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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O país das oportunidades perdidas

Historicamente, toda crise termina em uma bifurcação: desenvolvimento ou abismo. Tristemente, mais uma vez o Brasil, ao final de novo período de turbulência, não faz a opção pelo desenvolvimento socioeconômico e humano. Difícil, portanto, ter alguma perspectiva otimista de futuro.

Os sinais não são nada animadores. O governo que acaba de assumir, eleito com o apoio de 16 partidos políticos, de intelectuais, da classe artística e de banqueiros – além de contar com a boa vontade da grande mídia tradicional -, antes mesmo de ser empossado se posicionou sobre temas relevantes de forma a gerar muita preocupação na classe empresarial, principalmente. As reações são sintomáticas: muitos dos economistas notáveis já se pronunciaram pelo distanciamento do novo governo, alguns até declarando arrependimento pelas manifestações anteriores de apoio.

Há razões para tamanha preocupação. A começar pelo aumento do número de Ministérios, dos atuais 23 para 37 pastas, número muito superior ao de países desenvolvidos como Alemanha (15), Estados Unidos (15), Itália (18), Reino Unido (22) e Rússia (17), com todos os custos que isso irá representar.

Outro motivo foi a PEC da Transição, pela qual o novo governo propôs ao Congresso autorização para gastar R$ 180 bilhões por ano acima do teto legal, por quatro anos. A justificativa foi a necessidade de garantir recursos para o pagamento do Bolsa Família, mas o Parlamento achou exagerado e modificou o projeto original, aprovando o estouro do teto por um ano apenas e no total de R$ 145 bilhões, considerando ser tempo suficiente para o governo que assume em janeiro fazer os ajustes necessários no primeiro ano do exercício a fim de assegurar recursos orçamentários dentro do limite legal para 2024.

Outra medida polêmica foram as alterações na Lei das Estatais, aprovadas em votação relâmpago, de modo a permitir o aumento de 0,5% para até 2% da receita bruta operacional como limite de despesas com publicidade para empresas públicas e sociedades de economia mista, em cada exercício. Também foi reduzida drasticamente (de 3 anos para apenas 30 dias) a quarentena entre a desvinculação da estrutura de partido político ou de trabalho vinculado à organização, estruturação e realização de campanha eleitoral e a posse do indicado para cargo de diretoria ou de conselho de administração de empresa pública e sociedades de economia mista da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Essa alteração – carta marcada para beneficiar histórico integrante do partido do presidente eleito – abriu uma brecha legal de efeito muito mais abrangente, mesmo porque a mudança também abrangeu a quarentena para cargos de agências reguladoras. As alterações facilitarão nomeações políticas em 587 cargos de alto escalão (272 diretorias e 315 vagas em Conselhos), com remunerações e benefícios que consumirão até R$ 3 bilhões por ano.

Além disso, o governo já prepara um novo substitutivo para a Lei, a fim de flexibilizar o acesso a cargos nos conselhos administrativos das estatais. Se aprovado, o governo garantirá mais espaço para seus aliados no comando das empresas, uma vez que 317 postos serão disponibilizados.

Tudo isso caminha na contramão de tudo o que se esperava: a moralização das estatais, que detêm os cargos com maior remuneração e que num passado muito recente foram palco de um enorme esquema de corrupção, responsável por condenações judiciais – depois revistas – de vários políticos que

agora retornam ao poder. O mais dramático é que a farra será estendida aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, num efeito cascata significativamente oneroso aos cofres públicos.

Temos, portanto, um sinal preocupante: a instituição de mais privilégios, com mais despesas, em vez do corte de gastos, em decisão totalmente dissociada da realidade das receitas. Uma afronta aos princípios básicos de administração.

Por outro lado, ainda não se ouviu do presidente eleito e de sua equipe de ministros nenhuma menção às propostas de redução de despesas, ao corte de privilégios ou a um plano de metas, essenciais à retomada do desenvolvimento do país, ansioso por um futuro melhor para seus 215 milhões de habitantes.

Nesta nação de decisões estranhas, um ministro da Suprema Corte decidiu às 23h37 de um domingo, logo após o encerramento da Copa do Mundo no Catar, de forma monocrática, que a manutenção do programa de transferência de renda (atual Auxílio Brasil) poderá se dar por meio de abertura de crédito extraordinário, o que deixa essas despesas fora do limite de gastos. Tal decisão se deu no julgamento de pedido apresentado por um partido político e, com ela, a discussão sobre a questão deslocou-se do Congresso Nacional, onde vinha sendo debatida possível alteração legislativa, para ter desfecho no Judiciário.

De volta aos números, o cenário atual remete à previsão de aumento do déficit público nominal – dos atuais R$ 800 ou R$ 850 bilhões para R$ 1,00 ou R$ 1,05 trilhão, valor superior a 9,5% a 10% do PIB Nacional. Não é pouca coisa. Além disso, o pagamento de juros aos bancos deverá superar R$ 900 bilhões ao ano, ou seja, montante superior a toda a arrecadação federal de quatro meses. E, o que é pior, os juros serão sempre crescentes, retardando a necessária desaceleração da taxa Selic. Significa dizer que os investidores e o mercado – que já mostraram certa desconfiança em relação ao futuro ministro da Economia - acompanharão ainda mais de perto todos os passos do novo governo.

Há motivos reais para preocupação. Afinal nenhuma medida foi anunciada em relação ao efetivo combate à corrupção, problema crônico apontado no ranking da ONU, no qual desde 2016 o Brasil aparece estagnado na 79ª posição entre os 176 país mais corruptos do mundo. Tampouco se fala em enfrentar, com urgência, o excesso de gastos com o funcionalismo público para desinchar a máquina administrativa e remunerar adequadamente os profissionais das áreas de educação, saúde e segurança pública.

Do mesmo modo, ainda não foi cogitado concretamente nenhum projeto de lei para reduzir as renúncias fiscais e os gastos tributários, que precisam cair dos atuais 5% para 1,5% do PIB a fim de se garantir mais recursos para investimentos em áreas essenciais para a população. Não se viu, igualmente, nenhuma preocupação em se apresentar um plano de metas, questão aliás, ausente dos programas de governo e dos debates eleitorais.

Não podemos nos eternizar como o país das oportunidades perdidas. Ao chegar à bifurcação, é preciso optar pelo caminho do desenvolvimento. O humorista Millôr Fernandes (1923-2012) dizia, jocosamente, que “o Brasil tem um enorme passado pela frente”. Temos agora uma nova oportunidade de fazer a piada perder a graça. É bom não desperdiçá-la.

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. https://samuelhanan.com.br

O futuro da gestão de restaurantes está na análise de dados

Os dados se tornaram a pedra angular para a sobrevivência das empresas num mundo hiperconectado. Alimentada por diversas de fontes de informações e inputs, a análise de dados avançada está transformando todos os setores, dos serviços de saúde ao mercado financeiro. Com algumas exceções, porém, as grandes redes de restaurantes têm sido mais lentas na adoção desta tecnologia -- o que é paradoxal, considerando o volume de dados que possuem e a variedade de maneiras que podem ser usados a seu favor. 

Como a alta liderança no setor de food service vem se preparando para lidar com inovação e novas tecnologias? Em mais de 20 anos de atuação neste mercado, ainda vejo muitas redes de restaurantes e franquias alimentícias que continuam trabalhando seus dados em planilhas simples e sistemas de inteligência de negócios obsoletos, sem usufruir de todos os benefícios da integração dos dados e da percepção analítica. 

O fato é que muitas empresas do ecossistema de food service, sobretudo as grandes redes franqueadoras do setor alimentício, já estão prontas para adotar a estratégia data driven em todos os seus processos e tomadas de decisão. Estas estratégias podem envolver desde precificação, alterações no cardápio, ações promocionais e de destaque de produtos até a abertura de novos pontos de venda a partir de insights de localização, enriquecendo a análise de dados com uma compreensão mais profunda de clientes e locais. Impulsionada por análise de dados em tempo real e aprimorada por inteligência artificial e machine learning, este tipo de solução baseada em nuvem permite que os restaurantes otimizem a previsão de demanda, merchandising, estoque, compliance e sustentabilidade em suas operações, melhorando as margens e oferecendo uma melhor experiência para seus clientes. 

Ao receber alertas de variações de preços de insumos, o gestor consegue ter previsibilidade e melhorar o controle de seu estoque, além de desenvolver campanhas específicas para cada tipo de prato, por exemplo, de acordo com cada horário, dia ou data especial. Outro recurso em alta é a precificação dinâmica, que ocorre quando o preço dos produtos flutua de acordo com as mudanças na demanda.

 

Campanhas mais efetivas 

Ao mesmo tempo, é fundamental que as marcas de food service tracem uma estratégia data driven que também contemple uma comunicação mais efetiva com seus clientes finais, não apenas para conhecer suas preferências, mas até mesmo para se antecipar aos pedidos. Aplicativo preferido dos brasileiros, o WhatsApp é, certamente, a melhor forma de impactá-los, desde que todas as regras de proteção dos dados e privacidade dos consumidores sejam respeitadas. Informações disponibilizadas publicamente pelos clientes em suas redes sociais também podem ser usadas neste cruzamento de dados para traçar os perfis de consumo. 

Conhecer o cliente e entender seus comportamentos e preferências faz grande diferença no faturamento. Há poucos dias, na edição desde ano NRF Retail's Big Show, principal feira do setor varejista do mundo, entre o hype gerado pelos potenciais disruptores tecnológicos e sinais de preocupação com a economia instável, um dos destaques ficou por conta das discussões em torno das tendências do varejo em 2023. De acordo com a consultoria NielsenIQ, um dos pilares para o sucesso no varejo é “conhecer o seu consumidor, mesmo quando ele está fora das quatro paredes da sua empresa ou site”. Isto mostra o quão importante são os dados, um dos maiores ativos para os empreendedores e gestores.

 

Edson Oliveira - CEO e cofundador da Opdv, plataforma especializada em soluções de gestão de vendas para o mercado de food service e franquias.

Janeiro está quase no fim: quais metas você ainda não tirou do papel?!

Menos de 8% dos brasileiros conseguem cumprir as metas estabelecidas em sua totalidade

Boas estratégias permitem que as metas sejam alcançadas. (Crédito: Unsplash)


Os primeiros meses do ano nos fazem refletir sobre muitas coisas. Existe a cobrança, desde o primeiro dia, em cumprir as metas e muitas delas pouco tangíveis. Tendemos a colocar muitos objetivos sem definição de prazo: curto, médio ou longo prazo. Além da importância de se colocar o prazo, ou seja, um período de tempo para que cada uma dessas metas sejam alcançadas, é importante ser realista e não colocar um volume robusto de objetivos no primeiro mês.

Quando vamos iniciar um planejamento anual é importante listar das maiores às menores prioridades, conseguindo distribuir a energia e otimização de tempo para as tarefas. Segundo levantamento realizado pela SLAC, Coaching – Sociedade Latino Americana de Coaching, menos de 8% dos brasileiros conseguem cumprir as metas estabelecidas em sua totalidade. Evidenciando assim que muitas pessoas não dão andamento em metade de suas listas.

No ambiente corporativo, um planejamento também deve ser feito. Com 2023 começando muitas empresas desejam se expandir e o papel de um colaborador é estar alinhado ao propósito dos negócios, afinal, se a empresa cresce, o funcionário também tem seus benefícios. 

“Como CEO de uma Edtech logo entendi que se não tivesse planejamento e organização, as conquistas da empresa não seriam alcançadas. O percurso para se alcançar o sucesso demanda tempo, otimização das tarefas e uma série de decisões difíceis, mas vale a pena. Quando algumas metas são realizadas, há um senso de compensação e de incentivo para continuar trabalhando para conseguir conquistar os objetivos. Mudar hábitos para conseguir atingir os objetivos diferentes requer tempo e adaptação. Já que quando não conseguimos cumprir com o que imaginamos, sem planejamento, nos sentimos ansiosos e desmotivados”, afirma Helaman Fernandes, CEO da Aliança.

Pensando nisso, o CEO da Aliança separou 4 dicas para que as suas metas possam ser alcançadas no ano de 2023. Confira:


1- Realize um plano de ação

A melhor maneira de tirar algo do campo das ideias, ou seja, do papel é partindo para a ação. Então se o seu plano é investir em uma capacitação, como aprimoramento de uma segunda língua, um mestrado ou doutorado, dê o primeiro passo e se inscreva, é uma das maneiras de se manter motivado!


2- Tenha um plano B

Mesmo partindo para o campo da ação podem surgir contratempos durante o percurso, então tenha outros caminhos em mente. Ex: Se as aulas são durante a semana e por conta das pendências de trabalho não consegue dar conta de todas as demandas da rotina, mude para o primeiro horário dos finais de semana, o segredo é não desistir. 


3- Use métodos de organização 

Objetivos e organização andam lado a lado, então se deseja alcançar finalmente suas metas em 2023 se organize o máximo possível. Hoje em dia existem vários métodos, por meio deles é possível gerenciar o tempo das tarefas, temos o método SMART, que segundo ele, uma meta, para ter maior chance de ser alcançada, deve ser:

S (specific): específica;

M (measurable): mensurável;

A (achievable): alcançável;

R (Relevant): relevante;

T (time based): e ter prazos definidos.


4- Realize uma autoavaliação e aprenda a dizer não

Só nós mesmos reconhecemos os nossos próprios limites, então montar uma lista com metas impossíveis de serem alcançadas só gerará frustração. Por isso, aprenda a organizar o dia a dia, faça o melhor na sua rotina, diga não ao que não é prioritário, e aprenda a impor limites. Novas metas só serão possíveis quando damos conta do presente. Priorize o seu presente para aí sim galgar metas futuras.

 

‘Lojista vai ter de conviver com inflação e juros altos em 2023’

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Para Fabio Bentes, economista da CNC, processo de desaceleração de preços visto no terceiro trimestre de 2022 ficou para trás, e comerciantes precisam ficar de olho na inadimplência

 

 

Após três anos e meio de pandemia do novo coronavírus, dois indicadores econômicos devem permanecer no radar dos varejistas durante todo o ano de 2023: inflação e juros.

Cenário traçado por Fábio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), revela um ano nada favorável aos negócios e ao consumo.

O ano começou com expectativa de alta de inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE, de trinta dias encerrado em 15 de janeiro, bateu em 0,55%.

Os setores que mais contribuíram para essa alta de preços foram comunicação (2,37%), saúde e cuidados pessoais (1,10%) e alimentos e bebidas, 0,55%.

“O processo de desaceleração de preços verificado no terceiro trimestre do ano passado ficou para trás. A inflação voltou, e em ritmo preocupante”, diz Bentes.

A alta de preços preocupa, de acordo com ele, porque tudo indica que o novo governo deve manter uma política fiscal expansionista, com menos compromissos com cortes de gastos.

“Isso faz com que as expectativas de inflação subam. Há seis semanas a projeção de inflação para este ano, que hoje está em 5,48%, está em alta”, diz.

Essa projeção está acima do teto, 4,75%, e do centro da meta, de 3,5%. “Há dois anos há descumprimento do teto e da meta de inflação.”


JUROS

Com inflação em alta, afirma ele, as expectativas para a taxa básica de juros (Selic), hoje de 13,75%, também são de alta.

A última projeção do Relatório Focus, que reúne estimativas do mercado financeiro, é de uma taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para este ano.

“Com este cenário, um processo para estimular a economia por meio de crédito fica bem mais difícil, pelo menos na primeira metade deste ano”, afirma.

Como consequência, diz, o varejo brasileiro deve crescer menos de 1% neste ano, ou 0,8%, de acordo com a sua projeção.

Para o economista da CNC, a taxa de juros média para o consumidor, que hoje é de 59% ao ano, deve subir para 76% neste ano.

Hoje, a maior taxa de financiamento para o consumidor é cobrada no parcelamento do cartão de crédito, de 180% ao ano, segundo último dado do BC. “Uma dívida de R$ 1.000, com esta taxa de juros, sobe para R$ 2.800”, diz Bentes.

Nas modalidades de crédito pessoal, aquisição de veículos, e financiamento de outros bens, as taxas são de 44,5%, 27,7% e 78,9%, respectivamente, ao ano, de acordo com dados do BC.


INADIMPLÊNCIA

Com essas taxas de financiamento, Bentes recomenda que os lojistas prestem mais atenção nos atrasos de pagamentos de clientes.

“Inflação e juros altos devem pressionar os indicadores de inadimplência.”

Em novembro do ano passado, a taxa média de inadimplência no país era de 5,9% nos atrasos acima de 90 dias, a maior taxa desde janeiro de 2017, de acordo com o BC.

Um mercado de trabalho em expansão, afirma Bentes, poderia contribuir para a melhora deste cenário. “Mas não podemos contar com isso em um ano em que a expectativa é de um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) menor do que 1%.”

Para a equipe econômica da CNC, a taxa de desemprego no país deve fechar 2022 em 9,5% e, neste ano, em 8,2%.  “Portanto, não será um ano fácil.”


BOLSA FAMÍLIA

O Bolsa Família, recursos que o governo dará para as famílias mais pobres, na avaliação do economista, deve ter efeito limitado na economia. “Não são recursos capazes de fazer o consumo bombar.”

O economista da CNC recomenda aos lojistas adequar o mix de produtos, considerando um mercado de trabalho mais fraco e uma taxa de inadimplência mais pressionada.

“Na medida do possível, o melhor é depender menos de crédito na hora de vender e de comprar. Se precisar de recursos para capital de giro, é bom fazer pesquisa entre os bancos.”

O e-commerce, que foi a boia de salvação de muitos lojistas, especialmente durante a fase mais crítica da pandemia, diz, deve ser considerado por lojistas de todos os portes.

“O varejista deve continuar apostando no e-commerce, mesmo considerando o que aconteceu com a Lojas Americanas. Outros players devem assumir.”

 

Fátima Fernandes

https://dcomercio.com.br/publicacao/s/lojista-vai-ter-de-conviver-com-inflacao-e-juros-altos-em-2023


Profissionais brasileiros recorrem ao visto EB3 para trabalharem nos Estados Unidos


De acordo com Daniel Toledo, advogado e especialista em Direito Internacional, a modalidade se popularizou por abranger trabalhadores com e sem experiência

 

Com um mercado de trabalho cada vez mais concorrido no Brasil, morar e trabalhar nos Estados Unidos se tornou uma opção viável para brasileiros que são elegíveis em algumas modalidades de visto no país.

O Visto EB3, por exemplo, que concede um Green Card aos seus portadores, é uma autorização de residência permanente nos EUA, destinada a trabalhadores que possuem uma oferta de emprego no país norte americano.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, essa modalidade foi criada para manter o mercado de trabalho americano aquecido. "Existe uma carência de profissionais em algumas áreas, e a possibilidade de trazer imigrantes de outros países, juntamente com suas famílias, é uma maneira de manter o mercado funcionando enquanto os cidadãos americanos não estão dispostos ou não tem conhecimento para preencher determinadas vagas”, relata.

O advogado afirma que existem algumas categorias que devem ser consideradas na hora de solicitar um visto EB3. “Os ‘trabalhadores qualificados’, por exemplo, precisam comprovar experiência de ao menos dois anos em sua área de formação. Por outro lado, na modalidade 'profissional', o visto é emitido para estrangeiros que tenham grau escolar superior ou equivalente ao que é requisitado aos trabalhadores americanos para aquela determinada ocupação. Vale lembrar que não podem ser vagas temporárias, mas sim trabalhos definitivos”, pontua.

Existe, também, a categoria “unskilled”, que dispensa esses dois anos de treinamento que são necessários na categoria de “trabalhadores qualificados”. “Essa modalidade de visto se popularizou muito nos últimos anos, principalmente por contar com um processo mais simples e rápido se comparado com as outras categorias. A não necessidade de qualificação profissional em uma área específica, faz com que muitas pessoas mostrem interesse pela aplicação de um visto EB3 vinculado a categoria ‘unskilled’”, revela Toledo.

Alguns dos principais pontos de destaque para aplicação do visto EB3 unskilled são:

  • O solicitante não pode ter registros criminais;
  • Obrigatoriedade de um exame médico comprovando bom estado de saúde;
  • Não exige investimento nos Estados Unidos;
  • Não exige nível superior de estudo nem especialização de determinadas áreas;
  • Não exige fluência em inglês durante a entrevista no consulado.

Com todos os trâmites executados e a solicitação de visto aprovada, o trabalhador terá direito a levar sua família para os Estados Unidos, mas existem restrições. “Além de conceder um Green Card, cônjuge e filhos menores de 21 anos, solteiros e não emancipados, podem acompanhar o solicitante. Os EUA permitem que o cônjuge tenha uma autorização de emprego, facilitando a transição de toda a família para o país”, finaliza o especialista em Direito Internacional.

 


Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 173 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos


Toledo e Advogados Associados
http://www.toledoeassociados.com.br

Consumidor pode pedir ressarcimento caso um procedimento estético não dê resultado? Advogada responde

Especialista em estética, Janina Ricardo também diz que as clínicas precisam informar ao cliente sobre os riscos de um procedimento


Quem faz procedimentos estéticos, provavelmente, já fez algum que não deu nenhum resultado. Será que quando um tratamento não dá certo o consumidor pode pedir o dinheiro de volta. A advogada Janina Ricardo, que atua no mercado de Beleza e Estética há mais de seis anos, diz que vai depender de uma série de fatores. 

 

"A definição de não dá certo é muito relativa, porque às vezes, o consumidor só não alcançou a expectativa dele… e se o profissional esclareceu e alinhou a expectativa de resultado, não vai haver não deu certo, nesse caso. Agora, se houver falha na prestação dos serviços, o consumidor pode, a seu critério: a) solicitar o reembolso dos valores pagos; b) requerer a dedução do preço; c)substituir o serviço por outro; isso tudo sem prejuízo de eventuais perdas e danos", esclarece.

 

Janina afirma que as clínicas e espaços de beleza precisam avisar sobre os riscos de um procedimento. "É um dever legalmente imposto pelo código de defesa do consumidor e que se não cumprido, há uma má prestação de serviços", destaca. 

A advogada também diz que o resultado mal sucedido pode gerar indenização. Se a responsabilidade do resultado for integral do profissional, sim! Mas se há (como na grande maioria dos procedimentos estéticos) a necessidade de cuidados do próprio consumidor e ele a negligência, não! Diferenciar os dois casos vai depender do protocolo de blindagem jurídica antes, durante e depois do procedimento", finaliza.


Risco de acidentes pode interditar empresas. Saiba como preven

Acidentes de trabalho podem provocar a interdição de empresas (Foto: Adobe Stock)

Advogado trabalhista alerta que penalidades variam de acordo com nível de proteção oferecida aos empregados



 


Na primeira semana deste ano, um operador de empilhadeira morreu ao ser atingido por paletes carregados de produtos químicos, em uma indústria no interior de São Paulo. A polícia apura as causas do acidente. Situações de risco como essa podem levar à interdição de empresas antes ou depois de qualquer ocorrência que atinja ou possa atingir trabalhadores.

Em outubro do ano passado, o Ministério do Trabalho interditou quatro tanques de etanol de uma usina em Alagoas, dias depois que outro tanque explodiu, deixando dois funcionários feridos. A interdição ocorreu durante a apuração das causas do acidente.

Em 2018, uma grande indústria de alimentos, no Rio Grande do Sul, teve diversas máquinas e setores interditados por oferecer riscos graves à saúde e à integridade física dos trabalhadores. Na área de movimentação de cargas, por exemplo, os trabalhadores estavam movimentando de 20.000 kg a 36.000 kg por dia, sendo que o limite máximo permitido a uma jornada de oito horas é de 10.000 kg.

Segundo a Lei 8.213/91, toda empresa “é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador”. Portanto, qualquer operação pode ser autuada ou interditada pela fiscalização, caso não ofereça as condições adequadas aos seus funcionários.

O advogado trabalhista Bruno Valente alerta que as penalizações das empresas por acidentes de trabalho dependem da proteção oferecida a seus funcionários. “A Justiça busca garantir o direito do empregado, que é a parte mais frágil. Já a empresa precisa demonstrar que toma todos os cuidados com a segurança de seus colaboradores”, ressalta.

Em 2020, uma grande rede atacadista e uma prestadora de serviços logísticos foram condenadas a pagar mais de R$ 100 mil a uma trabalhadora, por danos morais e materiais decorrentes de um atropelamento por empilhadeira, que reduziu sua capacidade de trabalho. Segundo a ação, não havia sinalização no corredor em que a empilhadeira estava sendo conduzida e a vítima não estava usando colete reflexivo para alertar sua presença na área.

De acordo com Afonso Moreira, especialista em segurança logística, em operações com muitas interações e movimentações entre máquinas e pessoas, fornecer equipamentos básicos de proteção e sinalizações de perigo pode não ser suficiente para reduzir o risco de acidentes. “E caso eles ocorram, o empregador pode pagar muito mais caro em indenizações do que se investisse em sistemas mais avançados de prevenção”, completa Moreira, que é diretor da AHM Solution.

 

AHM Solution
https://www.ahmsolution.com.br/


Intercâmbio em 2023: conheça o recurso de conversão automática antes de partir para o exterior

 Quem almeja fazer um intercâmbio em breve deve começar a se planejar, principalmente financeiramente; saiba como funciona a conversão automática, ferramenta aliada desse processo


Começo de ano é sempre a melhor época para colocar em prática as metas listadas durante o Ano-Novo. Para aqueles que querem aliar estudos a novos horizontes, um dos principais desejos costuma ser cursar universidades ou cursos fora do Brasil - seja por uma curta temporada para aprender um idioma novo, realizar uma graduação ou ainda uma pós.

 

De acordo com uma pesquisa da Associação das Agências de Intercâmbio no Brasil, o interesse dos brasileiros em viagem de estudos aumentou em 2022. De janeiro a setembro do ano passado, 327.135 mil estudantes realizaram intercâmbio fora do país, frente a 289.500 mil em 2019.

 

Em muitos países da Europa e até mesmo da América do Norte, lugares que brasileiros comumente procuram, o ano letivo começa em setembro. Ou seja, janeiro é o mês ideal para tirar do papel tudo que foi traçado. Para isso, há uma série de tarefas a serem cumpridas.

 

A mais imprescindível, sem dúvida, é tirar o passaporte e visto. O procedimento para conseguir o documento pode demorar alguns meses, então se antecipar é importante. Depois, decidir o destino: pesquisar sobre custo de vida, clima, qualidade de vida, interesses profissionais e acadêmicos são fundamentais para tomar a decisão. Escolha feita, é hora de aplicar a candidatura para os cursos pretendidos.

 

Verificar a documentação, preencher formulários, obter certificados da língua local, solicitar cartas de recomendação e escrever carta de intenção poderão fazer parte desse processo. A lista é grande e minuciosa - entretanto, há um ponto crucial que merece atenção: como levar dinheiro e se sustentar com a moeda estrangeira no novo destino?

 

Nesse sentido, o mercado apresentou diversas novidades e vantagens aos consumidores nos últimos anos. A Wise, empresa de tecnologia global que está desenvolvendo a conta mais internacional do mundo, oferece, por exemplo, o recurso da conversão automática, que trabalha com a taxa de câmbio desejada pelo estudante.

 

Como funciona a conversão automática

 

De acordo com Pedro Barreiro, líder de Parcerias Bancárias e Expansão da Wise no Brasil, com a conversão automática, os estudantes que almejam morar no exterior podem escolher diretamente na plataforma da Wise a taxa de câmbio desejada e o valor que querem converter entre o real e a moeda do país-destino.

 

"A partir daí, a conversão será feita automaticamente pela plataforma quando o câmbio for alcançado. Por exemplo, o usuário deseja converter R$ 1.000 para dólares americanos, e a taxa no momento em que o pedido de conversão foi criado é de US$ 1 = R$ 5. O usuário, então, configura a taxa desejada de US$ 1 = R$ 4,50. Quando a taxa de câmbio desejada é atingida, a conversão é realizada e, ao invés de o usuário haver convertido R$ 1.000 em 200 dólares (se a taxa do momento da criação do pedido de conversão tivesse sido utilizada), ele receberá 222,22 dólares (com a taxa de câmbio desejada), um ganho de 22,22 dólares nessa conversão", explica Barreiro.

 

E por que a conversão automática é, de fato, interessante para brasileiros que vão estudar no exterior? A explicação é simples: eles poderão selecionar duas entre as mais de 20 moedas elegíveis para este tipo de operação - a moeda que o estudante tiver saldo corrente e quer converter e a moeda para qual ele deseja converter. Entre as opções, estão dólares americanos (USD), canadenses (CAD) e australianos (AUD), euros (EUR), libras esterlinas (GBP), yenes (JPY) e pesos mexicanos (MXN). 

 

"Ele decidirá a taxa de câmbio desejada e o valor que gostaria de converter entre as moedas. A Wise ficará de olho e quando a taxa de câmbio desejada - ou uma que for melhor do que ela - for atingida no mercado, converterá automaticamente o dinheiro. A conversão só acontece se o cliente tiver saldo suficiente na moeda de origem. O cliente também receberá uma notificação quando o seu dinheiro for convertido. Se mudar de ideia, o usuário pode cancelar a conversão a qualquer momento", comenta Barreiro.

 

De acordo com Barreiro, a conversão automática ainda contribui para quem quer viajar a médio prazo, pois dá a oportunidade de aproveitar a baixa da moeda. "É válido lembrar que uma das dicas é ir convertendo aos poucos para ter um câmbio médio, ao invés de converter tudo de uma vez só. Na maioria das vezes, a conversão gradual do dinheiro sai mais vantajosa, principalmente com moedas de alta volatilidade como o Real. Por isso, quanto antes começar o planejamento financeiro para o intercâmbio, maiores são as chances de se favorecer com as quedas da moeda de destino", finaliza.

 

Wise
wise@smartpr.com.br


Os impactos da LGPD no setor de logística

 O que mudou para o segmento quatro anos depois da promulgação da lei

 

A Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD foi promulgada em agosto de 2018, contudo a  vigência iniciou somente em setembro de 2020, sendo que as sanções previstas ocorreram somente em agosto 2021. Apesar do adiamento, o mercado tem se preocupado com o tema antes mesmo da promulgação da Lei, o que acarretou diversas mudanças na forma como dados pessoais são tratados em sua maioria por empresas, o que tem proporcionado diversos benefícios para os titulares de dados. Ou seja, todos ganharam uma maior segurança de que seus direitos e garantias individuais serão efetivados, e cumpridos por aqueles que têm acesso a seus dados e informações.

Isso se comprova principalmente pela autonomia, independência e protagonismo que a ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados, principal órgão fiscalizador e responsável por garantir o cumprimento das obrigações legais previstas na LGPD, tem tido ao longo de todo este período, com destaque para a promulgação da Lei 14.460/2022 que transformou a ANPD em uma autarquia de natureza especial, concedendo ao órgão independência administrativa e financeira no desempenho de suas atribuições.

O próprio texto da Lei em seu artigo 1° deixa claro o principal objetivo da LGPD: “(...) de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.” Alinhado a este objetivo os demais artigos da Lei trazem regras, formas, meios e limites para que ocorra o tratamento de dados pessoais.

Por outro lado, a LGPD por si só não é capaz de garantir a segurança de dados pessoais, uma vez que ela somente impõe limites, condições e formas que o tratamento de dados deve ocorrer. Contudo, as previsões de sanções em caso de descumprimento das obrigações constantes na Lei e a atuação constante, efetiva e eficiente da ANPD proporciona aos titulares a garantia de que seus direitos serão resguardados.

Com o advento da LGPD, as mais diversas empresas e atividades precisaram se adequar para atender as obrigações previstas na legislação, com destaque para criação de mais controles e aumento de segurança sobre o tratamento de dados pessoais. Para o setor de logística não foi diferente, sendo tais controles, apesar de inicialmente onerosos, garantirem maior segurança para as empresas, reduzindo de forma expressiva impactos negativos e prejuízos decorrentes de vazamento de informações ou outros problemas atrelados às informações pessoais.

Em relação às principais punições às organizações e até mesmo pessoas físicas que descumprirem obrigações e deveres constantes na Lei, no tratamento de dados pessoais, as penalidades previstas no artigo 52 da Lei são: (I) advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; (II) multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; (III) multa diária, observado o limite total de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais); (IV) publicização da infração após devidamente apurada e confirmada a sua ocorrência; (V) bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização; (VI) eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração. Ou seja, as sanções podem ser tanto monetárias quanto reputacionais para aqueles que infringirem as obrigações previstas e impostas pela Lei para aqueles que tratam ou venham a tratar dados pessoais.

O saldo de impactos no setor logístico é muito mais positivo do que negativo, mesmo que se observado o tema, sob a ótica de custos de adequação, aparentar ser inicialmente negativo. A adequação das atividades e processos do negócio ao que é imposto pela LGPD proporcionará mais controles e segurança, o que naturalmente importa na redução de custos com falhas, vazamentos de dados ou outros incidentes envolvendo o tratamento das informações individuais, já que a LGPD e suas determinações abrange somente o tratamento de dados pessoais, ou seja, dados de pessoas naturais/físicas. É importante ressaltar que a LGPD não regula o tratamento de dados de pessoas jurídicas.

 

 Rafael Cruz - diretor legal e de compliance da Logcomex. Depois de 15 anos como sócio responsável pela área de tecnologia e contratos no escritório Andersen Ballão, ele vem atuando em parceria com a Logcomex desde 2018. Formado pela UFPR em 2006, já navegava pelo comércio exterior quando fez uma pós especializada em Direito, Logística e Negócios Internacionais, e avançou para área de tecnologia e startups depois de seu mestrado na Universidade de Berkeley, na Califórnia, em 2013, focado em direito e tecnologia. Após todo esse tempo assessorando diversas empresas de comércio exterior e startups, vem com o desafio de ajudar na estruturação dos novos negócios da Logcomex e colaborar com o crescimento da empresa.


Logcomex
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7 em cada 10 dívidas de consumidores inadimplentes foram pagas no setor de Bancos e Cartões, revela Serasa Experian

Segmento teve o maior percentual, com 71,2% dos débitos recuperados; região Sul atingiu o maior nível de quitação

 

Dados do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian revelaram que, em outubro de 2022, 7 em cada 10 dívidas de consumidores inadimplentes foram pagas no setor de Bancos e Cartões em até 60 dias de negativação a partir do mês de referência. Além disso, o segmento de Utilities, que engloba contas de água, luz e gás, foi o segundo mais contemplado, marcando 66,5% dos débitos ressarcidos. No panorama geral, considerando todos os segmentos, 59,4% dos débitos foram recuperados. 

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a população ainda segue o modelo de regularização das contas por prioridade. “Mesmo com o cenário de inadimplência que temos observado, muitas pessoas estão conseguindo quitar suas dívidas negativadas, mas ainda precisam priorizar aquelas que afetam diretamente o cotidiano. O setor de Bancos e Cartões, por exemplo, exige que a população limpe seus nomes para continuar tendo acesso ao crédito, uma das ferramentas que têm garantido o custeio de itens primordiais e o fechamento das contas no fim do mês. Outro segmento que ganha destaque é o de Utilities, que garante acesso aos serviços básicos como água e luz”. Veja nos gráficos abaixo o percentual de recuperação de dívidas geral e por setor:


 

Sul do país marca o melhor percentual de recuperação 

A análise por região mostrou que a concentração de dívidas inadimplentes pagas em até 60 dias de negativação estava no Sul do país, que marcou o maior percentual, de 62,5%. Em sequência estava o Nordeste, com 61,2%. O Sudeste veio em terceiro lugar, marcando 59,5%, seguido pelo Centro-Oeste (57,8%) e Norte (50,3%). Confira no gráfico a seguir os dados completos de cada Unidade Federativa do país.

 


Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui.

 

Metodologia

O Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian considera o número de dívidas incluídas no sistema de inadimplência em cada mês específico. A medida de até 60 dias para quitação dos compromissos financeiros deste indicador foi selecionada por refletir a régua comum utilizada pelas soluções de cobrança, mas esse tempo pode variar de acordo com cada credor. Além disso, a série histórica do índice ainda é curta, com dados retroativos desde 2017, dessa forma, não é possível afirmar períodos de sazonalidade, uma vez que seria necessário contar com no mínimo 5 anos de observação para fazer essa análise. 

 

Foco na educação financeira para manter o nome limpo

O caminho para combater a evolução da inadimplência é a educação financeira. Quanto mais cedo o brasileiro tem contato com conhecimentos sobre finanças pessoais, planejamento e controle do seu próprio dinheiro, mais distante ele pode ficar das dívidas. A Serasa possui ofertas de renegociação começando em R$100 com mais de 260 empresas parceiras e oportunidades de parcelamentos em até 72x. Veja como limpar o nome em quatro passos: 

1.    Acesse o site do Serasa Limpa NomeSerasa Limpa Nome, digite o seu CPF e clique em “consultar”. Utilize a mesma senha criada para consultar seu Serasa Score. Se ainda não tiver cadastro, basta clicar em “cadastre-se grátis” e preencher os dados.

2.    Confira as suas dívidas e escolha a melhor opção de negociação para o seu bolso.

3.    Siga os passos de negociação.

4.    Clique em gerar o boleto e realize o pagamento

 

Serasa Experian
www.serasaexperian.com.br

 

Rastreabilidade em larga escala trará múltiplos benefícios à pecuária brasileira


Está se tornando cada vez mais comum que varejistas, consumidores, bancos e investidores queiram saber mais sobre a origem dos produtos que compram ou financiam. Assim, a rastreabilidade passou a ser tema central nos fóruns mundo a fora que discutem a produção das diversas commodities agrícolas. Na produção de carne bovina no Brasil não é diferente, e frigoríficos, produtores rurais e outros atores têm buscado apoio em iniciativas que trabalham este tema para responder às novas demandas do mercado.

Segundo Francisco Beduschi, Líder da National Wildlife Federation (NWF) no Brasil, o frigorífico é o elo entre a produção e o mercado, por isso recaem sobre ele os questionamentos sobre a origem dos produtos. Assim, para ajudar a responder essas questões, a NWF desenvolveu o Visipec, uma ferramenta gratuita que visa ajudar a aprimorar este trabalho.

“Atualmente a capacidade de monitoramento dos frigoríficos está restrita à fazenda chamada de fornecedor direto, responsável pela engorda do gado e pela venda para o frigorífico”, explica Beduschi. No entanto, isso já não é suficiente. Assim, o Visipec vem para preencher essa lacuna, habilitando os frigoríficos a verificarem se a fazenda fornecedora direta e as indiretas, aquelas que produzem os bezerros, cumprem com os requisitos socioambientais necessários.

Ele ressalta que a NWF fornece apoio técnico e treinamento para os frigoríficos parceiros, e que o trabalho segue etapas já testadas e estabelecidas. Por exemplo, quando o frigorífico detecta alguma irregularidade, a primeira atitude é entrar em contato com o fornecedor para averiguar o que foi apontado pelo sistema. Caso essa irregularidade seja comprovada, o frigorífico pode orientar como proceder à regularização, trazendo assim segurança jurídica para toda a cadeia de produção. “Com isso, tanto o frigorífico como o pecuarista podem garantir aos consumidores o cumprimento de normas de produção sustentável e ofertar seus produtos a um número maior de mercados consumidores.”

Outro benefício é a difusão de informações, para que essas fazendas possam aprimorar sua atividade em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado. “A produção de bezerros é feita, principalmente, em pequenas e médias propriedades, que são mais carentes de informações”, avalia Beduschi.

Ele lembra que existem no país diferentes tecnologias que podem ajudar na melhoria do sistema produtivo, por exemplo, o consórcio de gramíneas e leguminosas nas pastagens, a rotação de pastagens, a ILPF – integração Lavoura Pecuária Floresta, entre outras. Com as informações trazidas pela rastreabilidade é possível, por exemplo, promover seminários e cursos de acordo com as necessidades de cada região e arranjo produtivo. Esse conjunto de benefícios ajuda a melhorar a produção e a produtividade nas fazendas; a atender as demandas dos mercados para os quais o Brasil vende; e a aumentar a possibilidade de abrir as portas de mercados mais exigentes.

No entanto, o Líder da NWF no Brasil pondera que a pecuária nacional apresenta grandes desafios para ampliar sua rastreabilidade: o tamanho do rebanho, formado por mais de 200 milhões de cabeças espalhadas em cerca de 150 milhões de hectares; e o sistema de produção, onde muitas vezes os animais passam por várias propriedades antes de chegar ao frigorífico. “É importante lembrar que o Brasil não conta com um sistema de rastreabilidade individual para bovinos adotado em larga escala”, afirma.

Ainda assim, ele ressalta que os benefícios mercadológicos e para o sistema produtivo são muito superiores aos desafios, então é preciso que a cadeia toda envide esforços neste sentido. “A rastreabilidade deve ser vista como um elemento central na produção pecuária, pois ajuda a trazer equilíbrio aos três aspectos da sustentabilidade – econômico, social e ambiental”, finaliza.

 

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