Ao longo da história do mundo ocidental, coube aos
homens os papeis principais nas decisões de mercado, sejam os senhores feudais
na Idade Média ou os donos das grandes fábricas que surgiram na Revolução
Industrial. Por um longo período, mitificaram a ideia de que a mulher não teria
as capacidades necessárias para ocupar cargos estratégicos e, por isso, elas
acabaram sendo deixadas de lado em momentos de grandes decisões.
Essa cultura ficou tão enraizada que se instalou
entre as próprias mulheres, fazendo-as acreditar que cabia a elas somente
funções coadjuvantes em vários cenários, principalmente na política e na
economia.
Nos últimos anos, esses paradigmas vêm sendo
desconstruídos. Mulheres começaram a ocupar cargos políticos, assumiram
direções de multinacionais e passaram a alterar as estatísticas.
O resultado desse protagonismo maior na
estruturação da sociedade, atingiu impactos além dos sociais. Segundo estudo,
realizado em 2018 pela empresa de consultoria estadunidense McKinsey &
Company, companhias que possuem, pelo menos, uma mulher em seu time de
executivos são mais lucrativas.
A pesquisa sobre diversidade comparou os gêneros
dos funcionários e os dados financeiros de 700 empresas de capital aberto de
seis países latino-americanos, sendo eles: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia,
Panamá e Peru. Só nas matrizes brasileiras foram analisadas 300 organizações.
Este cenário mostrou que quando as mulheres ocupam
cargos de liderança, as empresas têm 50% a mais chance de aumentar a
rentabilidade e 22% de crescer a média da margem Ebitda (indicador financeiro
que apresenta quanto uma empresa gera de recursos por meio de suas atividades
operacionais, sem contar impostos e outros efeitos financeiros). E, 64%
das instituições que possuíam mulheres em cargos executivos, entre 2014 e 2018,
subiram a mediana da margem Ebitda em comparação com 43% que não possuíam
mulheres nesse posto.
Além de quebrar barreiras históricas, novas
barreiras também estão sendo superadas. Durante muito tempo os campos
automobilístico e tecnológico, por exemplo, foram definidos como campos
masculinos. Mary Barra e Paula Belliza ilustram a desconstrução desse
preconceito.
A norte-americana Mary foi a primeira mulher a se
tornar CEO de uma montadora global. Com treinamento especializado e muita
dedicação, ela fez história na direção da General Motors. Em reconhecimento dos
seus feitos, em abril de 2004 a executiva saiu na capa da Times, listada como
uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.
Já na área da tecnologia, o destaque foi para a
angolana Paula Bellizia. Em julho de 2015, ela assumiu a presidência da
Microsoft Brasil. Após três anos e meio liderando com sucesso, foi promovida a
vice-presidente de Vendas, Marketing e Operações da Microsoft América Latina.
O triunfo da liderança feminina alcança, também,
chefias de Estado, como é o caso da chanceler alemã Angela Merkel. Desde 2005
no cargo de líder do executivo do país. A Alemanha foi o principal PIB (Produto
Interno Bruto) da Europa, variando entre a terceira e a quarta posição do
mundo. O país hoje é a maior referência na produção de engenharia, sendo o
principal produtor de turbinas eólicas e tecnologia de energia solar do mundo.
Tantos nomes e os números mencionados comprovam
como a mulher contribui para o crescimento e a inovação em qualquer área.
Principalmente quando ela acredita em seu potencial, descobre o que pode ser
aprimorado em si mesma independente de gênero e investe em seu desenvolvimento
contínuo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário