Este mês é dedicado a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade dos problemas mentais que levam a tantos casos de morte no Brasil e no mundo. O neurocirurgião e neurocientista Dr. Fernando Gomes, alerta sobre os 3 principais sinais de alerta para identificar quando uma tristeza passa a ser depressão.
Alteração
no humor por pelo menos 2 semanas
Quando o estado de humor se altera de forma persistente e diferente do temperamento normal da pessoa fazendo ela se sentir para baixo e sem esperança na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos 2 semanas, pode estar ocorrendo uma desregulação cerebral de áreas relacionadas ao humor, impulsos e energia. Esse quadro pode ser engatilhado por algum evento negativo na vida da pessoa ou pode aparecer espontaneamente, não importa muito se o quadro apresentou algum fator desencadeante para o problema. "Isso acontece porque cada vez mais sabemos que depressão pode ocorrer mesmo em pessoas não que passaram por eventos aversivos ou negativos na vida, a diferença é que se a pessoa não tem predisposição a essa oscilação de alta e queda de energia, o cérebro se adapta a situação estressora sem alterar seu funcionamento, ao passo que no depressivo, a vivência de estresse e tristeza normal se prolonga para um quadro persistente e distorcido que compõe junto com outros sintomas que denominados de depressão", diz Dr. Fernando.
Cansaço
excessivo
Os níveis de energia da pessoa afetada pela depressão caem rapidamente e ela se torna fadigada e sem forças, mesmo estando descansada e sem ter feito muita coisa, essa sensação persiste. "Tudo isso porque tanto a energia quanto à disposição física, estão no cérebro, que é o órgão responsável por fornecer o vigor físico e com a depressão isso fica reduzido", explica o médico.
Sem
vontade nem para falar
Os impulsos e a vontade de fazer até o que se mais gosta de fazer, ficam reduzidas. A indecisão e a capacidade de tomar decisão também vêm à tona, assim como o isolamento, a falta de planos e a ausência de vontade para falar, interagir, se divertir, fazer exercícios e até para viver são alguns dos sintomas mais comuns.
"Esses sinais indicam que a pessoa precisa de ajuda médica, já que ela não se sente bem por estar sentindo isso, mas não consegue dar a voltar por cima. O principal a entender é que pessoas com depressão devem ser tratadas como doentes, assim como aquelas que sofrerem de qualquer outra doença física, a única diferença é que depressão não é visível, como por exemplo, um pé quebrado que impede tanto quanto, uma vida normal", completa o neuro.
Dr Fernando Gomes - Médico, comunicador e autor de 8 livros dentre eles: “O Cérebro Ninja - Aprenda a usar 100% Do Seu Cérebro”, “Neurociência do Amor”, "Papo Cabeça", "Misteriosamente sem Segredos" e "Você sabe como seu cérebro cria pensamentos?". Professor Livre Docente de Neurocirurgia, com residência médica em Neurologia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é neurocirurgião em hospitais renomados e também coordena um ambulatório relacionado a doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas. www.fernandoneuro.com.br
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