Campanha
#NãoTáTranquiloNãoTáFavorável reúne desde Maria da Penha até jovens do
movimento Estaremos Lá
A campanha #NãoTáTranquiloNãoTáFavorável,
realizada pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos, reúne mulheres ativistas de
várias gerações que buscam o engajamento da sociedade na luta por direitos como
o fim da violência, do machismo e da homofobia.
Entre as participantes da campanha está
a farmacêutica bioquímica Maria da Penha, cuja luta pela punição do ex-marido
agressor inspirou a lei que criou mecanismos para coibir a violência doméstica
e familiar contra a mulher.
Em 1983, Maria da Penha levou um tiro
nas costas enquanto dormia, ficou paraplégica e viu o ex-marido ser julgado e
condenado duas vezes, mas mesmo assim ficar livre. O caso, relatado no livro
“Sobrevivi...Posso Contar”, lançado em 1994, serviu de instrumento para que o
Brasil fosse denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA e,
a partir disso, mudasse a legislação.
Dez anos após a promulgação da lei que
leva seu nome, Maria da Penha participa da campanha
#NãoTáTranquiloNãoTáFavorável pedindo que os mecanismos de proteção à mulher
sejam preservados e não modificados como defendem alguns parlamentares.
A mobilização de forças conservadoras
no Brasil atual ameaça direitos conquistados nas últimas décadas e cria um
cenário de retrocessos para os direitos das mulheres. É nesse contexto que o Fundo
Brasil busca o fortalecimento da sociedade na defesa dos direitos já garantidos
e na conquista de novos.
Os benefícios da legislação que protege
as mulheres ainda não chegam a todas as brasileiras e, portanto, além de lutar
pela preservação da Lei Maria da Penha é necessário atuar para que ela chegue a
todas as regiões do país.
O Mapa da Violência 2015 mostra que a
cada hora e meia uma mulher é assassinada no país. Hoje são 13 mortes de
mulheres por dia no Brasil, em geral assassinadas por pessoas de sua família,
companheiros ou namorados.
Além de Maria da Penha, a campanha
conta com a participação de ativistas como Sueli Carneiro, do Geledés Instituto
da Mulher Negra; Jurema Werneck, da Criola; Mafoane Odara, Instituto Avon; Denise
Dora, ouvidora da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul; Débora Silva, do
Movimento Mães de Maio; Letícia Sabatella, atriz e cantora; e Alexandra Loras,
ex-consulesa da França em São Paulo.
Além de Letícia Sabatella, outras
artistas engajadas em causas sociais também aderiram à mobilização. Entre elas
estão as cantoras Leci Brandão e Fabiana Cozza, e a rapper feminista Luana
Hansen.
Entre as jovens engajadas, a
mobilização conta com as participações de Jessica Tauane, do Canal das Bee e do
Canal Gorda de Boa e, as meninas do movimento Estaremos Lá.
Há várias formas de participar da
campanha: enviar selfies ou vídeos; criar hashtags ou utilizar as que estão
disponíveis no hotsite; baixar imagens para usar no Facebook ou compartilhar a
campanha com amigos por meio das redes sociais.
Fundo
Brasil
O Fundo Brasil é uma fundação independente, sem fins
lucrativos, que tem a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis
para destinar recursos a defensores e defensoras de direitos humanos em todas
as regiões do pais.
A fundação atua como uma ponte, um elo
de ligação entre organizações locais e potenciais doadores de recursos.
Em quase dez anos
de atuação, a fundação já destinou R$ 12 milhões a cerca de 300 projetos em
todas as regiões do país. Além da doação de recursos, os projetos selecionados
são apoiados por meio de atividades de formação e visitas de monitoramento que
fortalecem as organizações de direitos humanos.
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