Diretor médico do Aché explica as
principais dúvidas sobre puberdade precoce, uma condição rara que afeta
crianças.
A puberdade é a fase de transição entre a infância e
a vida adulta, marcada por mudanças no corpo devido ao aumento dos hormônios
sexuais. Porém, esse amadurecimento sexual pode ocorrer antes da idade
adequada, indicando uma possível puberdade precoce. Para esclarecer as dúvidas
mais comuns dos pais ou cuidadores, Dr. Stevin Zung, diretor médico do Aché,
explica os mitos e verdades sobre a doença:
1. Puberdade precoce afeta apenas meninas
Mito: Embora a doença seja mais comum em
meninas antes dos 8 anos (podendo ocorrer de 10 a 23 vezes mais do que em
meninos¹), a puberdade precoce também pode afetar meninos com menos de 9 anos.
Do total de casos em meninos, 2/3 estão associados a anormalidades
neurológicas. “Em geral, não conseguimos identificar a causa exata da puberdade
precoce. Sabemos que pode haver uma predisposição genética, entretanto outros
fatores podem contribuir com o surgimento da puberdade precoce, como obesidade,
por exemplo. O mais importante é que as crianças mantenham o acompanhamento
regular com o pediatra para identificar a puberdade precoce o mais rapidamente
possível”, explica Stevin Zung, diretor médico do Aché.
2.
O surgimento da puberdade precoce pode estar relacionado a condições genéticas,
médicas e fatores socioeconômicos
Verdade: Além das condições genéticas,
tumores, infecções, traumas no cérebro, hipotireoidismo grave, doenças das
glândulas adrenais, tumores dos testículos, cistos ou tumores dos ovários,
ganho excessivo de peso pelo sedentarismo, maior consumo de alimentos
ultraprocessados, aumento da exposição a telas, estresse e ansiedade também
podem contribuir para o desenvolvimento da puberdade precoce. Portanto, é
fundamental que os pais ou cuidadores das crianças estejam atentos aos sintomas
para que possa ser feita uma avaliação e posteriormente um tratamento adequado,
se necessário. “Se você suspeita que sua filha ou seu filho esteja apresentando
algum sinal de puberdade antes do tempo, é importante informar o pediatra para
que ele avalie os sinais e sintomas e encaminhe sua criança para avaliação e
acompanhamento com um endocrinologista pediátrico se necessário”, informa Zung.
3.
Existe apenas um tipo de puberdade precoce
Mito: As crianças podem desenvolver a
puberdade precoce central ou periférica. A primeira é causada pela ativação do
sistema nervoso central, que começa a enviar sinais para o corpo crescer e se
desenvolver mais cedo do que o normal. Nas meninas é comum o desenvolvimento de
seios e pelos pubianos, e nos meninos, aumento dos testículos, crescimento do
pênis e pelos pubianos. Já na puberdade precoce periférica², o corpo da criança
começa a produzir hormônios sexuais mais cedo, mas sem a ativação do cérebro,
podendo ser causado por problemas nas glândulas do corpo, exposição a hormônios
externos, produção de hormônio devido a tumores, ou outras alterações nos
ovários ou testículos.
4.
Existem outros tratamentos além do medicamentoso para a puberdade precoce
Verdade: O tratamento hormonal não é indicado
para todos os casos de puberdade precoce. Essa intervenção é reservada para
casos de puberdade precoce central. Nos casos em que as glândulas do corpo
iniciam o processo de desenvolvimento independentemente do cérebro, pode haver
indicação de tratamento cirúrgico, conforme diagnostico realizado por meio de
exames e consultas.
5.
O efeito do tratamento é rápido
Mito: No tratamento da puberdade precoce
central, os efeitos benéficos são mais evidentes de seis meses a um ano após o
início do tratamento, resultando em uma desaceleração do crescimento e do
amadurecimento sexual, ressalta o diretor médico do Aché, Stevin Zung. Nas
meninas, os seios ficam mais flácidos e diminuem de tamanho e a menstruação é
interrompida se já estiver ocorrendo. Nos meninos, o pênis e os testículos
param de crescer. Quanto ao tratamento da puberdade precoce periférica, os
efeitos dependerão da terapia adotada.
6. A puberdade precoce afeta o corpo e a saúde mental
Verdade: Além das mudanças físicas
perceptíveis na criança, a puberdade precoce pode ter um impacto significativo
no bem-estar emocional e social. As crianças com a doença podem aparentar ter
mais idade e, por isso, podem se sentir envergonhadas por estarem diferentes
dos seus pares. Isso pode levar a um retraimento social, bullying, baixa
autoestima, depressão, transtornos alimentares, precocidade no início da
atividade sexual ou mudanças emocionais antes do tempo devido aos hormônios.
"Além do suporte psicológico para a criança, o suporte para os pais,
professores e familiares é fundamental para auxiliar a criança a enfrentar
esses desafios e a manter uma vida normal", enfatiza Zung.
7. Crianças com puberdade precoce serão mais baixas quando
adultas
Mito: De acordo com o diretor médico do
Aché, Stevin Zung, a interferência na altura está relacionada ao diagnóstico
precoce. Quando o diagnóstico e o tratamento são realizados no momento adequado
e não ocorre avanço da idade óssea, a altura final geralmente se mantém dentro
do esperado. "Entretanto, caso o diagnóstico e tratamento da doença sejam
atrasados, é possível que haja um comprometimento do crescimento, resultando em
uma altura final abaixo do esperado."
Aché Laboratórios
Referências:
1. Puberdade Precoce Central. GOV, 2022. Disponível em: Link