Discussão sobre a
doença volta à tona depois de morte e crise emocional no mundo dos famosos
As últimas semanas foram marcadas por notícias que comoveram
a internet em relação à depressão. Recentemente, o comediante e youtuber
Whindersson Nunes, de 24 anos, abordou o assunto em suas redes alegando estar
sofrendo desse mal e, infelizmente, no último fim de semana, a morte da cantora
mirim Yasmin Gabrielle, de 17 anos, abalou os internautas e trouxe a discussão
à tona.
Isolamento, ansiedade e desânimo crônico estão entre os
sintomas comuns para quem convive com depressão, mas a reação à doença é algo
bem particular e em muitas pessoas diagnóstico é difícil, ainda mais se
tratando da depressão sorridente, uma doença assintomática que tem se tornado
uma epidemia pelo mundo. Só no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), já existem cerca de 12 milhões de pessoas com depressão, sendo
esse o maior número da América Latina, ficando atrás somente dos Estados
Unidos.
Outro dado, segundo a organização, a depressão será a doença
mais incapacitante do mundo até 2020.
Entre os desabafos do Youtuber, ele declarou estar sem
vontade de viver, triste, mas que voltaria a fazer terapia. “É tão ruim ficar
assim, porque já estive lá uma vez, não queria voltar porque é gelado e sem
cor”, disse por meio de um tweet, o que surpreendeu os fãs.
O outro caso foi o da cantora mirim, que, de acordo com
parentes, enfrentava depressão severa após perder o irmão e a mãe por causa de
câncer. A suspeita é de que Yasmin tenha cometido suicídio.
Não é de hoje que casos como estes acontecem no mundo
artístico. A psicóloga Lia Clerot conta que isso ocorre porque em ambientes
onde há muitas cobranças, pressões para um corpo ou uma vida perfeita, as
doenças psicológicas, como depressão e ansiedade se desenvolvem com mais
facilidade. “Nesses casos, é preciso exercitar a autoestima diariamente e
procurar ajuda de um profissional para que não chegue ao estopim, como foi o
caso da cantora mirim”, alerta a especialista.
Depressão sorridente
E quando a pessoa não demonstra sintomas? Chamada de
depressão sorridente, cerca de 89% de 2 mil entrevistados disseram ter sofrido
com os sintomas de depressão, mas os mantiveram escondidos de amigos e
familiares. Esse dado é de uma pesquisa realizada pela revista Women’s Health e
a Aliança Nacional de Doenças Mentais,
Mas como diagnosticar a doença se o paciente não demonstra
estar deprimido?! De acordo com a psicóloga Lia Clerot, o distúrbio é mais
comum em mulheres do que em homens, e muitas vezes quem sofre desse tipo de
depressão se adapta e convive bem. Inclusive, pessoas próximas não conseguem
perceber. “Sorrisos forçados, fotos felizes, falta de satisfação em atividades
que antes eram prazerosas, são algumas das características. Essas pessoas
batalham entre a angústia interior e a alegria exterior. Elas assumem uma
fachada para esconder os sintomas”, explica.
Ainda, de acordo com a psicóloga, as pessoas que sofrem com
depressão sorridente não devem deixar de procurar ajuda de um especialista. “É
muito importante que o paciente procure ajuda assim que perceber os sintomas, a
depressão é uma doença séria que precisa de tratamento especializado, quanto
mais demora para pedir ajuda, mais difícil e demorado é o tratamento”, alerta
Lia.
Para aqueles que sofrem com esse distúrbio, é importante
reconhecer os sintomas para que um profissional possa ajudar “Caso identifique,
o paciente deve procurar ajuda imediatamente. O tratamento envolve psicoterapia
e em casos mais graves, medicação e acompanhamento de um médico psiquiatra”,
diz a psicóloga.
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