No país, melhoria no diagnóstico, ampliação do
acesso à testagem e redução do tempo entre o diagnóstico e o início do
tratamento derrubaram casos e óbitos no mesmo período
O novo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids - lançado
nesta terça-feira (27/11) durante evento de celebração dos 30 anos do Dia
Mundial de Luta contra a Aids, em Brasília - revela que no período de 2014 a
2017, houve uma redução no coeficiente de mortalidade em São Paulo, que caiu de
5,2 óbitos por 100 mil habitantes, em 2014, para 3,8 óbitos em 2017, o que
representa uma redução de 26,9%. Em relação aos casos, desde o ano de 2014,
também observa-se redução da taxa de detecção de aids em São Paulo. Eram 18,1
casos por cada 100 mil habitantes, em 2014, e, em 2017, são 16 para cada 100
mil habitantes, o que representa uma redução de 11,6%.
No
total, 21 estados apresentam redução na taxa de mortalidade: AM, RR, PA, AP,
TO, MA, PB, PE, AL, SE, BA, MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS, MT e o DF. Cinco
estados apresentam aumento: Rondônia, Acre, Ceará, Rio Grande do Norte e Mato
Grosso do Sul. Os estados do Piauí e Goiás mantiveram a mesma taxa de
mortalidade entre 2014 e 2017.
Já com relação ao Brasil, o país chega aos 30 anos
de luta contra o HIV e aids com queda no número de casos e óbitos. A garantia
do tratamento para todos, lançada em 2013, e a melhoria do diagnóstico
contribuíram para a queda, além da ampliação do acesso à testagem e redução do
tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.
Ao comentar os novos dados, o ministro da Saúde,
Gilberto Occhi, destacou que, além de celebrar as conquistas na ampliação da
assistência, é preciso refletir sobre a importância da prevenção. “O Brasil tem
dado a sua contribuição no combate à doença, com a garantia de tratamento e
oferta de testes para identificar o vírus, mas é preciso conscientização da
população, principalmente dos jovens, sobre a necessidade da prevenção. Só com
uso de preservativos, vamos evitar e combater o HIV e a aids”, explicou o
ministro.
BRASIL
No país, em quatro anos, a taxa de mortalidade pela
doença passou de 5,7 por 100 mil habitantes, em 2014, para 4,8 óbitos em
2017. Os novos números da epidemia revelam que, de 1980 a junho de 2018,
foram identificados 926.742 casos de aids no Brasil, um registro anual de 40
mil novos casos. Em 2012, a taxa de detecção de aids era de 21,7 casos por cada
100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3, queda de 15,7%. Na comparação com
2014, a redução é de 12%, saiu de 20,8 para 18,3 casos por 100 mil habitantes.
O Boletim também traz a diminuição significativa da
transmissão vertical do HIV, quando o bebê é infectado durante a gestação. A
taxa de detecção de HIV em bebê reduziu em 43% entre 2007 e 2017, caindo de 3,5
casos para 2 por cada 100 mil habitantes. Isso se deve ao aumento da testagem
na Rege Cegonha, que contribuiu para a identificação de novos casos em
gestantes. Em 2017, a taxa de detecção foi de 2,8 casos por 100 mil habitantes.
Nos últimos 7 anos, ainda houve redução de 56% de infecções de HIV em crianças
expostas infectadas pelo HIV após 18 meses de acompanhamento. Os novos dados
ainda mostram que 73% das novas infecções de HIV ocorrem entre no sexo
masculino, sendo que 70% dos casos entre homens estão na faixa de 15 a 39 anos.
Desde a introdução do tratamento para todos, até
setembro deste ano, 585 mil pessoas com HIV/aids estavam em tratamento. Os
antirretrovirais são totalmente financiados pelo Governo Federal. O Sistema
Único de Saúde (SUS) oferta um dos melhores medicamentos do mundo para
tratamento da doença, o dolutegravir. O medicamento está disponível
gratuitamente, sendo que 87% das pessoas com HIV já fazem uso do dolutegravir.
O medicamento aumenta em 42% a chance de supressão
viral (que é diminuição da carga viral do HIV no sangue) entre adultos quando
comparado ao tratamento anterior, usando o efavirenz. Além disso, a resposta
virológica com o dolutegravir é mais rápida: no terceiro mês de uso mais de 87%
os usuários já apresentam supressão viral, segundo estudos realizados pelo
Ministério da Saúde.
CAMPANHA
Também foi lançada, pelo Ministério da Saúde, uma
nova campanha publicitária contra a aids, que neste ano celebra as conquistas
nos 30 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids. A data foi instituída em 27
de outubro de 1988 pela Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de
Saúde, cinco anos após a descoberta do vírus causador da aids, o HIV.
A campanha será veiculada a partir de 28 de
novembro e, como parte das comemorações do dia 1º de dezembro, o Ministério da
Saúde resgatará a confecção de colchas de retalhos, os chamados quilt, que
traz mensagens de otimismo para quem vive com o vírus. O Ministério vai
estender um mosaico, formado por essas colchas, em um dos gramados da Esplanada
dos Ministérios. O material foi produzido por milhares de pessoas em várias
partes do país que utilizaram uma plataforma digital para produzir a sua
mensagem de apoio a causa.
Nivaldo Coelho
Agência Saúde
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