Este período compreende desde o início da busca pela primeira consulta médica até o início efetivo do tratamento
A
pesquisa "Jornada do Paciente com Câncer", lançada em junho pela ALS
BRASIL, líder global no fornecimento de soluções, com patrocínio da Bristol
Myers Squibb, uma biofarmacêutica global, revelou que os pacientes com câncer
levam cerca de um ano para iniciar o tratamento no setor público, além do período
anterior de identificação de sintomas, que está entre 12 e 24 meses. Esse
período de um ano compreende desde o início da busca pela primeira consulta
médica até o início efetivo do tratamento.
No
início da jornada do paciente, 33% dos entrevistados relataram que os sintomas
surgiram entre um e dois anos anteriores, sendo os principais dores intensas,
sangramento anormal e presença de nódulos ou tumores. O tempo de espera para a
primeira consulta após o surgimento dos sintomas variou: 72% dos entrevistados
do setor privado aguardaram de 1 a 3 meses, enquanto no setor público esse
período foi de 4 a 6 meses para 15% dos pacientes.
Diagnóstico
Durante
a jornada do paciente para receber o diagnóstico, quase todos os respondentes
(95%) passaram por até 4 especialistas para obtê-lo, sendo o clínico geral 51%
das primeiras consultas. Essa espera varia de acordo com cada tipo de câncer:
78% dos respondentes com câncer de pulmão passam por 1 a 2
médicos/especialistas até chegar no diagnóstico final. Já os cânceres de mama,
próstata, colo e pulmão passaram por mais especialistas (média 36% de 3 a 4
especialistas).
No
geral, 55% dos pacientes tiveram o diagnóstico entre 1 e 3 meses. O tempo para
obter o diagnóstico final varia de acordo com o tipo de câncer e sistema de
saúde usados: 34% dos pacientes dizem que o processo desde o aparecimento de
sintomas até chegar no diagnóstico final levou de 2 a 3 meses. Esse processo
pode ser mais rápido levando até 1 mês (21%), principalmente no sistema privado
(36%), ou levar mais de tempo de 4 a 6 meses (22%) no sistema público.
As
principais dificuldades no geral são o tempo prolongado para marcação de
consultas, agendamento de exames e recebimento dos resultados dos exames
(+60%), vulnerabilidade emocional (+40%) e dificuldades financeiras (+30%).
Da
primeira consulta até a realização dos primeiros exames, 83% declaram que levou
até 3 meses, 44% levaram até 1 mês, entre esta porcentagem, estão
principalmente pacientes do sistema privado (63%).
A
lentidão no sistema público para a realização de exames faz com que os
pacientes optem pela utilização do sistema misto, uso do sistema público e
privado. Para 74%, o principal motivo para os exames serem realizados de forma
mista foi pela demora do agendamento no sistema público, levando os pacientes a
pagarem parte dos exames no sistema particular, e 40% pela falta de cobertura
de exames, tanto no público como privado.
Temos
as leis dos 30 dias [que determina esse como prazo máximo para realização de
exames diante de suspeita de câncer] e dos 60 dias [tempo limite para início de
tratamento, quando confirmado o diagnóstico], mas precisamos fazer com que
sejam cumpridas, que o sistema consiga dar respostas. Tem lugares no Brasil em
que as pessoas aguardam um ultrassom numa fila de espera de dois anos. As leis
são importantes porque facilitam o acesso, mas a gente sabe que são muitas as
dificuldades de serem de fato implementadas”, ressalta Marlene Oliveira,
fundadora e presidente do Institulo Lado a Lado pela Vida.
Tratamento
Já
na fase do tratamento, em geral 74% receberam em até 3 meses os resultados de
exames para poderem iniciar as intervenções necessárias. Para 38% dos
pacientes, o tempo entre o recebimento dos resultados de exames até iniciar o
tratamento foi de 2 a 3 meses. Já para 51%, no sistema privado, esse tempo
reduz para até 1 mês de espera. E no público 27% apenas.
A
duração do tratamento varia de acordo com o tipo e estágio do câncer. Entre os
pacientes que concluíram o tratamento, cerca de 38% relataram uma duração de até
seis meses, enquanto 36% mencionaram um período de 7 a 12 meses.
Em
geral, mais de um quarto (28%) dos pacientes que finalizaram o tratamento
levaram mais de um ano, especialmente aqueles que fizeram uso de ambos os
serviços de saúde (68%) e os diagnosticados com câncer colorretal (50%). No
caso dos pacientes atendidos pelo sistema privado, a duração média do
tratamento foi de 2 a 3 meses (35%). Enquanto isso, para 55% dos pacientes
ainda em tratamento, o período já ultrapassa um ano.
Sobre
orientação médica durante o tratamento, 90% dos pacientes com câncer
entrevistados se sentiram bem orientados pela equipe médica durante o
tratamento, principalmente os do sistema privado (98%). Este número cai para
87% no público.
“No
Brasil, temos dois cenários. O do mercado privado e o do público e ambos
enfrentam grandes barreiras no tratamento. No âmbito da saúde privada, as
operadoras têm um modelo que tem impacto negativo nos pacientes porque as novas
tecnologias não são incorporadas e, mesmo quando fazem parte do rol da ANS
[Agência Nacional de Saúde Suplementar] e o fornecimento é obrigatório, não são
prescritas em razão do custo. No sistema público, por sua vez, os protocolos
são limitadíssimos. Temos um modelo único, universal, mas falido. Teria que haver
uma reestruturação para que ele se sustente. Hoje, as medicações evoluíram, com
novas tecnologias, e o que nós queremos é que o paciente possa ter acesso a
elas. No nosso dia a dia, acompanhamos o processo de um medicamento para
mieloma múltiplo que foi incorporado no SUS há dois anos e em muitos lugares
ainda não é usado. E estamos falando de um produto incorporado com quase 20
anos de atraso. O segredo está em como fazer tudo isso funcionar”, alerta
Christine J. T. Battistini, presidente da International Myeloma Foundation
Latin America.
Acesso
Em
média, 50% declaram que o acesso ao tratamento está dentro do esperado. Em
relação às dificuldades ao acesso: 40% tiveram dificuldades ao tratamento
completo; 36% à marcação de consultas médicas; 33% à realização de exames; 31%
à medicação por infusão; 25% à monitoramento (pós-tratamento); 26% à medicação
oral.
Monitoramento
O
monitoramento para acompanhar evolução/remissão do câncer varia de 6 a 12 meses
para 66% dos casos. Para 38% dos pacientes que já finalizaram seus tratamentos,
o monitoramento para acompanhar a evolução/remissão da doença é feito
semestralmente e para 28% é feito anualmente, com 9% dos respondentes não
realizando o monitoramento.
Durante
este período, 70% realizam até 3 exames para monitoramento, 35% dos pacientes
realizam apenas 1, principalmente os pacientes com câncer de estômago (67%) e
próstata (52%) e do sistema privado (50%). Já 35% realizam de 2 a 3 exames a
mais.
“Queremos
ressaltar a importância da detecção precoce e da implementação de terapias mais
precisas e menos invasivas, visando não apenas o tratamento, mas também a
prevenção e a conscientização sobre o câncer. O compromisso da Bristol Myers
Squibb com a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e com o avanço da ciência
médica é reiterado através do apoio à pesquisa científica, que tem sido crucial
para o desenvolvimento de diagnósticos mais precisos e tratamentos eficazes”,
comenta Gaetano Crupi, Presidente e Gerente Geral da Bristol Myers Squibb
Brasil.
Sobre a pesquisa
A pesquisa Jornada do Paciente com Câncer tem como objetivo investigar a jornada do paciente com câncer, tanto no sistema público como privado. As entrevistas ocorreram entre 13 de abril a 26 de maio de 2023 com 300 pacientes de câncer das cinco regiões do Brasil.
Bristol Myers Squibb
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