A hipertensão arterial sistêmica,
conhecida popularmente como pressão alta ou somente hipertensão, ocorre quando
a pressão sanguínea ultrapassa valores fisiológicos em repouso, de forma
insidiosa, cronicamente, com valores acima de 130x80mmHg. “Esse desajuste
progressivo vai deteriorando os nossos centros reguladores da tensão das
artérias, que são as estruturas responsáveis por manter as artérias relaxadas
ou constritas. Com a perda dessa regulação, aos poucos as artérias se
enrijecem, exigindo do coração cada vez mais força para bombear o sangue, e
prejudicando o aporte sanguíneo nos rins, olhos, cérebro e no próprio coração”,
explica a médica Dra. Julyana Zaninelli Maiolino, cardiologista do Hospital
VITA, em Curitiba.
Dados do Ministério da Saúde apontam
que a hipertensão afeta hoje cerca de 40 milhões de brasileiros. De acordo com
levantamento realizado pelo órgão 33 % dos adultos são hipertensos e apenas 15%
desses indivíduos são diagnosticados, tratados e controlados. Dra. Julyana
conta que isso acontece porque a hipertensão arterial essencial é de instalação
crônica, só manifesta sintomas em fases mais avançadas quando já houve lesão de
órgãos-alvo (cérebro, rins, coração).
“Muitos pacientes somente reconhecem
o quadro na presença de urgências, quando a pressão aumenta a níveis muito
elevados, colocando em risco a vida, podendo desencadear acidente vascular
cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, dissecção de aorta entre outras
situações de risco” Alerta Dra. Julyana. Sintomas como cefaleia, nucalgia,
náuseas e vômitos, visão turva ou com pontos cintilantes, dor no peito, tontura
e desmaio podem alertar para uma situação mais grave.
Segundo a médica, pesquisas apontam
que a hipertensão acomete 8% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos, contra
50% para a faixa etária acima de 55 anos. Além disso, “a hipertensão arterial
acomete mais as mulheres (25,5%) do que os homens (20,7%)”, e é um dos fatores
de risco para infarto do miocárdio, aneurisma, acidente vascular cerebral
(AVC), hipertrofia ventricular e miocardiopatia isquêmica, insuficiência
cardíaca e renal, problemas estes que são responsáveis por um terço das mortes
no Brasil”, destaca Dra. Julyana.
A cardiologista explica que faz parte
do processo natural de envelhecimento o enrijecimento das artérias, portanto ao
envelhecer todos teremos algum aumento da pressão, o que não significa que
chegará obrigatoriamente a valores patológicos. Porém, algumas pessoas, mesmo
mais jovens, apresentam maior predisposição genética para desenvolver a
hipertensão, o que, associado aos fatores externos como: estresse, má
alimentação, sedentarismo, tabagismo, obesidade, e presença de outras doenças
que influenciam no controle da pressão de maneira indireta e que precisam de
diagnóstico e tratamento, a hipertensão pode ter seu desenvolvimento
acelerado.
“Por isso, para monitorar o valor da
pressão arterial, recomenda-se realizar a aferição mínima pelo menos uma vez ao
ano para população geral, e com maior frequência em portadores de comorbidades
cardiovasculares e metabólicas”, ressalta a especialista.
Quanto ao controle, Dra. Julyana explica que uma vez
diagnosticado, deverá ser estratificado o estágio e risco do paciente, de forma
individualizada, para assim traçar o plano de tratamento. Medidas não
farmacológicas como atividade física regular, dieta balanceada rica em
verduras, cessação do tabagismo, emagrecimento, redução da carga de estresse
são indicadas em associação aos medicamentos. “Há diferentes classes de
anti-hipertensivos disponíveis, e o tratamento depende do perfil clínico do
paciente e da presença de outras comorbidades, como diabetes, dislipidemia,
hipotireoidismo, doença renal crônica, entre outras”, ressalta.
Fatores de risco para desenvolver
hipertensão arterial:
- Tabagismo
- Colesterol e triglicérides
elevados;
- Diabetes;
- Excesso de peso e obesidade;
- Fatores genéticos;
- Idade (com o envelhecimento
naturalmente há o enrijecimento das artérias);
- Excesso de consumo de sal - a
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que não ultrapasse a quantidade de
2g de sódio por dia, o que representa o máximo de 5g de sal/pessoa/dia;
- Etnia (maior gravidade em
afrodescendentes);
- Sedentarismo,
- Estresse
Dicas de prevenção e controle:
- Aferir a pressão arterial
periodicamente, conforme orientação do médico;
- Praticar atividades físicas
regular;
- Evitar o sobrepeso e obesidade;
- Optar por uma alimentação
balanceada e saudável - ingerir mais frutas, verduras e legumes e preferir
alimentos com pouco sal e que não sejam fritos;
- Reduzir ou, se possível, evitar o
consumo de álcool;
- Não fumar;
- Evitar o estresse. Dedicar um tempo
à família, aos amigos e ao lazer;
- Não abandonar o acompanhamento
médico, pois o tratamento é para a vida toda;
- Seguir as orientações médicas.
Hospital VITA
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