Além do reganho de peso, estratégias imediatistas ampliam a frustração e afetam o bem-estar.
O desejo por um emagrecimento rápido leva muitas pessoas a
recorrer a soluções imediatistas, como dietas extremamente restritivas, jejuns
prolongados ou até o corte radical de grupos alimentares. Apesar de, em alguns
casos, trazer resultados iniciais, essas estratégias dificilmente se sustentam
ao longo do tempo e acabam levando ao chamado “efeito sanfona”, com a
recuperação dos quilos perdidos, muitas vezes acompanhada de impactos negativos
para a saúde física e emocional. Segundo um estudo conduzido pela Universidade
Estadual de Ohio, em 2023, aproximadamente 95% das pessoas que seguem dietas
extremamente restritivas acabam recuperando o peso perdido em até dois anos.
Manter o peso saudável no longo prazo envolve compreender que
emagrecimento não é apenas questão estética, mas sim um processo complexo, que
depende de fatores metabólicos, hormonais, nutricionais e comportamentais. “O
processo de emagrecimento envolve muito mais do que apenas cortar calorias. É
preciso criar condições para que esse resultado seja sustentável. Entender como
o organismo funciona, quais são os gatilhos individuais que levam ao ganho de
peso e como o corpo reage às mudanças na alimentação e no estilo de vida, é
essencial”, explica o médico Fábio Gabas, fundador da HMetrix, empresa
especializada em predição, prevenção e promoção de saúde integral.
Nesse contexto, a nutrição se torna peça central no processo de
emagrecimento. Mais do que cortar calorias, trata-se de reorganizar a
alimentação de modo que ela seja equilibrada, nutritiva e compatível com a
rotina e perfil metabólico da pessoa, pois cada um reage de forma diferente aos
mesmos alimentos. Estratégias que incluem atividade física regular, variedade
de alimentos, consumo adequado de proteínas, gorduras e carboidratos de qualidade
(especialmente os de baixo índice glicêmico), além da qualidade do sono
desempenham papéis decisivos na regulação do apetite e do metabolismo.
Outro ponto fundamental é entender que não existe um único
caminho. Para algumas pessoas, a redução de carboidratos pode trazer
benefícios; para outras, pode gerar fadiga e queda de desempenho. “A
personalização é essencial. Não existe uma dieta universal, os planos de
alimentação devem respeitar as necessidades e características de cada
indivíduo, caso contrário, a chance de abandono ou de frustração é enorme”,
reforça Gabas.
Mais importante do que atingir um peso considerado “ideal” é
conquistar saúde metabólica. Isso inclui manter a glicemia sob controle,
reduzir inflamações, estresse oxidativo, otimizar seu perfil hormonal,
preservar a massa muscular e favorecer a produção de energia celular. São esses
fatores que realmente sustentam o emagrecimento e protegem contra doenças
crônicas, como diabetes e hipertensão.
No fim das contas, o emagrecimento duradouro nasce de uma mudança
cultural: deixar de buscar soluções rápidas e abraçar um processo de
autoconhecimento, adaptação e cuidado integral, que, pouco a pouco, se tornam
parte do estilo de vida. Quando o foco é nutrir o corpo em vez de apenas
restringi-lo, o emagrecimento acontece de forma mais natural, equilibrada e,
sobretudo, sustentável.
HMetrix
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