Especialista do Hospital América de Mauá aponta as
principais causas da doença
A
campanha Maio Vermelho visa conscientizar, prevenir e
lutar contra o câncer de boca, alertando a população sobre a gravidade, as
necessidades de cuidados e o diagnóstico precoce da doença. Segundo
dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o Brasil, estimam-se 11.200
casos novos de câncer da cavidade oral em homens e 3.500 em mulheres para 2019.
Esses valores correspondem a um aumento de 10,86 casos novos a cada 100 mil
homens, ocupando a 5ª posição dentre os cânceres mais frequentes no sexo
masculino; e de 3,28 para cada 100 mil mulheres, sendo o 12º tipo de câncer
mais comum a acometer esse gênero.
O câncer da boca, também
conhecido como câncer da cavidade oral, é um tumor maligno que afeta lábios,
estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua
(principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. “Cerca de 90% dos
cânceres da cavidade oral são carcinomas de células escamosas. Esses cânceres
começam em formas primitivas de células escamosas, que são células planas, do
tipo que normalmente formam o revestimento da boca e da garganta. Temos também
outros tipos menos comuns, como o carcinoma verrucoso e o de glândulas
salivares”, explica o Dr. Rodrigo, cirurgião de cabeça e pescoço, prestador de
serviços no Hospital América de Mauá.
Os principais sinais e sintomas do câncer de boca são: “Lesões
(feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15
dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo. Também devemos
suspeitar de manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas,
céu da boca ou bochechas. O paciente também pode referir dificuldade para
engolir, falar ou sentir aumento de linfonodos cervicais”, esclarece o doutor.
Os maiores fatores
de risco para o câncer de boca são o tabagismo e o etilismo (alcoolismo),
especialmente se associados. Aproximadamente 95 a 97% dos casos do câncer de
boca estão relacionados a eles. Outros fatores de risco estudados são: fatores
genéticos, exposição ao sol (válido para tumores de lábio), infecções virais e
traumatismo crônico por uso de próteses. “Embora aproximadamente 97% dos casos
estejam relacionados ao tabagismo, uma pequena parcela dos portadores dessa
doença não fumam. Nesses casos existem alterações genéticas, ainda em estudo,
relacionadas ao aparecimento do câncer”, alerta o especialista.
O diagnóstico do câncer de
cavidade oral normalmente pode ser feito com o exame clínico, mas a confirmação
depende da biópsia. Alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada,
também auxiliam no diagnóstico e, principalmente, ajudam a avaliar a extensão
do tumor. “O exame clínico associado à biópsia, com o estudo da lesão por
tomografia, permitem ao cirurgião definir o tratamento adequado. Tanto a
análise da biópsia, quanto a tomografia, são realizadas pelo Hospital América
de Mauá, bem como outros exames que podem auxiliar o cirurgião, como
ressonância magnética e nasofibroscopia. Todos esses exames são realizados por
profissionais experientes e treinados e com tecnologia de ponta”, comenta o Dr. Rodrigo.
O tratamento para o câncer de boca, na
maioria das vezes, é cirúrgico, tanto para lesões menores, com cirurgias mais
simples, como para tumores maiores. “O cirurgião de cabeça e pescoço é o
profissional que vai avaliar o estágio da doença. Essa avaliação, associada a
exames complementares determinará o tratamento mais indicado. A radioterapia e
a quimioterapia são indicadas para complementar o tratamento cirúrgico e também nos casos
que a cirurgia não é possível devido a um quadro
muito avançado ou um paciente sem condições clínicas para o tratamento
cirúrgico”, pontua o cirurgião.
A melhor prevenção para a doença
é não fumar e não beber. Além disso, é importante manter sempre uma boa higiene
bucal e procurar atendimento médico sempre que houver alguma lesão persistente
na boca. Para usuários de próteses mal adaptadas, deve-se procurar o dentista
para ajuste. “A chance de cura é maior quanto mais cedo for identificado e
tratado o tumor. Por isso é importante que as pessoas, em especial as fumantes,
procurem atendimento médico em caso de lesões na boca por mais de 15 dias”,
finaliza.
Dr. Rodrigo Perez Ranzatti -
CRM132091 - Cirurgião de cabeça e pescoço e prestador de serviços no Hospital
América de Mauá. Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário