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quinta-feira, 25 de abril de 2019

8 de maio


 Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose

Como chegar ao diagnóstico e à cura


Difícil de ser detectada, esta doença requer exames específicos para ser detectada. O tratamento que atinge melhor resultado é a cirurgia avançada, que vem sendo realizada com sucesso no Brasil

Com o objetivo de conscientizar as mulheres sobre a importância de exames regulares para detectar a endometriose, elegeu-se o 8 de maio como o Dia Nacional Contra a Endometriose. Esta doença (que ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce para fora do órgão) atinge uma em cada 10 mulheres no Brasil. De difícil diagnóstico, muitas vezes os sintomas são subestimados – como fortes cólicas durante a menstruação e dores nas relações sexuais – o que faz com que a investigação seja adiada até um momento específico, como a busca pela gravidez. Como a endometriose leva à infertilidade, muitas mulheres só vão saber que sofrem com o problema quando tentam ter filhos.

De acordo com o radiologista Leandro Accardo de Mattos, especialista em aparelho reprodutor feminino, é importante prestar atenção aos sintomas e fazer exames para detectar o problema antes que se agrave. “Não é normal sentir cólicas fortes, que não passam com um analgésico, por exemplo. Quando isso acontece, é preciso investigar”, afirma. E por que o diagnóstico é difícil? “A endometriose pode comprometer estruturas que o ginecologista não consegue perceber com o toque. Os focos podem estar na bexiga, nos ovários e só com o exame clínico não é possível encontrá-los”, explica.


Investigação cuidadosa

Para identificar a doença, os métodos mais usados são a ressonância ou o ultrassom. Estudioso no assunto, o Dr. Leandro usa as duas técnicas em conjunto. Ao longo de 15 anos, o médico utiliza um protocolo que inclui uma lavagem intestinal e a integração do ultrassom intravaginal com a ressonância. “Esta técnica permite ver focos mais profundos”, diz.

Como todas as patologias, quanto mais cedo se diagnosticar, mais fácil o tratamento – que em geral é feito com hormônios. Mas de acordo com o ginecologista Waldir Inácio Jr, nos últimos anos, houve uma mudança de paradigma em relação à terapia com hormônios. “Além de não tratar efetivamente a doença, traz efeitos colaterais, como aumento de peso, diminuição da libido e alteração do humor”, diz Waldir Inácio. “O tratamento mais inovador hoje é a cirurgia laparoscópica avançada, na qual eliminam-se todos os focos de endometriose. Quando retirada de forma completa, a endometriose não volta e não há mais necessidade de tomar qualquer medicamento”, afirma ele.

A técnica da cirurgia profunda foi pensada pelo cirurgião americano David Redwine, e desenvolvida pela equipe da qual o Dr Waldir faz parte.  “O conceito de se retirar a endometriose de todos os órgãos que está instalada e não só nos focos, ainda é novo, mas os resultados comprovam sua efetividade”, diz o médico.

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