50% contrataram esse serviço há menos de um ano. Praticidade de
poder resolver pelo celular e menos burocracia são principais razões da
contratação dos serviços
As Fintechs, startups que oferecem serviços financeiros
por meio digitais, sejam sites ou aplicativos, ganham força e comandam uma
grande transformação no setor. Elas chegaram com o propósito de tornar mais
acessível, rápido, fácil e intuitivo o modo como as pessoas utilizam os
serviços deste segmento, como por exemplo contas bancárias, cartão de crédito,
empréstimos e investimentos.
A pesquisa “O mercado de Fintechs”, conduzida pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL), o SPC Brasil e o Sebrae, indica que as Fintechs
já alcançaram ótimo grau de aceitação: onde 47% dos entrevistados consideram
que os serviços prestados por elas são melhores que os das instituições
tradicionais, enquanto 40% dizem que não são nem melhores, nem piores. Apenas
3% dos entrevistados julgam que o desempenho das Fintechs é pior.
Considerando uma avaliação por atributos, as Fintechs já ocupam a dianteira
quando se trata das taxas e tarifas, em que 49% dos usuários preferem
os serviços oferecidos pelas startups, contra 14% em favor das instituições
tradicionais, assim como os processos operacionais para contratação, em
que 42% preferem as fintechs e a qualidade dos serviços prestados,
destacada por 37% dos entrevistados.
O presidente da CNDL, José César da Costa, destaca que as fintechs atendem a
uma parcela da população que estava insatisfeita com os serviços oferecidos
pelas instituições financeiras tradicionais.
“Diante das altas taxas e tarifas praticadas pelos bancos e financeiras
tradicionais, além da insatisfação dos clientes com a qualidade dos serviços
prestados por essas instituições, as Fintechs oferecem alternativas com clareza
e transparência nas tarifas cobradas, preços mais competitivos e, acima de
tudo, ferramentas acessíveis e eficientes para gerir seus recursos de maneira
descomplicada”, afirma.
64% dos internautas brasileiros residentes nas capitais usaram
serviços de Fintech nos últimos 12 meses. Para grande maioria, os serviços
prestados ficaram dentro ou acima do esperado
A combinação entre as novas tecnologias e o setor financeiro tem potencial para
modificar radicalmente esse ambiente nos próximos anos. De acordo com a
pesquisa, 64% dos internautas residentes nas capitais são ou foram clientes
de ao menos um serviço de Fintechs nos últimos 12 meses. A adesão dos
consumidores ouvidos é bastante recente e a impressão geral tem sido positiva:
50% dos clientes contrataram o serviço há menos de um ano e a grande maioria
afirma que os serviços prestados ficaram dentro ou acima do esperado (89%). O
processo de contratação também deixou impressão positiva na maior parte dos
clientes, uma vez que 51% disseram ter sido muito rápido.
Os serviços mais utilizados nesse período foram a conta bancária (45%), o
cartão de crédito (40%), as transações financeiras por meio de criptomoedas
(20%), os serviços de corretoras de valores ou investimentos (19%), os
aplicativos de gestão financeira pessoal (19%), o empréstimo pessoal (19%) e a
contratação de seguro (19%).
Apesar da relativa facilidade na obtenção de produtos e serviços deste
segmento, 63% tentaram contratar algum outro serviço financeiro nas plataformas
digitais nos últimos 12 meses e não conseguiram, sobretudo o cartão de crédito
(38%), a conta bancária (20%) e o empréstimo e/ou financiamento em empresas
(17%). Os principais motivos foram o nome sujo (37%), a renda inferior ao
mínimo necessário (28%) e não ter conseguido comprovação da renda (23%).
Oito em cada dez clientes pertencem à Classe C/D/E. Praticidade
de poder resolver pelo celular e menos burocracia são principais razões de
contratação dos serviços
As regiões que mais concentram os clientes de Fintechs estão localizadas nas regiões
Sudeste (41%) e Nordeste (27%) – seguidas da região Sul (14%), do Norte (10%) e
do Centro-oeste (8%). Oito em cada dez entrevistados pertencem à Classe C/D/E
(77%), enquanto 23% são da Classe A/B.
Para José César da Costa, a predominância de clientes da Classe C/D/E em parte
está relacionada à quantidade de desbancarizados no país.
“Segundo o mais recente Relatório de Cidadania Financeira do Banco Central,
86,5% da população adulta do país possuem relacionamento bancário; é um
percentual significativo, mas 13,5% não possuem. Isso significa que milhões de
pessoas ainda vivem à margem de muitos dos serviços financeiros; sem poder
sacar ou transferir dinheiro, sem condições de investir ou poupar, por exemplo.
As Fintechs, ao desburocratizar e facilitar o acesso a esses e outros itens,
chamam a atenção dessa população, pelos custos mais acessíveis”, destaca.
Os principais motivos para contratar serviços de uma Fintech são a
praticidade de poder resolver tudo pelo celular (41%), menos burocracia para contratar
serviços (35%), comodidade (33%) e isenção do pagamento de taxas/tarifas
(32%).
Por outro lado, as desvantagens mais citadas são o risco de ter a conta
invadida com a perda ou roubo do celular (40%), a falta de atendimento pessoal
quando necessário (29%), a inexistência de agências / lojas físicas (25%), a
instabilidade do site ou aplicativo por depender de internet (25%) e o medo de
sofrer algum crime virtual (25%).
Tendo em vista a possibilidade de recomendar a Fintech que é cliente a um amigo
ou parente, numa escala de um a dez, 41,3% dos entrevistados deram nota máxima,
sendo a nota média geral de 8,5. A experiência cotidiana com as Fintechs parece
deixar impressões bastante positivas em boa parte dos entrevistados, pois 53%
pensam em contratar um novo serviço dessas empresas digitais nos próximos 12
meses. Nesse caso, os mais desejados são o cartão de crédito (14%), o
empréstimo pessoal (12%), negociação de dívidas (8%), conta bancária (8%),
corretoras de valores ou investimentos (8%) e os serviços on-line automatizados
de gerenciamento de investimentos (8%).
Na opinião da imensa maioria dos internautas ouvidos, o futuro do mercado de
Fintechs é bastante promissor: 91% afirmam que elas irão crescer nos próximos
dois anos.
72% dos entrevistados não sabem o que é uma Fintech. Falta de
hábito na contratação de serviços pela internet é principal barreira de acesso
Apesar do crescimento das startups no Brasil e do alto grau de satisfação dos
seus usuários, boa parte dos internautas ainda desconhece esse tipo de serviço.
De acordo com o levantamento, 72% dos entrevistados nem mesmo sabem o que
vem a ser uma Fintech, seja pela atribuição equivocada do conceito (24%)
seja por que admitem não saber o significado (47%).
Para os que ainda não utilizaram nenhum serviço, a principal justificativa é
não ter o hábito de contratar serviços pela internet (28%), seguida do receio
de ser vítima de alguma fraude (26%).
Metodologia
A pesquisa ouviu 924 casos em um primeiro levantamento para identificar o
percentual de consumidores de Fintechs nos últimos 12 meses. Em seguida,
continuaram a responder o questionário somente os que utilizaram ou estão
utilizando algum serviço de Fintechs no mesmo período, com uma amostra de 618
casos. Foram entrevistados residentes em todas as capitais brasileiras, com
idade igual ou superior a 18 anos, ambos os sexos e todas as classes sociais.
PP 4.0 – Com investimento total de R$ 3,7 milhões ao longo de dois
anos, o projeto prevê três tipos de eventos que irão percorrer todas as regiões
do país. São encontros com objetivo de qualificar lideranças para ações de
Relações Institucionais e Governamentais (RIG) com foco no estímulo às
articulações locais; encontros para fomento ao desenvolvimento local e regional
por meio da articulação das lideranças do varejo e elaboração de propostas de
Políticas Públicas; e encontros para mobilização empresarial para debater
fundamentos essenciais ao desenvolvimento sustentável de negócios e empresas.
Ao longo do período do convênio, serão realizados 36 encontros, 12 de cada
tipo.
Os fóruns são conduzidos por especialistas em cada tema a fim de estimular o
debate e a consolidação de fundamentos essenciais aos líderes do setor de
comércio e serviços, como protagonismo, ética e associativismo. Também serão
promovidos 12 estudos e pesquisas com objetivo de embasar a formulação de
políticas públicas com foco nas micro e pequenas empresas do setor. Além disso,
será desenvolvida uma plataforma digital de articulação política – um sistema
online inédito no Brasil que permitirá acompanhar projetos, estruturar demandas
e ao mesmo tempo mobilizar lideranças e conectar atores públicos e privados.
CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada
por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras
de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades
que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do
varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre
iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas
representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e
movimentam R$ 340 bilhões por ano.
SPC Brasil - Há 60 anos no mercado, o SPC
Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com
informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de
inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência
para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que
geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de
decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas,
análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores
e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do
país.