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quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Meu Conselho de Diretores precisa de um membro de segurança cibernética?

Os Conselhos de Administração estão mais envolvidos do que nunca em discussões e estratégias sobre a segurança cibernética de suas empresas e as soluções necessárias para evitar que ela esteja na próxima grande manchete.

As perguntas que estão fazendo não são mais tão simples quanto “estamos seguros?”, mas vão no sentido de “estamos fazendo tudo o que podemos para minimizar ou transferir riscos?”, e “o que faremos no caso de uma violação?”

Os Conselhos também querem saber se existem indicadores de desempenho que medem a postura de segurança da empresa, se a empresa está em conformidade com as regulamentações mais recentes e se possuem os controles de segurança para demonstrar essa conformidade.

Essa mudança radical também significa que os Conselhos têm novas opções: eles atuariam como agentes de mudança para a segurança cibernética? Eles tomariam as rédeas como tomadores de decisão? A segurança de TI é tão vital para os negócios que deveria ter representação direta no próprio Conselho, como um diretor de Segurança?

Muitos conselhos deram os primeiros passos, por exemplo, exigindo briefings trimestrais de segurança cibernética – alguns sendo apresentados diretamente pelo CISO ou vice-presidente de gerenciamento de riscos – em vez de depender de atualizações ocasionais ou para fins específicos. No entanto, quando se trata de representação real do Conselho, a maioria das empresas se encaixa em uma das seguintes crenças:

·                    "Não precisamos de um especialista em cyber em nosso Conselho. Temos um CISO/ CIO e isso é o suficiente."

·                    “A segurança cibernética é um problema de gerenciamento de riscos, de modo que o ciberespaço pertence à Diretoria como um item da agenda de relatórios esporádicos”.

·                    "Definitivamente, precisamos de um especialista em domínio cibernético que nos represente, mas não sabemos como essa pessoa deve ser e/ou não sabemos onde a encontrar e recrutar."

Para muitas empresas, as duas primeiras afirmações podem ser perfeitamente apropriadas, por enquanto. Na verdade, a maioria dos Conselhos de administração está optando por agir como agentes de mudança, mas apenas pela transferência de risco – recomendando ou exigindo seguros de segurança cibernética para sua organização.

Mas outras empresas mudaram a chave. A Sally Beauty Holdings, a Huntington Bancshares e outras empresas adicionaram ao Conselho especificamente membros com ampla experiência cibernética. O que mudou para impulsionar essa escolha? Todas as Diretorias deveriam considerar fazer o mesmo?

A resposta é sim e não, simultaneamente. Mas, se você acha que é um sim para sua empresa ou está em dúvida, aqui está uma estrutura que cria uma estratégia de recrutamento e ajuda a fazer uma escolha mais fundamentada:


Perfis de candidatos

Em primeiro lugar, o candidato tem de ser um membro de Conselho em plena ação. Idealmente, os candidatos já teriam atuado em Conselhos de empresas similares, teriam atuado em um ou mais Comitês (preferencialmente de Risco ou Auditoria) e seriam eficazes no mesmo conjunto de funções do Conselho que outros membros. O membro precisará ter todas as habilidades interpessoais do Conselho que apoiam e definem a liderança: ética, integridade, gerenciamento de crises e muito mais.

Idealmente, qualquer candidato deve ser obrigado a ter não apenas experiência técnica e de segurança cibernética, mas também experiência nos campos financeiro, operacional e executivo (preferivelmente C-Suite).

Em segundo lugar, certifique-se de que o membro do Conselho seja um complemento e tenha afinidade cultural com os executivos responsáveis pela execução da segurança cibernética (CIO, CISO, gerente de Risco). A última coisa que você quer fazer é contratar um diretor que crie conflitos ou envie a mensagem errada para os outros executivos. Assegure-se de que os limites definidos para o membro do Conselho sejam adequados para evitar conflitos.

Além disso, seu conhecimento de domínio de segurança cibernética deve ser específico para os tipos de risco que causariam os maiores danos a uma organização. Portanto a Diretoria e a equipe executiva precisam realizar algumas diligências técnicas e análises profundas sobre qual tipo de risco cibernético é mais importante para sua organização:

                    Danos à reputação a partir de um vazamento maciço de dados dos clientes.

                    Perda de milhões de dólares em tempo de inatividade.

                    Perda de valor para o acionista e perda de confiança do cliente.

                    Perda de propriedade intelectual.

                    Todas as alternativas anteriores.

Com base no tipo de risco cibernético mais crítico para a sua organização, você pode começar a determinar de qual tipo de especialista cibernético você precisa. Você necessita de alguém que possa ser um proxy para o CISO? Alguém que tenha que estar em Brasília o tempo todo e que saiba sobre política? Um guru de Centros de Operação de Segurança e Ferramentas de Empacotamento Avançada que tenha defendido contra-ataques de nações? Ou você precisa de um especialista em RH de treinamento cibernético que aumente a força de trabalho em conscientização de segurança?

A tabela abaixo é um exemplo de como você pode atender às suas necessidades com o perfil de candidato ideal:

Perfil 1: Super CISO
Perfil 2: Redutor de Riscos
Perfil 3: Especialista em Regulatório e Legislação
   Características desejadas:
 atuações múltiplas como CSO/CISO;
                experiência prévia em Conselho;
               especialista em continuidade de negócios;
               focado em resposta a incidentes. 
  Características desejadas:
 transferência de risco cibernético;
 especialista em privacidade de dados;
 diminuição de brechas;
 experiência jurídica. 
   Características desejadas:
 especialista em Legislação Cibernética;
 Conformidade/Regulação;
 influenciador da indústria;
 experiência com RelGov.


Como procurar o candidato certo

Existem várias maneiras pelas quais sua empresa pode buscar o candidato certo para o que ela exige.

                    Empresas tradicionais de busca de Conselhos. Muitos dos grandes recrutadores têm uma prática de busca de Conselhos, mas eu pessoalmente recomendo os atiradores de elite que não fazem nada além disso.

                    Organizações profissionais e organismos de certificação. Associações nacionais têm excelente capacidade de colocação e são grandes proponentes do cyber na sala de reuniões.

                    Influenciadores da indústria. Algumas das principais personalidades do universo da segurança cibernética têm uma agenda recheada de executivos experientes e diretores de Conselho que podem se mostrar bons candidatos.


Conclusão

Comece sua busca de longo prazo para esse membro do Conselho agora, pois pode levar muitos meses para encontrar o candidato com as qualidades adequadas, afinidade cultural e, claro, disponibilidade para ocupar o lugar. Você pode ter certeza de que terá que passar um pente fino no mercado para selecionar os principais candidatos, uma vez que as habilidades de pré-requisito são escassas.


Enquanto isso, uma pequena lista de atividades:

                    Certifique-se de que você tenha um consenso para a nova contratação com a Diretoria e a equipe executiva. Não faça suposições!

                    Crie um cronograma realista com funções e responsabilidades específicas para os membros do Conselho, executivos e consultores externos, conforme necessário – uma pesquisa no Conselho pode levar até 12 meses ou mais, então esteja preparado!

                    Determine com antecedência se você precisa de um recrutador especializado para ajudar – quanto mais cedo esse consultor estiver envolvido, melhor.

                    Faça a auditoria de necessidades internas e o perfil de risco para identificar o tipo de candidato ideal – certifique-se de incluir o maior número possível de interessados, incluindo funcionários do Departamento Jurídico, o CISO, o CSO, o VP de RH, funcionários de Compliance etc.

                    Analise sites como o LinkedIn e faça uma lista de candidatos (não necessariamente concorrentes reais) para ajustar o perfil.





Tom Bennett - empreendedor, CEO, investidor e membro do Conselho com mais de 35 anos de sucesso abrangendo softwares, segurança, energia e aeroespaço e defesa. Atualmente, ele atua nos Conselhos de três empresas de tecnologia e, anteriormente, atuou nos Conselhos de Administração da Cylance e da Cybersponse.



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