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segunda-feira, 3 de julho de 2023

Medicações auto-injetáveis para emagrecimento podem aumentar risco de broncoaspiração em cirurgia

Medida da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo orienta a suspensão antes de procedimentos

 

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo implementou uma medida preventiva com a constatação do aumento no número de pacientes em pré-operatório que fazem uso de medicações auto aplicáveis para controle de diabetes, como o ozempic, trulicity, victoza e a saxenda,  com objetivo de emagrecimento. As medicações representam riscos no procedimento cirúrgico, como a broncoaspiração, durante o processo de anestesia, e por isso, dentro da Rede, os médicos passaram a orientar seus pacientes em pré-operatório que suspendam o uso com a devida consulta ao médico que realizou a prescrição. Procedimentos como endoscopia, ressonância magnética e cirurgia, são abrangidos pela medida preventiva do São Camilo.

A broncoaspiração é a entrada de substâncias do trato gastrointestinal, tais como alimentos e saliva, pela via respiratória. Essa condição pode ocorrer pelo enfraquecimento dos músculos usados na deglutição. É uma condição clínica com alto potencial de prejudicar o funcionamento das vias respiratórias do paciente durante um procedimento anestésico-cirúrgico.

Como medida preventiva, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo passou a orientar a suspensão de uso desses medicamentos aos pacientes em pré-operatório. "Os fármacos análogos da GLP-1 alteram o tempo de esvaziamento gástrico, podendo aumentar o risco de broncoaspiração durante o processo anestésico. Desta forma, sempre que possível, sugere-se a suspensão de tais fármacos antes de procedimentos com anestesia”, explica a anestesista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra Adeli Alfano. Procedimentos como endoscopia, ressonância magnética e cirurgia, são abrangidos pela medida preventiva do São Camilo.

Para compostos como a Liraglutida (victoza; saxenda), a recomendação de suspensão é de 48h antes do procedimento. Já para a Semaglutida (ozempic) ou Dulaglutida (trulicity), a recomendação é de 10 dias antes do procedimento. Na medida preventiva, o médico que realizou a prescrição do medicamento também deve ser consultado antes da suspensão para avaliação da possibilidade de suspensão.

Medicamentos como o ozempic são injetáveis e tem alto custo, com preços a partir de R$ 800, e também tem atraído famosos, como a apresentadora Jojo Todynho, que publicou um vídeo contando sobre sua experiência com o ozempic, que utiliza o produto para perder peso. A prescrição da medicação é feita de forma “off label”, quando se indica ao paciente uma droga para um fim para o qual ela não foi aprovada. 

O fármaco tem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento da diabete tipo 2, exclusivamente, e o uso para perda de peso é feito de acordo com avaliação médica dos riscos e benefícios individuais, em conjunto com o paciente. É importante ressaltar que o uso de qualquer medicamento deve ser feito com prescrição e acompanhamento médico.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

 

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