Especialistas em Reprodução Humana Assistida
esclarecem as questões mais comuns que apresentadas por casais que querem
engravidar
O aumento
na procura dos tratamentos de fertilização em clínicas especializadas de todo o
país mostra que os casais brasileiros podem até encontrar dificuldades, mas
ainda acalentam o sonho de gerar filhos e consolidar a família. Se fatores como
busca pela estabilidade pessoal e profissional, a procura do parceiro ideal ou
até mesmo o tratamento de doenças graves como o câncer, adiam esse sonho e
diminuem as chances de uma gravidez natural, a confiança na qualidade das
técnicas de fertilização mantém a esperança de milhares de casais para tornar a
gravidez uma realidade. Se você tem dúvidas sobre fertilidade e quer
conhecer um pouco mais sobre as técnicas de fertilização preste atenção nas
dicas dos especialistas em reprodução humana da Clínica Fertipraxis.
1 -O que é infertilidade?
O casal é definido como infértil quando não
conseguem uma gravidez após um ano de relações sexuais não protegidas. Sabe-se
que 10-15% dos casais enquadram-se nesse critério, devendo procurar um
especialista para maiores investigações sobre o motivo de não estarem
conseguindo engravidar. Atualmente a Organização Mundial da Saúde considera a
dificuldade de engravidar como uma “doença” do sistema reprodutivo.
2- Quais são as principais causas de
infertilidade?
A maioria dos casais (cerca de 90%) consegue
engravidar em até 12 meses. Entretanto, recomendamos essa espera apenas para
aqueles que não apresentam qualquer fator já conhecido que possa estar
relacionado a uma possível dificuldade para engravidar e para aqueles cuja
mulher apresente menos de 35 anos. Após essa idade, existe um declínio
acentuado da fertilidade da mulher, justificando a procura de um especialista
após 6 meses de tentativas malsucedidas de gravidez. Após os 40 anos, o casal
deve procurar um especialista imediatamente após a decisão de ter um filho pois
nessa situação, qualquer atraso na investigação do casal pode diminuir muito as chances
de sucesso dos tratamentos que podem vir a ser necessários.
As duas principais causas de infertilidade
conjugal encontram-se empatadas com 35% dos casos para cada, que são: os
fatores masculinos e as patologias tubárias e pélvicas, ou seja, problemas
relacionados às trompas e aderências causadas por inflamações anteriores.
Alterações ovulatórias respondem por 15% dos casos, enquanto 10% são considerados casos
sem uma causa aparente.
3- O que é Fertilização in vitro?
É a Reprodução Assistida, ou “bebê de proveta”
como é mais conhecida. Ela corresponde ao processo no qual a paciente é
submetida a uma hiperestimulação ovariana controlada que produz uma reposta ovariana de múltiplos
folículos. Esses são puncionados por via transvaginal guiada por
ultrassonografia, para a obtenção dos óvulos, que após sua captação e retirada
dos folículos ovarianos, são preparados para a realização de dois possíveis
procedimentos: a FIV clássica, quando colocamos os óvulos juntamente com os
espermatozoides em cultura e deixamos que os espermatozoides fecundem os óvulos
por conta própria, ou, mais recentemente, a FIV tipo ICSI, isto é, a injeção
intracitoplasmática de um espermatozoide capacitado (escolhido) em cada um dos
óvulos maduros aspirados. Independente da técnica utilizada, após a fecundação
e desenvolvimento inicial dos embriões, transferimos um determinado número
deles para a paciente através de um cateter, através do colo uterino, guiado
pela ultrassonografia, para definir um melhor local de colocação dos embriões
no útero. Então, esperamos entre 12-18 dias para saber se a paciente
engravidou.
4- Vou fazer uma Fertilização in vitro, vou
engravidar na minha 1ª tentativa?
Muito comum entre os casais que procuram
tratamento. De um modo geral, as chances de sucesso do procedimento giram em
torno de 30% por tentativa. Além disso, existem diversos fatores que
influenciam essas taxas de gravidez, como por exemplo: a idade da paciente, a
causa da infertilidade, o tipo de protocolo utilizado para a FIV, entre outros.
Portanto, antes de podermos estimar as chances de uma fertilização in vitro
bem-sucedida, precisamos considerar todos esses fatores. Também não é verdade,
porém, que “são precisa muitas até o sucesso”. Por isto, o planejamento de uma
tentativa deve ser bem cuidadoso.
5- O que é indução de ovulação?
É uma das possibilidades naqueles sem uma causa
aparente para a não-gravidez. A capacidade de induzir ovulações em pacientes
anovulatórias foi um dos primeiros e mais importantes passos da endocrinologia
reprodutiva. Atualmente existe uma série de agentes capazes de desencadear o
desenvolvimento de óvulos. Seu uso é muito difundido devido ao menor custo do
tratamento e as menores chances de complicações.
6- Como é feita a coleta dos óvulos?
Por ultrassonografia transvaginal com
uma agulha especial que ao penetrar os folículos nos ovários, os esvazia
através de pressão negativa através de uma bomba especial à vácuo. Todo o
procedimento é realizado com a paciente sob sedação, monitorizada e acompanhada
por um anestesista por toda a duração da coleta. O líquido aspirado de cada
folículo é então avaliado por um embriologista que separa os óvulos que encontra para posterior fertilização
dos mesmos. Habitualmente a coleta dos óvulos dura cerca de 20 minutos.
7- Todos os óvulos colhidos durante o
procedimento são aproveitados?
O ideal é encontrarmos os óvulos
“maduros”, biologicamente na segunda metáfase da divisão meiótica pela
qual todo oócito deve passar para ser fertilizado por um espermatozoide.
Entretanto, apenas os maiores folículos são os que habitualmente contêm os
óvulos chamados M2. Quanto menor o folículo, maior a sua chance de apresentar
um óvulo imaturo, que não poderá ser aproveitado para a fertilização. Outro
fator que determina a maturidade folicular é o uso correto da medicação para
desencadear a ovulação. Quando a coleta dos óvulos é feita antes do tempo
mínimo após a aplicação dessa medicação, aumenta-se a chance de obter um oócito imaturo.
8- O congelamento de óvulos pode ser feito em
pacientes que irão tratar o Câncer?
Na literatura já existem diversas gestações
oriundas de fertilização de óvulos que haviam sido congelados. Essa técnica é a
principal a ser considerada em pacientes que porventura tenham que se submeter
a tratamentos que possam causar infertilidade como, por exemplo, quimioterapia
ou radioterapia, principalmente, aquelas mulheres que não tenham parceiro
ainda. Dessa forma, aconselhamos todas essas pacientes que procurem um
especialista em reprodução antes de iniciar algum desses tratamentos mais
agressivos ao futuro reprodutivo dela.
9-No caso de doenças genéticas na família, é
possível, pesquisar se os embriões apresentam o mesmo problema?
Quando estamos diante de um casal com uma doença
conhecida na família e extremamente difícil de ser conduzida,
podemos buscar através da tecnologia genética, detectar os embriões que
poderiam não ser transferidos, para não perpetuar um sofrimento muitas
vezes inaceitável dentro daquela família ( PGD). Outras vezes
busca-se apenas afastar as alterações cromossomiais, chamadas aneuploidias ( PGT) ,
que são causas mais frequentes de abortamentos espontâneos
ou até significam algumas doenças ( síndromes) que um
casal poderia desejar evitar. Esta testagem genética pode ser
realizada através da biópsia dos embriões antes da transferência, seguida da
análise do material genético obtido. O PGD/PGT corresponde a um avanço
indiscutível pois permite a pesquisa de alterações genéticas no embrião.
Entretanto, essa técnica ainda apresenta algumas limitações importantes que
devem ser ressaltadas: a quantidade de material genético obtida do embrião pode
não ser suficiente para a análise, um exame normal não exclui completamente a
possibilidade de um embrião ser portador de uma alteração genética, a
biópsia embrionária pode levar a parada do desenvolvimento daquele embrião.
Cada caso deve ser avaliado criteriosamente pelo médico e seus
pacientes, entendendo os benefícios e limitações de modo
que seu benefício supere seu custo.
10-Posso escolher o sexo de meu bebê, isso é
permitido?
Os únicos casos nos quais podemos escolher o sexo
do embrião a ser transferido é no caso de doenças genéticas ligadas aos
cromossomos sexuais. Nessa situação, visando evitar a transmissão de uma
condição patológica, fica permitido a escolha do sexo do embrião.
FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana
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