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quarta-feira, 24 de abril de 2019

Fome oculta um problema de saúde pública


A fome oculta é um problema de saúde pública. Ela é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a carência de vitaminas e minerais, que ocorre quando o alimento consumido, apesar de saciar a fome, não possui qualidade suficiente para suprir as necessidades nutricionais do indivíduo. Está associada a uma dieta deficiente em micronutrientes, porém, não obrigatoriamente pobre em calorias, podendo aparecer em pessoas que apresentam sobrepeso ou obesidade.

A despeito de atingir pessoas de todas as idades e faixas de renda, a fome oculta é mais predominante nos países subdesenvolvidos e atinge em maior número crianças pequenas, meninas na adolescência, gestantes, lactentes, idosos. Famílias com baixos recursos são mais suscetíveis a carências nutricionais, pois muitas vezes consomem alimentos altamente energéticos e nutricionalmente pobres, sem variedade de frutas, legumes, peixes e carnes.

Em países desenvolvidos, deficiências nutricionais podem estar relacionadas a períodos de recessão econômica, quando o custo do alimento se torna um determinante maior para a compra do que sua qualidade, e também como resultado de mudanças no estilo de vida, como o aumento no consumo de alimentos processados pobres em nutrientes.

No Brasil, é possível identificar a dupla carga de doenças relacionadas com a alimentação, como o sobrepeso e a obesidade, juntamente com a deficiência de micronutrientes. Estudos indicam a inadequação na ingestão de cálcio, magnésio, selênio, zinco e vitaminas E, D, A e C. A prevalência de inadequação de vitamina B12 e de ferro também foi bem frequente nos resultados.

Como muitas vezes a fome oculta não manifesta sinais claros ou sintomas, ela pode passar despercebida pelo indivíduo e profissionais de saúde. Assim, a deficiência mantida por um período prolongado pode causar consequências graves em longo prazo, afetando o crescimento do indivíduo e até mesmo comprometendo seu desenvolvimento cognitivo.

Micronutrientes também têm importante papel preventivo, como é o caso de vitaminas com ação antioxidante, que diminuem o risco de doenças crônicas, e da vitamina D, que juntamente com o cálcio participa da manutenção da saúde óssea e prevenção da osteoporose.

As principais estratégias para o combate à fome oculta envolvem educação nutricional e informações sobre a importância da maior diversidade da alimentação, fortificação de alimentos e suplementação. O estímulo ao consumo adequado de cereais, leguminosas, frutas, hortaliças, leite e derivados, e a redução de outros altamente processados é essencial para a adequação do consumo de nutrientes.

Assim, é relevante que haja a orientação do consumidor para a adequada escolha dos alimentos que farão parte das suas refeições, priorizando aqueles que oferecem maior quantidade e qualidade de nutrientes e que atendam às suas necessidades em todos os momentos da vida.



 
Daniel Magnoni - consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração – Hcor, Mestre em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; especializado ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral pela Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal de Medicina – CFM.






Referências
Araujo MC, Bezerra IN, Barbosa FS, Junger WL, Yokoo EM, Pereira RA et al. Consumo de macronutrientes e ingestão inadequada de micronutrientes em adultos. Rev. Saúde Pública. 2013; 47(Suppl 1): 177s-189s.
Development Initiatives, 2018. 2018 Global Nutrition Report: Shining a light to spur action on nutrition. Bristol, UK: Development Initiatives
Pinheiro MM, Ciconelli RM, Martini LA, Ferraz MB. Clinical risk factors for osteoporotic fractures in Brazilian women and men: the Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Osteoporos Int. 2009; 20: 399-408. 
Pinheiro MM, Ciconelli RM, Chaves GV, Aquino L, Juzwiak CR, et al. Antioxidant intake among Brazilian adults – The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS): a cross-sectional study. Nutr J. 2011; 10:39.
World Health Organization - WHO and FAO announce Second International Conference on Nutrition (ICN2). What is hidden hunger? Disponível em: http://www.who.int/nutrition/topics/WHO_FAO_ICN2_videos_hiddenhunger/en/
Cole CR. Preventing Hidden Hunger in Children Using Micronutrient Supplementation. J Pediatr. 2012:1-2

No Dia Nacional de Combate à Hipertensão (26/04), cardiologista alerta sobre a importância de reconhecer as doenças crônicas


Muitos pacientes interrompem o tratamento por conta própria quando estão se sentindo livres de sintomas; comportamento é altamente nocivo para a saúde


Doenças crônicas são aquelas de progressão lenta e longa duração, que muitas vezes levamos por toda a vida. Silenciosas ou sintomáticas, podem comprometer a qualidade de vida e, nos dois casos, representam risco para o paciente. Doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, diabetes e doenças metabólicas e câncer estão entre as principais doenças crônicas não transmissíveis.

Esta sexta-feira, 26 de abril, é marcada por ser o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial. A data é uma oportunidade para lembrar que as doenças crônicas – sobretudo as cardiovasculares - podem ser prevenidas ou controladas, de forma que os pacientes possam viver com qualidade. Para isso, é preciso conhecer a doença e tratá-la de forma correta, completa e contínua, seguindo as recomendações médicas à risca.

Para o Dr. Marcelo Sampaio, cardiologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida, um dos motivos da baixa adesão ao tratamento no caso das doenças cardíacas é a falta de percepção do que é uma doença crônica. "A maior parte das pessoas acredita que o processo de tratamento é sempre pontual, com cirurgias ou remédios. Doença do coração é de tratamento permanente", esclarece o médico.

Segundo ele, chama-se de adesão ao tratamento a medida com que o comportamento de um paciente corresponde às recomendações de um profissional de saúde, como tomar a sua medicação, seguir a dieta e/ou mudar seu estilo de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o comprometimento do paciente com tratamento de longo prazo em países desenvolvidos é em torno de 50%; em países em desenvolvimento as taxas são ainda menores.

“O tratamento de uma doença crônica vai além da prescrição medicamentosa. O controle desses problemas exige mudanças de hábitos, que representam o nosso maior desafio”, explica Dr. Sampaio. Isso porque, o paciente sente a necessidade de tomar o remédio e, por isso, ele cumpre a orientação na maioria das vezes. Porém, acordar cedo para fazer exercício físico ou mudar a dieta é muito mais complicado porque envolve problemas culturais e história de vida.

Mudar essa cultura também demanda uma mudança de postura dos médicos. "O médico não pode usar um tom processual, de comando. Tem que ser parceiro, tentar entender por que o paciente largou o tratamento, fazê-lo compreender que os dois estão juntos nessa caminhada. O resultado ruim de um, é ruim para o outro. Se você coloca dessa forma, o grau de adesão e de cumplicidade é muito maior", afirma Dr. Sampaio.

Além disso, o papel da família também é importante. A adaptação ao novo estilo de vida pode ficar mais fácil quando todos que convivem com o paciente se propõem a mudar junto com ele. "Fazer atividade, dieta, largar o cigarro, tudo que é indicado para o paciente crônico beneficia não só ele, mas qualquer um que busque um estilo de vida mais saudável. Uma boa saída é fazer gincanas e desafios em casa. Ser parceiro e ser solidário", recomenda.


Os riscos da interrupção do tratamento

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 63% das mortes no mundo. No Brasil, são a causa de 74% dos óbitos.

Em alguns casos, pacientes interrompem o tratamento por conta própria quando estão se sentindo bem, livres de sintomas. Dr. Sampaio alerta que esse comportamento é altamente nocivo para sua saúde.

"Quando você trata uma doença, cria-se um bloqueio para as ações danosas e quando esse bloqueio é interrompido subitamente, com o cessar do tratamento, essas ações vêm com toda a força. Tudo o que foi bloqueado para proteger o paciente ganha uma grande avidez de ação e isso causa não só a perda dos efeitos protetores construídos ao longo de todo o tratamento, como pode retroceder e piorar o quadro", finaliza o médico.




Instituto Lado a Lado pela Vida 

Angioplastia é eficaz, mas não definitiva: como evitar um segundo procedimento


Alternativa cirúrgica para o entupimento das artérias requer cuidados e mudanças de hábitos 


Dietas hipercalóricas, tabagismo e sedentarismo são os principais facilitadores para uma condição chamada de aterosclerose, que nada mais é do que o enrijecimento de artérias devido à formação de placas de gorduras em seu interior. Essa gordura pode tornar as artérias mais estreitas, atrapalhando o fluxo sanguíneo. Em casos mais graves, a aterosclerose pode levar à obstrução total da artéria e, consequentemente, à falência do músculo cardíaco, o famoso infarto. 

O infarto do miocárdio mata cerca de 70 mil brasileiros ao ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Em escala global, a Organização Mundial de Saúde calcula que sejam 17,5 milhões de pessoas vítimas do ataque do coração por ano. 

Segundo o cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Élcio Pires Júnior, quando as artérias estão estreitas, a angioplastia pode ser indicada. “Nesse procedimento é realizada a dilatação mecânica das artérias e, diferente de algumas outras alternativas, a angioplastia é atrativa por ser minimamente invasiva”, conta o médico. 


Como é realizada a angioplastia? 

Através de uma artéria da coxa, um cateter com um pequeno balão é inserido até a o local da aterosclerose. Quando posicionado, o balão é delicadamente inflado para expandir a área obstruída pela gordura. Em alguns casos, quando as artérias estão fragilizadas e não são capazes de se sustentar sozinhas, uma malha metálica pode ser usada.  

“Também chamado de stenta malha metálica é um implante definitivo que é usada como um suporte para as paredes dos vasos, mantendo-a aberta. O stent ajuda a manter a boa circulação sanguínea no ponto da estenose ou da oclusão”, explica o médico. 


Mas é definitivo? 

Apesar de ser um procedimento efetivo, a angioplastia não é definitiva. O alto nível de colesterol na corrente sanguínea pode levar o paciente a desenvolver aterosclerose novamente.  

“O paciente submetido à uma angioplastia deve adotar hábitos mais saudáveis para evitar que novos entupimentos nas artérias ocorram. Sair do sedentarismo, estar no peso normal, deixar de fumar e manter uma dieta saudável, além de garantir a saúde geral do organismo, também ajuda a proteger o coração”, finaliza o cirurgião.





Dr. Élcio Pires Júnior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.  

Depressão na terceira idade pode estar associada à diminuição da visão causada pela catarata, analisa psicóloga


No Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem com a depressão; entre os pacientes há alta incidência de brasileiros com mais de 60 anos. Em 2020, a patologia se tornará a mais incapacitante do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A convite da Central da Catarata, a psicóloga clínica Eliane Mello analisou o possível impacto de doenças como a catarata na incidência da depressão.


O Brasil lidera os casos de depressão na América Latina. A doença acomete 5,8% da população, ou seja, 11,5 milhões de brasileiros – de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No âmbito global, o número de casos cresceu mais de 18% nos últimos 10 anos; o avanço rápido impulsiona a previsão de que, em 2020, essa será a enfermidade mais incapacitante do mundo. A Pesquisa Nacional de Saúde, conduzida em 2013, apontou que no país, as pessoas com idade entre 60 e 64 anos – início da velhice – são as mais acometidas pelo mal psiquiátrico. A convite da Central da Catarata, a psicóloga Eliane Pereira Mello, especialista em Psicologia Hospitalar em Reabilitação pelo Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP), analisou as possíveis causas da incidência da doença na maturidade e apontou a catarata como um dos fatores que pode debilitar a saúde emocional do idoso, podendo causar depressão.

De acordo com a psicóloga, somos seres influenciados, ou seja, recebemos estímulos do meio e reagimos; por isso, a perda da visão tem impacto na incidência da depressão, assim como a perda de outros sentidos. “Existe uma fala comum aos pacientes idosos sobre a constante perda na vida trazida pela idade, seja na convivência com os demais, relacionamentos ou atividades diárias”, afirma. Segundo a especialista, a alteração na visão gerada pela catarata influencia na dinâmica emocional do idoso, que passa a não ver as coisas como antes. “A visão opaca, ocasionada pela doença, com decorrer do tempo debilita a saúde emocional do indivíduo. Ele passa a ver a vida sem brilho e as relações sofrem alterações. Essa baixa qualidade da visão afeta a questão psicológica e a motivação para fazer as coisas que gosta como, por exemplo, assistir tevê. Em muitos casos, o idoso se queixa que o aparelho está com problemas, sem admitir que é a visão. Com isso, o indivíduo se isola, não tem a vivacidade para passear e ver os lugares bonitos”, afirma.

A especialista em Neuropsicologia Clínica afirma que, normalmente, a família não associa as mudanças de comportamento ocasionadas pelas limitações de saúde trazidas pelo envelhecimento. Dessa forma, generaliza a forma de agir do idoso sem saber quais são os reais motivos para ele se comportar de determinada maneira. O cuidador familiar do idoso também não entende que o isolamento pode ter inúmeras causas – e que, uma delas, pode estar relacionada à perda ou diminuição da visão. “O diagnóstico da catarata acarreta medo entre os pacientes idosos; eles ficam receosos em fazer a operação; e têm receio de ficarem cegos. Após o procedimento cirúrgico e melhora na visão, percebem que não correm risco de cair na rua; que podem sair e retomar as atividades que antes estavam esquecidas. Já aconteceu de um paciente relatar que, ao voltar a enxergar, passou a ir toda hora na padaria para tomar café com os amigos, conversar com os vizinhos e ter qualidade de vida”, relata Eliane, acrescentando que a família tem um papel fundamental na busca por um diagnóstico correto. “A grande questão do idoso é a dependência. São os filhos que levam o paciente ao médico ou avaliação psicológica. Mas, o idoso nega a velhice; nega que tem problemas de visão, porque não quer gerar incômodo para o filho ou ser acompanhado. Deseja realizar as atividades sozinho e nega as dificuldades para tal”, afirma.

Com medo de perder a autonomia e independência, o idoso vai protelando a busca por atendimento médico e se isola – tudo para evitar falar sobre o assunto com os filhos e não ter que assumir as dificuldades. “Na terapia, vamos trabalhando as questões do envelhecimento. Explico que em vários momentos podemos depender de alguém, mas a autonomia é algo nosso. É preciso empoderar o idoso para que possa fazer as próprias escolhas; para que tenha autonomia por um tempo maior. Para isso, existem ferramentas auxiliares como bengala, aparelho auditivo ou óculos, que muitas vezes, despertam um incômodo na utilização em sua rotina, mas que ajudam o idoso a interagir com o meio, sair do isolamento, ter qualidade de vida e se manter atuante e ativo no meio de convivência com os amigos e familiares”, finaliza.


Sobre a catarata e o negócio de impacto social

Maior sensibilidade à luz, visão embaçada, sensação de neblina nos olhos, ajuste constante no grau dos óculos e percepção que as cores estão desbotadas – esses são apenas alguns dos sintomas percebidos por pacientes com catarata. O brasileiro com mais de 50 anos que depende da rede pública de saúde aguarda, em média, 314 dias por uma avaliação de catarata. Na prática, quase um ano inteiro para verificar se há indicação para cirurgia, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. A catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo; sendo a população idosa apresenta maior incidência da catarata senil –um processo natural de envelhecimento do cristalino e que pode ser reversível com a cirurgia. Estimativas apontam que 5% da população acima de 60 de anos deverá ter catarata no decorrer de um ano. Considerando que o Brasil já possui 30 milhões de idosos, isso representa uma demanda potencial de 1,5 milhão de cirurgias de catarata por ano. 

Entretanto, o volume de cirurgias realizadas é inferior à demanda. Para endereçar esse desafio, Guilherme de Almeida Prado criou a Central da Catarata – negócio de impacto social que realiza cirurgias a preços mais baixos, aproveitando horários ociosos de hospitais oftalmológicos de referência. Essa ideia simples tornou a iniciativa uma solução de acesso para a população de menor renda.



A Central da Catarata tem o objetivo de garantir acesso das pessoas de baixa renda à cirurgia de catarata. Fundada em 2017, o negócio social já realizou mais de 500 procedimentos para correção da opacidade do cristalino. www.centraldacatarata.com.br

Maio Vermelho: Câncer de Boca


Especialista do Hospital América de Mauá aponta as principais causas da doença


A campanha Maio Vermelho visa conscientizar, prevenir e lutar contra o câncer de boca, alertando a população sobre a gravidade, as necessidades de cuidados e o diagnóstico precoce da doença. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o Brasil, estimam-se 11.200 casos novos de câncer da cavidade oral em homens e 3.500 em mulheres para 2019. Esses valores correspondem a um aumento de 10,86 casos novos a cada 100 mil homens, ocupando a 5ª posição dentre os cânceres mais frequentes no sexo masculino; e de 3,28 para cada 100 mil mulheres, sendo o 12º tipo de câncer mais comum a acometer esse gênero. 

O câncer da boca, também conhecido como câncer da cavidade oral, é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. “Cerca de 90% dos cânceres da cavidade oral são carcinomas de células escamosas. Esses cânceres começam em formas primitivas de células escamosas, que são células planas, do tipo que normalmente formam o revestimento da boca e da garganta. Temos também outros tipos menos comuns, como o carcinoma verrucoso e o de glândulas salivares”, explica o Dr. Rodrigo, cirurgião de cabeça e pescoço, prestador de serviços no Hospital América de Mauá.

Os principais sinais e sintomas do câncer de boca são: “Lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo. Também devemos suspeitar de manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas. O paciente também pode referir dificuldade para engolir, falar ou sentir aumento de linfonodos cervicais”, esclarece o doutor.

Os maiores fatores de risco para o câncer de boca são o tabagismo e o etilismo (alcoolismo), especialmente se associados. Aproximadamente 95 a 97% dos casos do câncer de boca estão relacionados a eles. Outros fatores de risco estudados são: fatores genéticos, exposição ao sol (válido para tumores de lábio), infecções virais e traumatismo crônico por uso de próteses. “Embora aproximadamente 97% dos casos estejam relacionados ao tabagismo, uma pequena parcela dos portadores dessa doença não fumam. Nesses casos existem alterações genéticas, ainda em estudo, relacionadas ao aparecimento do câncer”, alerta o especialista.

O diagnóstico do câncer de cavidade oral normalmente pode ser feito com o exame clínico, mas a confirmação depende da biópsia. Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também auxiliam no diagnóstico e, principalmente, ajudam a avaliar a extensão do tumor. “O exame clínico associado à biópsia, com o estudo da lesão por tomografia, permitem ao cirurgião definir o tratamento adequado. Tanto a análise da biópsia, quanto a tomografia, são realizadas pelo Hospital América de Mauá, bem como outros exames que podem auxiliar o cirurgião, como ressonância magnética e nasofibroscopia. Todos esses exames são realizados por profissionais experientes e treinados e com tecnologia de ponta”, comenta o Dr. Rodrigo.

O tratamento para o câncer de boca, na maioria das vezes, é cirúrgico, tanto para lesões menores, com cirurgias mais simples, como para tumores maiores. “O cirurgião de cabeça e pescoço é o profissional que vai avaliar o estágio da doença. Essa avaliação, associada a exames complementares determinará o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia são indicadas para complementar o tratamento cirúrgico e também nos casos que a cirurgia não é possível devido a um quadro muito avançado ou um paciente sem condições clínicas para o tratamento cirúrgico”, pontua o cirurgião.

A melhor prevenção para a doença é não fumar e não beber. Além disso, é importante manter sempre uma boa higiene bucal e procurar atendimento médico sempre que houver alguma lesão persistente na boca. Para usuários de próteses mal adaptadas, deve-se procurar o dentista para ajuste. “A chance de cura é maior quanto mais cedo for identificado e tratado o tumor. Por isso é importante que as pessoas, em especial as fumantes, procurem atendimento médico em caso de lesões na boca por mais de 15 dias”, finaliza.




Dr. Rodrigo Perez Ranzatti - CRM132091 - Cirurgião de cabeça e pescoço e prestador de serviços no Hospital América de Mauá. Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

Hipertensão arterial: problema acomete cerca de 30% da população brasileira


A hipertensão arterial sistêmica, conhecida popularmente como pressão alta ou somente hipertensão, ocorre quando a pressão sanguínea ultrapassa valores fisiológicos em repouso, de forma insidiosa, cronicamente, com valores acima de 130x80mmHg. “Esse desajuste progressivo vai deteriorando os nossos centros reguladores da tensão das artérias, que são as estruturas responsáveis por manter as artérias relaxadas ou constritas. Com a perda dessa regulação, aos poucos as artérias se enrijecem, exigindo do coração cada vez mais força para bombear o sangue, e prejudicando o aporte sanguíneo nos rins, olhos, cérebro e no próprio coração”, explica a médica Dra. Julyana Zaninelli Maiolino, cardiologista do Hospital VITA, em Curitiba.

Dados do Ministério da Saúde apontam que a hipertensão afeta hoje cerca de 40 milhões de brasileiros. De acordo com levantamento realizado pelo órgão 33 % dos adultos são hipertensos e apenas 15% desses indivíduos são diagnosticados, tratados e controlados. Dra. Julyana conta que isso acontece porque a hipertensão arterial essencial é de instalação crônica, só manifesta sintomas em fases mais avançadas quando já houve lesão de órgãos-alvo (cérebro, rins, coração).

“Muitos pacientes somente reconhecem o quadro na presença de urgências, quando a pressão aumenta a níveis muito elevados, colocando em risco a vida, podendo desencadear acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, dissecção de aorta entre outras situações de risco” Alerta Dra. Julyana. Sintomas como cefaleia, nucalgia, náuseas e vômitos, visão turva ou com pontos cintilantes, dor no peito, tontura e desmaio podem alertar para uma situação mais grave.

Segundo a médica, pesquisas apontam que a hipertensão acomete 8% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos, contra 50% para a faixa etária acima de 55 anos. Além disso, “a hipertensão arterial acomete mais as mulheres (25,5%) do que os homens (20,7%)”, e é um dos fatores de risco para infarto do miocárdio, aneurisma, acidente vascular cerebral (AVC), hipertrofia ventricular e miocardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca e renal, problemas estes que são responsáveis por um terço das mortes no Brasil”, destaca Dra. Julyana.


A cardiologista explica que faz parte do processo natural de envelhecimento o enrijecimento das artérias, portanto ao envelhecer todos teremos algum aumento da pressão, o que não significa que chegará obrigatoriamente a valores patológicos. Porém, algumas pessoas, mesmo mais jovens, apresentam maior predisposição genética para desenvolver a hipertensão, o que, associado aos fatores externos como: estresse, má alimentação, sedentarismo, tabagismo, obesidade, e presença de outras doenças que influenciam no controle da pressão de maneira indireta e que precisam de diagnóstico e tratamento,  a hipertensão pode ter seu desenvolvimento acelerado.

“Por isso, para monitorar o valor da pressão arterial, recomenda-se realizar a aferição mínima pelo menos uma vez ao ano para população geral, e com maior frequência em portadores de comorbidades cardiovasculares e metabólicas”, ressalta a especialista.

Quanto ao controle, Dra. Julyana explica que uma vez diagnosticado, deverá ser estratificado o estágio e risco do paciente, de forma individualizada, para assim traçar o plano de tratamento. Medidas não farmacológicas como atividade física regular, dieta balanceada rica em verduras, cessação do tabagismo, emagrecimento, redução da carga de estresse são indicadas em associação aos medicamentos. “Há diferentes classes de anti-hipertensivos disponíveis, e o tratamento depende do perfil clínico do paciente e da presença de outras comorbidades, como diabetes, dislipidemia, hipotireoidismo, doença renal crônica, entre outras”, ressalta.



Fatores de risco para desenvolver hipertensão arterial:

- Tabagismo

- Colesterol e triglicérides elevados;

- Diabetes;

- Excesso de peso e obesidade;

- Fatores genéticos;

- Idade (com o envelhecimento naturalmente há o enrijecimento das artérias);

- Excesso de consumo de sal - a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que não ultrapasse a quantidade de 2g de sódio por dia, o que representa o máximo de 5g de sal/pessoa/dia;

- Etnia (maior gravidade em afrodescendentes);

- Sedentarismo,

- Estresse



Dicas de prevenção e controle:

- Aferir a pressão arterial periodicamente, conforme orientação do médico;

- Praticar atividades físicas regular;

- Evitar o sobrepeso e obesidade;

- Optar por uma alimentação balanceada e saudável - ingerir mais frutas, verduras e legumes e preferir alimentos com pouco sal e que não sejam fritos;

- Reduzir ou, se possível, evitar o consumo de álcool;

- Não fumar;

- Evitar o estresse. Dedicar um tempo à família, aos amigos e ao lazer;

- Não abandonar o acompanhamento médico, pois o tratamento é para a vida toda;

- Seguir as orientações médicas.





Hospital VITA 

Obesidade exige acompanhamento de profissionais da área da saúde


Segundo a OMS, se nada for feito, em 2025 a obesidade pode atingir até 75 milhões de crianças no mundo


Feliz por fora, mas triste por dentro. É assim que muitas pessoas que estão acima do peso se sentem. Quando o corpo necessita de um maior equilíbrio na alimentação, seja para perda de peso ou mesmo para ganho, é importante buscar o acompanhamento de um profissional visando resultados saudáveis e uma melhor qualidade de vida.

Atualmente, o mundo possui mais pessoas acima do que abaixo do peso, de acordo com análise das tendências globais do índice de massa corporal (IMC) organizado pelo periódico médico “The Lancet”, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS).  A organização prevê que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos. Ainda segundo a OMS, se nada for feito, a obesidade pode atingir 75 milhões de crianças no mundo.

Com este cenário, a busca por emagrecimento se tornou uma corrida pela saúde. Para a rápida perda dos quilos a mais, a maioria das pessoas recorrem a remédios e procedimentos clínicos e cirúrgicos.

Segundo Henrique Eloy, médico especialista em cirurgia e endoscopia bariátrica e gastroenterologia, vencer a obesidade e até mesmo o preconceito têm sido alguns dos desafios da vida moderna. Uma das opções de fazer o paciente perder peso e também tratar as doenças associadas a este excesso de peso é a cirurgia bariátrica. “O principal objetivo da cirurgia bariátrica é promover uma acentuada perda de peso através da restrição da quantidade de alimentos que se consegue ingerir e/ou diminuindo a absorção desses alimentos”, explica.

A cirurgia é restrita para os pacientes entre 18 e 65 anos. Para se efetuar a operação fora desses limites de idade, deverá haver uma rigorosa avaliação de todas as especialidades médicas envolvidas. “A principal contraindicação é a não aceitação da operação pelo próprio paciente. Nos demais casos, a cirurgia bariátrica não deve ser realizada quando as avaliações das condições clínicas pré-operatórias demonstrarem que os riscos de complicações da operação não compensam os benefícios que ela pode oferecer”, ressalta Henrique Eloy.

28 de Abril – Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho


Pense Seguro: Não há colaborador seguro, mas sim indivíduo seguro


Preocupada com a saúde e qualidade de vida de seus colaboradores, a FMC Agricultural Solutions implanta diversas ferramentas para fomentar nos seus colaboradores a ideia de segurança. Partindo do princípio de que as pessoas não possuem um botão ON/OFF em que podem ligar e desligar seu comportamento de acordo com o local que está, estas práticas são aplicadas em todas as áreas da empresa, como campo, escritório, P&D e fábricas, feiras e eventos.

• Campo: Para o campo, foram implementados processos de segurança viária para todos os colaboradores. São realizados treinamentos práticos em pista, reuniões de segurança nas regionais de venda, gestão de indicadores de infrações, atualização dos itens de segurança para veículos, e palestras do Consultor de Segurança Viária, Cesar Urnhani, explicando o papel de cada condutor na transformação do comportamento no trânsito.

• Escritório: No escritório da FMC em Campinas-SP, estão sendo instaurados procedimentos para prevenção de acidentes e ações para parte cognitiva com foco em estresse e bem estar. Entre as ações, estão os programas de ginástica laboral, blitz de postura, avaliações de saúde, reuniões de segurança com todos os colaboradores, e a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) com foco em apresentar que comportamento seguro deve ser seguido dentro e fora do escritório.

• P&D e Fábricas: Os métodos implantados nestes locais visam assegurar ainda mais a confiabilidade dos processos, mantendo seguro os equipamentos utilizados, e tomando precauções em relação à parte elétrica das estruturas. Também é realizado um treinamento contínuo com as equipes interdependentes, em que é propagada a segurança não só no ambiente corporativo.

• Feiras e Eventos: Um dos grandes desafios é fomentar nas empresas que realizam eventos e feiras a importância da segurança para seus colaboradores. A partir de 2018, a FMC iniciou um grande trabalho para que seus parceiros nas áreas de feiras e eventos sejam constantemente qualificados e avaliados da mesma forma que suas equipes.




Alessandro Fernandes Gôvea - Técnico em Segurança da FMC Agricultural Solutions

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