A coordenadora médica de Imaginologia Mamária da
BP, Carla Benetti, compartilha orientações essenciais para uma mamografia
eficiente, visando diagnósticos precisos de câncer de mama
No
dia 05 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional da Mamografia, exame
vital na detecção precoce e precisa do câncer de mama, o tipo mais comum e
também o mais letal entre mulheres no Brasil. “Até 2025, são estimados 73.610
novos casos, uma taxa de incidência de mais de 65 casos por 100 mil mulheres,
de acordo com o INCA”, relata Carla Benetti, coordenadora médica de
Imaginologia Mamária da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo,
um dos principais hubs de saúde de excelência do país.
Introduzida no Brasil no início da década de 1970, a mamografia permanece como
o método mais eficaz e cientificamente validado para reduzir a mortalidade
associada ao câncer de mama. “Mesmo sendo um exame de mais de 50 anos, muito se
evoluiu em tecnologia. No ano 2000, o FDA (Food and drug administration)
aprovou o primeiro equipamento digital de mamografia que constituiu um grande
avanço na qualidade de imagem e detecção precoce do câncer de mama. E desde
então, seguimos avançando, como é o caso da tomossíntese mamária, aprovada em
2011”, explica a médica - que é especialista no procedimento.
Semelhante a um mamógrafo, a tomossíntese mamária é um equipamento mais
avançado, capaz de realizar várias imagens com reconstrução tridimensional (3D)
da mama, constituindo um avanço sobre a mamografia digital. “O objetivo desse
exame é a obtenção de várias imagens através de diferentes ângulos da mama,
obtidas durante a mesma compressão realizada na mamografia. Com isso, a
tomossíntese reduz a sobreposição do tecido mamário, que muitas vezes obscurece
algumas lesões menores, sobretudo em mamas densas”, afirma a médica.
Benetti também aponta que a precisão da mamografia é influenciada por vários
fatores, incluindo a qualidade do exame e a habilidade dos profissionais de
saúde envolvidos. “É imprescindível que o exame siga as diretrizes e protocolos
médicos rigorosos, além da realização periódica do exame pelas mulheres, para
um diagnóstico eficaz e precoce”, ressalta.
Para maximizar a precisão dos resultados, a especialista ressalta algumas
recomendações importantes:
• Preparação: é
aconselhável evitar o uso de desodorantes, cremes ou quaisquer produtos na pele
da região das axilas e mamas no dia do exame, pois podem simular lesões nas
imagens.
• Posicionamento: o profissional que realizará o exame precisa
assegurar que a mama esteja bem-posicionada no aparelho, pois isso permite uma
ampla visualização e reduz o risco de omissão de lesões. Também é importante
fazer imagens em diferentes posições, para aumentar a abrangência da
mamografia.
• Compressão: apesar de poder causar
desconforto momentâneo, a compressão da mama é essencial para a obtenção de
imagens claras e detalhadas. É importante que a paciente não se mexa para se
obter imagens nítidas e precisas.
• Equipe multidisciplinar: um
acompanhamento multidisciplinar, que inclua médicos radiologistas,
ginecologistas e mastologistas e, quando necessário, oncologistas, é
fundamental para um tratamento abrangente e efetivo. “Profissionais de
diferentes áreas coordenam a integração e o planejamento dos cuidados da
paciente, resultando em melhores desfechos”, reforça Carla.
BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo