Pesquisar no Blog

sábado, 1 de novembro de 2025

A ilusão do emagrecimento rápido: o que realmente sustenta os resultados a longo prazo

Além do reganho de peso, estratégias imediatistas ampliam a frustração e afetam o bem-estar.

 

O desejo por um emagrecimento rápido leva muitas pessoas a recorrer a soluções imediatistas, como dietas extremamente restritivas, jejuns prolongados ou até o corte radical de grupos alimentares. Apesar de, em alguns casos, trazer resultados iniciais, essas estratégias dificilmente se sustentam ao longo do tempo e acabam levando ao chamado “efeito sanfona”, com a recuperação dos quilos perdidos, muitas vezes acompanhada de impactos negativos para a saúde física e emocional. Segundo um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Ohio, em 2023, aproximadamente 95% das pessoas que seguem dietas extremamente restritivas acabam recuperando o peso perdido em até dois anos.

Manter o peso saudável no longo prazo envolve compreender que emagrecimento não é apenas questão estética, mas sim um processo complexo, que depende de fatores metabólicos, hormonais, nutricionais e comportamentais. “O processo de emagrecimento envolve muito mais do que apenas cortar calorias. É preciso criar condições para que esse resultado seja sustentável. Entender como o organismo funciona, quais são os gatilhos individuais que levam ao ganho de peso e como o corpo reage às mudanças na alimentação e no estilo de vida, é essencial”, explica o médico Fábio Gabas, fundador da HMetrix, empresa especializada em predição, prevenção e promoção de saúde integral.

Nesse contexto, a nutrição se torna peça central no processo de emagrecimento. Mais do que cortar calorias, trata-se de reorganizar a alimentação de modo que ela seja equilibrada, nutritiva e compatível com a rotina e perfil metabólico da pessoa, pois cada um reage de forma diferente aos mesmos alimentos. Estratégias que incluem atividade física regular, variedade de alimentos, consumo adequado de proteínas, gorduras e carboidratos de qualidade (especialmente os de baixo índice glicêmico), além da qualidade do sono desempenham papéis decisivos na regulação do apetite e do metabolismo.

Outro ponto fundamental é entender que não existe um único caminho. Para algumas pessoas, a redução de carboidratos pode trazer benefícios; para outras, pode gerar fadiga e queda de desempenho. “A personalização é essencial. Não existe uma dieta universal, os planos de alimentação devem respeitar as necessidades e características de cada indivíduo, caso contrário, a chance de abandono ou de frustração é enorme”, reforça Gabas.

Mais importante do que atingir um peso considerado “ideal” é conquistar saúde metabólica. Isso inclui manter a glicemia sob controle, reduzir inflamações, estresse oxidativo, otimizar seu perfil hormonal, preservar a massa muscular e favorecer a produção de energia celular. São esses fatores que realmente sustentam o emagrecimento e protegem contra doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

No fim das contas, o emagrecimento duradouro nasce de uma mudança cultural: deixar de buscar soluções rápidas e abraçar um processo de autoconhecimento, adaptação e cuidado integral, que, pouco a pouco, se tornam parte do estilo de vida. Quando o foco é nutrir o corpo em vez de apenas restringi-lo, o emagrecimento acontece de forma mais natural, equilibrada e, sobretudo, sustentável.

 

HMetrix 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados