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Neste 10 de outubro, o Brasil celebra o Dia
Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, um momento de grande importância
para a conscientização e o enfrentamento de uma realidade que afeta milhões de
brasileiras todos os dias: a violência de gênero. A data, instituída em 1980,
tem como objetivo dar visibilidade às mulheres vítimas de agressões e reforçar
a necessidade de políticas públicas mais eficazes no combate a esse problema
que atravessa gerações.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o
Brasil registrou, em 2023, mais de 1.400 feminicídios, um aumento de 5% em
relação ao ano anterior. Além disso, o número de mulheres vítimas de agressões
físicas e psicológicas também apresentou crescimento. O cenário reflete a
necessidade urgente de discutir não só a repressão aos crimes de gênero, mas
também a prevenção e a criação de uma rede de apoio eficiente às vítimas.
Para a empresária
e ativista dos direitos femininos, Cristina Boner, a luta contra a
violência de gênero deve ser uma prioridade de toda a sociedade. "Ainda
enfrentamos muitos desafios, desde a subnotificação dos casos até a falta de
apoio adequado para as mulheres que buscam ajuda. A realidade é que muitas
vítimas têm medo de denunciar ou não sabem a quem recorrer. Precisamos
fortalecer redes de apoio, aumentar a conscientização e garantir que as
mulheres tenham voz e, acima de tudo, proteção", afirma Boner.
A violência doméstica é uma das formas mais comuns
de agressão contra a mulher, e os números continuam alarmantes. O levantamento
"Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil", conduzido
pelo Instituto Datafolha e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que
1 em cada 4 mulheres acima de 16 anos sofreu algum tipo de violência em 2022.
Mais de 70% dessas agressões ocorreram dentro de casa, sendo os parceiros e
familiares os principais agressores.
Cristina Boner destaca que a pandemia da COVID-19
intensificou o problema, tornando o ambiente doméstico mais perigoso para
muitas mulheres. "O isolamento social acabou por agravar a situação de muitas
mulheres que já viviam sob ameaça. Muitas ficaram presas em casa com seus
agressores e não tinham para onde correr. É fundamental que o poder público
ofereça mais canais de denúncia e proteção, além de campanhas que incentivem as
vítimas a procurarem ajuda", alerta Boner.
A subnotificação ainda é um dos maiores desafios no
combate à violência contra a mulher. Segundo o Atlas da Violência 2023,
elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, apenas uma pequena parcela das vítimas
formaliza a denúncia. Muitas temem represálias ou não acreditam que a Justiça irá
proporcionar uma solução.
"É assustador pensar que
a maioria das vítimas de violência não denuncia. Precisamos criar um ambiente
de acolhimento e garantir que essas mulheres tenham acesso à proteção sem medo
de serem re-vitimizadas. É fundamental que todos os setores da sociedade
estejam engajados nessa luta, desde o governo até as empresas privadas", ressalta Cristina
Boner.
Nos últimos anos, o Brasil tem avançado em algumas
áreas com legislações específicas, como a Lei Maria da Penha, que completou 17
anos em 2023. No entanto, especialistas apontam que é preciso ir além. A
empresária Cristina Boner reforça a importância de medidas mais efetivas:
"Precisamos de políticas públicas mais abrangentes, que incluam desde a
educação até o apoio psicológico às vítimas. A prevenção deve começar cedo, nas
escolas, ensinando sobre respeito e igualdade de gênero."
Ela ainda lembra que a luta contra a violência à
mulher não é apenas uma questão de governo, mas de toda a sociedade. "Cada
um de nós tem um papel nessa batalha. As empresas podem oferecer programas de
apoio às suas funcionárias, e a sociedade civil pode contribuir com ações de
conscientização. Não podemos esperar que só o Estado resolva um problema tão
enraizado em nossa cultura."
Em 2023, o estudo “Mulheres Brasileiras e Gênero
nos Espaços Públicos e Privados”, realizado pela Fundação Perseu Abramo,
mostrou que o medo de serem vítimas de violência física e sexual é uma
constante na vida de muitas mulheres. Além disso, a pesquisa apontou que mais
de 40% das entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio ou violência no
ambiente de trabalho, o que demonstra que a questão vai além do ambiente
doméstico.
Diante de dados tão alarmantes, Cristina Boner faz um
apelo:
"O Dia Nacional de Luta
Contra a Violência à Mulher é um momento para refletirmos sobre o que ainda
precisa ser feito. A violência de gênero é uma questão de todos nós, e só com
esforço conjunto poderemos construir uma sociedade mais justa e segura para as
mulheres."
O 10 de outubro é um dia de conscientização, mas também de ação. A violência contra a mulher, em suas diversas formas, continua sendo uma grave violação dos direitos humanos, e o caminho para erradicá-la passa por políticas públicas eficazes, educação, e principalmente, por uma mudança cultural profunda. O testemunho de especialistas como Cristina Boner reforça a necessidade de mais proteção e apoio às vítimas, enquanto dados de pesquisas recentes evidenciam que ainda há muito a ser feito.
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Cristina Boner (@cristina.boner) • Fotos e vídeos do Instagram