Falta de políticas públicas, valorização do
idoso e capacitação profissional são algumas causas apontadas por especialistas
Nos
últimos 77 anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 30,5
anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
país tem hoje mais de 30 milhões de idosos e projeções do órgão apontam para um
aumento ainda mais significativo nas próximas décadas, fazendo com que a
pirâmide etária brasileira se altere e faça da população idosa maioria.
Com
isso, para atender plenamente os idosos, se faz necessário corrigir estruturas
do estado brasileiro como a Previdência Social e o Sistema Único de Saúde (SUS).
No entanto, mais do que as reformas, é preciso uma discussão ampla sobre a
importância dos idosos para o país. É exatamente isso que propõe um estudo
científico desenvolvido pelas alunas Letícia Staroski Machado e Letícia Costa
de Oliveira, do curso de Direito do Centro Universitário Uninter.
As
autoras constataram um dado alarmante de que, em média, quatro idosos são
maltratados por hora no Brasil. Segundo o professor de Direito Internacional da
Uninter, Eduardo Gomes, orientador do estudo, isso acontece pois, “além dos
problemas demográficos já conhecidos, falta consciência da sociedade civil e
fiscalização do poder público”.
Além
dos maus-tratos e ineficiência do estado, especialistas apontam a falta de
profissionais capacitados como um dos motivos para essa realidade. O curioso é
que o mercado para cuidador de idosos, segundo dados do Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE), foi o que mais cresceu no Brasil, passando de 5.263 em 2007
para 34.051 em 2017 – o que representa uma alta superior a 500%.
De
acordo com o professor Cristiano Caveião, coordenador do curso de Gerontologia
(Cuidador de Idosos), apesar do aumento de profissionais, a necessidade de mais
especialistas fica evidente a cada dia que passa. “O número de cuidadores não
acompanha o aumento de idosos e cada vez mais precisamos de gente capacitada
para, além de cuidar, também orientar, proteger e reinserir essa população na
sociedade”, explica Cristiano.
O
professor esclarece que o curso aborda temas que formarão um profissional com
as necessidades do mercado de trabalho. “Alguém que, além de cuidados básicos,
possa orientar quanto à qualidade de vida, direitos, promoção de saúde, e
também ser gestor de instituições de serviços voltados a esse público”, diz.
Grupo Uninter
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