Muita espera,
falta de informação clara e escassez de procedimentos mais modernos estão entre
os principais problemas apontados pelos pacientes
Pesquisa
realizada pela PROTESTE Associação de Consumidores com 1.257 pacientes de
câncer ou pessoas responsáveis por alguém que tem ou teve a doença, mostra que
há muitos obstáculos que precisam ser enfrentados rumo à cura. Um deles é o
próprio acesso ao tratamento: 14% dos entrevistados tiveram dificuldade para
conseguir uma vaga nos hospitais – e 17% ficaram na fila de espera. A distância
de casa até o local de terapia foi outra dificuldade para 35% das pessoas.
Mesmo para
quem consegue iniciar o tratamento, outros problemas são enfrentados: 20% dos
respondentes sofreram com a carência de alguns medicamentos ou de tratamentos
específicos.
Diante disso,
não havia outro caminho a não ser usar seus próprios recursos. Resultado: 31%
acabaram passando por dificuldades financeiras ao longo do tratamento. Mas isso
não foi uma realidade só de quem se tratou pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Mesmo quem tinha plano de saúde precisou custear algo.
Embora a
maioria da população não tenha acesso ao plano de saúde, 41% dos entrevistados
alegaram realizar o tratamento em rede particular com cobertura total pelo
plano de saúde. E 39% fazem inteiramente pelo SUS. Há ainda os que deram
preferência à rede particular e contam com cobertura parcial do plano (14%) ou
não contam com cobertura (6%).
Dentre os
entrevistados, 59% fizeram ou fazem tratamento em centros especializados em
procedimentos contra o câncer; 41% fizeram ou fazem tratamento em hospitais ou
clínicas não especializadas.
Os principais
pontos que pesaram na hora de escolher onde seria realizado o tratamento foram:
40% por indicação do médico; 27% por ser renomado centro de tratamento
contra o câncer; 24% por recomendação; 16% pela proximidade de onde vive o
paciente e 9% por ser o único centro que oferece aquele determinado tipo de
tratamento.
Sobre o
último tipo de procedimento a que foi submetido, 33% apontou a quimioterapia;
22% cirurgia; 19% radioterapia e 14% outros. Apenas 5% dos respondentes se
submeteram a procedimentos considerados inovadores, que são a imunoterapia, a
terapia-alvo e as drogas experimentais. Comparando com outros países onde este
estudo também foi aplicado, a diferença é nítida: na Bélgica, por exemplo, 11%
foram submetidos a esses tratamentos.
Para ter
acesso ao tratamento, 35% dos respondentes afirmaram ter sido necessário
deslocar-se para longe de casa. Já 20% se depararam com a carência de remédios
ou procedimentos, 17% enfrentaram uma longa fila de espera e 14% sofreram
devido à falta de vagas. Ainda entre as dificuldades, 31% passaram por
problemas financeiros por causa dos custos provenientes dos procedimentos
realizados. Além disso, 14% disseram ser difícil achar dados claros e precisos
sobre o tratamento ou sobre a doença.
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