Os
paisagistas do escritório Depieri Paisagismo contam como transformam o entorno
da piscina em um oásis verde
Com o retorno tão
esperado dos dias quentes, a área ao redor da piscina volta a ganhar
protagonismo nas residências, especialmente na temporada de final de ano e
férias. Sinônimo de relaxamento e renovação das energias, a piscina se
integra de maneira orgânica ao paisagismo – sendo praticamente
emoldurada pela beleza das espécies presentes no entorno.
Para os paisagistas
Cleber e Arthur Depieri, sócios no escritório
Depieri Paisagismo, a composição com as plantas vai muito além
do pensamento de usufruir uma atmosfera natural em uma piscina ao ar livre.
Junto com a associação de céu azul, sol e a água que refresca, o paisagismo se
associa tanto por encantar aos olhos e promover o senso de pertencimento do ser
humano com o meio ambiente, quanto por prover privacidade e ajudar no conforto
térmico do ambiente.
“O
paisagismo traz frescor por meio do aumento da umidade e a sombra que as
espécies entregam nos momentos de pico de sol”, explicam.
Boas Escolhas
Antes de decidir
as variedades que integrarão o projeto, Cleber e Arthur explicam que é
fundamental avaliar as condições microclimáticas do local, tais como
como incidência de sol, direção dos ventos, nível de umidade e o espaço para
plantio. “A seleção deve priorizar espécies resistentes às intempéries, com baixa
queda de folhas e que suportem os reflexos de luz e o calor irradiados pela
água e pelos revestimentos. O paisagismo deve estar em harmonia com o uso do
espaço, privilegiando conforto e praticidade”, detalham.
Segundo Arthur, espécies
tropicais como Samambaia Kimberly (Nephrolepis
Obliterata), Guaimbê (Philodendron
Bipinnatifidum), Calathea Charuto (Calathea
Lutea), Alocásias, entre outras folhagens,
bem como palmeiras de modo geral, como Tamareira
(Phoenix
Dactylifera), Carpentária (Carpentaria
Acuminata), Rabo de Raposa (Wodyetia
Bifurcata) e Palmeira das Canárias ou Canariense
(Phoenix
Canariensis) se destacam por sua durabilidade e beleza mesmo sob
alta exposição solar.
Se a premissa for
um paisagismo prático, o ideal é optar por plantas de crescimento lento e
manutenção simples. A boa notícia, segundo os profissionais, é que algumas
espécies citadas no parágrafo anterior – Guaimbês, Calatheas, Alocásias e
Palmeiras –, cumprem também esses requisitos. “São plantas que, na maioria
das vezes, a manutenção será apenas a retirada de folhas velhas e secas, um
processo que não é nada complexo. Tendo um bom controle da adubação e da
profilaxia do jardim, são de extrema facilidade para se cuidar”,
conta Arthur.
Eles também
alertam que devem ser evitadas plantas que, com frequência, caem folhas, flores
ou sementes, além de espécies com raízes agressivas – um cuidado que evita
danos ao piso e possíveis tubulações, além do risco de acidentes.
“A escolha
de espécies perenes e com folhagens firmes também contribui para esse
resultado. Além disso, o uso de barreiras naturais ou floreiras elevadas
contribuem para esse propósito”, entrega Cleber.
Ainda sobre os resíduos que podem cair na piscina, os especialistas do escritório Depieri Paisagismo afirmam que a solução está no planejamento que posicionará as plantas de forma estratégica – para tanto, é preciso calcular a distância delas até a borda.
Como
deve ser o paisagismo nos arredores da piscina
Para um paisagismo
que contemple a beleza das plantas e a reconexão com o natural, Cleber revela
que os jardins densos são especiais para envolver as pessoas com a sensação de
acolhimento. “O trabalho consiste em promover o agrupamento preciso de várias espécies
que permitam a percepção de volume como um verdadeiro abraço da natureza”,
analisa.
Já para priorizar
a discrição e a privacidade da família (especialmente em áreas mais abertas ou
expostas), além da densidade já citada, deve-se buscar por plantas mais
volumosas, de médio e alto porte, e folhagens mais fechadas.
Diferentes cores, alturas e texturas de espécies compõem o jardim com piscina e área de convivência executado pelos paisagistas Cleber e Arthur Depieri. Ao fundo do mobiliário externo, pode-se perceber uma proposta mais orgânica das espécies, de forma parecida com o que acontece na natureza / Projeto de paisagismo: Depieri Paisagismo | Projeto de arquitetura: Denise Zuba Arquitetos | Fotos: Julia Tótoli
De qualquer forma,
independentemente do estilo de jardim escolhido, ou da necessidade prévia, a
composição de diferentes volumes e alturas é aconselhado para criar
profundidade e movimento no projeto, resultando em um visual ainda mais
encantador.
“Trabalhamos
com camadas de vegetação, geralmente pensando sempre em três volumes - pequeno,
médio e grande porte. Costumamos alternar espécies mais altas ao fundo e
plantas menores próximas à piscina”, explicam. Essa variação
propicia um efeito envolvente, valorizando a arquitetura do espaço e garantindo
privacidade sem bloquear a ventilação ou a luz do dia.
Mix de
espécies
Para quem gosta de variedade, Cleber e Arthur pontuam que a combinação de plantas tropicais com outras de origens variadas é uma proposta bem-vinda e que resulta em composições ricas e sofisticadas – desde que as características de cada uma sejam respeitadas e se mantenham em harmonia com os projetos, incluindo o de arquitetura.
Tendências
O paisagismo está em alta por conta da elevada procura dos clientes em se distanciar da metrópole e ter a sensação de relaxamento que a natureza proporciona. “
Estamos
acompanhando a troca de muros altos nos espaços externos por jardins
periféricos densos, trazendo todo o conforto que os clientes buscam”,
revelam.
Eles também enfatizam a forte valorização de projetos que unem estética, sustentabilidade e bem-estar com grande demanda por soluções naturais de sombreamento, integração com iluminação cênica e elementos como pedras e madeiras, que reforçam a sensação de contato com o natural.
Depieri Paisagismo
Instagram: @depieripaisagismo
Site: www.depieripaisagismo.com
E-mail: depieri@depieripaisagismo.com



















