Está aberta a temporada de festas, eventos e
viagens. Quem cuida dos pais idosos precisa se planejar com antecedência para
ter tranquilidade e garantir qualidade de vida para eles
Final
de ano costuma ser uma época de correria para as famílias. Planejamento e
organização das ceias de Natal e Ano Novo, festas, compra de presentes, amigo
secreto da equipe de trabalho, da turma de amigos, apresentação de fim de ano
dos filhos, reuniões de fechamento, escalas de plantão e, muitas vezes, viagem
de férias.
Quem
tem uma agenda lotada assim e ainda a responsabilidade pelos pais idosos
precisa incluir esses cuidados na lista. Caso seja uma época de atividade muito
intensa, que demande longos períodos de ausência, ou exista uma viagem marcada,
que o idoso não possa ou não queira acompanhar, é preciso lançar mão de
alternativas para garantir o bem-estar deles.
Alguns
filhos optam por deixar os pais em residenciais exclusivos para idosos
(instituições de longa permanência) durante as festas de final de ano e as
férias da família. O que proporciona uma comodidade para os filhos que podem
viajar mais livremente, sabendo que os pais estão amparados em uma instituição.
Mas, certamente, há idosos que prefeririam ficar no conforto de suas próprias
casas. Além disso, a especialista em qualidade de vida na terceira idade da
Senior Concierge, Márcia Sena, alerta que é preciso ponderar os prós e os
contras antes de institucionalizar um idoso, pois podem surgir impactos
negativos na vida deles devido a institucionalização, mesmo que por curto
período. “Esse período de "férias" pode retirar a autonomia parcial
que essas pessoas possuíam antes de irem para a instituição e, a convivência
com pessoas de diferentes graus de lucidez e saúde, pode trazer consequências,
como depressão, para um idoso que se encontra mais saudável", explica
Márcia.
O sistema de
“aging in place”, uma novidade no Brasil, é uma opção para os filhos que
assumem integralmente as funções de cuidados com os pais idosos e não têm a
quem confiá-las nesse período. Através do sistema é possível montar uma
estrutura simples que proporcione segurança e permita que o idoso fique no
conforto de sua casa enquanto a família viaja de férias. Por exemplo, antes dos
responsáveis embarcarem, profissionais podem fazer uma avaliação na residência
para verificar se ela está adequada e segura para o morador com idade avançada
desenvolver suas atividades rotineiras. São observados itens como a existência
de tapetes e objetos que ofereçam risco de quedas, se existe a necessidade de
instalação de barras de apoio ou corrimãos, as condições de iluminação, entre
outros fatores.
A proposta é
que os familiares viajem tranquilos, enquanto os pais recebem todo o suporte
necessário para o dia a dia, como organização e controle de medicamentos, entrega
programada de alimentação, limpeza da casa, programação e acompanhamento de
passeios, até aparelhos de tele assistência que podem ser acionados para
receber atendimento de emergência. “É possível garantir uma série de cuidados
que proporcionem mais bem-estar, autonomia e tornem mais prática e segura a
vida dos idosos”, esclarece Márcia.
São
muitas coisas a se pensar para garantir o bem-estar dos pais idosos. “Não
importa o grau de dependência, é preciso estar atento a todo tipo de
necessidade. Os idosos mais ativos também precisam de cuidados, porque muitas
vezes querem sair para fazer compras, resolver pendências sem incomodar os
filhos e, uma companhia pode auxiliá-los nestas atividades. Sem falar que no
final do ano é mais perigoso deixá-los saírem sozinhos”, diz a especialista.
Outra
coisa importante a se pensar neste período é a comunicação. Esta época costuma
trazer momentos de reflexão e, muitas vezes, de solidão para os mais velhos. É
interessante incentivar e até mesmo investir em cursos de informática para que
eles aprendam a fazer compras online, usar as ferramentas de chamada de voz com
imagem pelo computador e até mesmo o uso de aplicativos de mensagens
instantâneas pelos smartphones. Assim, mesmo quando os filhos e os netos
estiverem distantes, é possível manter contato de uma forma mais dinâmica e sem
deixar espaço para a saudade.
“É
comum nesta época do ano os idosos ficarem melancólicos por se lembrarem das
pessoas que já partiram e sentirem ainda mais falta dos familiares que moram
longe, por isso, os filhos devem ficar cientes que merecem sim se divertir, mas
também devem redobrar a dose de cuidado e amor com os entes queridos da
terceira idade”, reforça Márcia Sena.
Márcia Sena
- especialista em qualidade de vida na terceira
idade da Senior Concierge. Possui MBA em Administração na Marquette University
(EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica. Criou a Senior
Concierge a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu
trabalho como executiva e cuidar dos pais que estão envelhecendo. Se
especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu
serviços com foco na manutenção da autonomia de pessoas da melhor idade no seu
local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar,
tarefas domésticas do dia a dia e segurança contra males súbitos.
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