O
futuro do shopping center: como se preparar para lidar com uma população
nativamente digital
Estudo da consultoria A.T. Kearney revela que em 2030, 40% dos consumidores serão nativos digitais; lojas e centros comerciais precisam se preparar para lidar com clientes acostumados a interagir com plataformas conectadas, assistentes pessoais, bots controlados por Inteligência Artificial (IA), serviços por assinatura, entre outras facilidades tecnológicas.
A A.T.
Kearney, consultoria de gestão de negócios com mais de 90
anos de trajetória global, e uma das quatro maiores do mundo, acaba de divulgar
os resultados de uma análise sobre o futuro dos centros comerciais e da
transformação pela qual lojas e shoppings devem passar até 2030. Intitulado “O
Futuro dos Shoppings Centers”, o estudo indica que esses centros darão lugar ao
que os especialistas vêm chamando de Espaços de Engagamento com o Consumidor
(ou CES, na sigla em inglês para Consumer Engagement Spaces), que vão mesclar
ofertas comerciais, produtos e serviços para as novas e futuras gerações de
clientes.
Segundo
o levantamento, o futuro dos CES será definido por três fatores de mudanças:
pessoas – quem são, como vivem e como interagem entre si; tecnologia –
especialmente aquelas que conectam as pessoas e as capazes de ameaçar os
negócios tradicionais ao gerar benefícios ao consumidor; e considerações comerciais
– sobre como e por que as pessoas consomem, e que tipo de concorrência a
indústria irá enfrentar.
No
que diz respeito às pessoas, a análise da A.T. Kearney destaca que atualmente,
pela primeira vez na história, o mercado inclui seis diferentes gerações de
consumidores: Geração Silenciosa, Baby Boomers, Geração X, Millennials (ou
Geração Y), Geração Z e Alphas (veja a figura abaixo).
Esse
cenário representa um desafio para o varejo daqui até 2030. Principalmente
porque os Boomers e a Geração X devem parar de gastar em itens que
influenciavam significativamente o crescimento do setor. Em 11 anos, os consumidores
da Geração X terão em torno de 65 anos, enquanto os Boomers estarão perto dos
85. De outro lado, os mais jovens Alphas terão apenas pouco mais de 5 anos.
Significa dizer que os Millenials e a Geração Z serão consumidores-chave para
os operadores dos CES em 2030.
Entre
as mudanças a serem observadas, diz a A.T. Kearney, está a mudança nos valores
das populações mais jovens, que agora valorizam funcionalidades e experiências
mais do que posses propriamente ditas. Aqui entra a relação com o segundo pilar
de mudanças: o da tecnologia.
Tecnologia
Até
2030, a A.T. Kearney estima que 40% de todos os consumidores serão nativamente
digitais. Assim, as tecnologias de comunicações e informações que começaram a
invadir as lojas e residências nos anos 1990 já terão perdido o status de
novidade e formarão uma infraestrutura de conectividade que facilitará novos
hábitos de vida, trabalho, socialização e, claro, compras.
Todos
os dias, a toda hora, os CESs irão interagir com consumidores acostumados a
interagir com plataformas conectadas, assistentes pessoais, bots controlados
por Inteligência Artificial (IA), serviços por assinatura, entre outras
facilidades tecnológicas. E eles vão precisar se adequar a isso, alerta a
análise da A.T. Kearney.
Transformação do ponto de venda
A
variedade definirá o novo ponto de vendas à medida que tecnologias emergentes,
modelos de varejo criativo, opções inovadoras de serviços de alimentação,
programações de entretenimento e eventos comunitários redefinem a natureza da
interação com as marcas.
Alguns
espaços físicos se tornarão menores, mais inteligentes e dinâmicos, com
formatos que lhes permitirá funcionar como hubs para experiências com as
marcas. Outros terão papel de showroom para as marcas, produtos e serviços que
complementarão – e não mais competirão – com os negócios digitais.
Apesar
das mudanças, a A.T. Kearney destaca que embora o ritmo de crescimento dos
shoppings centers tenha desacelerado, varejistas ainda abrem novas lojas todos
os anos.
Estas
listadas acima são apenas algumas das tendências listadas pelo estudo "The
Future of Shopping Centers", divulgado recentemente pela A.T. Kearney. A
análise completa ainda traz uma série de insights sobre as categorias de CESs
que devem se destacar no futuro, entre outras descobertas.
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