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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Mulheres com endometriose podem ter mais chances de desenvolver distúrbios intestinais, aponta estudo

Fatores de risco genéticos em comum explicariam por que as pacientes apresentam também condições como síndrome do intestino irritável ou refluxo gastroesofágico

 

Um estudo¹ da Universidade de Queensland, na Austrália, publicado na revista Cell Reports Medicine, mostrou que a endometriose e algumas patologias gastrointestinais possuem fatores de risco genéticos em comum, o que explicaria por que muitas mulheres apresentam as duas condições. Para a pesquisa, foram analisados dados de mais de 180 mil mulheres cadastradas no UK Biobank – banco de dados biomédicos de larga escala do Reino Unido – e foi constatado que as pacientes com endometriose têm duas vezes mais chances de ter um diagnóstico de síndrome do intestino irritável (SII) em comparação com mulheres sem a doença e 1,4 vez mais probabilidade de ter refluxo gastroesofágico. 

A endometriose é uma doença grave que acomete uma em cada dez brasileiras, segundo o Ministério da Saúde, e é causada pela presença e o crescimento do tecido endometrial fora da cavidade uterina, o que pode afetar não somente o órgão reprodutor, mas outros próximos, como o intestino e a bexiga. No Brasil, a doença atinge cerca de 8 milhões de mulheres. 

Segundo Thiago Borges, cirurgião especializado em endometriose do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), da Dasa, é comum as pacientes diagnosticadas com endometriose também apresentarem sintomas associados a distúrbios gastrointestinais, como dor abdominal, inchaço, constipação, náuseas, vômitos e evacuações dolorosas, o que pode confundir a detecção da patologia. 

“Alguns sintomas comuns são inespecíficos e podem acabar confundindo a paciente, dificultando o diagnóstico da endometriose e atrasando o tratamento. E esse tempo é crucial para se evitar um agravamento do quadro”, afirma Thiago Borges. 

Existem diversas teorias sobre as causas da endometriose, mas o estudo australiano demonstrou um componente hereditário para a doença, além de a análise genética comprovar também a ocorrência de endometriose e distúrbios gastrointestinais. 

Para Thiago Borges, conhecer os fatores de risco envolvidos em ambas as patologias e entender como eles se relacionam dá a oportunidade de melhorar a qualidade de vida das mulheres. 

“Hoje acham que o diagnóstico é de fácil execução, porém, o intervalo entre o início dos sintomas e a confirmação da enfermidade pode chegar a dez anos. Como a endometriose e as doenças gastrointestinais podem ter diversos indícios que, muitas vezes, são confundidos ou nem levados em consideração pelos médicos, a mulher pode achar que é normal sentir dores abdominais. E à medida que conhecemos mais essa relação significativa, conseguimos entender como se desenvolvem e como melhorar o tratamento e o diagnóstico do distúrbio”, finaliza o cirurgião.


Setembro Amarelo: depressão e psicose puerperal podem aumentar risco de suicídio materno

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Psicóloga perinatal Rafaela Schiavo alerta para os riscos desses transtornos no período perinatal e a necessidade de identificar sinais precoces


No Setembro Amarelo, o foco na conscientização sobre a prevenção ao suicídio inclui um grupo que muitas vezes enfrenta transtornos graves em silêncio: as mães no período perinatal. Depressão e psicose puerperal são condições sérias que, se não tratadas, podem levar ao suicídio.

Segundo a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, especialista com mais de 20 anos de experiência e autora de mais de 100 publicações científicas sobre saúde mental materna, há uma estimativa de que, a cada 100 mil mulheres nesse período, 4 cometem suicídio. As mulheres que apresentam transtornos mentais, como depressão e psicose, têm 17 vezes mais chances de desenvolver pensamentos suicidas. 

Schiavo também reforça que a identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar que esses quadros se agravem. A seguir, ela responde às perguntas mais comuns sobre depressão e psicose puerperal. 

  1. O que é a depressão pós-parto?
    É um transtorno mental que pode se manifestar após o nascimento do bebê. Ela varia em intensidade, sendo classificada como leve, moderada ou grave. Entre os sintomas estão tristeza constante, falta de energia, dificuldade em cuidar de si mesma e do bebê, além de, em casos graves, pensamentos suicidas.
  2. Como a depressão pós-parto pode evoluir?
    Se não tratada, pode progredir de leve para moderada e, eventualmente, para grave. Na fase grave, a mulher pode perder a motivação para realizar atividades diárias, chegando a desenvolver pensamentos suicidas, o que representa um risco grave para sua vida.
  3. O que é a psicose puerperal?
    É um transtorno mental raro, mas gravíssimo, que afeta o contato da mulher com a realidade. Mulheres com psicose puerperal podem experimentar alucinações ou ouvir vozes, e, em casos extremos, pode levar ao infanticídio ou ao suicídio.
  4. Quais são os sinais de alerta?
    Alguns dos sinais de alerta incluem:
  • Isolamento social
  • Choro frequente
  • Falta de energia ou motivação para realizar tarefas simples
  • Dificuldade em cuidar do bebê
  • Pensamentos suicidas ou ideias de machucar o bebê
  1. Como buscar ajuda?
    Se a mulher apresentar qualquer um desses sintomas, é fundamental procurar um profissional de saúde mental o quanto antes. O tratamento pode envolver psicoterapia e, nos casos mais graves, internação para garantir a segurança da mãe e do bebê.
  2. Quem está mais vulnerável?
    Mulheres que passaram por violência doméstica durante a gestação ou que já apresentam transtornos mentais têm um risco maior de desenvolver pensamentos suicidas. De acordo com estudos, mulheres nessa condição têm até 17 vezes mais chances de tentar o suicídio se não forem tratadas.
  3. Como prevenir?
    A prevenção envolve o suporte psicológico contínuo e uma rede de apoio forte. Conversar abertamente sobre os desafios da maternidade e reconhecer os primeiros sinais de cansaço extremo ou tristeza pode evitar que o quadro evolua para uma situação mais grave.

O tabu do marcapasso: o que podemos ou não fazer quando dependemos desse dispositivo?

  • Alguns mitos ainda impedem muitas pessoas de terem uma vida normal 
  • Médico esclarece o que é verdade nesses casos


Coloquei marcapasso e não posso viajar, não devo fazer exame ou praticar esporte? E o colchão magnético, prejudica o aparelho? Essas são algumas das dúvidas que o Dr. Ricardo Ferreira, cardiologista, especialista em Estimulação Cardíaca Artificial e Arritmia Invasiva, ouve no consultório quase que diariamente. A chegada do Dia do Portador de Marcapasso, em 23 de setembro, é uma oportunidade para conscientizar sobre o que realmente pode ou não ser feito por quem conta com a ajuda do dispositivo. 

“De forma geral, existem muitas perguntas com relação ao marcapasso. É um tema recorrente em consultas e sempre tentamos usar todos os espaços para desmitificar e orientar sobre o assunto. Interferência com ferro de passar, micro-ondas, computador, celular, são dúvidas muito comuns. O paciente fica muito inseguro com relação a tudo que envolve eletricidade”, completa o médico.
 

Pode abrir a geladeira? 

Uma paciente disse estar tendo muitos problemas após a colocação do marcapasso, pois seu filho acreditava que a idosa, que morava sozinha, não poderia abrir a geladeira, pois isso interferiria no funcionamento do marcapasso. Então, o eletrodoméstico só era utilizado quando alguém a visitava. Outro paciente relatou que estava muito desconfortável, pois era difícil assistir televisão, toda vez que ia mudar o canal, o filho pedia para ele sair da sala, porque o infravermelho do controle remoto poderia afetar o marcapasso. 

A pergunta que não quer calar é: essas preocupações são necessárias? A resposta do especialista é que os cuidados reais são, principalmente, no pós-operatório imediato, pois o local da cirurgia está em um processo de cicatrização. Mas, que com a evolução tecnológica, a proteção desses aparelhos às influências externas melhorou muito. Então, hoje o paciente não tem impeditivos para uma vida normal devido ao uso do marcapasso. 

“Quando se fala cuidado com micro-ondas, o máximo que devemos observar é para não ficar, literalmente, encostado no aparelho quando estiver ligado. Algo que as pessoas já, comumente, não fazem. No caso do colchão magnético, na verdade, ele pode aumentar um pouco o desgaste da bateria do aparelho. Então, deve ser evitado. Mas também é preciso ter em mente que caso haja um desgaste da bateria do gerador do marcapasso, o que diminui a sua vida útil, ela pode ser trocada. Claro, será necessária uma nova intervenção cirúrgica, mas não é um problema em termos de riscos para a saúde”, explica o Dr. Ricardo Ferreira. 

“Alguns cuidados que a gente pede, na realidade, tem muito a ver com viagens de avião. Não, e não é em relação a cabine pressurizada. Pacientes com esse dispositivo podem viajar normalmente. O ponto de atenção é realmente quanto ao campo magnético do detector de metais do aeroporto que é muito forte. Se você fica muito exposto àquele campo magnético, durante esse período, pode haver interferência no funcionamento do dispositivo. Para pacientes 100% dependentes, isso pode ser um problema. Então o indicado é apresentar o atestado do uso do marcapasso, para que se possa passar pela segurança com aquele detector portátil, menor”, conta. 

A orientação é fazer o mesmo quando houver a necessidade de passar por portas de segurança de bancos, a fim de evitar passar grandes períodos no local, o que pode acontecer em caso de travamento ou outros problemas técnicos.
 

Exercício, será? 

As atividades físicas estão liberadas para quem tem marcapasso, claro, caso não haja restrição por alguma outra doença ou condição diferente, mas só o fato de ter o dispositivo, não é impeditivo e nem desculpa para o sedentarismo. O único cuidado é evitar impactos diretos no local do aparelho, por isso, talvez esportes como lutas devem ser evitados. 

“O marcapasso e outros dispositivos do tipo existem para trazer melhora na qualidade de vida. Para que o paciente possa viver mais e melhor, o que inclui abrir geladeiras, usar micro-ondas, viajar, mudar o canal da TV, fazer exercícios o que mais trouxer benefícios”, finaliza o Dr. Ricardo Ferreira.

 

Centro Cardiológico


Setembro Amarelo: controle a ansiedade nas redes sociais

O Setembro Amarelo é um período dedicado à conscientização sobre a prevenção ao suicídio e à promoção da saúde mental. Em um mundo onde a conexão constante pode amplificar problemas como ansiedade e depressão, é essencial adotar práticas que promovam o bem-estar digital.

No livro "Bem-estar Digital", compartilho 12 princípios fundamentais para viver melhor no mundo hiperconectado e reduzir os impactos negativos das redes sociais. Aqui, destaco sete deles, começando pelo básico, que é monitorar seu tempo e comportamento online.

Autoconsciência digital começa com a compreensão de quanto tempo se passa conectado e como isso impacta a vida. Monitore seu uso de dispositivos e redes sociais, e questione se esse tempo está alinhado com seus valores e prioridades. Aplicativos que registram o tempo de tela podem ser ferramentas valiosas para perceber quanto do dia é consumido na internet.

É importante ser intencional com a presença online. Autenticidade digital não significa apenas evitar filtros; é sobre garantir que a presença nas redes sociais reflete quem realmente somos. Cada post, cada comentário é um pedaço de você que fica na memória dos outros. Pergunte-se: estou sendo lembrado por algo que verdadeiramente importa?

Outra atitude essencial é combater o vício em dopamina digital. Rolagens infinitas em vídeos de Reels ou TikTok podem parecer inofensivas, mas geram picos de dopamina que condicionam o cérebro a buscar gratificação instantânea. Este hábito pode se transformar em vício, dificultando a capacidade de focar em tarefas que exigem mais tempo e concentração. Para combater isso, indico a gratificação adiada: estabeleça metas e recompense-se ao completá-las, em vez de se perder em distrações digitais. Essa prática não só melhora a produtividade, mas também traz uma satisfação mais duradoura.

Escolha com cuidado quem você segue. O conteúdo consumido molda os pensamentos, emoções e, eventualmente, as ações. Faça uma revisão regular de quem segue nas redes sociais e pergunte-se se essas influências estão alinhadas com o tipo de pessoa que deseja se tornar. Seguir perfis que inspiram, educam e elevam pode transformar a experiência online e fortalecer a saúde mental.

Resiliência digital envolve a capacidade de enfrentar críticas, negatividade e a pressão das redes sociais sem deixar que isso abale o bem-estar. Para desenvolver uma mentalidade forte, deve-se aprender a diferenciar críticas construtivas de ataques pessoais. Lembre-se de que a maioria dos comentários negativos reflete mais sobre quem os faz do que sobre você. Praticar a resiliência digital é crucial para navegar pelas adversidades do mundo online sem perder o equilíbrio.

A empatia é fundamental, especialmente em um ambiente onde as palavras são facilmente mal interpretadas. Antes de postar ou comentar, considere o impacto de suas palavras. Pergunte-se: isso contribui positivamente para a conversa? Pratique a gentileza e a compreensão em suas interações online, ajudando a criar um ambiente digital mais acolhedor e menos propenso a gerar ansiedade.

A desconexão planejada é mais que uma pausa; é uma necessidade vital para recarregar as energias. Defina momentos específicos do dia para se desconectar das telas e reconectar-se consigo mesmo ou com o mundo ao seu redor. Seja uma caminhada ao ar livre, uma leitura ou uma conversa cara a cara, essas pausas são essenciais para manter um equilíbrio saudável entre o digital e o real.

 

Rafael Terra - autor de Bem-estar Digital (DVS Editora). Atua como professor de MBA de Marketing Digital e Redes Sociais em instituições de ensino como USP, ESPM e PUC.



Colo do útero, endométrio e ovário: cânceres ginecológicos ocupam a segunda posição de maior incidência em mulheres

Entender os sinais do próprio corpo e rápido encaminhamento médico pode salvar vidas. Oncologista explica particularidades de cada tipo

 

Os cânceres ginecológicos mais incidentes - colo de útero, endométrio e ovário - acometeram mais de 32 mil mulheres no ano passado, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), ocupando a segunda posição quando se trata de maior incidência em pacientes do sexo feminino (exceto câncer de pele não melanoma), perdendo apenas para o câncer de mama1. Além de focar nas consultas de rotina, prestar atenção aos sinais que o próprio corpo dá, como uma dor diferente do habitual ou um sangramento inesperado, possibilita um diagnóstico precoce e pode fazer com que as chances de cura ultrapassem 94%2-4

De acordo com o oncologista e mastologista Franklin Pimentel, é positivo que grande parte das mulheres realize consultas de rotina com o ginecologista, mas é preciso que fiquem atentas aos sinais importantes que podem aparecer entre essas visitas. “Pela minha experiência, a grande maioria das pacientes percebe que algo não está certo. Por isso a importância de conhecer seu corpo e procurar um médico sempre que isso ocorrer. Uma dor pélvica nova, corrimento com padrão diferente e persistente, sangramento suspeito em quem já está na menopausa ou mudança de padrão menstrual (como volume e cheiro) em quem ainda está em idade fértil merecem atenção5. Sintomas intestinais e urinários também devem ser observados”, explica. 

O médico, que também é consultor da Libbs Farmacêutica, conta que o fluxo “sintoma, detecção precoce e encaminhamento rápido” faz toda a diferença no que tange a salvar vidas. “Quanto mais inicial o diagnóstico, maior será a chance de cura e a paciente tem papel fundamental nesse ciclo ao informar o médico sobre o que está sentindo. Estágios mais avançados de diagnóstico impactam em tratamentos mais complexos, cirurgias mais agressivas e, infelizmente, em uma mortalidade maior.”
 

O oncologista explica as particularidades de cada tipo:

1 – Colo do útero: mais incidente, acometeu cerca de 17 mil mulheres em 2023, segundo dados do INCA1. Por ser a parte mais externa do útero, que se comunica com a vagina, sintomas como ferida com sangramento durante a relação sexual podem ser comuns. Esse tipo de câncer está ligado à infecção por HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano), especialmente os subtipos HPV-16 e HPV-18, responsáveis por 70% dos casos5

O Ministério da Saúde (MS), por meio do Plano de Controle e Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Brasil, tem o objetivo de atingir as metas previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS): 90% das meninas até os 15 anos vacinadas contra o HPV como prevenção; 70% das mulheres rastreadas para o câncer do colo do útero com teste molecular de alto desempenho, incorporado em março deste ano; e tratamento de 90% das mulheres com lesão identificada6

Vale pontuar que, apesar de o MS preconizar que mulheres a partir dos 25 anos realizem dois exames Papanicolau (para diagnóstico do câncer de colo de útero) sequenciais anuais, um exame a cada três anos até os 64 anos7 e o exame estar disponível no SUS, a oferta do serviço no Brasil tem uma distribuição desigual, onde, a cidade de São Paulo tem o maior índice de cobertura, com 86% das mulheres realizando o exame com a frequência recomendada, enquanto algumas localidades chegam a apenas 61% das mulheres atingindo esses parâmetros8.
 

2 – Endométrio: mais incidente em mulheres após a menopausa4, o sangramento motiva a busca pelo ginecologista e auxilia no diagnóstico precoce. É o segundo mais incidente entre os tumores ginecológicos, tendo acometido mais de 7,8 mil mulheres em 20239. Associado à obesidade, esse tipo de tumor costuma aparecer em conjunto com doenças metabólicas, como diabetes e pressão alta9. Dessa forma, a prevenção está associada a hábitos saudáveis. É estimado que 80% desse tipo de neoplasia tenha diagnóstico precoce, possibilitando uma taxa de sobrevida em cinco anos de 95%9.
 

3 – Ovário: apenas cerca de 20% dos cânceres de ovário são encontrados em estágio inicial, pois se desenvolve sem muitos sintomas e, quando eles aparecem, costumam estar em um estágio mais avançado. Se diagnosticado precocemente, tem chance de cura de cerca de 94%2. Apesar de não ser o mais comum, é o mais grave e, quando há sintomas, são inespecíficos como, inchaço e dor abdominal. Este tipo de tumor está associado a questões genéticas e testes de rastreio são restritos para a população de alto risco2. Para o médico, é de suma importância saber o histórico familiar sobre câncer para avaliar a indicação de testes genéticos e encaminhamento para o oncogeneticista.


 

*Parágrafos não referenciados correspondem à opinião e/ou prática clínica do especialista.
 

Libbs


Referências

  1. Instituto Nacional do Câncer. Estatísticas de Câncer. [internet] 2022. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link
  2. American Cancer Society. Can Ovarian Cancer Be Found Early? [internet] 2024. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link
  3. Instituto Nacional do Câncer. Câncer do Colo do Útero. [internet] 2023. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link
  4. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Femina. A história contemporânea do carcinoma do endométrio. [internet] 2020. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link
  5. Organização Pan-Americana da Saúde. HPV e câncer do colo do útero. [internet] 2024. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link
  6. Ministério da Saúde 2023. Queda da cobertura vacinal contra o HPV representa risco de aumento de casos de cânceres evitáveis no Brasil. [Acesso 27Ago2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/queda-da-cobertura-vacinal-contra-o-hpv-representa-risco-de-aumento-de-casos-de-canceres-evitaveis-no-brasil
  7. Ministério da Saúde. Câncer do colo do útero: exame para detecção é oferecido no SUS. [internet] 2022. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link
  8. Instituto Nacional do Câncer. Estatísticas de Câncer. Nota para os gestores do SUS sobre a mudança do método do rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil. [internet] 2024. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link
  9. Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Como é feita a cirurgia de câncer de endométrio? internet] 2023. [Acesso 23Ago2024]. Disponível em: Link

Quer se dar bem na redação do Enem? A Inspira Rede de Educadores apresenta dicas de professor especialista


O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das principais portas de entrada para o ensino superior no Brasil, e a redação desempenha um papel crucial nesse processo. “Desde a reformulação do exame em 2009, a redação tem sido um diferencial importante, capaz de elevar significativamente a nota final do candidato”, lembra o professor de redação Ademar Nogueira, do colégio e curso Simbios. 

Ao contrário das demais áreas do conhecimento, que são avaliadas pelo sistema de Teoria de Resposta ao Item (TRI), a redação é corrigida com base em critérios específicos que incluem a coerência, a coesão e, principalmente, a capacidade do aluno de propor soluções para problemas sociais.

Confira as dicas do professor de redação Ademar Nogueira, do colégio e curso Simbios:


1. Entenda a importância da redação do Enem

“A redação do Enem é uma das áreas que podem te proporcionar uma nota muito alta, como 1000, 960, ou 980. Diferente das outras áreas do conhecimento, como Matemática e Ciências da Natureza, que são avaliadas pelo sistema TRI (Teoria de Resposta ao Item), a redação não sofre essa influência. Portanto, caprichar na redação é fundamental para garantir sua vaga em cursos e faculdades concorridos. Busque sempre alcançar uma nota acima de 900 pontos.”

 

2. Utilize a coletânea de textos de forma estratégica

“A coletânea de textos do Enem deve ser usada como uma fonte de argumentos, não como uma fonte de repertório. Utilize-a para complementar a frase-tema e guiar seu texto, inspirando a criação de argumentos. Porém, evite copiar trechos diretamente, pois isso pode anular partes da sua redação e comprometer sua nota.”

 

3. Repertório: não complique, simplifique

“Repertório não precisa ser algo distante como músicas ou filmes que você não conhece. O repertório está presente no dia a dia, nas aulas de biologia, física, matemática, e especialmente nas ciências humanas, como sociologia, filosofia e história. Aprenda a extrair repertórios da sua rotina escolar e da vida cotidiana. Esse repertório é essencial para fundamentar sua opinião, mas o mais importante é que a argumentação seja o ponto central da sua redação.”

 

4. Gerencie bem seu tempo

“No primeiro dia do Enem, você terá cinco horas e meia para concluir a prova. Reserve cerca de uma hora e meia para a redação, garantindo tempo suficiente para revisá-la. Uma boa estratégia é dividir o tempo restante da seguinte forma: duas horas para a prova de Linguagens e duas horas para a prova de Ciências Humanas. Essa divisão ajuda a manter o controle do tempo e a evitar que você se perca durante a prova.”

 

5. Cuidado com as forminhas de texto

“Forminhas de texto, aqueles modelos prontos de introdução que você só preenche com palavras do tema, podem funcionar para quem tem grandes dificuldades na escrita, mas são limitadas. Elas dificilmente levarão a uma nota acima de 900, que é necessária para os cursos mais concorridos. A prática e o desenvolvimento de uma escrita própria são essenciais para alcançar as melhores notas.”

 

6. Entenda o que faz a redação do Enem ser única

“A redação do Enem é estruturada com base em cinco eixos cognitivos: dominar a linguagem, compreender fenômenos, enfrentar situações-problema, construir a argumentação e elaborar propostas de intervenção. O que diferencia a redação do Enem é justamente a exigência de uma proposta de intervenção concreta para o problema abordado, o que não é comum em outros vestibulares. Identifique uma problemática social relevante, desenvolva uma argumentação sólida e apresente uma solução prática. Isso é o que faz a redação do Enem ser única e bem avaliada.”

 

7. Qual será o tema da redação deste ano

“Acertar o tema da redação do Enem é praticamente impossível. Um profissional sério, um professor comprometido, não trabalha apostando em temas específicos. Nós trabalhamos com a ideia de eixos temáticos, que oferecem uma base mais sólida para preparar os alunos. Um dos eixos mais frequentes nas provas do Enem é o de vulnerabilidade social, cidadania e direitos humanos. Nos últimos anos, os temas da redação têm refletido questões relacionadas a esse eixo, como o cuidado com as mulheres, e a valorização das comunidades tradicionais. Portanto, é um eixo que merece atenção. Outro eixo importante a considerar é o de meio ambiente. Os eventos climáticos extremos que estamos vivendo no Brasil e o papel da ação humana nesses fenômenos são questões muito relevantes. Além disso, o eixo de segurança pública também merece destaque, especialmente no que diz respeito aos crimes cibernéticos. As tentativas de golpes financeiros pela internet têm se tornado uma preocupação crescente, e esse é um tema interessante a ser explorado. Por fim, dentro do eixo sociedade e comportamento, a questão dos jogos de azar é algo que tem afetado muitos brasileiros. O aumento das apostas online, como as "bets" e outros jogos, tem causado problemas financeiros graves, vícios e até tragédias pessoais, como suicídios.”


Conscientizar a sociedade é uma forma promover o direito dos animais

 Adotar um animal exige responsabilidade e compromisso com sua vida.

 

No Brasil, a legislação vem avançando cada vez mais para incentivar a guarda responsável e garantir a proteção dos animais. O abandono de animais é considerado crime desde 1998, de acordo com a Lei 9.605/98. Em 2020, com a aprovação da Lei Federal 14.064/20, o tutor identificado pode ter pena de até cinco anos de prisão.

 

De acordo com estudos recentes, os principais motivos do abandono são: dificuldades financeiras, problemas comportamentais dos cães, mudanças na disponibilidade de espaço ou nas regras de conduta social do espaço ocupado pelo ser humano, o estilo de vida do tutor do pet e a diferença entre a expectativa e a realidade dos cuidados necessários.

 

“Animais resgatados destinados à adoção normalmente passaram por experiências ruins, como: fome, sede, dor, doenças, brigas e até mesmo maus-tratos e envenenamento nas ruas e por isto ficam atordoados. Mas com paciência, dedicação e cuidados veterinários é possível dar a eles qualidade de vida”, salienta Vininha F. Carvalho, ambientalista e editora da Revista Ecotour News

 

Ao adotar um animal a pessoa precisa dedicar tempo proporcional às necessidades do animal escolhido, sem esquecer que amor e carinho são essenciais. Brincadeiras e exercícios garantem o bom desenvolvimento de cães e gatos, pois ajudam na socialização.

 

O Dia Nacional de Adotar um Animal, a ser comemorado pelo 24º ano consecutivo no próximo dia 4 de outubro, propõe que a adoção seja vista como uma opção na hora de adquirir um animal, sem preconceitos. “Neste dia serão feitas mobilizações ressaltando a importância da posse responsável e da esterilização, como uma maneira de garantir o bem-estar dos animais”, conclui Vininha F. Carvalho.


Setembro Amarelo: 5 dicas para abordar a importância da saúde mental com os alunos

 

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Ações aplicadas às crianças desde cedo podem ajudar a promover um futuro mais saudável e consciente 


Tradicional campanha brasileira, Setembro Amarelo traz à tona a importância da saúde mental e a conscientização da população sobre a prevenção ao suicídio, a fim de quebrar tabus e oferecer apoio a quem precisa. No meio educacional, a ação torna-se ainda mais forte com o apoio dos educadores ao iniciar conversas sobre o bem-estar emocional com as crianças. Junto aos pais, o processo se intensifica, sendo crucial para entender e auxiliar os jovens alunos. 

Abordar esses temas de maneira adequada pode ajudar a construir uma base sólida para que os jovens desenvolvam uma mentalidade saudável desde cedo. No entanto, cuidados precisam ser tomados para que a aproximação do assunto seja a mais eficiente e cuidadosa possível, e, para isso, algumas dicas são necessárias neste contato. 

Juliana Ferraz, Coordenadora do Colégio Anglo Leonardo da Vinci compartilhou 5 dicas para abordar questões de saúde mental com os alunos de forma leve e objetiva:
 

1. Crie um ambiente de confiança e acolhimento: O primeiro passo para falar sobre saúde mental é garantir que a criança se sinta segura e acolhida. 

“É muito importante que os alunos se sintam à vontade para expressar seus sentimentos e pensamentos, sem medo de ser julgados ou reprimidos. Demonstre empatia e esteja sempre disponível para ouvir, reforçando que todas as emoções são válidas”, complementa Juliana.
 

2. Use linguagem simples e adequada à idade: Para a especialista, ao conversar com crianças, é fundamental adaptar a linguagem à idade delas, evitando termos técnicos ou complexos que possam gerar confusão. O ideal é utilizar exemplos do cotidiano para explicar emoções ou situações, tornando o assunto mais acessível e compreensível.
 

3. Ensine sobre as emoções e como identificá-las: Quando se trata de aprender sobre as emoções, nomeá-las pode ser uma boa estratégia. 

“Utilize livros, jogos e atividades lúdicas que estimulem o autoconhecimento emocional. Ensinar as crianças a identificar o que sentem é um passo importante para que elas possam lidar com suas emoções de forma saudável”, pontua Ferraz.
 

4. Incentive a expressão de sentimentos: Falar o que sente, seja através de palavras, desenhos ou outras formas de expressão, é uma ótima maneira de trabalhar o assunto.

Conforme a coordenadora, “é essencial que os alunos saibam que podem compartilhar seus sentimentos e que isso é um sinal de força, não de fraqueza. Crie momentos em que a família possa discutir sentimentos juntos também, promovendo a abertura do diálogo”.
 

5. Seja um exemplo positivo: É extremamente normal que as crianças se espelhem nos exemplos que fazem parte de seu cotidiano e, consequentemente, aprendem com eles. Na escola, o reflexo pode ser ainda maior por meio dos professores e docentes, sobretudo ao expor como lidam com suas próprias emoções e momentos de estresse. 

Mostrar que é normal sentir tristeza, frustração ou ansiedade, e que existem maneiras saudáveis de enfrentar essas emoções, pode inspirar as crianças a fazerem o mesmo.

“Abordar a saúde mental é um tema delicado, mas muito necessário. Isso pode ajudar os alunos, desde cedo, a desenvolverem habilidades emocionais que serão relevantes ao longo da vida. Com essas dicas, pais e educadores podem contribuir para o bem-estar emocional das novas gerações, promovendo um futuro mais saudável e consciente”, conclui Juliana.

 

Inscrições abertas para o programa de estágio do TCE-RJ

As oportunidades são para realização de estágio de pós-graduação e a bolsa-auxílio chega a quase R$ 4 mil

 

A FGV Conhecimento é a banca organizadora do processo seletivo simplificado para o Programa de Estágio de Pós-graduação do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).

Ao todo, serão oferecidas 50 vagas destinadas a candidatos que tenham concluído, nos últimos 3 (três) anos a contar da publicação do edital de abertura, a graduação em Administração, Ciências Contábeis, Direito, Economia, Engenharia, Finanças, Pedagogia, Tecnologia da Informação e outras áreas relacionadas ao Controle Externo em instituição de ensino reconhecida pelo MEC. A inscrição poderá ser efetuada até às 16h (horário de Brasília) do dia 26 de setembro de 2024.

O processo seletivo consiste em uma prova objetiva de múltipla escolha de caráter eliminatório e classificatório, prevista para ser realizada no dia 17 de novembro. A taxa de inscrição é de R$ 100,00 (cem reais) e o valor deve ser pago por meio de boleto bancário até às 23h59 do dia 27 de setembro de 2024, também de acordo com o horário da capital.

As datas referentes às demais etapas serão divulgadas em edital de convocação a ser disponibilizado na página da banca organizadora.

Para mais informações ou dúvidas, entre em contato pelo e-mail: psstcerj24@fgv.br

 

Valores Esquecidos pelos Brasileiros serão Tomados pelo Governo: Aprenda a resgatar antes que seja tarde demais!

Divulgação / Consultório da fama


Com a aprovação recente do Projeto de Lei 1847/24 pela Câmara dos Deputados, uma nova preocupação surge para milhares de brasileiros: a possibilidade de perderem acesso a valores financeiros que, porventura, esqueceram em contas bancárias ou outros instrumentos financeiros. O projeto autoriza que tais fundos não reclamados sejam transferidos para o Tesouro Nacional, com o objetivo de auxiliar na redução do déficit orçamentário do país. Esta medida, embora vista pelo governo como uma necessidade fiscal, vem sendo apelidada de "confisco" por críticos, que alertam sobre a importância de os cidadãos reivindicarem esses valores antes que seja tarde.


 

Entenda o Projeto de Lei e Seu Impacto

 

O cenário é mais complexo do que parece. Segundo o contador e especialista em finanças pessoais André Charone, "ainda que, tecnicamente, não seja considerado ‘confisco’ como o que aconteceu com a Poupança na década 90, esse projeto, no longo prazo, coloca em risco o direito dos cidadãos de recuperar seu próprio dinheiro". A lei permitirá que os valores não reclamados, identificados em diversas instituições financeiras, sejam considerados como receita primária, uma manobra que, de acordo com analistas financeiros, deveria ser mais transparente e oferecer um prazo maior para que os proprietários desses fundos se manifestem.


 

Passo a Passo para a Verificação e Resgate de Valores

 

Para os brasileiros que desejam verificar se têm valores a receber, André Charone oferece um guia detalhado, que reflete a necessidade de agir rapidamente:

 

1. Acesso ao Sistema de Valores a Receber: O primeiro passo é acessar o site do Banco Central por meio deste link: https://www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber . Este portal foi especificamente desenhado para facilitar a consulta de valores esquecidos.

 

2. Consulta de Valores: Uma vez no site, os usuários devem inserir seu CPF ou CNPJ e fornecer sua data de nascimento ou a data de abertura de sua empresa, o que permitirá que o sistema identifique qualquer valor associado a seu nome ou entidade jurídica.

 

3. Procedimento de Resgate: Se forem encontrados valores, o procedimento seguinte envolve a autenticação por meio de uma conta gov.br de nível prata ou ouro. "Este é um passo crucial para garantir que os direitos dos cidadãos sejam protegidos, permitindo que eles reivindiquem o que é seu por direito antes que o governo faça uso desses fundos", explica Charone.

 

4. Transferência dos Valores: Idealmente, a transferência dos fundos deve ser realizada via chave Pix, o que agiliza e simplifica o processo. Caso não seja possível, o usuário deverá entrar em contato direto com a instituição financeira para arranjar a transferência.

 

A Relevância da Ação Imediata

 

O especialista enfatiza a importância da ação imediata. "Deixar para verificar esses valores mais tarde pode significar nunca mais vê-los", alerta Charone. Ele recomenda que todos façam uma verificação periódica não só para este caso específico, mas como uma prática financeira regular.

 

A matéria encerra com um chamado à consciência cidadã: "É seu dinheiro, e o direito de reivindicá-lo não deveria ser perdido por falta de informação ou ação. Verifique hoje mesmo se você tem valores a receber, e assegure-se de que seus direitos financeiros sejam respeitados", conclui André Charone.

 

Este alerta é um lembrete crucial para todos os brasileiros: em tempos de incerteza econômica, cada medida que possa impactar suas finanças merece atenção e ação imediatas. 




André Charone - contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA). É sócio do escritório Belconta – Belém Contabilidade e do Portal Neo Ensino, autor de livros e dezenas de artigos na área contábil, empresarial e educacional. André lançou dois livros com o tema "Negócios de Nerd", que na primeira versão vendeu mais de 10 mil exemplares. Os livros trazem lições de gestão e contabilidade, baseados em desenhos e ícones da cultura pop.
Instagram: @andrecharone


Visto L1 é a chave para empresas e executivos que desejam expandir operações nos EUA

De acordo com Daniel Toledo, advogado especialista em Direito Internacional, muitos utilizam essa categoria como uma via inicial para, posteriormente, solicitar a residência permanente


O visto L1 é uma solução estratégica tanto para as empresas que buscam expandir suas operações, quanto para os indivíduos que desejam desenvolver suas carreiras nos EUA. Essa categoria oferece uma oportunidade única para profissionais que ocupam cargos de liderança em suas empresas no exterior, permitindo a transferência de suas atividades para subsidiárias ou coligadas americanas. 

Nos últimos anos, o visto L1 passou por alguns ajustes, especialmente em 2018 e 2019, quando políticas governamentais limitaram sua emissão. No entanto, com a flexibilização dessas medidas e a retomada de uma análise mais justa pelas autoridades de imigração, ele voltou a ser uma excelente opção para empresas que precisam transferir seus principais executivos para os Estados Unidos. Hoje, o L1 é visto como um dos melhores caminhos para quem quer expandir operações internacionais.


Principais requisitos

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, o processo de solicitação do visto L1 exige que o candidato tenha um vínculo empregatício ou comercial com a empresa no exterior por pelo menos 12 meses contínuos nos últimos três anos. “Esse vínculo é fundamental para garantir a legitimidade da transferência e mostrar que o profissional tem experiência de liderança”, revela. 

O candidato deve ter desempenhado funções de gerência ou supervisão, provando que tem capacidade de liderar operações nos EUA. “Além disso, a empresa americana precisa ter uma relação formal com a organização no exterior, como subsidiária ou coligada. Empresas independentes não podem utilizar esse tipo de visto”, pontua.


Estruturação da empresa nos EUA

Para que o visto seja concedido, a empresa nos Estados Unidos deve estar devidamente estruturada e em operação. “Não basta apenas apresentar um plano de negócios. A organização precisa estar pronta para que o executivo ou gerente assuma suas funções imediatamente. Antes da implementação de novas regras, era comum aprovar vistos apenas com base em planos futuros. Hoje, o foco é garantir que a empresa tenha condições reais de sustentar suas operações”, declara.


Duração e benefícios do visto

Inicialmente, o visto L1 pode ser concedido por até um ano para empresas novas nos EUA e três anos para empresas já estabelecidas. Esse período pode ser renovado, com a duração total chegando a sete anos para executivos e gerentes (L1A) e cinco anos para profissionais com conhecimentos especializados (L1B). “Isso proporciona tempo suficiente para que as empresas se estabeleçam e para que os profissionais possam contribuir efetivamente com suas habilidades”, afirma o advogado.

O L1 permite que o cônjuge e os filhos menores de 21 anos do titular também se mudem para os Estados Unidos por meio do visto L2. “O cônjuge tem o direito de trabalhar legalmente, e os filhos podem estudar. Esse é um fator importante que faz da categoria uma opção atraente para executivos que querem levar suas famílias com eles durante o tempo que passarão no exterior”, relata.


Cuidados no processo

Toledo alerta que o visto L1 é um visto de não-imigrante, o que significa que ele não concede automaticamente o Green Card. No entanto, muitos utilizam o L1 como uma via inicial para, posteriormente, solicitar a residência permanente. “Para isso, é fundamental que a empresa no país de origem continue ativa, pois se ela fechar ou encerrar suas operações, o visto perde a validade”, revela.

O especialista em Direito Internacional acredita que o L1 é uma excelente oportunidade para executivos e gerentes que desejam expandir suas carreiras nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que ajudam suas empresas a crescer internacionalmente. “De qualquer maneira, é importante lembrar que o processo exige atenção aos detalhes e o cumprimento rigoroso dos requisitos legais para garantir o sucesso da solicitação”, finaliza.

 

Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse o site. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 300 mil seguidores com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR.


Toledo e Advogados Associados
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