Pouco
conhecido entre os tutores, o câncer nos ossos é mais comum em animais de
grande porte e traz como principal sintoma fortes dores
Com
a proximidade do Dia
Mundial de Combate ao Câncer, 4 de fevereiro, os médicos
veterinários do Grupo
Pet Care fazem um importante alerta aos tutores: os pets também
podem desenvolver um dos tipos mais agressivos da doença, que atinge os ossos. O
diagnóstico rápido e preciso é fundamental para oferecer maior qualidade de
vida aos animais que apresentam o problema. “O câncer ósseo tem evolução rápida
e agressiva, em 30 dias o aspecto da lesão piora muito e o risco de metástase é
alto. Após confirmação diagnóstica o tratamento deve ser instituído o mais
rápido possível”, explica o médico veterinário Alex Lafarti, especialista em
Oncologia.
O
principal sintoma da doença é a dor, que pode estar ou não acompanhada de um
inchaço do osso afetado. “Por isso o paciente manca intensamente, perde o
apetite e fica quieto”, detalha Lafarti. “Pela fragilidade óssea podem ocorrer
também fraturas repentinas”, completa.
A
causa específica do câncer ainda é desconhecida, mas é possível afirmar que
alguns fatores podem predispor o animal ao aparecimento do câncer como:
genética herdada dos pais, exposição do animal a produtos cancerígenos,
radiação, obesidade e a inflamação, causada por traumas constantes. “Os ossos
longos como o úmero, rádio, fêmur e tíbia são os mais frequentemente
acometidos, provavelmente por serem esses ossos que sustentam o peso corpóreo.
Porém, ossos como costelas e vértebras, mandíbula e da cavidade nasal também
são acometidos”, diz o oncologista.
Os
cães de porte grande e gigante, como Dogue Alemão, Fila Brasileiro, Rottweiler,
Mastiff, São Bernardo, Doberman, Pastor Alemão e Weimaraner, têm maior
predisposição para o desenvolvimento da doença, que aparece geralmente entre os
sete e nove anos. “Isto está relacionado com o tamanho desses animais e não com
a raça especificamente”, ressalta Lafarti.
Diagnóstico e tratamento
O
diagnóstico da doença é feito através de uma combinação de exames laboratoriais
e por imagem. “O raio-X muitas vezes indica a presença do problema, mas a
citologia e a biópsia com análise histopatológica podem ajudar a diferenciar
uma lesão óssea por bactérias ou fungos e também ajudam na identificação do
tipo de neoplasia (tumor) que estamos enfrentando”, detalha o especialista. “Já
o estadiamento da doença, que é definir o grau de avanço, pode ser feito
utilizando-se recursos como a tomografia computadorizada”.
O
tratamento normalmente inclui a remoção cirúrgica do membro afetado e em
algumas situações específicas apenas o osso comprometido é retirado, na
tentativa de preservar o membro. “Em seguida é instituído um protocolo
quimioterápico, além de uma terapia de apoio a fim de amenizar sintomas
secundários”, ressalta. “Animais com alterações em coluna, joelho e articulação
coxofemoral (bacia) podem ter um pior prognóstico quanto à locomoção e requerer
terapias complementares como acupuntura e fisioterapia, porém devemos levar em
consideração que a dor em tumores é de extrema intensidade e o controle somente
é feito com a remoção da lesão, preservar o osso afetado nessa situação não é
opção. O uso de antiinflamatórios e analgésicos deve ser iniciada logo que
aparece a suspeita da doença”, finaliza Lafarti.
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