CRMV-SP destaca
que chocolate é tóxico e pode causar de vômito até, nos casos mais graves,
estados de coma e óbito dos animais
A Páscoa é tradicionalmente um momento de união e
partilha para as famílias. Porém, para os tutores de animais domésticos também
é um período que requer atenção extra. Tudo porque cães e gatos podem enfrentar
casos graves de intoxicação caso façam a ingestão de determinados alimentos, em
especial o chocolate.
Segundo a médica-veterinária Maria Cristina
Timponi, presidente da Comissão de Entidades Veterinárias Regionais do Conselho
Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), os animais
não possuem uma boa capacidade de digestão de certos elementos presentes no
chocolate. "O cacau contém substâncias com alto poder estimulador como a teobromina
e a cafeína. A mais tóxica é a teobromina que pode permanecer até 17 horas no
organismo do animal, causando desde vômito e diarreia até febre, convulsão,
coma e óbito”, alerta.
De acordo com a presidente da comissão, quanto mais
alto o nível de cacau no chocolate, mais tóxico ele é para os animais. O risco
de intoxicação aumenta em pets idosos, filhotes e de raças de pequeno porte.
“Para um animal de dois quilos, uma barra de 100 gramas de chocolate pode ser
letal quando ingerida", completa.
Por isso, neste período, é fundamental que tutores
fiquem atentos para não deixar bombons, ovos de Páscoa e outros produtos que
contenham chocolate em locais acessíveis a cães e gatos. “Eles podem se sentir
atraídos, seja pelo odor ou pela própria embalagem, a pegar o doce às
escondidas” ressalta Yves Miceli de Carvalho, presidente da Comissão de
Nutrição Animal do CRMV-SP.
Além disso, ainda que os tutores tomem medidas para
evitar que os pets encontrem os alimentos proibidos, é importante orientar as
visitas e estar atento ao comportamento do animal.
No caso de ingestão do chocolate, os sintomas não
são imediatos e podem iniciar após um intervalo de seis a 12 horas. “As reações
podem perdurar por até dois ou três dias culminando até em hemorragia
intestinal grave”, complementa a médica-veterinária Maria Cristina.
Tratamento e alternativas
Em caso de ingestão acidental, a recomendação é
levar o animal para uma clínica veterinária o mais rápido possível. "O
tratamento se dá com muita hidratação, uso de protetor gastrointestinal,
antitóxico e, quando a ingestão é recente, pode-se tentar a lavagem
estomacal", explica a médica-veterinária Maria Cristina Timponi,
presidente da Comissão de Entidades Veterinárias Regionais do CRMV-SP.
A boa notícia é que o mercado já fornece chocolates
especiais para pets que não levam cacau em sua composição. “O chocolate para
animais não é feito de cacau. Ele tem um aromatizante e palatabilizante sabor
chocolate. Normalmente podem ser consumidos pelos pets sem contraindicações”,
afirma a médica-veterinária.
Outros alimentos tóxicos
Além do chocolate, outros produtos relacionados à
Páscoa também integram a lista de alimentos proibidos para os animais. Por
isso, todo cuidado é pouco. O alho e a cebola, tradicionais temperos nos pratos
brasileiros, afetam as hemácias dos animais e se ingeridos em grande quantidade
podem gerar sérias complicações. Frutas como uvas e abacate possuem elementos
tóxicos e causam vômitos, diarreias e problemas respiratórios.
Já o peixe, prato tradicional nos almoços de
Páscoa, pode ser consumido pelos animais, desde que cozido, sem espinhas,
temperos ou condimentos e em pequenas quantidades. Apesar disso, a
médica-veterinária Maria Cristina Timponi orienta que os tutores evitem
compartilhar seus alimentos com os pets. "Alimento humano é para humanos.
Nós devemos restringir os alimentos para os nossos pets àqueles que sejam
realmente feitos para eles, como as rações comerciais, que são completas e
balanceadas", conclui.
Sobre o CRMV-SP
Com mais de 37 mil profissionais registrados, o
CRMV-SP é o órgão de fiscalização do exercício profissional dos
médicos-veterinários e zootecnistas do Estado de São Paulo. Tem como missão
promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação,
normatização e fiscalização do exercício profissional, em prol da saúde
pública, animal e ambiental, zelando pela ética. Além disso, auxilia os poderes
públicos, em nível nacional, estadual e municipal, nos assuntos relacionados às
categorias profissionais que representa.
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