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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Dos pés no painel do carro ao uso de calçado inadequado: Saiba o que evitar para não estragar seu feriado de Carnaval

Pés no painel expõem a pessoa ao risco de lesões
 gravíssimas, caso aconteça um acidente 
  
Freepik
Algumas ações podem comprometer significativamente o momento de lazer; ABTPé pontua cuidados necessários



Com um ano praticamente sem feriado prolongado, o Carnaval, que está se aproximando, é a oportunidade tão aguardada por muitas pessoas para viajar. Mas seja no caminho ou durante a sua estada, atenção e cuidados são necessários para não estragar o seu lazer.

 

Na viagem, um hábito corriqueiro por muitos passageiros que estão ao lado do motorista, por exemplo, é reclinar o banco e apoiar os pés no painel do carro, para esticar as pernas e se sentir mais confortável. A ação, no entanto, expõe a pessoa ao risco de lesões gravíssimas, caso aconteça um acidente, alerta o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Alexandre Leme Godoy dos Santos.

 

Um estudo do Touring Club Suisse (TCS), organização de mobilidade da Suíça, realizou um teste de colisão com um boneco (simulando uma pessoa) no banco do passageiro com os pés sobre o painel e o carro a 64 km/h. O airbag empurrou as pernas contra o torso e a cabeça. “O passageiro com os pés no painel pode quebrar o tornozelo e o quadril e sofrer traumas no abdômen, no rosto e no pescoço. Os dispositivos de proteção, como o airbag e o cinto de segurança, só são efetivos quando o passageiro está sentado corretamente”, ressalta o médico.


 

Caminhada ou corrida na praia

 

Chegando ao destino, hora de iniciar a programação de lazer. Quem vai à praia e deseja aproveitar o clima litorâneo para uma caminhada ou corrida à beira mar, deve calçar um tênis apropriado para a prática, pois além de proporcionar segurança e estabilidade, protege os pés de contato com o solo muito quente – o que pode gerar bolhas - e com resíduos descartados incorretamente, que podem ocasionar ferimentos. “Infelizmente, em muitas praias há lixo espalhado pela areia, principalmente em épocas festivas, com vidros, espetos, latas, enfim, materiais que podem ferir seriamente os pés”, salienta.

 

O presidente da ABTPé também recomenda evitar correr em superfícies inclinadas, como beira de praia (conhecidas como praias de tombo), pois estes terrenos sobrecarregam as articulações de forma irregular propiciando o desenvolvimento de lesões.


 

No bloco de rua

 

O mesmo vale para quem irá curtir a folia nos blocos de rua. “Chinelos e sandálias rasteirinhas devem ser evitados, pois não protegem os pés das irregularidades do solo e não oferecem o amortecimento necessário para diminuir a sobrecarga articular, podendo causar dor no calcanhar, tendinite e fraturas por estresse”, alerta.

 

O especialista lembra, ainda, que esses calçados também não protegem os pés de objetos cortantes ou perfurantes, “além do que, no tumulto, alguém pode pisar acidentalmente nos pés e causar ferimentos”, completa. “Os pés são o que nos sustenta, então, é importante ter atenção especial com eles para que um momento como esse, de festividade e lazer, não se transforme em um grande transtorno”, conclui.


 

Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé – ABTPé


Dia Nacional da Mamografia: Desafios e desigualdades no diagnóstico de câncer de mama no Brasil

 

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Ampliação do acesso a um dos principais métodos de rastreamento e diagnóstico precoce da doença necessita, entre outros fatores, de melhoria de infraestrutura de saúde pública, educação e conscientização da população


Em 2008, a Lei nº 11.695 instituiu o Dia Nacional da Mamografia. A data, celebrada em 5 de fevereiro, tem a proposta de chamar a atenção para a importância do exame, um dos principais métodos para rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama. Apesar do destaque no calendário, o acesso à mamografia em muitas cidades brasileiras ainda é limitado, seja pela falta de centros de saúde equipados, longas filas de espera ou custos associados ao exame. “Em um País com regiões tão heterogêneas de desenvolvimento, disponibilizar a mamografia à população-alvo é um desafio para governos e gestores”, afirma a mastologista Maria Julia Calas, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) Regional Rio de Janeiro.

O Brasil dispõe, em uso, de 6.334 aparelhos de mamografia, número considerado suficiente para atender a população-alvo. No entanto, o SUS (Sistema Único de Saúde) realiza somente 30% do rastreamento. Para Maria Julia Calas, no enfrentamento dos desafios associados ao rastreamento nacional de câncer de mama, além da melhoria da infraestrutura de saúde, há a necessidade de ampliar o acesso, a conscientização e a educação da população. “Estas ações devem ser integradas a políticas de saúde pública para que o Brasil alcance resultados mais eficazes e equitativos”, destaca.

Em algumas comunidades, observa a médica, mesmo com as ações da campanha Outubro Rosa, a falta de conhecimento da população sobre a detecção precoce do câncer de mama pode resultar em atrasos nos exames e diagnósticos. “Não mais se questiona o fato de o câncer de mama ser o mais frequente entre as mulheres brasileiras”, diz.

Como efeito da cobertura mamográfica inadequada, os casos de câncer de mama em estágio avançado foram 43,16% (2018-2019) e 52,04% (2020-2021) no SUS; 30,5% (2018-2019) e 36,4% (2020-2021) na saúde suplementar, que inclui os planos de saúde. Desde a biópsia até o primeiro tratamento, observam-se diferenças entre o SUS e a saúde suplementar. Em até 30 dias, os atendimentos representaram 21,1% no SUS e 45,4% no sistema privado. Entre 30 e 60 dias, o SUS registra 34%; a saúde suplementar, 40%. Acima de 60 dias, foram 44,9% no SUS e 14,6% no sistema privado. Neste sentido, a SBM considera fundamental a aplicação da Lei nº 12.732 de 2012, que determina o início do tratamento no prazo máximo de dois meses.

 

Rejuvenescimento do câncer

Pela deficiência de informação e de acesso à mamografia, a SBM constata o “rejuvenescimento do câncer”, ou seja, cada vez mais casos de mulheres com menos de 40 anos de idade apresentando a doença.

Com base em informações disponibilizadas pelo Tabnet, no Painel Oncologia do DATASUS, a Sociedade Brasileira de Mastologia verificou um aumento expressivo no número de mulheres com menos de 50 anos diagnosticadas com câncer de mama. Em 2013, ano inicial da análise realizada pela SBM, do total de biópsias lançadas no Tabnet, 9.903 foram positivas para câncer de mama. Em 2022, somaram-se 12.719. Em 2023, dados ainda parciais mostram que entre mulheres de 40 a 49 anos, 5.753 apresentaram a doença, e o que se projeta com a consolidação dos números é o aumento de casos.

Os números do Tabnet indicam ainda um alto índice de câncer de mama em mulheres com menos de 35 anos. Neste grupo, a doença pode estar relacionada à herança genética, realidade para a qual já há estratégias de diagnóstico e tratamento. Somente cinco Estados brasileiros dispõem de legislações específicas para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2 custeada pelo SUS. O direito já assiste as mulheres no sistema suplementar operado pelos planos de saúde desde 2014.

É consenso entre entidades como SBM, Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem), que o exame anual seja realizado a partir dos 40, e não bienais, dos 50 aos 69 anos, como preconizado pelo Ministério da Saúde.


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Tecnologia

Outro aspecto observado pela especialista da SBM diz respeito à qualidade das imagens mamográficas. “Este é um fator que influencia diretamente na precisão diagnóstica e na implementação de tratamentos mais eficazes”, afirma. “A pesquisa contínua é vital para identificar novas tecnologia e abordagens de rastreamento que possam melhorar a detecção precoce e reduzir limitações associadas à densidade mamária e outros fatores”, completa.

Uma evolução em tecnologia apontada por Maria Julia Calas é a tomossíntese, ou mamografia 3D. A técnica avançada cria imagens tridimensionais da mama, contribuindo, segundo a médica, para melhorar a detecção de tumores e reduzir a necessidade de exames complementares ou de acompanhamento. Um estudo realizado em conjunto pela SBM, Febrasgo e CBR demonstra que o rastreamento populacional (prevenção secundária) do câncer de mama com o uso da tomossíntese poderia trazer grande benefício às mulheres, com ganho médio de 5 anos de vida de qualidade. Para as operadoras de saúde, a utilização da mamografia 3D poderia gerar uma economia de até R$ 400 milhões em 5 anos.

Até o final de 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil. “É preocupante constatar que este número é ainda maior, pois nem todas as mulheres receberam o diagnóstico, por não realizarem exames de rotina, e aqui destacamos a mamografia. Assim, a SBM se mantém firme na defesa da qualidade assistencial e da maior efetividade no enfrentamento ao câncer de mama, em sintonia com as diretrizes definidas pelas associações de especialistas em saúde da mulher no País”, conclui a mastologista Maria Julia Calas.


Vacina contra a dengue do Butantan protege 79,6% dos imunizados, atesta estudo

Lote usado para validar o processo de produção da vacina
 no Instituto Butantan
 (foto: André Ricoy / Comunicação Butantan)
Dados da terceira fase do ensaio clínico serão divulgados nesta quinta-feira no The New England Journal of Medicine; imunizante se mostrou seguro tanto entre voluntários com histórico de infecção prévia quanto entre aqueles nunca antes infectados


Uma única dose da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan é capaz de evitar o adoecimento em quase 80% dos vacinados (79,6%), aponta estudo que será divulgado nesta quinta-feira (01/02) no The New England Journal of Medicine. Denominado Butantan-DV, o imunizante contém versões atenuadas dos quatro sorotipos do vírus. Mostrou-se seguro e eficaz para uma ampla faixa etária estudada – de 2 a 59 anos –, tanto entre os voluntários com histórico de infecção prévia quanto entre aqueles nunca antes infectados.

“A publicação deste artigo na principal revista médica do mundo atesta o rigor e a qualidade do trabalho desenvolvido por pesquisadores de 16 centros brasileiros, localizados nas cinco regiões do país, sob a coordenação do Instituto Butantan”, diz à Agência FAPESP o infectologista Esper Kallás, primeiro autor do estudo. “Em junho devemos concluir os cinco anos de seguimento dos voluntários. Quando esses dados estiverem consolidados, saberemos qual é a longevidade da proteção induzida pela vacina.”

Ainda segundo Kallás, que dirige o Instituto Butantan, a expectativa do grupo é apresentar um relatório à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no segundo semestre deste ano para pedir o registro do produto. “Se tudo correr bem, devemos conseguir a aprovação definitiva em 2025. Já temos infraestrutura para produzir o imunizante no Butantan, embora ela ainda possa ser aprimorada, afinal, são quatro vacinas em uma”, ressalta.

O artigo prestes a ser publicado traz resultados dos primeiros dois anos do ensaio clínico de fase 3, que teve início em fevereiro de 2016 e envolveu 16.235 participantes de 13 Estados. Dados preliminares divulgados pelo Butantan em dezembro de 2022 já indicavam uma eficácia global de 79,6%. Agora, foram detalhados os resultados para cada subgrupo avaliado.

Foi observada eficácia de 80,1% para a faixa etária de 2 a 6 anos; de 77,8% entre participantes de 7 a 17 anos; e de 90% entre 18 e 59 anos. A estratificação de acordo com o status sorológico mostra uma proteção de 73,6% entre os voluntários sem evidência de infecção prévia, enquanto entre os já expostos o número foi de 89,2%. Contra o sorotipo 1 da dengue (DENV-1) a eficácia foi de 89,5% e, contra o sorotipo 2 (DENV-2), de 69,6%. Não foi possível avaliar o desempenho contra os sorotipos 3 e 4 porque não houve circulação do vírus durante a realização do estudo. A maioria das reações adversas foi classificada como leve ou moderada, sendo as principais dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça e fadiga. Eventos adversos sérios relacionados à vacina foram registrados em menos de 0,1% dos vacinados e todos se recuperaram.

“Dados da fase 2 [do estudo clínico] indicam que os quatro sorotipos virais atenuados que compõem a Butantan-DV se multiplicam no organismo humano e induzem uma resposta equilibrada em termos de produção de anticorpos. Isso nos leva a crer que a eficácia contra o DENV-3 e o DENV-4 também será boa”, afirma o virologista Maurício Lacerda Nogueira, um dos coordenadores da pesquisa. “Importante ressaltar que a vacina do Butantan se mostrou extremamente segura também para pessoas que nunca tiveram dengue, o que é uma vantagem em relação aos imunizantes já disponíveis no mercado. Além disso, ela abrange uma faixa etária mais ampla e é uma vacina monodose”, destaca Nogueira, que é professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), um dos centros que integraram a pesquisa.

Até o momento, há duas vacinas contra a dengue já aprovadas pela Anvisa. A Dengvaxia, da farmacêutica Sanofi Pasteur, requer três aplicações e é indicada para pessoas de 9 a 45 anos que já tiveram dengue. E a Qdenga, do laboratório Takeda, cuja aplicação no Brasil deve começar agora em fevereiro para pessoas entre 4 e 60 anos (independentemente do status sorológico). Neste caso, serão necessárias duas doses para completar a imunização.

O esquema de dose única da Butantan-DV traz vantagens logísticas e econômicas, afirmam os autores no artigo. Confere proteção rápida para a população em caso de surto epidêmico ou para pessoas sem imunidade que precisam viajar a locais onde a doença é endêmica.

No Brasil, o vírus da dengue é considerado hiperendêmico, ou seja, sua alta prevalência se mantém constante no país ano após ano. Segundo o Ministério da Saúde, em 2023 foram registrados até novembro 1,6 milhão de casos prováveis. Dados divulgados na última terça-feira (30/01) apontam em 2024 um acumulado de 217.841 casos prováveis. Há ainda 15 mortes confirmadas este ano e outras 149 em investigação. Com base nos números, a incidência calculada no país atualmente é de 107,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade da doença está em 0,9%.

Benefícios secundários

A vacina tetravalente contra a dengue começou a ser desenvolvida no Instituto Butantan em 2010 com apoio da FAPESP, a partir de uma formulação criada por pesquisadores vinculados ao National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos. Os ensaios clínicos começaram no Brasil em 2013, com apoio da Fundação Butantan e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito do projeto "Desenvolvimento de uma vacina tetravalente contra a dengue", coordenado por Neuza Frazatti Gallina, que recebeu em 2023 o Prêmio Péter Murányi (leia mais em: agencia.fapesp.br/40817). Esta terceira fase da pesquisa, que deve ser concluída em junho, é possivelmente o maior ensaio clínico de uma vacina já feito exclusivamente no país.

“O custo da dengue é absurdo no Brasil e a expectativa é que a vacina reduza a mortalidade e as hospitalizações pela doença. Então, o investimento feito pelo governo brasileiro no desenvolvimento do imunizante nacional, na casa das centenas de milhões de reais, terá um impacto enorme em termos de saúde pública”, avalia Nogueira. “Além disso, há benefícios secundários que já podemos observar. Esse mesmo grupo que fez o estudo agora publicado fez o ensaio clínico da CoronaVac durante a pandemia de COVID-19. A gente já estava preparado. A formação dessa rede de pesquisa em vacinas é um patrimônio que o governo brasileiro tem de manter, porque isso permite responder muito rapidamente a outras necessidades que venham a surgir no futuro.

O artigo Live, Attenuated, Tetravalent Butantan-Dengue Vaccine in Children and Adults pode ser lido em: www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2301790?query=featured_home.

 

Karina Toledo
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/vacina-contra-a-dengue-do-butantan-protege-796-dos-imunizados-atesta-estudo/50763


Zumbido no ouvido pode indicar melhor cognição? Especialista explica e analisa possibilidades

Dr. Fabiano de Abreu Agrela (MF Press Global) Foto Ilustrativa (FreePik)
Ter zumbidos no ouvido nem sempre indica apenas a perda da audição, mas também pode ter relação com uma melhor capacidade cognitiva, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela


 

O acufeno, conhecido popularmente como zumbido no ouvido, afeta cerca de 15% das pessoas e gera ruídos frequentes, como assobios, sibilos, tinidos, ou outros, mesmo sem barulho ambiente, o que ocorre, em geral, com mais intensidade próximo à hora de dormir.

 

O problema é, normalmente, associado à perda auditiva, mas de acordo com estudos recentes pode também ter relação com uma melhora cognitiva. Análises indicaram que o zumbido também pode ser relacionado a uma maior capacidade cognitiva. Esses dados inspiraram uma parceria entre o CPAH- Centro de Pesquisa e Análises Heráclito - com o GIP - Genetic Intelligence Project - que analisou diversos participantes do projeto e identificou a relação, mesmo em voluntários com excelente audição.

 

O que explica a relação entre zumbido no ouvido e melhor capacidade cognitiva?

De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o zumbido pode ser uma ferramenta para amenizar perdas de audição através do ruído neural, ajudando a melhorar a cognição, o que impacta o QI do indivíduo.

 

Alguns estudos indicam que o zumbido no ouvido é um processo que ajuda a melhorar a capacidade auditiva em pessoas com perda de audição por meio da adição de ruídos neurais, ou ressonância estocástica, que causa sons com o objetivo de melhorar a capacidade de detecção de sinais mais fracos, melhorando a capacidade auditiva por meio dos sons fantasma”.

 

Essa melhora na audição e percepção da fala, o que permite um melhor exercício da cognição com possíveis efeitos no QI, reforçados por uma diminuição do declínio cognitivo do zumbido em pacientes que apresentam zumbido, que pacientes com o sintoma”.

 

A forma como os impactos do acufeno podem ser bastante heterogêneos, variando entre positivos e negativos, precisa ser melhor estudada para entender melhor os impactos cognitivos da condição e a forma como esses fatores podem alterar o QI do indivíduo”, ressalta Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

 

Tipos de  zumbido no ouvido e suas causas


Acufeno subjetivo: Desencadeado por atividades irregulares no córtex auditivo cerebral que o fazem identificar certos estímulos como sons, gerando os zumbido, é a forma mais comum de acufeno.

 

Acufeno objetivo: É causado por ruídos  gerados por estruturas próximas ao ouvido, causados pelo fluxo sanguíneo de veias e artérias próximas, também podendo surgir devido a lesões cranianas, certas doenças, tumores, ou espasmos em músculos próximos, gerando sons de estalos.

 

Tratamentos para zumbido no ouvido

O tratamento para o acufeno é limitado atualmente, em grande parte pela sua natureza multifatorial e bastante complexa, dentre as principais opções estão a terapia sonora, que “mascara” zumbidos e os torna menos intrusivos, terapia comportamental e, em alguns casos, o uso de aparelhos auditivos.

 

Alguns medicamentos também podem ser utilizados para tratar os sintomas decorrentes do zumbido, como insônia.

 

 

Dr. Fabiano de Abreu Agrela - Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA - American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society, Numerical e HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 220 artigos científicos e 17 livros.


Carnaval com mais disposição e sem ressaca - por Dra. Elaine Dias JK, phd em endocrinologia pela USP e metabologista

Divulgação
Cuidados básicos para que a diversão seja saudável, prolongada e sem riscos 


Falta pouco para a data mais festiva do ano no Brasil, o Carnaval, que em 2024 começará no dia 10 de fevereiro. E, para aproveitar os quatro dias de folia, é preciso redobrar os cuidados com a saúde e o condicionamento do organismo. A Dra. Elaine Dias JK, Phd em endocrinologia pela USP e metabologista, elencou cinco recomendações que vão ajudar na disposição, mantendo o bem-estar durante todo o feriadão:

-Hidratação: é fundamental beber pelo menos 2 litros de água ao dia para evitar a desidratação. Caso ainda não seja hábito, comece alguns dias antes para que o metabolismo possa se adaptar. Qualquer mudança é sintomática e pode ter reação do organismo;

-Alimentação saudável: mantenha uma dieta equilibrada e evite alimentos gordurosos ou muito processados. Prefira opções ricas em vitaminas e minerais para ajudarem a fortalecer o sistema imunológico, aumentando a resistência a infecções e promovendo bem-estar;

-Descanso adequado: durma o suficiente antes do Carnaval para que o corpo esteja preparado para aproveitar a festa. A qualidade do sono é fundamental para a saúde, pelo menos de 7 a 8 horas por noite;

-Atividade física: seja ativo nos dias que antecede a folia, seja dançando ou caminhando, isso ajudará a manter a saúde e a energia durante o feriadão prolongado;

-Evite o consumo excessivo de álcool: o excesso geralmente afeta negativamente o metabolismo e gera mal-estar.

“Vale lembrar que esses cuidados são importantes para que possa desfrutar do Carnaval com energia, vivenciar uma experiência segura, agradável”, comenta a Dra. Elaine.

Em relação à ressaca, a médica metabologista explica que ela é causada por uma combinação de fatores, incluindo desidratação, inflamação no cérebro e desequilíbrios químicos no corpo. “Alguns sintomas comuns incluem dor de cabeça, náusea, fadiga, dificuldade para se concentrar e sensibilidade à luz e ao som. Então, para evitar essa “fadiga” toda ou amenizar o mal-estar, temos algumas recomendações”, pontua a Dra. Elaine. São elas:

-Beba água: mantenha-se hidratado antes, durante e depois de ingerir bebida alcoólica. Tente beber pelo menos um copo de água a cada hora de consumo de álcool;

-Coma antes de beber: comer uma refeição saudável vai ajudar a absorver o álcool de maneira mais lenta;

-Escolha bebidas de baixa concentração alcoólica: cervejas de baixa graduação alcoólica e vinhos brancos são menos propensos a causar ressaca do que bebidas com alta concentração de álcool, como destilados e vinhos tintos;

-Beba com moderação: limite a quantidade de álcool que você consome em uma sessão de bebidas, faça pausas ao longo da folia.

“São medidas que podem minimizar os sintomas. Porque, na verdade, a melhor maneira de evitar a ressaca é não consumir em excesso a bebida alcoólica. Beber com moderação é sempre a escolha mais segura e saudável”, finaliza a endocrinologista, Dra. Elaine.  



Dra. Elaine Dias JK - A Dra. Elaine é PhD em endocrinologia pela USP, também é membro ativo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, onde foi professora no curso de USG de Tireoide. Em sua clínica-boutique na Oscar Freire, atua com uma equipe de profissionais multidisciplinares em um espaço acolhedor e humanizado, com tecnologias de última geração. É uma das poucas no Brasil a realizar o exame de epigenética, que permite a personalização do tratamento com a orientação de dieta e atividade física ideal para cada paciente, apontando os melhores caminhos para resultados mais efetivos.
www.elainedias.com.br
Instagram @draelainedias.


Processos cirúrgicos negados ou travados: o que fazer?

 De acordo com o Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, a busca por eficiência nos trâmites burocráticos é fundamental para promover um sistema de saúde mais ágil

 

Muitos pacientes enfrentam um desafio adicional antes de passar por procedimentos essenciais para sua saúde: a burocracia dos convênios médicos. A demora na autorização de cirurgias, e por vezes a negação injustificada, pode colocar em risco a qualidade de vida dos pacientes e gerar frustração tanto para eles quanto para os profissionais de saúde. 

A necessidade de autorizações prévias, análises detalhadas e respostas lentas comprometem a agilidade no tratamento de condições médicas urgentes, criando um cenário desafiador para a prestação de cuidados adequados.

 

Soluções para contornar os obstáculos

De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, estabelecer uma comunicação mais direta e colaborativa com os representantes dos convênios médicos pode acelerar o processo de autorização. “Apresentar uma documentação detalhada e transparente, como relatórios médicos minuciosos, registros de exames e uma justificativa clara da essencialidade da cirurgia, por exemplo, reduz a necessidade de informações adicionais e contribui para a eficiência da autorização”, pontua.

Essas abordagens, quando adotadas de maneira conjunta, podem proporcionar uma melhoria significativa na eficiência do processo de autorização cirúrgica, beneficiando tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde envolvidos.

 

Pontos de atenção para médicos e pacientes

Os pacientes que dependem de cirurgias, muitas vezes, experimentam ansiedade e desconforto ao lidar com a incerteza da aprovação do procedimento. “Além disso, a demora na autorização pode levar à progressão das condições de saúde, resultando em complicações que poderiam ser evitadas. Por outro lado, médicos enfrentam pressões e obstáculos na prestação de cuidados de qualidade, devido à lentidão do sistema de autorizações”, revela.

Ao adotar estratégias para contornar os obstáculos burocráticos, médicos e pacientes podem experimentar uma série de benefícios. “A agilidade no processo de autorização não apenas contribui para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, mas também proporciona aos médicos um ambiente mais favorável para a prática da medicina, reduzindo estresse e permitindo uma abordagem mais centrada no paciente”, declara.

A demora na autorização e a negação injustificada de cirurgias são obstáculos que podem ser superados. “A busca por eficiência nos trâmites burocráticos é uma peça-chave na promoção de um sistema de saúde ágil, que entende a importância do bem-estar de todos os envolvidos no processo cirúrgico”, finaliza. 



Rodolfo Damasceno - Empreendedor com uma década de atuação na área de saúde, possui ampla expertise em estratégias de autorizações cirúrgicas junto às operadoras de saúde.
Para mais informações, acesse o instagram.


Dia Mundial do Câncer: ciência e tecnologia trarão respostas e tratamentos mais ágeis nos próximos anos

Médico Nacional do Hospital Integrado do Câncer da Rede Mater Dei de Saúde e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia é otimista em relação à doença nos próximos anos 


Neste 4 de Fevereiro, quando é lembrado o Dia Mundial do Câncer, mesmo com estimativas assustadoras, o oncologista clínico Enaldo Melo de Lima, 
coordenador Médico Nacional do Hospital Integrado do Câncer da Rede Mater Dei de Saúde e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, é otimista quanto ao futuro: “Tenho um sentimento de esperança de que em 15, 20 anos, as pessoas até poderão ter câncer, mas a doença não vai ser mais tão estigmatizada. A ciência está trazendo respostas muito rápidas e a tecnologia soluções ágeis. Não vejo uma redução imediata dos casos da doença, mas certamente, os tratamentos que hoje estão muito avançados em comparação há 10 anos, estarão bem melhorados. As pessoas vão morrer de outras coisas, de envelhecimento mesmo”, pontua.

Enaldo diz que o câncer, na atualidade, é comparado a um problema de saúde pública mundial e alguns dos mais de 800 subtipos da doença vêm acometendo pessoas abaixo de 40 anos de idade. A Organização Mundial de Saúde estima que serão cerca de 20 milhões de novos casos da doença no mundo a cada ano, com uma taxa de óbitos que se aproxima de 9 milhões. No Brasil, proporcionalmente, o cenário se aproxima do que acontece globalmente, e serão registrados algo em torno de 700 mil novos casos por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Ele cita dois tipos de câncer que antigamente acometiam pessoas mais velhas, mas que hoje têm ocorrido em jovens, abaixo dos 40: o câncer de intestino e reto e o câncer de pulmão, mesmo em pessoas que nunca colocaram um cigarro na boca. “Já há dados técnicos publicados de que houve uma antecipação dessas doenças. Até alguns anos atrás, a indicação de fazer colonoscopia era acima de 50 anos. Hoje é acima de 45 anos e, ainda assim, você tem uma incidência da doença em pessoas jovens. Isso não é achismo dos médicos, é estudo mesmo”, pontua.

E porque isso está ocorrendo? O especialista destaca que o câncer do intestino e reto ocorre, possivelmente, pelo padrão alimentar adotado pelo mundo ocidental, com enlatados, embutidos e na forma como os alimentos são conservados, com base em produtos químicos. “Esse é um fato evidente que vem ocorrendo mundialmente e acredito que a forma de alimentação levou a esse aumento dos casos da doença em jovens nos EUA, Europa, no ocidente em geral. Outro aspecto é a queima dos combustíveis fósseis em grandes centros urbanos, que está gerando mais casos de câncer de pulmão em pessoas com menos de 40 anos. Nós que vivemos em grandes cidades temos uma chance de duas a quatro vezes mais de ter câncer de pulmão do que quem mora numa cidade do interior ou num local que não tem esse mesmo nível de poluição ambiental”, aponta.

Apesar de nos exemplos a incidência ter aumentado entre jovens, 70% dos cânceres em geral acometem pessoas acima de 65 anos; 29% em pessoas entre 30 e 64 anos; e 1% abaixo dos 30 anos de idade. O oncologista esclarece também que hoje, em pessoas acima de 70 e 80 anos, muitos tumores são apenas acompanhados, pois não apresentam risco de morte para os pacientes. “O câncer de próstata e o de mama, em alguns casos de pessoas mais velhas, passam pelo que chamamos de vigilância ativa, ou seja, o médico só acompanha, não trata com quimio ou radioterapia, pois a pessoa não tem risco de morrer do câncer”, explica.

Com quatro décadas de profissão dedicados à oncologia clínica, Enaldo de Lima ressalta que, além da tecnologia, que permitiu novos aparelhos de detecção do câncer, os medicamentos e tratamentos avançaram de forma surpreendente, além do acesso à prevenção e controle da doença, em todo o mundo.

Robôs, imunoterapia e HPV - Entre os avanços mais recentes, ele ressalta as cirurgias com robôs, que apresentam uma acurácia muito mais elevada em comparação à mão humana na precisão da retirada dos tumores, e também os medicamentos à base de imunoterapia. “Hoje, no Hospital Integrado do Câncer da Rede Mater Dei, oferecemos tudo o que há de mais moderno em termos de tratamentos, aparelhos e exames em oncologia para o paciente, além de uma equipe multidisciplinar que discute todos os casos diariamente. Nossos hospitais contam com pronto-atendimento oncológico, um dos únicos no país”, ressalta. 

Além do estilo de vida, a prevenção de doenças como o câncer passa também pelos cuidados pessoais. Estimativa da OMS indica que 17% dos cânceres em todo o mundo estão relacionados a vírus, um deles e o mais relevante, o HPV. “Os casos de cânceres de cabeça e pescoço estão muito ligados ao HPV. Temos também casos gerados por Hepatite, por exemplo. Por isso, é tão relevante a vacinação do HPV em jovens. Se conseguirmos cobrir a população com essa vacinação, poderemos assistir a uma queda nesse tipo de câncer. Essa é uma doença prevenível se tivemos no país um sistema que funcione de fato”, acrescenta.

 

Rede Mater Dei de Saúde


Menopausa precoce: quando é hora de iniciar o tratamento?

A menopausa precoce, também conhecida como insuficiência ovariana prematura, é definida como a ausência de menstruação, no período de um no, antes dos 40 anos de idade. Isso pode ocorrer por várias razões, incluindo genética, exposição ao vírus, a exemplo da caxumba, tratamentos médicos (quimioterapia), distúrbios autoimunes, cirurgias que afetam os ovários, entre outros fatores.

Quando a menopausa ocorre precocemente, as mulheres podem enfrentar sintomas semelhantes aos da menopausa padrão, a exemplo de ondas de calor, alterações de humor, piora importante na qualidade do sono, ressecamento vaginal, redução da libido e ganho de peso.

A Dra. Iana Carruego, ginecologista da Clínica Elsimar Coutinho/ SP, explica que a menopausa pode acarretar problemas importantes em relação à saúde e qualidade de vida da mulher. Segunda ela, a paciente que entra na menopausa tem mais chances de desenvolver doenças como osteoporose, depressão, risco de eventos cardiovasculares como infarto ou derrame, episódios de ansiedade e até piora do rendimento intelectual.


 Tratamento

A TRH (Terapia de Reposição Hormonal) é uma opção de tratamento comum para aliviar os sintomas da menopausa, incluindo a menopausa precoce. Essa terapia envolve a administração de hormônios como estrogênio, testosterona e progesterona, por exemplo, e colabora para reduzir os riscos associados à deficiência hormonal. No entanto, a decisão de usar a reposição hormonal deve ser discutida com um profissional de saúde e realizada de maneira individualizada. Neste processo é importante considerar os riscos e os benefícios do tratamento, histórico médico da paciente e até preferências pessoais.

Entre os benefícios da reposição hormonal estão: alívio dos sintomas vasomotores, como ondas de calor e suores noturnos, melhora da saúde óssea – o que inclui a prevenção da perda de densidade óssea, melhora de sintomas relacionados à atrofia vaginal, como ressecamento e dor durante o sexo.

A TRH pode ser administrada por meio de pílulas, adesivos cutâneos, cremes ou géis e implantes. A escolha do método dependerá das necessidades de cada paciente. Além disso, ter hábitos de vida saudáveis. Se tiver acima do peso, emagrecer. A prática de exercícios físicos também é fundamental.


 Implantes Hormonais

O tratamento com o implante hormonal é extremamente eficaz e seguro na realização da reposição de hormônios bioidênticos (a molécula é igual a produzida pelos ovários) – similares as substâncias produzidas pelo corpo (estrogênio e testosterona) e deve ser indicado para as mulheres durante a menopausa. Diferente dos métodos convencionais, os implantes permitem a condução de um tratamento individualizado.

O procedimento é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem de 4 a 5 cm e comportam cerca de 40 a 50 mg de substâncias hormonais, a exemplo do estradiol, da testosterona e da gestrinona.

” Os implantes vêm como um tratamento na dose adequada e de forma subcutânea, sem passagem pelo fígado, sem risco de trombose, mantendo os níveis hormonais estáveis na corrente sanguínea e a durabilidade e praticidade para a paciente”, explica a Dra. Iana.


Quais são as contraindicações da TRH?

O tratamento não deve ser indicado para mulheres com histórico de câncer de mama e do endométrio.

O primeiro passo para iniciar o tratamento de reposição hormonal é identificar quais as deficiências hormonais que ocorrem no organismo por meio de exames laboratoriais (exame de sangue). A partir dos resultados, o médico poderá avaliar qual o melhor método para que seja feita a controle dos hormônios. 

A decisão de realizar a TRH deve ser tomada com base em avaliação individualizada. Por isso é importante fazer exames com regularidade e buscar um médico de sua confiança.

 

Iana Vilasbôas Carruego - Formada em Medica generalista pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Casa de Saúde Santa Marcelina-SP, subespecialização em cirurgia ginecológica minimamente invasiva (video e uroginecologia) pela casa de Saúde Santa Marcelina-SP. Pós-graduanda em Ciências da Obesidade e Sarcopenia. Atuação em ginecologia regenerativa e implantes hormonais.


Engajamento do paciente é um desafio para o setor: como resolver esse impasse?

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Longo tempo de espera e dificuldades no agendamento de consultas são alguns desafios enfrentados por pacientes em instituições de saúde


O cenário da saúde é constantemente desafiado por questões que assustam os pacientes e os afastam, imprudentemente, de consultórios e clínicas médicas, levando a um declínio na confiança e na satisfação com os serviços oferecidos. Nesse contexto, a tecnologia surge como aliada capaz de superar barreiras e proporcionar um ambiente mais seguro e confiável. 

“A integração eficaz da tecnologia na prática clínica pode melhorar significativamente a experiência dos pacientes, promovendo um atendimento eficiente e personalizado. No entanto, é importante lembrar que ela deve sempre ser utilizada de forma ética e responsável, respeitando a privacidade e segurança das informações dos pacientes”, comenta Elton Tognon, head de estratégias da Nuria, healthtech com autoridade em interoperabilidade no setor da saúde e pioneira no desenvolvimento de soluções digitais para melhorar o engajamento do paciente. 

À medida que nos aprofundamos na transformação digital, a saúde deve acompanhar esse progresso. Pensando nisso, o executivo traz cinco pontos de atenção que podem ser beneficiados com o auxílio da tecnologia. Confira:

 

Dificuldades no agendamento de consultas

Longos períodos de espera ou complexidade no agendamento de consultas, exames e avaliações clínicas podem frustrar os pacientes. Hoje, a tecnologia já proporciona soluções que facilitam e otimizam a marcação dos procedimentos, o que inclui agendamento online, lembretes automáticos, integração de calendários e o gerenciamento eficiente da agenda de profissionais de saúde.

 

Comunicação ineficaz

Um dos principais desafios na saúde é a comunicação clara entre profissionais e pacientes. Isso pode resultar em mal-entendidos, falta de adesão ao tratamento proposto e até aplicação do tratamento de forma incorreta. A tecnologia entra em cena com soluções como as que facilitam o onboarding do paciente nas instituições de saúde. Além disso, os prontuários digitais possibilitam o compartilhamento de informações entre diferentes especialidades médicas, evitando ruídos e interações medicamentosas.

 

Falta de acesso a informações clínicas

Os pacientes, por muitas vezes, se sentem desamparados ao não terem acesso fácil aos seus próprios registros médicos. A interoperabilidade bem implementada facilita a consolidação de dados da jornada do paciente em portais e aplicativos de saúde, assim, fornece acesso instantâneo a informações específicas, permitindo que cada um monitore seu progresso e tome decisões informadas sobre sua saúde.
 

Tempo de espera excessivo

A longa espera por consultas médicas é uma fonte comum de frustração. Nesse caso, a tecnologia pode ser aplicada através de sistemas de agendamento online, que permitem aos pacientes escolher horários convenientes e receber notificações sobre a disponibilidade de consultas. Além disso, soluções de gerenciamento de filas virtuais podem diminuir o tempo de espera no local. A previsibilidade pode tornar o tempo mais proveitoso.
 

Falta de acompanhamento pós-consulta

Muitas vezes, após uma consulta ou tratamento, os pacientes se sentem deixados à própria sorte. A tecnologia pode ser utilizada para implementar sistemas de envio automatizados, como lembretes de medicamentos, notificações de consultas de acompanhamento e monitoramento remoto de condições crônicas.

 

Nuria


Por que não pode amamentar com o diagnóstico de câncer

Especialista internacional em lactação e pediatra explicam a relação da necessidade do desmame com o tratamento do câncer e quais medidas podem amenizar o sofrimento da mãe

 

Receber um diagnóstico de câncer está entre as piores vivências que alguém pode ter. Receber este diagnóstico durante a fase de amamentação torna o sofrimento inestimável para quem nunca passou por isso. Nos últimos dias, a influenciadora Fabiana Justus iniciou exatamente esta travessia, recebendo o diagnóstico de leucemia, enquanto seu filho mais novo (Luigi, 5 meses), está em pleno momento de alimentação exclusiva por leite materno. 

Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação, informa que a quimioterapia é mesmo incompatível com a amamentação, não há alternativas seguras. "Se houver a necessidade de tratamento na gestação, existem algumas opções que não ultrapassam a barreira placentária e podem ser utilizadas. Não é o caso da fase de amamentação, infelizmente", lamenta a especialista. 

Dr. Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), lembra a recomendação da SBP de que a quimioterapia é um tratamento que impossibilita a amamentação. "Isso porque a medicação passa pelo leite e pode acometer o bebê. Os medicamentos usados na quimioterapia são perigosos para as crianças porque interferem na divisão normal e saudável das células do corpo", detalha ele. 

Algumas mulheres que estiveram nessa situação, segundo Cinthia, costumam dizer que a notícia do diagnóstico e da necessidade de desmame abrupto e precoce são igualmente dolorosas. "E vale lembrar que esta mulher ainda se encontra no puerpério, momento de fragilidade intensa, alterações hormonais, retorno físico-emocional de todo o organismo para o estado anterior à gestação", complementa a especialista em obstetrícia. 

Por este fator, Dr. Paulo Telles orienta que as pessoas ao redor tomem para si o cuidado com esta mãe num momento extremamente delicado. "Temos de amparar, acolher e dar ainda mais força e segurança para a lactante que iniciará o tratamento. O bebê ficará muito bem com a alimentação alternativa. Por isso, o mais importante é cuidar da saúde física e emocional da mãe", reforça, ao convocar toda a rede de apoio que rodeia esta mulher, numa conjuntura onde isso é mais necessário que nunca.

 

O que acontece com o leite? 

Nestas situações, explica Cinthia, é indicada uma medicação para secar o leite, associada à necessidade de avaliação frequente das mamas, observando possíveis complicações e intervindo o mais precocemente possível. "Os cuidados básicos nestes casos seriam enfaixamento das mamas e compressas geladas. Massagens e ordenhas devem ser evitadas, a não ser que sejam indicadas por alguma questão específica, e por um profissional especialista no assunto", explica. 

Além do tratamento interferir diretamente no bebê via amamentação, Cinthia informa, ainda, que no próprio momento de investigação diagnóstica já podem ser necessários exames com contrastes, procedimentos com necessidade de medicação, que já podem ter impacto na lactação. "O tratamento é intenso, necessita de internação prolongada, provoca queda da imunidade e consequente isolamento social pelo risco de infecção", complementa.

 


Cinthia Calsinski - Enfermeira Obstetra. Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp. Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo. Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI). Consultora Internacional de Lactação – IBCLC. Educadora Parental
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Dr. Paulo Nardy Telles - CRM 109556 @paulotelles. Formado pela Faculdade de medicina do ABC. Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de medicina da USP. Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP. Título de Especialista em Pediatria pela SBP. Título de Especialista em Neonatologia pela SBP. Atuou como Pediatra e Neonatologista no hospital israelita Albert Einstein 2008-2012


Novo corpo, novo indivíduo, novo eu


Pacientes obesos submetidos a uma cirurgia bariátrica ou a um processo de emagrecimento têm perda de muitos quilos, e com frequência, recorrem a cirurgias plásticas visando uma forma corporal mais natural e anatômica. A cirurgia bariátrica é um procedimento muito importante no tratamento dos graus elevados de obesidade. Porém, apesar dos bons resultados relacionados à perda de peso durante e depois da recuperação, é muito comum que a pele do paciente tenha bastante flacidez em algumas partes do corpo, como por exemplo coxa, braço, abdômen, costa, mama, rosto.

Ainda que seja um problema estético sem gravidade, isso acaba afetando a autoestima dando ao paciente a sensação de que o tratamento está incompleto. Por conta disso, os pacientes costumam recorrer a tratamentos para acabar ou diminuir a flacidez logo após a bariátrica. Os cuidados para a flacidez após a cirurgia incluem alimentação saudável, hidratação e prática de exercícios físicos. No entanto, para retirar o excesso de pele, característico da flacidez, o procedimento mais indicado são as cirurgias plásticas reparadoras. A cirurgia desempenha um papel importante na vida dos pacientes pós-bariátrica.

Graças aos avanços da tecnologia, atualmente já existem tratamentos que têm resultados satisfatórios para a flacidez pós cirurgia bariátrica. Existem alguns procedimentos que além de ajudar no tratamento da flacidez, também são capazes de recuperar a sustentação da pele. Alguns dos indicados são ultraformer 3, ultrassom microfocado, ultrassom macrofocado, bioestimuladores de colágeno, carboxiterapia, sculptra. Outro tratamento é a drenagem linfática manual indispensável no pós-operatório devendo ser feita pelo menos 48 horas após a cirurgia. Quanto mais precocemente se inicia a drenagem linfática, menor a probabilidade de acúmulo de líquidos no local e mais rápida a recuperação do paciente.

É bom ressaltar, que não existe uma fórmula mágica para alcançar o corpo desejado e eliminar a flacidez do dia para a noite, mas existem sim formas de acelerar a conquista desses objetivos de forma saudável e com a ajuda e acompanhamento de especialistas.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontou crescimento de 20,5% nos procedimentos realizados pelo SUS. Até agosto do ano passado foram realizadas 4.553 cirurgias, sendo que no mesmo período de 2022, foram realizadas 3.777 cirurgias bariátricas. Por conta desses dados, o que se percebe é que estamos em uma epidemia da doença obesidade, porta de entrada para diversas comorbidades que afetam diretamente a qualidade de vida da população brasileira.


Simone Barros - fisioterapeuta dermatofuncional, diretora-executiva da Clínica Simone Barros

História do comércio e a fidelização de clientes

“O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda a produção”, essa frase de Adam Smith, que é tido como pai da economia moderna, proferida no século XVIII, teve uma influência que perdura por séculos, moldando a maneira como o mundo entendeu e pratica a economia nos dias de hoje.

Com a  publicação do seu livro  “A riqueza das nações”  Adam Smith lançou as bases para o desenvolvimento de noções de livre comércio e competitividade de mercado, exatamente no momento em que a revolução industrial impulsionava  mudanças em todos os setores, inclusive no conceito de comércio, que  deixava  de ser uma atividade caseira de artesãos e pequenos produtores, para se  tornar a maior forma de rentabilidade das cidades.

Nesse momento exato, historicamente, diante de tantas mudanças ficou evidente a  importância do cliente, que passa a ter várias opções de aquisição de produtos, delineando o início das equipes  de atendimento  nos mais diferentes segmentos empresariais. No entanto, nesse momento histórico, obviamente, atendimento ao cliente era bastante diferente do que é hoje.

Mas em essência já se sabia naquela época que  um atendimento  correto ao cliente era uma necessidade de  qualquer negócio que pretendesse ser bem sucedido. Ali provavelmente, segundo alguns estudiosos, surgia a premissa de que a busca pela qualidade no atendimento ao cliente já era uma necessidade de sobrevivência.

E ali começava inclusive a necessidade de comunicação com os “compradores”, cujo meio disponível era através de  cartas e correspondências. Os clientes escreviam cartas para fazer perguntas, enviar feedback ou resolver problemas. As empresas respondiam por escrito, muitas vezes com prazos muito mais longos do que os esperados hoje.

Nesse contexto, podemos colocar o telefone como a  melhor invenção da história, que rapidamente se tornou o principal meio de comunicação para o atendimento ao cliente. As empresas tinham linhas telefônicas dedicadas para receber chamadas de clientes. Os atendentes respondiam dúvidas, processavam pedidos e lidavam com reclamações por meio de ligações telefônicas.

E antes da era digital, as interações com os clientes geralmente ocorriam pessoalmente, em lojas físicas ou escritórios. Os clientes visitavam os estabelecimentos para fazer perguntas, resolver problemas ou fazer compras, sendo que o atendimento ao cliente estava restrito aos horários comerciais. Fora desse período, os clientes precisavam esperar até o próximo dia útil para obter ajuda.

Daí para a automação dos processos de venda e fidelização de clientes foi um longo percurso, já que o atendimento ao cliente antigamente era mais demorado, menos personalizado e dependia de meios de comunicação tradicionais, como telefone e correspondências.

Hoje, com a tecnologia, temos opções mais rápidas e eficientes, como chat online, redes sociais, e-mails, que permitem uma comunicação mais ágil e personalizada com os clientes, além das ferramentas de fidelização, como estratégias relacionadas a preço, planos de fidelidade e experiências. Cada um desses tipos tem suas próprias estratégias para criar um relacionamento forte e duradouro com o cliente.

Para concluir, podemos citar Peter Drucker, considerado o pai da Administração Moderna: “Só existe uma definição válida para a finalidade de uma empresa: Criar um consumidor”.

 

Luiz Fernando Dias Guedes - possui MBA em gestão estratégica de comércio eletrônico e especialização em mobile marketing pela Fundação Getúlio Vargas, é sócio Fundador e COO da CRM&BONUS, maior empresa de bonificação e cashback do mundo, investida pelo Softbank e Riverwood avaliada em 2021 em R$1 BI.


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