Nutricionista do
Instituto da Criança dá dicas sobre quantidade e tipos
de chocolates que devem ser oferecidos aos pequenos
Ficar de olho no tamanho e na quantidade de
ovos de chocolate que as crianças ganham na Páscoa é
importante para evitar o consumo exagerado e os efeitos negativos associados ao
açúcar e às gorduras presentes no doce como cáries, colesterol e triglicérides
altos e obesidade.
O alerta é da nutricionista Lenycia
Neri, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP.
As vantagens do chocolate estão
ligadas ao teor de cacau. Embora não existam muitas pesquisas sobre o
benefício do fruto para crianças, estudos em adultos demonstram o consumo
regular associado à diminuição do risco de doenças cardiovasculares, já que o
cacau contém compostos responsáveis por atividade antioxidante,
anti-inflamatória, vasodilatora e combativa à obstrução arterial.
Segundo a nutricionista, durante o período
de exposição das crianças à guloseima os pais não devem descuidar da
alimentação normal e adequada. “É preciso respeitar os horários das refeições e
a qualidade da alimentação. Oferecer alimentos com menor teor de gordura,
restringir outros doces e aumentar a oferta de frutas e hortaliças ajudam a
equilibrar a alimentação. Quando existem exageros na ingestão de qualquer
alimento, os demais grupos alimentares que devem ser consumidos são
esquecidos”, explica.
A dica é separar a porção
de chocolate para consumo e não deixar o ovo à disposição para a
criança comer o quanto quiser. Ela lembra que menores de dois anos de idade não
devem consumir açúcares e doces. A partir dessa idade, a quantidade recomendada
é de uma porção de 55 kcal por dia. Considerando apenas o consumo de chocolates como
doces, se a criança ganhar um ovo de páscoa de 100g (560 kcal) e
consumir uma porção por dia, este ovo durará 10 dias.
Confira
abaixo outras dicas para escolher os ovos e as maneiras mais adequadas para
oferecer o doce aos pequenos
(Fonte:
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas)
· Optar
pelos amargos ou meio amargos
Os
benefícios do chocolate estão associados ao teor de cacau e dos
compostos fenólicos, responsáveis pelo amargor. O chocolate amargo é
o ideal e, em segundo lugar, o meio amargo. Apesar da opção ao leite ser a
preferida das crianças, ela contém menos cacau e mais açúcar. O branco não é
recomendável por não conter cacau. Os recheados podem conter maior quantidade
de açúcares e gorduras.
· Avaliar
os ingredientes do produto
Os
ingredientes aparecem listados nos rótulos dos produtos em forma decrescente, a
partir do que está presente em maior quantidade para o menor. Observar a lista
pode facilitar a avaliação da proporção de ingredientes como cacau e gorduras.
Olhar a tabela nutricional também contribui para a seleção do ovo com menor
quantidade de calorias, especialmente em relação às gorduras totais e trans. Os
pais com crianças alérgicas a alimentos ou doença celíaca devem fazer a leitura
cuidadosa dos rótulos para evitar contaminação cruzada (quando o produto contém
pequenas quantidades do item causador de alergia por contaminação acidental no
processo de produção). É recomendável optar por produtos especialmente
formulados para as restrições como os sem glúten, à base de soja ou alfarroba.
· Ensinar
a criança a saborear os alimentos
Quando
a criança comer o chocolate é importante que esteja em ambiente
agradável e não tenha distrações (como televisão ou computador). Sentir o aroma
e consumir devagar, deixando o alimento derreter na boca, permitirá que a
criança se satisfaça com pequenas quantidades. Além disso, vale lembrar
que chocolate não é lanche e sim sobremesa.
· Reações
ao chocolate
A
reação alérgica ao cacau é rara. As reações, em geral, estão associadas a outros
componentes presentes nos chocolates como leite, amendoim ou
castanhas. O consumo em excesso de qualquer alimento rico em gordura e açúcar,
no entanto, deve ser evitado por poder desencadear dores abdominais, diarreia,
náuseas e vômito.
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