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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Primeira Parada do Orgulho PCD do Brasil ocorre na Av. Paulista em 24/9

O evento, primeiro do gênero no país, é um manifesto em favor da equidade e da garantia dos direitos das pessoas com deficiência


A primeira edição da Parada do Orgulho PCD (Pessoa com Deficiência) ocorre no dia 24/9, domingo, das 10h às 16h, na Av. Paulista, 1.313 (em frente ao prédio da Fiesp), em São Paulo (SP). O evento, o primeiro do gênero no Brasil, é realizado pelos coletivos Vale PCD e Quilombo PCD e foi idealizado por Priscila Siqueira, Weverton Fonseca, Julia Piccolomini, Pedro Avelar e Marcelo Zig.

O objetivo do evento é apresentar as deficiências como parte natural da diversidade humana e se manifestar em favor da equidade e da garantia de direitos das pessoas com deficiência. 

Apresentações artísticas de PCD marcam a parada. Entre as atrações, está o ativista social e rapper Billy Saga, que é cadeirante e aborda o direito das pessoas com deficiência por meio da música. O músico e produtor musical Quixote, que tem uma deficiência no braço direito e aborda o preconceito, também está na programação.

“Discriminação e falta de acesso generalizada, seja ao mercado de trabalho ou a espaços físicos, são apenas os obstáculos mais óbvios que as PCD têm de enfrentar. A proposta da parada, então, é debater esses temas”, afirma Priscila Siqueira, especialista em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão.

“Escolhemos este mês para o evento tendo em vista o Setembro Verde, Mês da Pessoa com Deficiência. Em 21/9, é celebrado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência”, explica Priscila, que integra o time da Gombo, primeira agência brasileira especializada em influência, engajamento e projetos especiais exclusivos para o LinkedIn e que atua em ações com um time de renomados business influencers.


Números sobre PCD

Segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2022, do IBGE, cerca de 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais de idade do país (ou 8,9% desse grupo etário) tinham algum tipo de deficiência.

Outros números da mesma pesquisa revelam o cenário de PCD no Brasil:
- No terceiro trimestre de 2022, a taxa de analfabetismo para as pessoas com deficiência foi de 19,5%, enquanto entre as pessoas sem deficiência essa taxa foi de 4,1%.
- Apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o Ensino Médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência tinham esse nível de instrução.
- A taxa de participação na força de trabalho das pessoas sem deficiência foi de 66,4%, enquanto entre as pessoas com deficiência essa taxa era de apenas 29,2%. A desigualdade persiste mesmo entre as pessoas com nível superior: nesse caso, a taxa de participação foi de 54,7% para pessoas com deficiência e 84,2% para as sem deficiência.
- O nível de ocupação das pessoas com deficiência foi de 26,6%, menos da metade do percentual encontrado para as pessoas sem deficiência (60,7%).
- Cerca de 55% das pessoas com deficiência que trabalhavam estavam na informalidade, enquanto para as pessoas ocupadas sem deficiência esse percentual foi de 38,7%.
- O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas com deficiência foi de R$1.860, enquanto o rendimento das pessoas ocupadas sem deficiência era de R$ 2.690.

“Os números do IBGE sobre as PCD são muito esclarecedores e mostram que devemos lutar por equidade e pelos nossos direitos. Esse é o objetivo da Parada do Orgulho PCD”, finaliza Priscila.

Mais informações sobre a Parada do Orgulho PCD
www.instagram.com/paradapcd



Priscila Siqueira - pessoa com deficiência; psicóloga de formação; fundadora e presidente do Vale PCD; ativista PCD e LGBTQIA+; especialista em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão; consultora de acessibilidade em mídias, espaços, eventos e festivais, responsável por coordenar o acesso das pessoas com deficiência no Festival do Futuro; formada em Direitos Humanos pelo Instituto Maria da Penha.
https://gombo.com.br/gombers/priscila-siqueira

Gombo
www.gombo.com.br

 

Casos de pneumonia e tuberculose são responsáveis por milhares de mortes todos os anos

 

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Mobius lança novos kits de testes moleculares com mais de 90% de especificidade e possuem diagnóstico mais ágil, evitando sequelas e conferindo agilidade no tratamento

 

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelam que, só em 2018, a pneumonia foi responsável pela morte de mais de 800 mil crianças com até cinco anos em todo o mundo. A entidade chama atenção para o fato de que, a cada 39 segundos, morre uma criança vítima de pneumonia. Embora a taxa de mortalidade provocada pela enfermidade tenha registrado uma redução de 25,5% entre os anos de 1990 e 2015, a quantidade de internações e o alto custo do tratamento ainda representam grandes desafios para a área da saúde, no Brasil e no mundo. 

O Ministério da Saúde aponta que, entre janeiro e agosto de 2022, houve 44.523 mortes por pneumonia no Brasil. No mesmo período de 2021, foram registrados 31.027 óbitos. Entre janeiro e agosto de 2020, mais de 400 mil pacientes foram hospitalizados por conta de pneumonia, totalizando gastos de mais de R$ 378 milhões com serviços hospitalares. O valor gasto poderia ser evitado com diagnósticos mais rápidos e precisos, como o de biologia molecular, que oferece agilidade e confiabilidade no resultado, iniciando um tratamento assertivo e evitando, em alguns casos, internações a longo prazo ou medicação incorreta. 

Já no caso da tuberculose, em 2021, 10 milhões de pessoas foram diagnosticadas com a enfermidade no mundo, o que representa um aumento de 4,5% em relação a 2020. Dessas, 1,6 milhões morreram, incluindo 187 mil entre as pessoas vivendo com HIV, de acordo com informações de 2022 da Organização Mundial da Saúde (OMS). Até o início da pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 (COVID-19), a tuberculose foi a principal causa de morte provocada por um único agente infeccioso.

Em locais com condições insalubres de habitação e alta densidade demográfica ocorre uma transmissão maior, porque os mecanismos de prevenção acabam dificultados. Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul concentram 46% de todos os casos de tuberculose e 40% das mortes no mundo.

 

Pneumonia

Entre os sintomas da pneumonia estão dificuldade para respirar, tosse seca, cansaço e perda de peso. Eles se manifestam em função da inflamação e do acúmulo de líquido nos pulmões. Um dos agentes etiológicos da doença é um fungo chamado Pneumocystis jirovecii presente no ar que, quando aspirado por pessoas com o sistema imunológico mais comprometido, instala a doença. Em pessoas saudáveis, não causa sintomas. 

Marta Fragoso, infectologista do Hospital VITA, explica que a pneumonia tende a atingir mais pessoas que utilizam corticóides, imunossupressores, pacientes quimioterápicos ou que têm doenças que afetam diretamente o sistema imunológico como AIDS, neutropenia, doenças autoimunes e também transplantadas. É considerada uma das principais infecções oportunistas em indivíduos vivendo com AIDS.

“A dispersão global do fungo Pneumocystis jirovecii, que causa a doença, demonstrou que o organismo não possui tropismo regional, já que é encontrado em regiões litorâneas, climas áridos e florestas úmidas e em todas as estações do ano. A técnica de biologia molecular para a pesquisa do fungo no lavado broncoalveolar alcança 98% de sensibilidade e 93% de especificidade e, portanto, é altamente eficaz”, diz a médica. A desigualdade no acesso à saúde corrobora para o diagnóstico tardio da doença, acarretando a prevalência da enfermidade em algumas regiões do mundo. 

 

Tuberculose 

Já a tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, apresenta como principais sintomas dificuldade para respirar, tosse seca e prolongada, às vezes com sangue, e cansaço. Também podem causar emagrecimento, suores noturnos, febre e dor ao respirar quando a doença acomete a pleura, a membrana serosa que reveste a parede interna do tórax e envolve os pulmões. 

É transmitida por meio da inalação de aerossóis (tosse ou espirros) contendo o bacilo proveniente da via respiratória de um indivíduo doente. As Micobactérias não tuberculosas (MNT), encontram-se dispersas na natureza, como na água natural e potável, e apresentam patogenicidade variável, não sendo doenças transmissíveis. Elas vêm recebendo importância na rotina de diagnóstico laboratorial, por causarem doenças em pessoas imunocomprometidas, principalmente. As doenças causadas por elas são consideradas emergentes no Brasil. 

Para se ter ideia, de acordo com dados do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITE-TB), de 2013 a 2019, foram notificados 2.731 casos novos de doença pulmonar por Micobactérias não tuberculosas. A MNT com maior incidência no período foi M. kansasii, com 622 casos, seguida de espécies do CMA e do Complexo M. abscessus, com 612 e 339 casos, respectivamente. 

Marta explica que os sintomas da doença pulmonar por Micobactérias não tuberculosas são semelhantes à evolução crônica da tuberculose, com tosse crônica com expectoração e, menos frequentemente fadiga, febre, escarro com sangue e emagrecimento. “A dificuldade do diagnóstico ocorre porque as doenças apresentam sintomas semelhantes”, diz a infectologista. 

“O tratamento da tuberculose é feito com uma combinação de antibióticos específicos e tempo variável de acordo com o órgão acometido. Já o tratamento da doença causada pelas MNT é mais desafiador com a associação de diversos antibióticos com tempo mais prolongado, geralmente de 12 a 18 meses”, complementa a infectologista. 

Nesse cenário, há, ainda, outro agravante: até hoje a tuberculose é bastante desconhecida ou ignorada no Brasil. Cerca de 50% da população não sabe que ela existe, ou acredita se tratar de uma enfermidade do século passado. Além disso, cerca de 50% dos profissionais da saúde não sabem diagnosticá-la ou tratá-la. Os dados são de estudos internos do Ministério da Saúde. 

 

Mobius lança testes rápidos com mais de 90% de eficácia

A dificuldade do diagnóstico ainda é um ponto que prejudica a agilidade no tratamento das doenças, o que pode acarretar um prejuízo na mitigação dos danos que elas podem provocar aos organismos.

No caso das pneumonias virais e bacterianas, os sintomas são mais evidentes. Já a pneumonia por Pneumocystis jirovecii, nos casos mais graves e que afetam, principalmente, pacientes imunossuprimidos, manifesta-se mais tardiamente e vai debilitando o paciente aos poucos, no período de algumas semanas. Nos dois casos, o tratamento é feito por meio de antibióticos. 

Para identificar este tipo de infecção com agilidade, a Mobius, empresa que desenvolve e comercializa produtos destinados ao segmento de medicina diagnóstica, acaba de lançar um novo exame de biologia molecular para detectar o Pneumocystis jirovecii, o XGEN MASTER PNEUMOCYSTIS JIROVECII. O exame baseia-se na técnica de PCR, com amostras preferencialmente obtidas por broncoscopia, que permite avaliar a traquéia, os brônquios e parte dos pulmões. 

Outro exame de biologia molecular que a empresa está lançando é o XGEN MASTER MTB + NTM, kit master para detecção do complexo M. Tuberculosis e Micobactérias não tuberculosas, a partir de amostras de pesquisa direta e cultura do bacilo do M.tuberculosis no escarro ou lavado broncoalveolar. 

O teste de sensibilidade da Mobius também detecta a resistência dos isolados de Mycobacterium tuberculosis aos medicamentos utilizados no tratamento da tuberculose e é bastante efetivo para guiar a indicação e a prescrição dos medicamentos. 

“Para todas as doenças, as formas de prevenção e tratamento mais adequadas são diagnóstico precoce, tratamento disciplinado e antecipado, controle dos contatos com quimioprofilaxia se necessário e a vacinação com BCG, que protege o indivíduo dos casos mais graves”, conclui a médica. 

 

Mobius
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Como a alimentação pode ajudar no combate ao estresse?

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Imagem de Freepik Em 23 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Estresse, e para orientar sobre o tema, o Dr. Edson Ramuth, CEO do Emagrecentro, dá dicas para uma dieta equilibrada na redução da ansiedade


Determinados alimentos e bebidas possuem a capacidade de atenuar os sintomas do estresse, como ansiedade, nervosismo e irritabilidade. Ao mantermos o corpo bem nutrido, estamos, de fato, fortalecendo sua capacidade de enfrentar o estresse de forma mais eficaz. Uma dieta que seja tanto saudável quanto equilibrada nos proporciona os nutrientes essenciais para otimizar o desempenho corporal, incluindo vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis. Além de contribuir para a diminuição do risco de doenças crônicas, tais como diabetes, enfermidades cardíacas e respiratórias. 

Para mais, o estresse também pode levar ao ganho de peso, à obesidade e à fadiga. Essas alterações podem afetar a aparência física e a autoestima das pessoas. Abaixo, o médico especialista em nutrologia e emagrecimento Dr. Edson Ramuth, CEO da rede de clínicas de emagrecimento e estética Emagrecentro, lista alguns exemplos de alimentos e bebidas para ajudar no combate ao estresse: 

  • Frutas e vegetais: são ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, que são nutrientes essenciais para a saúde mental. Eles também são uma boa fonte de fibras, que podem ajudar a regular o açúcar no sangue e reduzir a inflamação. Por exemplo, os alimentos ricos em magnésio, como vegetais verde-escuros, ajudam a relaxar os músculos e a aliviar a ansiedade. Ingredientes ricos em vitamina C, como frutas cítricas, morangos e pimentões, são boas opções para fortalecer o sistema imunológico e reduzir a suscetibilidade a doenças.
  • Peixes gordurosos: como salmão, atum e sardinha, são uma excelente fonte de ômega-3 e têm sido associados a uma redução na ansiedade. O nutriente é um anti-inflamatório natural, que pode ajudar a reduzir a inflamação associada ao estresse. Além de aumentar a produção de serotonina, que ajuda a regular o humor, e reduz os níveis de cortisol.
  • Cacau: é uma ótima fonte de flavonoides, que são antioxidantes que podem ajudar a proteger o cérebro do cansaço.
  • Chá-verde: por ser uma fonte de catequinas, são antioxidantes e podem ajudar a reduzir a inflamação e melhorar o humor.

“Para manter uma rotina de alimentação saudável, é preciso fazer refeições regulares e equilibradas ao longo do dia, escolher alimentos frescos e integrais, limitar a ingestão de alimentos processados, açúcares e gorduras saturadas e beber bastante água”, alerta o médico, e completa, “é importante notar que a dieta não é a única maneira de lidar com o estresse. Exercício regular, dormir bem, praticar técnicas de relaxamento e terapia também podem ser úteis”.

 

Emagrecentro
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Combater estigma associado a doença mental é imprescindível para prevenir suicídios

 De acordo com psicóloga Gislene Erbs, falar sobre o assunto de forma natural é a maneira mais eficaz de criar um ambiente mais acolhedor e informado sobre saúde mental e prevenção ao suicídio

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas no mundo todo morrem por ano devido ao suicídio. Na grande maioria dos casos, a falta de conhecimento ou o preconceito com relação ao tema é determinante para esse resultado. Nesse sentido surgiu a iniciativa brasileira do Setembro Amarelo, campanha para conscientizar a população sobre a importância da prevenção do suicídio e transtornos mentais que podem ser sua causa.

A psicóloga e autora do livro “Sim ou Não – A difícil arte de colocar-se em primeiro lugar na sua vida”, Gislene Erbs, comenta como o estigma associado a transtornos mentais contribui para que pessoas cometam suicídio, isto porque o medo de estarem doentes gera um desconforto, que pode piorar o quadro e até gerar a desistência do tratamento. “É comum as pessoas não saberem o motivo de estarem com dificuldades e transtornos. Quando entendem que estão doentes, o preconceito que sentem em relação a isso só piora o quadro, porque tendem a negar a doença”, diz.

Gislene explica que a psiquiatria é uma área da medicina e tem entre outras funções o tratamento por meio de medicação na reorganização fisiológica. Já a psicologia está relacionada à compreensão das dificuldades e à reorganização dos pensamentos e comportamentos.

A psicóloga destaca a importância da disseminação do conhecimento a respeito do tema para fazer com que mais pessoas busquem tratamento e melhorem sua condição. Conforme Gislene, falar sobre o assunto de forma natural é a maneira mais eficaz de criar um ambiente mais acolhedor e informado sobre saúde mental e prevenção ao suicídio. “Pessoas que já sofreram de alguma maneira com relação a isso deveriam relatar suas experiências, pois isso mostra que existe tratamento e melhora e desmistifica a doença mental, que ainda é vista como 'loucura' e um caso isolado”, afirma.

Além disso, segundo a psicóloga, campanhas como Setembro Amarelo e matérias jornalísticas abordando de maneira responsável o assunto são de grande ajuda para diminuir o preconceito e aumentar o conhecimento sobre os sintomas.

No que se refere ao papel dos governos para ajudar a prevenir o suicídio, Gislene afirma que mais acesso e agilidade no diagnóstico e tratamento das doenças psicológicas nas redes públicas são imprescindíveis. “A demora para as consultas e retorno com especialistas compromete a vida das pessoas que trabalham e necessitam ir várias vezes aos postos de saúde para conseguir uma única consulta”, diz.

 

Possíveis causas, sintomas e prevenção

São diversas as causas relacionadas aos transtornos mentais, desde fatores genéticos, psicológicos  a nutricionais. Gislene aponta a forma como a sociedade atual está estruturada como um dos aspectos causadores. Conforme a psicóloga, a velocidade e instantaneidade proporcionada pelas tecnologias existentes vem deixando o cérebro humano em estado de alerta, gerando nas pessoas sentimento de culpa, de insuficiência e de incapacidade, por não conseguirem atender a todas as demandas do dia a dia.

Gislene explica que este sentimento surge porque, diante da instantaneidade da comunicação e da rapidez e acúmulo das informações, as pessoas sentem a necessidade de estarem inteiradas o tempo todo sobre todas as coisas, seja no que diz respeito a aspectos da profissão, vida pessoal e até com relação às interações sociais. “Como é impossível acompanhar tudo, elas acabam por se sentirem inúteis, incompetentes e ineficientes, o que faz com que fiquem estressadas e ansiosas” diz.

Essas sensações despertadas por falharem no intuito de se manterem atualizadas a qualquer custo, explica a psicóloga, contribuem também para complicar a situação de pessoas depressivas, muitas vezes dando o gatilho para que cometam suicídio. “Isto porque em algumas ocasiões as atitudes suicidas não são premeditadas, mas tomadas por impulso, motivadas por um desespero momentâneo”, explica.

Já o uso excessivo das redes sociais e dos aparelhos eletrônicos, comenta Gislene, faz com que crianças, adolescentes e adultos se sintam mais solitários, o que aumenta as chances de desenvolverem transtornos mentais. A vida mostrada nas redes, comenta a psicóloga, é, na maioria das vezes, feliz, agitada, repleta de compromissos. “Ao verem que isso não está acontecendo com elas, as pessoas, principalmente jovens, tendem a aumentar o sentimento de falta e solidão”, explica.

Dessa forma, ressalta Gislene, o principal desafio da sociedade contemporânea é saber equilibrar a velocidade das informações com a saúde, o conhecimento profissional, habilidades sociais e os vínculos afetivos. “Todos somos responsáveis e temos de aprender a lidar com as novas demandas sem perder o foco na saúde”, declara.

Nesse sentido, a psicóloga sugere algumas ações preventivas que podemos incorporar no dia a dia visando promover e manter a boa saúde mental. De acordo com Gislene, com o objetivo de não sermos atropelados pelos afazeres cotidianos, evitando dessa forma, nos sentirmos impotentes, cansados e tristes, devemos estabelecer uma organização do tempo, das necessidades básicas, das metas e objetivos, separando um período do dia para descansarmos física e mentalmente, confraternizarmos com amigos e familiares, estudarmos e praticarmos o autoconhecimento.

Conforme a psicóloga, amigos e familiares são importantíssimos para prevenir o desenvolvimento de doenças mentais e para auxiliarem as pessoas que estiverem passando por dificuldades nesse sentido. O auxílio será mais eficaz, contudo, ressalta Gislene, se vier desprovido de julgamentos e conselhos. “Saber ouvir sem criticar ou responsabilizar é fundamental. Não há nada pior para quem está doente do que ouvir 'tudo depende de você'. Além de não ser verdade, o comentário só gera mais culpa e cobrança e contribui para o agravamento do quadro”, diz.

Para quem desconfia que está sofrendo de algum tipo de transtorno emocional, Gislene destaca alguns sintomas comuns que devem ser motivo atenção, tais como: insônia, tristeza, angústia, pensamento lento, dificuldade em tomar decisões, perda de interesse em atividade que antes eram prazerosas, irritação ou impaciência. A psicóloga ressalta, porém, que a intensidade dos sintomas é que definirá se a pessoa realmente está com algum problema ou não. Para isso, é de suma importância o auxílio de um profissional especializado: psicólogo ou psiquiatra, pois é ele que irá verificar o que realmente está acontecendo. “Quanto antes a pessoa buscar ajuda, mais rápido e mais simples será o tratamento da doença”, comenta.

Quanto a sinais e sintomas de pessoas em risco de suicídio, a psicóloga destaca que os mais evidentes, mas não tão comentados, são: revolta ou sentimento de injustiça, medo de ser rejeitado, de não ser compreendido, de ser ignorado e deixado de lado, sentimento de inutilidade e desesperança de mudança.

 

Gislene Erbs - Graduação em Psicologia pela Associação Catarinense de Ensino, graduação em Educação Artística Universidade da Região de Joinville e Mestrado em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade da Região de Joinville. Tem experiência na área da Saúde e Educação, com ênfase em Avaliação. Psicológica. Atuando principalmente nos temas: Saúde, Qualidade de Vida, Hipnose, Liderança, Carreira, Avaliação Psicológica. Autora do livro “Sim ou Não – A difícil arte de colocar-se em primeiro lugar na sua vida”

 

Nem todo tremor é doença de Parkinson. Entenda as cinco fases da doença

Neurologista do Iamspe explica os principais sintomas e a detecção precoce


Quando os primeiros tremores das mãos começam a surgir, a primeira preocupação do paciente é com a doença de Parkinson. Entretanto, ainda que leves, nem sempre as mãos trêmulas são sinal da doença, que se manifesta também por outros sintomas, como lentidão ao falar ou baixo tom de voz, dificuldade de deglutir, ou prejuízo da postura, como desequilíbrio.

Quando esses sinais têm alguma causa identificada, o problema não é Parkinson, explica o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior. O médico que atua na área de Neurologia Funcional do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), gerido pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Estadual (Iamspe) de São Paulo, destaca que uma variável determinante para o diagnóstico é encontrar os motivos que provocaram os sintomas.

A doença de Parkinson é descrita quando ocorre o comprometimento de uma região do cérebro chamada Substância Negra, com perda acima de 75% dos neurônios.


Cinco etapas da doença e mitos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são cerca de quatro milhões de doentes no mundo. A doença de Parkinson é a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais freqüente no mundo. Perde apenas para a Doença de Alzheimer.

Algumas crenças não contribuem com o tratamento e até dificultam a busca para a fórmula correta de melhorar as condições do paciente. Uma delas diz respeito a alguns tipos de alimentos, que poderiam evitar o Parkinson. É mito.

Segundo o médico Oliveira Jr. alimentos ricos em proteínas costumam dificultar a absorção de medicamentos e podem ser associados à piora do quadro clínico.

É importante ficar alerta a partir do surgimento dos primeiros sinais até a evolução completa da doença, dividida em cinco etapas, conforme as escalas de Hoehn e Yahr:

Fase 1: tiques e tremores leves, de um só lado do corpo, alterações de postura, perda de equilibro, lentidão na marcha e perda da expressão facial. É importante consultar um neurologista.

Fase 2: progressão bilateral dos tremores, comprometimento da fala, maior dificuldade para andar, sentar, levantar, deitar, e aumento da rigidez muscular. A ajuda de profissionais auxiliares, como fisioterapeutas e fonoaudiólogos complementam o tratamento indicado pelo neurologista. Esta fase pode surgir em meses ou até anos após o início dos sintomas.

Fase 3: A instabilidade moderada avança com mais dificuldades de locomoção, desenvolvimento de atividades rotineiras, como se vestir ou se alimentar sozinho. O paciente começa a ficar dependente de ajuda, principalmente, por ficar mais sujeito a quedas.

Fase 4: A partir desta etapa, há um agravo dos sintomas incapacitadores. O paciente fica mais dependente para caminhar e realizar outras tarefas, com os movimentos mais comprometidos e podem surgir alterações de humor, com risco de quadros depressivos. Um psicólogo pode ser agregado à equipe multidisciplinar.

Fase 5: A fase de dependência integral impede que o paciente fique sem acompanhamento porque tem grande dificuldade para andar ou permanecer em pé. Geralmente, vive acamado ou faz uso de cadeira de rodas. Pode apresentar quadros de alucinação o que requer ajuda do psicólogo para identificar esses sinais, decorrentes, muitas vezes, por efeitos colaterais da medicação.

O especialista também classifica em dois grupos os sinais e sintomas provocados pela doença.

Aqueles fora da área motora - como perda do olfato, do paladar ou alterações psiquiátricas – são sinais difíceis de diagnosticar e correlacionar com a doença. “Os sinais não visíveis necessitam da confirmação do paciente, o que nem sempre resulta num relato real da situação”, explica o especialista.

O médico José Oswaldo destaca, ainda, que o Parkinson é uma doença idiopática (manifestação espontânea não associada a outras causas) e que, muitas vezes, alguns sintomas semelhantes aos da doença são, na verdade, Parkinsonismo, outra disfunção com sinais semelhantes ao Parkinson, mas derivada de causas diversas.

De acordo com Oliveira Júnior há um consenso entre os profissionais que o diagnóstico de Parkinson sempre deve associar redução, lentidão ou ausência de movimentos a um dos outros sintomas do grupo perceptível, como tremor, rigidez, alteração da fala, entre outros.

No entanto, existem diferentes formas de manifestação do Parkinson, que podem efetivar uma doença com ou sem tremor; com ou sem alterações de humor, de postura ou da marcha. Mas sempre há lentidão, redução ou ausência dos movimentos, destaca o especialista.

A doença de Parkinson é degenerativa e não tem cura, embora os sintomas possam ser controlados e a evolução retardada com atividades físicas, que evitam o declínio cognitivo (de atenção, raciocínio e memória); fonoterapia, para exercitar grupos musculares que atuam na fala e deglutição e reduzem riscos de engasgos, broncoaspirações e broncopneumonias.

São medidas que podem evitar internações em ambientes de terapia intensiva e asseguram maior tempo de sobrevida com qualidade.


Detecção precoce

Considerada “doença de idosos”, o Parkinson se manifesta, na maioria das vezes, na faixa etária acima de 50 anos, mas são relatados casos na faixa entre 30 e 40 anos, e acima dos 80, segundo dados do atendimento ambulatorial do Hospital do Servidor Público Estadual, em São Paulo.

Se o diagnóstico do Parkinson exige diversas avaliações clínicas e exames laboratoriais, o que, muitas vezes, retarda o início do tratamento, a prevenção pode ser atingida com medidas que estimulem as funções cerebrais e o fortalecimento muscular. Há avanços nas medicações para conter os sintomas e complicações da doença, cirurgias sofisticadas que melhoram os efeitos físicos com menor grau de efeitos adversos.

Segundo o médico José Oswaldo de Oliveira Jr. Apesar de estudos avançados, ainda não há vacina eficaz e segura para prevenir o Parkinson. “Mesmo as fórmulas já estudadas apenas interromperiam mais mortes neuronais e a progressão da doença, mas não restaurariam o tecido cerebral perdido”, destaca.

Mesmo assim, o mais importante é detectar o doente ainda saudável que poderia manifestar a doença de Parkinson no futuro como candidato a uma vacina preventiva, o que ainda não é possível, complementa.

 

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe



Risco de transtorno alimentar entre adeptos da dieta vegana é baixo, sugere estudo

Mais de 60% dos participantes relatou a preocupação
com “ética e direitos dos animais” como motivação
 para aderir à dieta vegana
 
Silvia/Pixabay

Ao avaliar um grupo de quase mil veganos, pesquisadores da USP observaram uma prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais quase dez vezes menor que a média da população brasileira. Para os autores, explicação está relacionada com as motivações que levam à aderência aos diferentes tipos de dieta

 

 Motivada pela vontade de controlar o peso ou alcançar a boa forma, uma parcela significativa da população apresenta comportamentos, pensamentos ou sentimentos disfuncionais em relação à alimentação e ao corpo – é o que os especialistas chamam de “comportamento alimentar disfuncional” ou "comer transtornado”, um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Estão nesse grupo as pessoas que adotam dietas restritivas de forma impulsiva, as que se submetem a longos jejuns ou comem em excesso, bem como os indivíduos que sentem culpa ao ingerir certos alimentos.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) decidiu investigar a prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais entre os adeptos da dieta vegana, que tem se tornado bastante popular em tempos de sustentabilidade. De acordo com resultados divulgados na revista JAMA Network Open, apenas 0,6% dos quase mil participantes apresentaram o tal “comer transtornado”, um valor dez vezes menor que os 6,5% observados na população brasileira em geral.

Os autores explicam que o objetivo do estudo foi verificar se havia uma associação entre comportamentos alimentares disfuncionais e a escolha por esse tipo de dieta. A hipótese aventada pela literatura é a de que a dieta vegana poderia ser utilizada para legitimar a rejeição a determinados alimentos ou a certas situações relacionadas à alimentação, camuflando possíveis sinais de comportamento alimentar disfuncional ou até mesmo de transtornos alimentares.

“No entanto, os resultados do estudo tiram esse peso da alimentação vegana, pois indicam que a presença de comportamentos alimentares disfuncionais está mais associada aos motivos que levaram à adoção de uma determinada dieta do que ao tipo de dieta em si”, conta o professor Hamilton Roschel, que coordena o Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da USP.

Segundo ele, o fato de 62% dos participantes terem relatado a preocupação com “ética e direitos dos animais” como motivação para aderir a uma dieta vegana – enquanto apenas 10% terem mencionado “razões de saúde” – ajuda a explicar a baixa prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais no grupo estudado. “Entender as motivações para a adoção de uma dieta, bem como os motivos para as escolhas alimentares dos pacientes, nos ajuda a elaborar programas de atendimento nutricional mais focados e eficientes”, afirma.

Metodologia

Por meio de um questionário on-line, os pesquisadores da USP colheram informações sociodemográficas (como escolaridade, renda e geolocalização, entre outras) e avaliaram o consumo alimentar de 971 pessoas maiores de 18 anos de todo o país. Com todos os dados em mãos, foi possível observar qual era a porcentagem de adeptos da alimentação vegana que exibiam “comportamentos alimentares disfuncionais” e, consequentemente, estariam em maior risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Em uma segunda etapa, o estudo financiado pela FAPESP (projetos 19/14820-619/14819-820/07860-922/02229-4 e 17/13552-2) analisou os determinantes das escolhas alimentares dos participantes. Os motivos “necessidade e fome”, “gostar”, “saúde”, “hábitos” e “preocupações naturais” foram os mais importantes para essa população. Já “controle de emoções”, “normas sociais” e “imagem social” foram os menos importantes.

“Naturalmente precisamos avaliar a adequação nutricional e possíveis deficiências em dietas restritivas, mas, quando se trata de saúde mental, fica claro que o mais importante é entender o que levou cada pessoa a fazer sua escolha para monitorá-la e, se necessário, encaminhá-la adequadamente”, afirma Roschel. “Esses dados também podem ajudar a adequar intervenções públicas focadas na promoção da alimentação saudável e na prevenção ou tratamento dos transtornos alimentares.”

O pesquisador destaca a importância de estudos adicionais com amostras probabilísticas mais heterogêneas, que incluam avaliações qualitativas. E adverte que, por seguir um modelo transversal, o trabalho não permite inferir causalidade.

A investigação foi conduzida pelo Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição, que reúne cientistas da Faculdade de Medicina (FM-USP) e da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE-USP), e foi liderada pelas pesquisadoras Bruna Caruso Mazzolani e Fabiana Infante Smaira. Colaboraram Bruno Gualano, Gabriel P. Esteves, Martin Hindermann Santini, Alice Erwig Leitão e Heloísa Santo André.

O artigo Disordered Eating Attitudes and Food Choice Motives Among Individuals Who Follow a Vegan Diet in Brazil pode ser lido em: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2806586. E um vídeo com mais explicações pode ser conferido em: www.instagram.com/reel/CusGxIpNrcG/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng%3D%3D

 

Julia Moióli
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/risco-de-transtorno-alimentar-entre-adeptos-da-dieta-vegana-e-baixo-sugere-estudo/44880

 

Conheça os males que o estresse causa ao seu organismo

Dia Mundial de Combate ao Estresse é em 23 de setembro
e busca chamar atenção para o problema

Freepik
Neste dia que chama atenção para o problema, especialista cita as principais questões provocadas por esse sentimento, bem como maneiras de prevenção


Segundo o Ministério da Saúde, o estresse é uma reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. “Na prática estamos em contato direto e contínuo com situações corriqueiras que podem ser interpretadas pelo nosso cérebro como estressantes: trânsito, trabalho, filas, relacionamentos”, complementa o neurologista Iron Dangoni Filho. 

Estudo da International Stress Management (ISMA) considerou a força de trabalho brasileira como a segunda mais estressada do mundo. De acordo com a pesquisa, 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse e 32%, de síndrome de burnout. O sentimento é tão importante que tem uma data para chamar de sua, em 23 de setembro é o Dia Mundial de Combate ao Estresse, que causa consequências negativas no cérebro das pessoas. Iron Dangoni Filho cita algumas a seguir: 

  1. Aumenta as alterações psiquiátricas, com destaque para a ansiedade. “Tanto é, que a maioria das pessoas se consideram ansiosas atualmente”, alerta;
  2. Piora o sono, causando principalmente insônia, devido ao estado de hiperalerta, em que o cérebro “não para”;
  3. O estresse também é o responsável pela principal causa de dor de cabeça - a cefaleia tensionai;
  4. De forma indireta o estresse aumenta o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) - também conhecido como derrame, uma vez que aumenta o risco de fatores cardiovasculares: pressão alta, diabetes, colesterol elevado, entre outros;
  5. Leva a mudanças no comportamento, como piora do temperamento explosivo;
  6. Causa problemas de memória devido a piora da concentração e da atenção.

O médico explica que quando há prejuízo da qualidade de vida a pessoa deve consultar com um especialista. “Ele vai direcionar o tratamento medicamentoso para alguma patologia específica, destacando-se o transtorno de ansiedade, síndrome do pânico, transtorno depressivo, cefaleia tensionai, insônia e fibromialgia”, exemplifica o neurologista, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia. 

Contudo, Iron Dangoni Filho ressalta que para o estresse é preciso se basear principalmente em medidas de prevenção. “Atividades físicas regulares e atividades relaxantes como yoga e meditação. Leitura, tanto como relaxamento quanto como estímulo cognitivo. Ter hobbies, com atividades prazerosas e momentos de descontração. Além de terapia, que vale para todos, uma vez que cada um tem conflitos internos e externos únicos”, salienta o especialista.

 

Genética triplica chances de Alzheimer


Alzheimer pode se manifestar até uma
década antes e prejudicar funcionalidade
do indivíduo até mesmo em tarefas do dia a dia
Créditos: Envato
Mais de 1,2 milhão de pessoas no Brasil têm algum tipo de demência; sinais da doença podem surgir dez anos antes


“Tudo começou com pequenos esquecimentos; em seguida, notamos que ela já não tinha autonomia para realizar as atividades do dia a dia. Com o tempo, ela começou a se isolar, esquecendo principalmente os acontecimentos mais recentes e as pessoas próximas”. O relato é da bancária aposentada Ana Missio sobre sua mãe, Terezinha Missio, que tem 90 anos e foi diagnosticada com Alzheimer há pouco mais de dez anos. “Hoje, ela não reconhece mais ninguém e não consegue realizar tarefas simples como se alimentar sozinha. Precisamos de um cuidador em tempo integral”, explica a filha. 

Terezinha é a mais velha de nove irmãos. Uma delas, uma freira aposentada de 86 anos, também está em estágio avançado da doença. Não consegue mais sair da cama, nem falar. Outro, nove anos mais jovem do que a aposentada, começa a apresentar os primeiros sinais de demência. Uma das explicações para isso é o fator genético. Estudos apontam que parentes em primeiro grau têm mais que o triplo de chances de desenvolver a doença.


Sinais pontuais

Entre os tipos de demência, o Alzheimer é o mais comum. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que 1,2 milhão de pessoas tenham demência e que a prevalência em pessoas com 65 anos ou mais corresponde à metade dos casos.

Os primeiros sintomas podem começar até mesmo dez anos antes e se manifestam de maneira gradual. Inicialmente, é comum ocorrer o esquecimento de nomes ou de tarefas cotidianas simples. À medida que o tempo avança, a funcionalidade do indivíduo vai diminuindo gradualmente; ele deixa de conseguir fazer as coisas às quais estava acostumado e passa a depender da ajuda de terceiros, segundo explica o coordenador de Neurologia dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Carlos Twardowschy. 

“A perda de memória ocorre de forma lenta e progressiva, acompanhada de alterações comportamentais, como o isolamento e a apatia. O paciente também pode apresentar dificuldades em tarefas simples do dia a dia, como o uso de utensílios domésticos e a busca por palavras apropriadas. Esses são os sinais aos quais a família deve sempre estar atenta. Assim que eles começam a surgir, é indicado procurar atendimento médico para avaliação”, diz o neurologista. “Também é importante que as pessoas que tenham familiar em primeiro grau diagnosticados com Alzheimer, façam uma avaliação neurológica detalhada”, alerta.


Medicamentos

Existem vários estudos que apontam novas drogas para retardar os sinais da doença ou até mesmo estabilizá-la. Mas o fato é que os medicamentos utilizados e disponíveis hoje atuam nos sintomas e não na cura.

A indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi produz dois medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer.. A molécula bromidrato de galantamina para os níveis inicial a moderado, que possui uma tecnologia de liberação imediata e prolongada na mesma cápsula; e a molécula cloridrato de memantina para o nível mais grave da doença. “Temos o compromisso de conduzir pesquisas em busca de novas moléculas a serem incluídas em nosso portfólio de medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer, com o objetivo de oferecer um maior leque de opções terapêuticas e, assim, contribuir para uma melhor qualidade de vida dos pacientes”, explica a gerente de produto da Prati-Donaduzzi, Carolina Tiemi.

 

LMC: doença não tem cura, mas é possível atingir a cura funcional

A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é um tipo de câncer relativamente raro que afeta a medula óssea e a produção do sangue. Apesar de possuir um componente genético associado ao seu aparecimento no indivíduo, não é uma doença hereditária, com seus fatores de riscos ambientais não sendo totalmente conhecidos A doença acomete principalmente adultos e raramente é diagnosticada em crianças. Sua incidência é um pouco mais comum em homens.

A LMC possui uma característica singular, a presença da anormalidade genética no cromossomo Philadelphia. Este cromossomo é resultado da troca de material genético entre os genes ABL no cromossomo 9 e o gene BCR no cromossomo 22, formando o BCR/ABL. Por esse motivo o dia 22 de setembro (22/9) foi escolhido para simbolizar o Dia Mundial de Conscientização da Leucemia Mieloide Crônica. O cromossomo recebeu este nome porque foi descoberto nos anos de 1960 por pesquisadores da cidade de Philadelphia nos Estados Unidos.

A mutação leva a uma produção anormal e desenfreada de glóbulos brancos (leucócitos) maduros, que perdem a sua função e se acumulam no organismo impedindo a produção de células saudáveis do sangue. A doença é lenta e progressiva e pode causar palidez, cansaço, aumento do volume abdominal e dor no lado esquerdo do abdômen devido ao aumento do baço, suor noturno, perda de peso, dor óssea, infecções, hematomas e sangramentos.

Os primeiros indícios da doença são identificados por meio do exame clínico e do hemograma que evidencia o aumento no número de glóbulos brancos. A confirmação se faz por testes citogenéticos e de biologia molecular que identificam a alteração genética do gene BCR/ABL, o cromossomo Philadelphia.

O tratamento para cada paciente é baseado na fase da doença no momento do diagnóstico e na condição clínica do paciente. A maioria dos pacientes inicia o tratamento com medicamentos orais, os inibidores de tirosina quinase (ITKs), que atacam exatamente o alvo (o cromossomo Philadelphia), combatendo as células doentes. Os ITKs revolucionaram o prognóstico da doença, pois hoje em dia, os pacientes em tratamento apresentam uma doença crônica controlável com expectativa de vida igual à das pessoas livres desse diagnóstico. No entanto, o sucesso do tratamento depende da adesão do paciente ao uso dos medicamentos, afinal, quando tomados incorretamente podem gerar uma evolução da doença. Existem casos de evolução mais grave, cada vez mais raros, em que ainda é necessária a realização de quimioterapia endovenosa e do transplante de medula óssea.

Após o início do tratamento é muito importante realizar o acompanhamento do paciente para o monitoramento da doença residual mínima, que define a quantidade de células “doentes” ainda presentes no organismo durante as diferentes fases do tratamento. Esse monitoramento também é realizado por biologia molecular feito com uma simples coleta de sangue.

Em alguns casos, a interrupção do uso das medicações é possível para pacientes que atingiram níveis excelentes de controle da doença por tempo prolongado. Contudo, essa alternativa só é viável mediante supervisão médica pois caso seja detectado o reaparecimento das células leucêmicas, será necessário retomar o tratamento medicamentoso, o que ocorre em 50% dos casos. A LMC não é curável com as terapias atualmente disponíveis, mas atualmente, cada vez mais pacientes alcançam remissões extremamente profundas sendo usado o termo cura funcional.

 

Lorena Bedotti - hematologista do Grupo SOnHe, é formada pela PUC-Campinas. Tem Residência em Clínica Médica pelo Hospital PUC-Campinas, em Hematologia pela Unicamp e em Transplante de Medula Óssea, pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP-RP). É especialista em Hemoterapia e Hematologia e Transplante de Medula Óssea. Atua como Hematologista Oncológica no Centro de Oncologia Vera Cruz, na Oncologia do Hospital Santa Tereza e como médica assistente do transplante de medula óssea no Hemocentro e no Hospital de Clínicas da Unicamp. 

 

Número ou Notável? Decifra-te no Mundo Corporativo

 Mais que dígitos: A busca por reconhecimento no universo corporativo


Em uma das minhas caminhadas matinais, decidi me aventurar pelas ruas de um distrito financeiro. Observando a arquitetura envidraçada dos prédios, um pensamento me invadiu: será que as pessoas que trabalham lá dentro sentem-se tão transparentes quanto o vidro que as circunda? Em um mundo de logins e senhas, de matrículas e códigos de acesso, quem é você no universo corporativo?

Você já se perguntou, enquanto inseria os dígitos da sua senha no computador da empresa, se naquele ambiente você é apenas um número? Uma combinação específica de algarismos, um código de barras em meio a um estoque de talentos?

A maioria das empresas adota métricas e KPIs, necessárias, é verdade, para avaliar o desempenho e otimizar resultados. Mas por trás de cada gráfico, de cada relatório, de cada feedback, há uma pessoa. Uma vida inteira, composta de sonhos, paixões, medos e aspirações.

Entretanto, a ironia é que, em meio à avalanche de dados e números, perdemos o principal: a essência humana. A capacidade de reconhecer que o colaborador João, mais do que o sujeito da mesa 23 que bateu a meta do mês, é um ser humano que talvez escreva poesias nas horas vagas ou que, talvez, esteja enfrentando desafios pessoais imensuráveis.

O desafio provocativo desta crônica é te fazer refletir sobre sua própria posição nesse tabuleiro corporativo. Você se sente como um peão, movimentado de acordo com a estratégia da empresa, ou enxerga-se como uma peça vital, que merece ter sua singularidade reconhecida?

Para as empresas, fica o desafio de não permitir que a necessidade de quantificar tudo ofusque a realidade de que, por trás de cada número, há um profissional que quer, mais do que reconhecimento monetário, sentir que é visto e valorizado em sua totalidade.

Por fim, se você se percebe hoje como apenas um número no vasto mundo corporativo, lembre-se de que a capacidade de mudar essa percepção está, em grande parte, em suas mãos. Reinvente-se, destaque-se e faça-se notar não pelos dígitos de sua matrícula, mas pela grandiosidade do seu talento e humanidade. E se ainda assim a empresa não te reconhecer, talvez seja hora de buscar um lugar onde você seja mais do que um código: seja um notável.

 


Francisco Carlos
CEO Mundo RH


TRANSPARÊNCIA SALARIAL E IGUALDADE DE GÊNERO


Um tema crucial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária: a Transparência Salarial e a Igualdade de Gênero. A Lei 14.611/23 trata especificamente da igualdade salarial entre mulheres e homens nas empresas privadas.


Em resumo, a Lei 14.611/23 estabelece que as empresas privadas, como sociedades, fundações e associações, devem divulgar semestralmente um relatório de transparência salarial e critérios remuneratórios. Esse relatório é uma forma concreta de aplicar o pilar social das práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança), que busca promover a igualdade de gênero no ambiente de trabalho.


A divulgação desses dados é essencial para permitir a comparação objetiva entre salários e proporções de homens e mulheres em posições de liderança. No entanto, é importante destacar que a intenção não é expor a identidade individual de funcionários, mas sim possibilitar análises estatísticas para identificar possíveis diferenças salariais entre eles.


Com as medidas de transparência salarial, o mercado dá um passo para combater as desigualdades e fomentar a equidade e a diversidade no meio corporativo. Essa é uma regra que estimula a uniformização das faixas salariais, corroborando para um cenário de melhores remunerações e incentivando os profissionais a se qualificarem cada vez mais.


Para garantir a privacidade e proteção de dados, as empresas devem divulgar as informações em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e outras obrigações legais aplicáveis, sendo fundamental que o relatório seja elaborado com cuidado para evitar riscos de descumprimento e possíveis penalidades.


Vale ressaltar que a troca de informações sensíveis entre empresas concorrentes pode configurar infração à Lei de Defesa da Concorrência. Portanto, é crucial que as empresas adotem precauções especiais ao elaborar os relatórios para evitar violações.


Uma solução viável é utilizar razões matemáticas para comparar salários pagos a mulheres e homens em situações legalmente equiparáveis.


O objetivo de tal medida é a promoção da igualdade salarial, dando um passo significativo para a construção de um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.

 



Natasha Leonel – Diretora da área Trabalhista do Vigna Advogados.  Advogada, formada em Direito pela Faculdade Anhanguera de São Caetano do Sul e pós-graduanda em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho.


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