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terça-feira, 4 de julho de 2023

Realidade virtual e aumentada: quais são as possibilidades para o futuro?

Percebemos um avanço cada vez mais rápido nas tendências tecnológicas. Há muitas empresas utilizando ferramentas que proporcionam experiências imersivas, seja na indústria, educação ou na área da saúde, para visualizar os processos ou testar produtos antes de criar algo no mundo real. O mercado de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA) contribui para a realização dessas atividades e tem movimentado bilhões nos últimos anos, ainda mais com o interesse do público pelo metaverso.

Apesar de parecer ter a mesma função, essas tecnologias possuem objetivos diferentes. A realidade aumentada é uma tecnologia interativa que integra elementos virtuais no mundo real, utilizando elementos digitais como dados, imagens e sons, geralmente por meio de câmeras e sensores de movimento. Dessa forma, esse recurso consegue sobrepor alguns elementos e auxiliar na experiência dos usuários em lojas virtuais, jogos ou redes sociais.

Já a realidade virtual tem como objetivo inserir os usuários em ambientes virtuais, criados por meio de um sistema computacional, permitindo uma experiência de imersão completa. Essa experiência pode ser simulada ou muito semelhante ao mundo real, sem ou com interação, muitas vezes tridimensional e multissensorial. Para isso, são utilizados headsets que possibilitam essa imersão no ambiente. Com o consumo cada vez mais voltado para o ambiente virtual, a estimativa é de que as vendas mundiais de headsets de realidade virtual aumentem cerca de 28 milhões em 2025, de acordo com uma estimativa da empresa IDC.

Segundo o relatório Worldwide Augmented and Virtual Reality Spending Guide da IDC, os gastos mundiais com realidade aumentada e realidade virtual devem chegar a US$ 50,9 bilhões em 2026. Entre os setores que a IDC prevê investimentos nessas tecnologias estão manufatura, saúde, serviços profissionais, educação, varejo, telecomunicações, governos e serviços públicos. Já uma pesquisa publicada no site Statista prevê que o mercado dessas tecnologias deve atingir a marca de US$ 250 bilhões em 2028.

Com as diversas aplicações focadas em IA generativa, sendo cada vez mais aprimorados, ficará mais fácil para qualquer pessoa criar simulações e ambientes interativos em 3D no metaverso. Isso porque essa tecnologia possibilitará a criação de cenários virtuais fotorrealistas, além de avatares que tenham alguma semelhança com o usuário.

Sem dúvidas, essa tecnologia pode impactar positivamente setores como os citados anteriormente e as possibilidades para as aplicações são inúmeras. Na indústria, por exemplo, esses recursos são utilizados em digital twins, ou gêmeos digitais, que são representações de fábricas no ambiente virtual. Isso contribui para manutenção preditiva, identificação de melhorias, otimização dos processos, tornando todo o trabalho mais eficiente e até impactando no orçamento da empresa.

No Reino Unido, duas equipes de engenharia da Hyperbat, maior fabricante independente de baterias para veículos elétricos da região, utilizam tecnologia de RV habilitada por 5G para colaboração, mesmo estando há uma distância de cerca de 112km. Com as sessões colaborativas feitas nesse formato, os engenheiros conseguem identificar os erros e corrigi-los, fazendo com que o processo de design da bateria seja mais econômico.

Além de manufatura, a cultura e o entretenimento também utilizam essas tecnologias, como é o caso de bibliotecas e museus que adotam exposições imersivas com projeções de ambientes reais, imaginários, históricos ou até mesmo extintos. Utilizando dispositivos como tablets, headsets, smartphones o público consegue manipular objetos digitais e explorar esses recursos de forma mais divertida.

Outro mercado que tem inserido essas realidades é o varejo. Diversas marcas utilizam esse recurso em ações de marketing e para melhorar a experiência de compra dos consumidores. Por meio de aplicativos há possibilidade de testar produtos utilizando reconhecimento facial, já os espelhos virtuais ou provadores digitais permitem que o cliente identifique o tamanho ideal da roupa. Além da comodidade de não precisar se deslocar até as lojas, isso facilita para o mercado identificar as características do consumidor e fazer sugestões mais assertivas.

Com o investimento das empresas de diversos setores nessas tecnologias, acredito que teremos uma constante evolução no uso da realidade virtual e aumentada nos próximos anos. Estamos em um período em que as inovações estão se formando rapidamente, a tendência é que esse recurso seja aprimorado cada vez mais para acompanhar o ritmo acelerado das novas tecnologias.

 


Marcio Aguiar diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina
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A relevância do ESG na indústria do saneamento

Promovendo a sustentabilidade ambiental, social e governança corporativa

 

O setor de saneamento desempenha um papel fundamental na preservação e melhoria da qualidade de vida das comunidades, ao fornecer serviços essenciais de abastecimento de água e tratamento de esgoto. No entanto, as questões relacionadas à sustentabilidade e responsabilidade corporativa estão se tornando cada vez mais relevantes no contexto atual. 

A indústria do saneamento tem uma responsabilidade vital na preservação e conservação dos recursos hídricos, bem como na promoção da saúde pública e do bem-estar das comunidades. Contudo, a pressão crescente sobre os recursos naturais, os desafios relacionados às mudanças climáticas e a necessidade de lidar com questões sociais complexas exigem uma abordagem mais holística e sustentável para o setor. Nesse contexto, o ESG surge como um conjunto de diretrizes e práticas que podem ajudar as empresas de saneamento a enfrentar esses desafios de maneira eficaz. 

A dimensão ambiental do ESG enfatiza a importância da conservação e uso responsável dos recursos naturais. Na indústria do saneamento, isso significa adotar práticas que reduzam o consumo de água, minimizem a poluição, promovam a reciclagem de resíduos e adotem fontes de energia limpa. Além disso, a implementação de tecnologias avançadas de tratamento de água e esgoto pode reduzir os impactos negativos no meio ambiente e melhorar a eficiência operacional. 

No quesito social da abordagem são considerados os impactos das operações da empresa sobre as comunidades locais e as partes interessadas envolvidas. Na indústria do saneamento, isso inclui garantir o acesso equitativo aos serviços de água e saneamento, promover a conscientização sobre a importância da higiene e saúde pública, engajar-se com as partes interessadas e ouvir suas preocupações, além de oferecer oportunidades de emprego e treinamento para as comunidades locais. 

Já a relação de governança corporativa do ESG diz respeito à adoção de práticas transparentes, éticas e responsáveis no âmbito empresarial. No setor de saneamento, isso envolve garantir a conformidade com as regulamentações, a transparência na divulgação de informações, estabelecer políticas e procedimentos claros para a tomada de decisões, bem como a implementação de práticas anticorrupção e de gestão de riscos. 

Os benefícios do ESG na indústria do saneamento, em suma, se constituem em  melhorias da eficiência operacional e redução de custos a longo prazo por meio da adoção de tecnologias inovadoras e sustentáveis; o fortalecimento da reputação e imagem da empresa perante os investidores, clientes e comunidades; e a atração de investimentos responsáveis e de longo prazo. Este último, por sinal, é consequência de um trabalho de excelência que, muito além de resultados financeiros para a companhia, é um reconhecimento de práticas coerentes com toda a cadeia. 

 

Francisco Carlos Oliver - engenheiro e diretor técnico e comercial da Fluid Feeder, empresa 100% nacional e certificada pelo ISO 9001:2015, que atua no fornecimento de equipamentos para tratamento de água e efluentes, com soluções de alta tecnologia para medição, transferência e dosagem de produtos químicos sólidos, líquidos e gasosos. fluidfeeder.com.br


Número de crianças alfabetizadas no segundo ano do ensino fundamental cai para 41% no estado de São Paulo

Pedagoga e diretora da Petit Kids Cultural Center, Fernanda King afirma que o processo de alfabetização começa já no primeiro ano de idade e que os pais devem estar atentos aos marcos de desenvolvimento


O número de crianças alfabetizadas no segundo ano do ensino fundamental no estado de São Paulo caiu 19 pontos percentuais em 2021, em relação a 2019, antes do início da pandemia. Em 2019, 60% das crianças do segundo ano sabiam ler e escrever, índice que foi reduzido para 41% em 2021, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC). A queda deixou a educação paulista distante da diretriz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de que a alfabetização das crianças deve ocorrer até o segundo ano do ensino fundamental, com o objetivo de garantir o direito fundamental de aprender a ler e escrever. 

O baixo letramento apontado pela pesquisa em todo o País acendeu o alerta no Ministério da Educação, que lançou este mês o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, para subsidiar ações dos estados e municípios que promovam a alfabetização das crianças. São Paulo aderiu ao programa. O investimento previsto será de R$ 1 bilhão este ano e R$ 2 bilhões nos próximos três anos, conforme o MEC. O objetivo do pacto nacional é garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental. No Brasil, a média de alfabetização em 2021 foi de 43,6%.  

Uma criança alfabetizada nessa faixa etária é capaz de ler pequenos textos, formados por frases curtas e localizar informações; fazer interpretações básicas a partir da articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos; e escrever, mesmo com desvios ortográficos, textos da vida cotidiana para uma comunicação simples, como convites e lembretes.  

A falta de alfabetização na idade certa tem consequências por toda a vida, como aumento da evasão, da reprovação e da desistência da criança de aprender. Segundo o MEC, 11,4% dos brasileiros em 2021 eram analfabetos funcionais, pessoas com 15 ou mais anos que não sabem ler, escrever ou possuem menos de cinco anos de escolaridade. Embora o letramento comece a partir dos 5 ou 6 anos nas escolas, a pedagoga e diretora da Petit Kids Cultural Center, Fernanda King, com pós-graduação em Desenvolvimento Infantil, afirma que o processo de alfabetização tem início bem antes, já no primeiro ano de idade. 

 

Atrasos 

Fernanda explica que o atraso na alfabetização começa quando a criança tem 1 ou 2 anos de idade. “É preciso ler para essa criança, incentivar o letramento. Identificar as letras da marca do biscoito que ela gosta. Com 4 anos a criança tem que identificar o próprio nome. O desenvolvimento cognitivo e motor estão relacionados. Há marcos de desenvolvimento. Espera-se que a criança ande até um ano e meio e forme pequenas frases com 2 anos, por exemplo. Exceções devem ser observadas com atenção”, explica.  

No pós-pandemia, de acordo com a educadora infantil, há muitas crianças com atraso na fala porque ficaram em casa, só com adultos e com altíssima exposição às telas, tevês, smartphones e tablets, que atrasam a fala e causam ansiedade. “Quem não fala bem não escreve bem. A criança primeiramente precisa compreender a fala. Ela deve falar com clareza aos 5 anos de idade, não pode mais trocar os fonemas”, comenta. Fernanda aponta que a criança terá dificuldade de escrever aos 6 ou 7 anos se não passar por todo o processo de aprendizado, pulando etapas. 

A educadora infantil diz que a criança deve estar alfabetizada aos 7 anos, precisa saber as palavras básicas, com coerência. Para isso, os pais devem investir na educação desde cedo. “Não adianta deixar a criança em casa, sem estímulo correto, não apenas afetivo, mas pedagógico também”, explica. Ela lembra que muitos estudos comprovam que frequentar a educação infantil reduz gravidez na adolescência, melhora índices de emprego e de ingresso na faculdade, além de evitar a evasão escolar.  

“Se a criança não aprender a ler com 6 anos ou 7 anos, não vai conseguir bom desempenho em nenhuma das outras disciplinas, como geografia, matemática. Ela desanima e sai da escola antes. É uma reação em cadeia, aprender a andar, falar, ler e escrever. Todo um processo que tem que seguir a etapas sem serem puladas. Se você deixa a criança sem estímulo na primeira infância, isso vai se refletir até na faculdade, que provavelmente ela não vai fazer, porque vai desistir”, afirma Fernanda. 

 

Tabus 

A educadora diz que ainda há tabus sobre os bebês frequentarem escolas, mas sinaliza que isso é fundamental para o desenvolvimento em todas as fases da vida. Segundo ela, restringir o acesso das crianças pequenas a uma educação de qualidade traz consequências que não podem ser revertidas mais tarde. “Infelizmente, no Brasil, poucas pessoas entendem de primeiríssima infância. De 0 a 3 anos os bebês têm plasticidade neuronal. Os pais não podem esperar até 6 anos para então buscar soluções para problemas que deveriam ter sido detectados muito antes”, alega. 

De acordo com a educadora infantil, após os 3 anos fica bem mais difícil reverter dificuldades. “Não é possível recuperar depois”, afirma. Apesar dessa limitação, ela cita que hoje já há profissionais capacitados para lidar com crianças pequenas, como psicólogos e fonoaudiólogos que atendem bebês com dificuldades no desenvolvimento. Fernanda aponta que o atendimento correto feito na idade certa faz toda a diferença para o desenvolvimento integral das crianças.   

“Chegam crianças aqui na Petit Kids que já passaram dois anos em casa, o que já é tarde. Cedo para mim são quatro ou cinco meses. Com poucos meses já ensinamos o bebê a comer corretamente, por exemplo. Uma criança de 2 anos que come mal dificilmente vai mudar de hábitos”, alega a educadora infantil. Ela lembra que, quando fica muito tempo em casa, a criança é exposta a telas desde muito cedo. A Organização Mundial de Saúde recomenda que crianças menores de 2 anos não tenham nenhum contato com telas. “O uso excessivo causa ansiedade mesmo nos bebês, pode viciar e ter consequências como atraso na fala”, explica.  

Segundo Fernanda, na Petit Kids as crianças são acompanhadas individualmente e, a cada semestre, a escola entrega aos pais todos os trabalhos desenvolvidos com o aluno e um relatório sobre o desenvolvimento. O centro cultural infantil leva em conta o perfil da criança e da família. A escola tem 170 crianças matriculadas, de 0 a 6 anos. 

 

Petit Kids Cultural Center
Instagram: @escolapetitkids


Um pinguim no deserto: Busque seu reconhecimento no local de trabalho

O Oscar vai para… Ops, aparentemente ninguém: A busca invisível pelo reconhecimento no trabalho


Era uma vez, um pinguim que se viu no meio de um deserto. Não me pergunte como ele foi parar lá, isso é uma história para outro dia. Talvez ele tenha seguido as instruções erradas no GPS. A questão é, ele estava lá, usando sua gravata borboleta, em um lugar onde a habilidade de deslizar sobre a barriga na neve não era muito útil.

Assim é você, caro amigo, trabalhando duro, fazendo relatórios, atendendo ligações, equilibrando prazos e ainda tentando se lembrar se deixou o gato trancado para fora de casa. Você é o pinguim no deserto, um profissional exemplar, mas às vezes se sentindo fora de lugar, em um ambiente onde suas habilidades únicas e contribuições parecem invisíveis.

E como é frustrante, não é mesmo? Você batalha, investe seu tempo e esforço, faz malabarismos com o café e o teclado – tudo para que seu trabalho seja apreciado. Mas o reconhecimento no local de trabalho parece ser uma lenda urbana, como o monstro do Lago Ness ou a dieta que começa na segunda-feira.

Então, o que fazer com essa frustração? Você poderia enviar um e-mail para o RH com o assunto “SOS: Pinguim Derretendo no Deserto”. Ou talvez, encher o escritório de Post-its coloridos com frases motivacionais – “Eu sou importante”, “Minhas contribuições importam”, “Sou melhor que a cafeteira quebrada”.

Mas, antes de chegarmos a medidas tão drásticas, talvez existam outras estratégias que possamos explorar. Aqui estão três sugestões:

1. Comunique-se: Lembre-se de que seus colegas e chefes não são videntes. Se você sente que seu trabalho não está sendo reconhecido, fale sobre isso. Marque uma reunião e expresse suas preocupações de forma profissional e objetiva.

2. Seja proativo: Tome a iniciativa de mostrar seu trabalho. Não espere que os outros venham até você. Seja como um pavão, abra suas penas coloridas e mostre a todos o quão incrível você é!

3. Reconheça os outros: Um ambiente de trabalho onde o reconhecimento é comum começa com você. Quando você começa a reconhecer os outros, eles provavelmente farão o mesmo.

Então, caro pinguim, não se sinta derrotado pelo calor do deserto. Lembre-se de que você é um pinguim com uma gravata borboleta – ou seja, você é incrível! Mesmo que nem sempre receba o reconhecimento que merece, suas contribuições são valiosas. E, ao adotar uma comunicação eficaz, pró-atividade e o hábito de reconhecer os outros, logo você poderá transformar esse deserto em um lugar um pouco mais parecido com o lar.

E lembre-se: se tudo mais falhar, há sempre os Post-its coloridos.

 

Francisco Carlos
CEO Mundo RH
Mundo RH


REFORMA TRIBUTÁRIA: Área médica enfrenta impacto da tributação de lucros e dividendos; especialistas explicam

Freepik
Profissionais que são contratados como PJ por hospitais e clínicas devem ser os principais atingidos; há preocupação no setor sobre qual será a alíquota proposta


A reforma tributária que deverá ser debatida e apreciada pelo Congresso Nacional nos próximos meses vai impactar diretamente a área médica. É o que antevê a administradora Júlia Lázaro, sócia-fundadora e CEO da Mitfokus, startup especializada em soluções financeiras para a área de saúde. Impacto esse que deverá ser traduzido em aumento da carga de tributos.

O peso desse aumento ainda vai depender de como o novo governo e o atual legislativo vão conduzir as propostas. Cálculos de dois anos atrás projetavam um acréscimo de 75%. Esse incremento virá principalmente da taxação de lucros e dividendos, que atingirá em cheio os profissionais contratados como pessoa jurídica (PJ), prática cada vez mais recorrente no setor.

Tanto por parte do Ministério da Fazenda, como do Ministério do Planejamento e Orçamento e da articulação política do governo no Congresso já deram sinalizações de que a ideia é manter, como base da reforma tributária, as propostas de emenda constitucional 45/2019 e 110/2019. Ambas estabelecem o fim de cinco tributos (ISQN/ISS, municipal; ICMS, estadual; PIS, Cofins e IPI, federais), sendo substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), federal.

Mas, para Júlia Lázaro, a taxação de lucros e dividendos no Imposto de Renda Pessoa Física inevitavelmente será incluída. A definição aguardada é sobre em que condições – alíquotas, formas de incidência – se dará tal taxação. “Desde 1995, os lucros e dividendos recebidos pela pessoa física são isentos de Imposto de Renda na fonte, entendendo que a tributação já ocorre no Imposto de Renda Pessoa Jurídica”, relembra a especialista.

Na proposta da equipe econômica do governo anterior, enviada em junho de 2021 ao Congresso, a alíquota prevista era de 20%. O advogado Lucas Souza, do jurídico da Mitfokus, constata que o impacto será sobretudo para médicos que constituem pessoa jurídica em grupo. Trata-se de uma prática recorrente entre profissionais que trabalham em hospitais e clínicas, principalmente de especialidades e funções que demandam equipes 24 horas por dia.

“Os grupos costumam ser grandes, com até 30 profissionais sob uma única PJ. Então, esse grupo acaba tendo faturamento além do enquadramento do Simples Nacional. A taxação de lucros e dividendos será para faturamento acima do limite do Simples Nacional, que está em R$ 4,8 milhões por ano”, explica o advogado.

Souza acrescenta que a carga tributária, até esse limite de R$ 4,8 milhões, é, em média, de 16%, incluindo Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre Lucro Líquido e PIS/Cofins, além do municipal ISS (Imposto Sobre Serviços). Com a proposta anterior, essa carga se elevaria para quase 26%, isto é, um incremento de dez pontos percentuais, ou quase 75%.

De acordo com o consultor Lucas Ribeiro, fundador e CEO da ROIT, fintech de hiperautomação de gestão contábil, fiscal e financeira de empresas, de fato, atividades dentro do setor de serviços, como as ligadas à saúde, devem ficar atentas à tramitação da reforma tributária. Embora a substituição de cinco tributos pelo IBS seja benéfica, pela simplificação do sistema e pela eliminação de efeitos cascatas, há detalhes que precisam ser bem definidos, a fim de se evitar o aumento da carga.

Por exemplo, as regras de transição e de obtenção de créditos tributários, por parte das empresas. “No que estava tramitando anteriormente, havia pelo menos 20 pontos a serem olhados com atenção”, recorda-se. Na avaliação de Ribeiro, um passo importante para mitigar os efeitos é garantir uma reforma tributária ampla, consistente, e não de forma “fatiada”.

A julgar por manifestações públicas tanto de representantes do governo como dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a reforma tributária será prioridade no Congresso. O relator do tema, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), tem afirmado que a votação ocorrerá neste ano.

 


MAIS INFORMAÇÕES

Sobre as propostas de reforma tributária: https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/ReformaTributaria/index.html.

Mitfokus: https://www.mitfokus.com.br/.


Qual é a última proteção frente a um ataque de ransomware?

Muito tem se falado sobre proteção aos ataques de ransomware, desde manter atualizado seus ativos de TI até arquiteturas zero trust e soluções mais elaboradas (e caras).

Atualmente, os ataques de ransomware migraram de alvos simples, como nas pequenas empresas, para grandes corporações e, consequentemente, seus resgates saíram de poucos dólares (bitcoins) para milhões, impactando diretamente na imagem das empresas até prejuízos diretos e indiretos com as paralisações pós-ataques.

E como proteger o que realmente importa: as informações? Antes de mais nada, o básico deve ter sido preparado antes: ambiente de TI atualizado, uma boa solução de detecção e resposta e, no mínimo, um monitoramento do seu ambiente crítico por meio de um SOC especializado com report direto ao board da organização para apresentação do risco operacional de TI.

Dito isso, vamos focar no último recurso possível para uma organização continuar existindo com seus dados, já que o ataque pode ter um nível de sofisticação que poderá burlar todos os controles existentes.

O último bastião de proteção para seus dados é adotar a abordagem de cofre de segurança, no qual você guardará uma cópia, utilizando as três ações a seguir:

1 - Security by design
A ideia é que seu cofre de segurança não aceite conexões de entrada, apenas se conecte com os ativos que copiará as informações, coordenando de forma granular todas as conexões. Toda conexão de um administrador deve ocorrer somente por meio de um jumpserver de forma muito controlada, monitorando toda ação do administrador.

2 - Quanto mais dados temporais melhor
Ter um bom processo de cópia e armazenagem dos dados é fundamental, visto que um backup também pode estar com a integridade comprometida. Assim, é necessário ter um processo que guarde versões históricas completas e incrementais. Por exemplo, cópia diárias para seus cofres incrementais, quatro cópias semanas completadas e doze mensais armazenadas por um longo período. Isso faz com que você sempre tenha no mínimo sete dias incrementais, um mês de cópias semanais completas e um ano de cópias mensais para ter um grande leque de opções de recuperação dentro do RTO e RPO requerido pelo negócio.

3 - Não usa? Desconecte
O que adianta ter o cofre junto com você? A premissa é que o cofre somente seja conectado à rede quando os backups forem realizados, assim você protege a integridade nos momentos que não está em uso. Lembre-se, o cofre é um bastião dos dados da sua empresa e deve ser protegido como tal. Inclusive muitas companhias levam as cópias semanais para guardar em outro site, para proteção de outros desastres. Já se a escolha do seu cofre for um provedor de IaaS (Infrastructure As a Service), que pode ser um bom candidato, pense em fornecedores e localizações diferentes, com a mesma lógica acima.

Com essas três premissas para seu cofre de dados, com certeza, quando tudo falhar, você terá seus dados para continuar o seu negócio e, consequentemente, poupará milhões de dólares frente a um ataque de ransomware ou qualquer outra situação semelhante.


Umberto Rosti - sócio-fundador e CEO da Safeway, empresa da plataforma de cibersegurança do Grupo Stefanini.


Para Sindpesp, recentes decisões da Justiça podem refletir em insegurança para as Polícias e a sociedade

No RS, juíza soltou homem que atirou na cabeça de policial feminina; em SP, magistrado anulou condenação de acusado preso com dois quilos de cocaína sob alegação de que abordagem de PMs foi ilícita

 

Recentes sentenças da Justiça que resultaram na liberdade de criminosos perigosos e colocaram em xeque a atuação das Polícias Civil e Militar de diferentes regiões do Brasil vêm preocupando o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp). Para a presidente da entidade, Jacqueline Valadares, “as decisões podem refletir de forma negativa na atuação dos profissionais da Segurança Pública do País e reverberar no aumento da insegurança da população”.  

Dois casos recentes, o primeiro de uma juíza, que mandou soltar um acusado de balear uma policial civil na cabeça, no Rio Grande do Sul, e o segundo, de um magistrado, que decidiu pela liberdade de um traficante, por considerar ilícita a busca pessoal realizada por policiais militares, no estado de São Paulo, tiveram ampla repercussão na Imprensa e nas redes sociais.  

Para Jacqueline, ambas situações refletem negativamente na Segurança Pública, sobretudo por desacreditar quem atua no setor e deixar a população com uma maior sensação de insegurança:  

“A forma como alguns membros do Judiciário vêm tratando certas questões relacionadas à atuação das Polícias no Brasil é preocupante. Uma policial feminina quase foi morta com um tiro na cabeça, no cumprimento de um mandado, e hoje vive presa a uma cadeira de rodas. Contudo, a grave conduta criminosa foi desclassificada para uma simples resistência, infração de menor potencial ofensivo, e que na avassaladora maioria das vezes sequer resulta em prisão. Logo, o acusado pelos disparos foi colocado em liberdade”, condena a presidente do Sindpesp.  

Esse caso levou, inclusive, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado na Câmara dos Deputados gaúcha a aprovar, na 3ª feira (27/6), uma Moção de Repúdio à decisão da juíza. O autor da proposta, deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), argumentou que “essa soltura trouxe uma mensagem muito negativa à sociedade brasileira” e que “magistrados têm muito poder, mas não podem fazer tudo. Em uma democracia, todos devem respeitar as leis”.  

Para Jacqueline, este tipo de decisão por parte da Justiça deixa também inseguros os policiais, sejam civis, militares ou federais, os quais já têm suas vidas colocadas em risco todos os dias no cumprimento do dever laboral, no combate ao crime e na proteção à sociedade. 

A presidente do Sindpesp também expressa preocupação com o fato de haver diferenças de entendimento nas várias esferas do Judiciário, o que gera insegurança jurídica à atuação policial.  

A delegada cita como exemplo o caso de um condenado por tráfico de drogas pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, mas que foi absolvido pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), sob o entendimento de que “nervosismo” não justificaria uma abordagem. Na ocasião, o homem foi pego em flagrante pela PM com dois quilos de cocaína, sendo que a ação não foi considerada ilegal ao tramitar no Judiciário Paulista:  

“Então, como é que a Polícia deve se portar diante desse tipo de situação? O questionamento da validade jurídica da atuação dos policiais causa receio de responsabilização por abuso, desmotivação, e coloca em risco não apenas os profissionais da Segurança Pública, mas, também, a sociedade, com a sensação de impunidade”, complementa Jacqueline. 


Ônibus do Cidadania Itinerante oferece serviços gratuitos em Barueri

Divulgação/SJC
Unidade móvel atenderá durante cinco dias na cidade


A Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC), por meio do projeto Cidadania Itinerante, vai oferecer, entre os dias 4 e 8 de julho, das 9h às 17h, serviços gratuitos para a população de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

A ação tem início na terça-feira (4/7), na Estrada Dr. Cícero Borges de Morais, 2371 - Vila Universal; na quarta (5/7), o atendimento segue na Rua Alagoinha, 51 - Jardim Mutinga; na quinta (6/7), na Rua Mississipi, s/n - Res. Vale do Sol (próximo ao Terminal Rodoviário Maurício Bernandinelli). Já na sexta (7/7), a unidade móvel atenderá a população na Rua Cidade de São Paulo, 706 - Vila Engenho Novo; e no sábado (8/7), na Avenida Pref. João Vila-Lobos Quero, 1001 - Jardim Belval (Arena Barueri).

Serão entregues 150 senhas por dia até uma hora antes do fim do atendimento. A iniciativa busca expandir a atuação das coordenações, programas e serviços da SJC em todo o Estado. Em um ano, o Cidadania Itinerante atingiu a marca de 86 mil serviços solicitados pela população. Durante o período, mais de 36 mil pessoas, de 141 municípios da região metropolitana, interior e litoral de São Paulo, e diversos bairros da capital paulista, foram atendidas.

 

Serviços disponíveis para a população:

  • Agendamento para 2.ª via do RG e CNH;
  • Emissão da 2.ª via das certidões de nascimento, casamento e óbito;
  • 1.ª via (1 a 24 anos) e 2.ª via (público geral) do CPF;
  • Título eleitoral;
  • 2.ª via de contas de consumo (água e luz);
  • Carteira de trabalho digital;
  • Atestado de antecedentes criminais;
  • Consulta ao Serasa;
  • Registro de boletim de ocorrência,
  • Entrada no seguro-desemprego;
  • Elaboração de currículo;
  • Orientações sobre o Procon e Defensoria Pública;
  • Encaminhamento para coordenações, programas e ouvidoria da SJC;
  • Recebimento de denúncias de discriminação étnico-racial, em razão de orientação sexual e/ou identidade de gênero e de intolerância religiosa.

 

Serviço

Ônibus do Cidadania Itinerante oferece serviços gratuitos em Barueri

Datas: 4 a 8 de julho

Horário: 9h às 17h

Locais:  Estrada Dr. Cícero Borges de Morais, 2371 - Vila Universal

https://goo.gl/maps/5ckDGyXmsDDRjyvH7

 

R. Alagoinha, 51 - Jardim Mutinga

https://goo.gl/maps/DpXj61T4yrz7TbH48

 

R. Mississipi, s/n - Res. Vale do Sol

https://goo.gl/maps/RYP5cHMuHmvgpEnP7

 

R. Cidade de São Paulo, 706 - Vila Engenho Novo

https://goo.gl/maps/BMV1xDAHs9oWo3vx8

 

Av. Pref. João Vila-Lobos Quero, 1001 - Jardim Belval

https://goo.gl/maps/kvdkAmHwGcc7seFe9

 

CIC Grajaú abre inscrições para castração gratuita de 420 animais


O Centro de Integração da Cidadania (CIC) Grajaú, da Secretaria da Justiça e Cidadania, realiza, nesta terça-feira (4/7), a partir das 8h, a inscrição para a castração gratuita de cães e gatos, na sua sede, zona sul da capital.

Serão disponibilizadas 420 senhas para o Mutirão de Castração que ocorre nos dias 18 e 19 de julho. Para realizar a inscrição é necessário comparecer com RG e comprovante de residência. A ação é uma parceria do CIC Grajaú com o Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos (PPCRCG) da prefeitura de São Paulo.

 

Data: Terça-feira, 4 de julho de 2023

Horário: 8h

Local: Rua Pinheiro Chagas, 17 - Jardim São José, São Paulo

Localização: https://goo.gl/maps/2r96fuRzczRQiQWP6


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Febre maculosa exige cuidados de prevenção e necessidade de tratamento rápido logo com a chegada dos primeiros sintomas

É preciso ter cuidado especialmente em áreas com vegetação e a beira de rios e lagos, além de outras formas de prevenção


A febre maculosa tem sido muito debatida pela mídia desde que três pessoas que estiveram em uma festa em Campinas, no interior de São Paulo, foram acometidos pela doença e, infelizmente, vieram a óbito dias depois. Posteriormente, mais uma adolescente também faleceu em decorrência da febre maculosa. Embora os casos tenham acendido um sinal de alerta na população e nas autoridades de Saúde, a médica infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Stefânia Bazanelli Prebianchi explica que existem cuidados a serem tomados e tratamentos disponíveis para evitar que a doença acometa mais pessoas e cause novas vítimas.

Em primeiro lugar, a médica explica que a doença é causada por bactérias do gênero Rickettsia, principalmente a Rickettsia rickettsii , sendo transmitida aos humanos através da picada de carrapatos, também conhecidos como carrapato-estrela, micuim e carrapato-do-cavalo, que podem ser encontrados especialmente em áreas de parques, fazendas, pastos, pesqueiros, vegetações na beira de rios, lagoas e córregos. Quando o carrapato precisa se alimentar ele sai em busca de algum hospedeiro. Nem todo carrapato, porém, transmite a doença, apenas aqueles contaminados pela bactéria.

“Esse é um carrapato que não é normalmente encontrado em cachorros. Porém, cães e gatos podem ser parasitados pelo carrapato se estiverem em áreas frequentadas por eles. As capivaras e os cavalos são seus hospedeiros mais comuns (são fontes alimentares em quase todos os estágios da vida do carrapato), mas esses carrapatos também podem ser encontrados em hospedeiros secundários como bovinos, cabras, porcos, coelhos, cotias e roedores diversos”, explica ela.

Stefânia esclarece que o carrapato adquire a bactéria que causa a doença ao picar um animal infectado. “O carrapato infectado pode transmitir a bactéria por transmissão vertical e assim, novos carrapatos poderão já nascer infectados. Além disso, eles permanecem infectados durante toda a vida (que varia de 18 a 36 meses) e podem transmitir a doença em qualquer etapa do seu desenvolvimento”, detalha. Uma vez infectado com a bactéria, ao picar o ser humano, o carrapato transmite a febre maculosa, o que geralmente acontece quando fica aderido ao corpo do hospedeiro por mais de quatro horas.

Após sermos infectados, os sintomas podem aparecer entre 2 e 14 dias após a picada do carrapato (uma média de 7 dias) e são considerados inespecíficos. Estão incluídos febre alta súbita, dor de garganta, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, diarreia, vômitos e mal-estar, além da presença de manchas avermelhadas pelo corpo entre o 3º e o 5º dia da doença, podendo acometer qualquer parte do corpo incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. “Por serem sintomas comuns, a doença pode ser confundida com outras arboviroses como dengue, zica e chikungunya, e doenças como leptospirose, enteroviroses, influenza e até a covid-19. Isso atrasa o diagnóstico e o início do tratamento que, preferencialmente, deve ser iniciado o mais rápido possível. Sem o tratamento correto poderá evoluir para formas mais graves e ser fatal”, afirma a especialista.

As formas mais letais acontecem porque, segundo ela, as bactérias envolvidas na doença têm a característica de infectar e causar lesões em células de vasos sanguíneos, podendo levar à um quadro de vasculite disseminada, com várias disfunções orgânicas, variando de lesões cutâneas e até mesmo alterações cardíacas, pulmonares, renais e neurológicas.

A médica relata, porém, que há tratamento para a doença. “O tratamento precoce e oportuno deve ser iniciado idealmente antes do quinto dia da doença e deve ser feito com antibiótico específico para qualquer caso suspeito. Essa é a principal medida de impacto para redução do risco de progressão para formas graves e diminuição da letalidade da doença. Mas vale lembrar que não é recomendado o uso desses antibióticos para pessoas com histórico de exposição ou picada de carrapatos sem sintomas, ainda que em áreas com possível transmissão da doença”, enaltece.

A especialista reforça que a principal maneira de se prevenir é evitar áreas onde há transmissão da doença, verificar todo o corpo durante e após frequentar áreas de risco, usar roupas de mangas compridas, calças por dentro das meias e usar repelentes nessas áreas. “Se encontrar carrapato no corpo, quanto mais depressa ele for retirado da pele, menores os riscos de infecção já que quanto mais horas ele permanece aderido ao nosso corpo, mais chance tem de transmitir a bactéria. Se possível, use uma pinça para prender o carrapato próximo à pele e realizar uma leve torção. Também é preciso ter cuidado para não apertar a pinça no meio do carrapato e não esmagá-lo (para evitar a liberação de bactérias na saliva do carrapato). Também não é recomendado queimar o carrapato ou usar qualquer tipo de álcool, vinagre ou substância abrasiva”, explica. Por fim, outra dica é que os carrapatos podem estar presentes nas roupas após a ida a áreas de infestação. Nesse caso, recomenda-se ferver ou lavar a roupa utilizada em elevada temperatura por um período mínimo de 10 minutos.

Por fim, a infectologista ainda esclarece que não há transmissão de pessoa para pessoa e que o carrapato normalmente não está presente em domicílios e edifícios, o que facilita o seu controle. Todo caso suspeito também deverá ser levado para conhecimento das autoridades de saúde. Segundo a médica, porém, já se sabe que essa é uma doença endêmica na região Sudeste, então é previsto que surjam casos da doença em determinadas épocas do ano. De qualquer forma, ela recomenda sempre procurar um médico caso haja dúvidas e necessidade de mais orientações.

 

Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


De Julho a Julho Amarelo: Sociedade Brasileira de Hepatologia lança campanha permanente para alertar sobre as hepatites virais

 Estima-se que, no mundo, cerca de 71 milhões de pessoas estejam infectadas pelo vírus da hepatite C crônica; no Brasil, cerca de 300 mil pessoas podem estar acometidas pela doença


O Julho Amarelo foi instituído no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem como objetivo reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Por isso, a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e o Instituto Brasileiro de Figado (IBRAFIG), - entidades médicas sem fins lucrativos -, lançam uma campanha permanente que tem por objetivo promover uma ampla ação de conscientização através de diversos tipos de ações socio-educacionais que acontecerão em todo o país.

 

A Hepatite C é uma doença viral crônica que afeta o fígado e representa um sério problema de saúde pública em todo o mundo. Estima-se que cerca de 71 milhões de pessoas sejam portadoras do vírus da Hepatite C globalmente, com aproximadamente 300 mil casos no Brasil. A infecção muitas vezes é assintomática nos estágios iniciais, o que torna o diagnóstico precoce fundamental para evitar complicações mais graves.

 

Neste ano, a campanha usa o slogan “De Julho a Julho Amarelo. A cura começa com o teste!”, que pretende levar a informação e realizar testes rápidos de Hepatite B e C na população durante todo o ano, através de diversas ações de testagem em rodovias, parques, praças, presídios, além da divulgação em todas as mídias digitais das entidades

"A Hepatite C é uma doença silenciosa e negligenciada. Muitas pessoas desconhecem sua condição e, sem o diagnóstico precoce, correm o risco de desenvolver cirrose hepática, câncer de fígado e outras complicações graves", afirma o hepatologista, Dr Giovanni Faria Silva, presidente da SBH. "A campanha 'De Julho a Julho Amarelo' tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a doença, incentivando a população a fazer o teste e buscar tratamento adequado, se necessário. Com o diagnóstico precoce e os avanços na terapia antiviral, é possível alcançar a cura da Hepatite C", ressalta.

 

“Nossa meta é a eliminação da Hepatite C e para isso, firmamos uma parceria com o Ministério da Saúde, ONGs e outras entidades de assistência social com o objetivo de capilarizar as ações em todo o país.”; finaliza.



Ações


Em todo o País, uma série de ações serão deflagradas a fim de conscientizar a população e levar conhecimento sobre as hepatites virais. Confira a programação de panfletagem, palestras e testagens:

São Paulo: 

12/07 – Testagem para Hepatite C – sede da ARTESP

14/07 - 10h – 13h - AUTOBAN - Rodovia dos Bandeirantes, km 56 - Jundiaí.

14/07– 10h -13h - VIAOESTE - Rodovia Castello Branco, km 57 - São Roque 

21/07 – 10-13h ECOVIAS - Via Anchieta, km 40 - São Bernardo do Campo 

21/07 – 10 – 13h - BASE SAU Suzano - Rodoanel Mario Covas, km 102 – Suzano 

23/07 – 11h - 13h – Parque da Independência –

 

30/07 – 10:00 – 14:00 - Av. Paulista – Caminhada e realização de testes Hepatite C

 

São Paulo: monumentos iluminados com a cor amarela


•           Monumento das Bandeiras 

•           Prédio da Prefeitura de SP

•           Viaduto do Chá

•           Biblioteca Mário de Andrade

 

A campanha tem uma página https://tudosobrefigado.com.br/julho-amarelo/ em que também serão disponibilizadas mais informações e materiais informativos como folhetos e cartilhas, com mais informações sobre a doença.

 

Hepatites B e C


O Ministério da Saúde lançou em 2019 um plano de eliminação da Hepatite C no Brasil até 2030, com o objetivo de ampliar o acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento dessa patologia, envolvendo as três esferas de governo a fim de reduzir novas infecções e essa taxa de mortalidade.


O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece gratuitamente a vacina para Hepatite B, assim como o teste e tratamento para a Hepatite C. Este último, com taxas de cura de 98% na maioria dos casos. 


A falta de conhecimento e acesso às informações ainda fazem com que muitas pessoas demorem a descobrir ser portadoras do vírus. Quando isso acontece, a doença já está em fase avançada.


Eliminar a Hepatite C, assim como diminuir casos das hepatites virais, é um esforço de toda a Sociedade, incluindo as iniciativas civil-públicas. 




SBH - Sociedade Brasileira de Hepatologia

IBRAFIG - Instituto Brasileiro do Fígado


Medicações auto-injetáveis para emagrecimento podem aumentar risco de broncoaspiração em cirurgia

Medida da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo orienta a suspensão antes de procedimentos

 

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo implementou uma medida preventiva com a constatação do aumento no número de pacientes em pré-operatório que fazem uso de medicações auto aplicáveis para controle de diabetes, como o ozempic, trulicity, victoza e a saxenda,  com objetivo de emagrecimento. As medicações representam riscos no procedimento cirúrgico, como a broncoaspiração, durante o processo de anestesia, e por isso, dentro da Rede, os médicos passaram a orientar seus pacientes em pré-operatório que suspendam o uso com a devida consulta ao médico que realizou a prescrição. Procedimentos como endoscopia, ressonância magnética e cirurgia, são abrangidos pela medida preventiva do São Camilo.

A broncoaspiração é a entrada de substâncias do trato gastrointestinal, tais como alimentos e saliva, pela via respiratória. Essa condição pode ocorrer pelo enfraquecimento dos músculos usados na deglutição. É uma condição clínica com alto potencial de prejudicar o funcionamento das vias respiratórias do paciente durante um procedimento anestésico-cirúrgico.

Como medida preventiva, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo passou a orientar a suspensão de uso desses medicamentos aos pacientes em pré-operatório. "Os fármacos análogos da GLP-1 alteram o tempo de esvaziamento gástrico, podendo aumentar o risco de broncoaspiração durante o processo anestésico. Desta forma, sempre que possível, sugere-se a suspensão de tais fármacos antes de procedimentos com anestesia”, explica a anestesista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra Adeli Alfano. Procedimentos como endoscopia, ressonância magnética e cirurgia, são abrangidos pela medida preventiva do São Camilo.

Para compostos como a Liraglutida (victoza; saxenda), a recomendação de suspensão é de 48h antes do procedimento. Já para a Semaglutida (ozempic) ou Dulaglutida (trulicity), a recomendação é de 10 dias antes do procedimento. Na medida preventiva, o médico que realizou a prescrição do medicamento também deve ser consultado antes da suspensão para avaliação da possibilidade de suspensão.

Medicamentos como o ozempic são injetáveis e tem alto custo, com preços a partir de R$ 800, e também tem atraído famosos, como a apresentadora Jojo Todynho, que publicou um vídeo contando sobre sua experiência com o ozempic, que utiliza o produto para perder peso. A prescrição da medicação é feita de forma “off label”, quando se indica ao paciente uma droga para um fim para o qual ela não foi aprovada. 

O fármaco tem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento da diabete tipo 2, exclusivamente, e o uso para perda de peso é feito de acordo com avaliação médica dos riscos e benefícios individuais, em conjunto com o paciente. É importante ressaltar que o uso de qualquer medicamento deve ser feito com prescrição e acompanhamento médico.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

 

OMS visa zerar Hanseníase como problema de saúde pública mundial até 2030

No Brasil, o teste já está disponível no SUS


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 2º país com maior incidência de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2022, mais de 17 mil novos casos de hanseníase foram diagnosticados no país. 

Uma estratégia da OMS visa Zerar a Hanseníase como problema de saúde pública no mundo até 2030 (zero infecção, zero doença, zero incapacidade, zero estigma, zero discriminação). Isso significa reduzir a ocorrência da doença para menos de um caso por 10.000 habitantes. 

Para alcançar esse objetivo, a estratégia se concentra em quatro pilares: diagnóstico precoce e tratamento oportuno; prevenção de incapacidades; combate ao estigma e discriminação; e fortalecimento do sistema de saúde. Com a sua implementação, também espera-se melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações, por isso ao observar os primeiros sinais e sintomas, é indispensável buscar orientação médica. Neste contexto, O Brasil é o primeiro país do mundo a ofertar o teste rápido facilmente aplicável em laboratórios. 

O teste rápido, BIOCLIN FAST ML FLOW HANSENÍASE, surgiu em decorrência do trabalho realizado pela professora e pesquisadora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, Samira Bührer, junto a colaboradores, no Laboratório de Desenvolvimento e Produção de Testes Rápidos (LDPTR) e já está disponível no SUS para pessoas que tenham tido contato com pacientes reconhecidamente positivos. Ele foi viabilizado pela transferência de tecnologia para a Bioclin, em parceria com a multinacional alemã Merck, que é a empresa química e farmacêutica mais antiga do mundo, tendo sido fundada em 1668.

 

PRINCIPAIS SINTOMAS DA HANSENÍASE

perda de sensibilidade;

manchas na pele;

nódulos no rosto;

feridas ou queimaduras indolores;

formigamento dos pés e/ou das mãos;

perda da força muscular;

 


Bioclin
www.bioclin.com.br
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