As
dietas restritas em carboidratos como a "low carb", cetogênica e
paleolíticas, que são ricas em proteínas, ficaram famosas por prometerem perda
de peso em curto prazo. Mas será que estes hábitos alimentares beneficiam
diretamente a saúde? A 'carbofobia'
está diretamente associada a um comportamento excessivamente
preocupado com a ingestão de carboidratos, mesmo os provenientes de frutas
naturais, farinhas integrais e grãos.
Estudos
científicos já comprovaram que a restrição de carboidratos pode gerar o 'efeito
sanfona', ou seja, ao voltar para uma dieta normal o ganho de peso é maior
do que antes. Além disso, podem gerar gatilhos
para a compulsão alimentar, deficiência de nutrientes causando fadiga,
cansaço e a perda de cognição. Ana Pallottini, consultora em nutrição da
Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães
& Bolos Industrializados (ABIMAPI), explica que o sucesso das dietas sem
carboidrato fez com que muita gente acreditasse que o macro nutriente fosse o
vilão na conquista de um peso "ideal", fazendo com que muitas pessoas
diminuíssem o seu consumo ou até mesmo o excluíssem da alimentação.
"Vivemos em um período de 'carbofobia', onde as dietas são adotadas sem
prescrição profissional correta e esse comportamento debilita o funcionamento
do metabolismo", diz.
Na
prática, o organismo passa a usar o músculo ao invés da gordura como fonte de
energia. Essa confusão se dá porque os carboidratos formam muito mais água que
as proteínas no organismo e quando as pessoas restringem excessivamente o seu
consumo, existe uma falsa impressão de mudança de peso, pois o nível de água
corporal muda novamente quando o carboidrato volta a ser consumido na
alimentação. "Uma boa opção é escolher alimentos fontes de carboidratos
complexos, como o arroz, massas, pães e biscoitos integrais, assim como a farinha
de aveia, batatas e verduras. Estes alimentos podem auxiliar na perda de peso,
melhorar a saúde intestinal e ainda proteger o desenvolvimento de doenças
cardíacas e diabetes", destaca Ana.
E
os benefícios não param por aí. Pelo fato da digestão destes tipos de
carboidratos serem mais lenta, o organismo fica saciado por mais tempo. Este
grupo de alimentos também são mais nutritivos, com maiores quantidades de
vitaminas, minerais e fibras, bons aliados no emagrecimento e para quem prática
atividade física.
Diante
disso, entende-se que a restrição deste nutriente não é a melhor opção. O ideal
é manter hábitos de vida saudáveis e uma alimentação equilibrada.
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