várias
vezes: você seria capaz de executar este passo? Recebo “sempre” um sonoro SIM.
Uma crença positiva vai se instalando e fazendo com que a “emoção” do Propósito
seja palpável. Quando finalizo pedindo que as Mulheres olhem para seu
Propósito, sintam, ouçam, o que recebo em troca é uma palavra repetida três
vezes em altíssimo volume: ÓTIMO, ÓTIMO, ÓTIMO! Enfim, MULHER, EMOÇÃO e VOTO,
essa mistura representa VITÓRIA!
Osmar Bria - especialista em Análise Comportamental e presidente da Associação Brasileira de Alta Performance.
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