Embora
seja um atributo essencial para um veículo, a segurança ainda parece exercer
pouca influência sobre a decisão de compra por parte do usuário final. Enquanto
o custo, o design e o conforto estão entre os fatores mais avaliados pelo
brasileiro, a segurança fica em segundo plano. Em partes, isto se observa
porque o consumidor ainda é pouco informado sobre o nível de proteção dos
carros na hora da compra.
Quando avalia a segurança de um veículo, o usuário se preocupa mais com
dispositivos eletrônicos, como airbags e freios ABS, porém o carro – mesmo
equipado com todos os acessórios – pode não oferecer a proteção necessária aos ocupantes,
caso tenha uma carroceria frágil. Não é à toa que a estrutura veicular também é
chamada ‘célula de sobrevivência’.
Apesar de pouco avaliada pelo consumidor, a carroceria é fundamental
para a proteção dos passageiros. A estrutura de um veículo precisa ser
desenvolvida para absorver ao máximo o impacto de uma colisão, por meio de
deformações que são programadas, ou melhor, projetadas, com o objetivo de
manter íntegro o interior do veículo. Dependendo de como é projetada, a
carroceria pode salvar ou tirar vidas.
Existem estruturas que pouco deformam em colisões e consequentemente não
absorvem o impacto, transferindo a energia para os ocupantes, que podem ser
projetados para frente. Há também carrocerias que deformam demais e avançam
para dentro da cabine, e o impacto pode atingir o ocupante. Uma intrusão extra
na cabine pode representar a diferença entre a vida ou a morte.
Modelos equipados com diversos dispositivos podem ter desempenho ruim em
testes de colisão, como os realizados pelo Latin NCAP (Programa de Avaliação de
Carros Novos para América Latina e o Caribe), que oferece ao consumidor
avaliações sobre a segurança de diferentes modelos disponíveis no mercado,
pontuados com zero a cinco estrelas na proteção de adultos e crianças.
A exemplo do que se observa no Exterior, o Brasil deveria informar ao
consumidor o nível de proteção de cada veículo comercializado. Penso que isso
colaboraria para a redução de mortes no trânsito no Brasil, quinto país com
maior número de acidentes com vítimas fatais, segundo a OMS (Organização
Mundial da Saúde).
Em contribuição para as discussões sobre segurança viária, propostas
pelo Movimento Maio Amarelo, uma iniciativa internacional para conscientização
sobre redução de acidentes de trânsito no mundo, o 5º Simpósio SAE BRASIL
CarBody reunirá especialistas da indústria dias 2 e 3 de maio, em São Paulo,
com o objetivo de apresentar tendências tecnológicas para carrocerias mais
seguras.
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