Apenas 32%
das mulheres com câncer de mama atingem o nível de atividades físicas
recomendadas as que não têm a doença
Até pouco tempo atrás, acreditava-se que
mulheres que estão passando ou passaram pelo tratamento de câncer de
mama não podiam fazer atividades físicas regulares, pois poderiam levar à piora
de algumas complicações decorrentes do tratamento, como, por exemplo, o
linfedema, um inchaço crônico nos braços que pode aparecer após a cirurgia e
causar muitas dores. Essa crença era ainda maior em casos de metástases
ósseas, quando a doença original atinge os ossos, mas a atividade física
controlada ajuda e alivia esses sintomas, diminui os efeitos colaterais do
tratamento e atua em caráter preventivo para que o câncer não retorne.
Um estudo realizado na Universidade de Yale, nos
Estados Unidos mostrou que, pacientes com câncer de mama, que caminhavam três
horas por semana, tiveram em média 46% mais chances de cura, se comparadas as
outras pacientes que não possuíam este hábito. Todavia, em pacientes que
aderiram a esta prática após décadas de sedentarismo, a porcentagem foi de
33%. “Engana-se quem acredita que o paciente com câncer precisa ficar de
repouso absoluto e está isento de praticar exercícios físicos. Se a pessoa
tiver boa capacidade funcional, a atividades físicas e, principalmente,
exercícios aeróbicos são grandes aliados. Dessa forma, pacientes com
câncer de mama devem praticar exercícios físicos e cuidar da alimentação, de
forma a não ganhar peso durante o tratamento”, destaca Dr. Marcelo Bragança dos Reis,
responsável pelo setor de Onco-Ortopedia da UFRJ.
Outros estudos ainda revelam que é pequena a
proporção de mulheres diagnosticadas com câncer de mama que realizam atividades
físicas regulares. Segundo pesquisa publicada pelo International Physical Activity
Questionnaire (IPAQ) e foi
tema do American Society of
Clinical Oncology 2015
(ASCO), apenas 32% das mulheres com câncer de mama atingem o nível de
atividades físicas recomendadas para mulheres que não têm a doença, isto é, 150
minutos/semana. Além disso há uma tendência à redução em duas horas/semana do
nível de atividade física após o diagnóstico de câncer de mama, sendo que
mulheres obesas apresentam uma redução ainda maior.
Mas quando não é recomendado?
Algumas situações clínicas podem impedir
temporariamente a paciente de praticar atividade física. Saber como estão as
taxas sanguíneas é extremamente importante antes de iniciar qualquer exercício,
não é indicado para pacientes com anemia e com nível baixo de plaquetas e
pacientes com alterações cardiovasculares graves. Pacientes com metástase
óssea, assim como osteoporose, artrite e lesões nos nervos devem evitar
exercícios que provoquem tensão nos ossos, para esses casos são indicados
exercícios de baixo impacto como hidroterapia e hidroginástica
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