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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Atividade Física: uma aliada no tratamento do câncer de mama



 
Apenas 32% das mulheres com câncer de mama atingem o nível de atividades físicas recomendadas as que não têm a doença


Até pouco tempo atrás, acreditava-se que mulheres que estão passando ou passaram pelo tratamento de câncer de mama não podiam fazer atividades físicas regulares, pois poderiam levar à piora de algumas complicações decorrentes do tratamento, como, por exemplo, o linfedema, um inchaço crônico nos braços que pode aparecer após a cirurgia e causar muitas dores. Essa crença era ainda maior em casos de metástases ósseas, quando a doença original atinge os ossos, mas a atividade física controlada ajuda e alivia esses sintomas, diminui os efeitos colaterais do tratamento e atua em caráter preventivo para que o câncer não retorne.

Um estudo realizado na Universidade de Yale, nos Estados Unidos mostrou que, pacientes com câncer de mama, que caminhavam três horas por semana, tiveram em média 46% mais chances de cura, se comparadas as outras pacientes que não possuíam este hábito. Todavia, em pacientes que aderiram a esta prática após décadas de sedentarismo, a porcentagem foi de 33%. “Engana-se quem acredita que o paciente com câncer precisa ficar de repouso absoluto e está isento de praticar exercícios físicos. Se a pessoa tiver boa capacidade funcional, a atividades físicas e, principalmente, exercícios aeróbicos são grandes aliados. Dessa forma, pacientes com câncer de mama devem praticar exercícios físicos e cuidar da alimentação, de forma a não ganhar peso durante o tratamento”, destaca Dr. Marcelo Bragança dos Reis, responsável pelo setor de Onco-Ortopedia da UFRJ.

Outros estudos ainda revelam que é pequena a proporção de mulheres diagnosticadas com câncer de mama que realizam atividades físicas regulares. Segundo pesquisa publicada pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) e foi tema do American Society of Clinical Oncology 2015 (ASCO), apenas 32% das mulheres com câncer de mama atingem o nível de atividades físicas recomendadas para mulheres que não têm a doença, isto é, 150 minutos/semana. Além disso há uma tendência à redução em duas horas/semana do nível de atividade física após o diagnóstico de câncer de mama, sendo que mulheres obesas apresentam uma redução ainda maior.


Mas quando não é recomendado?
Algumas situações clínicas podem impedir temporariamente a paciente de praticar atividade física. Saber como estão as taxas sanguíneas é extremamente importante antes de iniciar qualquer exercício, não é indicado para pacientes com anemia e com nível baixo de plaquetas e pacientes com alterações cardiovasculares graves. Pacientes com metástase óssea, assim como osteoporose, artrite e lesões nos nervos devem evitar exercícios que provoquem tensão nos ossos, para esses casos são indicados exercícios de baixo impacto como hidroterapia e hidroginástica

Respeitar os limites físicos é muito importante para definir quais atividades são ideais. É importante que a paciente encontre harmonia entre exercícios que não exijam demais do corpo que está fragilizado, apresentem resultados positivos e lhe traga prazer. "Numerosos estudos já comprovaram a eficácia da atividade física na prevenção do câncer. Caminhar, correr, jogar tênis ou até mesmo praticar jardinagem são formas de exercício. Não só queima calorias, mas também pode ajudar a diminuir a ansiedade, a fadiga durante o tratamento do câncer e o risco de recidiva da doença. Vale lembrar que para iniciar exercícios físicos com mais segurança, consulte sempre o seu médico", alerta Dr. Marcelo Bragança dos Reis.




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