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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Deficiência de vitamina D aumenta em 78% o risco de desenvolver fraqueza muscular

Com base em dados de mais de 3 mil pessoas com mais de 50 anos, pesquisadores da UFSCar e colaboradores britânicos comprovaram importância dessa substância para a saúde muscular (foto: Freepik)


A vitamina D tem papel importante para regular a absorção de cálcio e fósforo pelo organismo, bem como para manter o cérebro e o sistema imune funcionando. E agora pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London (Reino Unido) mostraram que a substância também reduz em 78% o risco de fraqueza muscular – condição que no jargão médico é chamada de dinapenia.

Essa fraqueza pode ser explicada parcialmente pela atrofia muscular e é considerada um importante fator de risco para a incapacidade física no envelhecimento. Pessoas com dinapenia têm maior incidência de quedas, hospitalização, institucionalização precoce e óbito prematuro.

No estudo, publicado no periódico Calcified Tissue International and Musculoskeletal Research, os pesquisadores analisaram 3.205 britânicos com mais de 50 anos acompanhados por quatro anos no âmbito do projeto English Longitudinal Study of Aging (Elsa). O trabalho foi apoiado pela FAPESP.

“É sabido que a vitamina D participa de várias funções no organismo. Ela na verdade é um hormônio e entre suas diversas atuações está a reparação muscular e também a liberação de cálcio para contrair o músculo [cinética da contração muscular]. Portanto, já era esperado que a vitamina D provocasse alguma alteração muscular e foi exatamente isso que o nosso estudo comprovou”, afirma Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e orientador da pesquisa.

O cientista explica que os tecidos ósseo e muscular são interconectados não só mecânica e fisicamente, como também bioquimicamente. “Por esse motivo, distúrbios endócrinos, como são os casos de deficiência e insuficiência de vitamina D, favorecem a perda de densidade mineral óssea, bem como a diminuição de massa, força e função muscular”, diz.

No estudo, os pesquisadores selecionaram indivíduos com mais de 50 anos que não apresentavam fraqueza muscular, ou seja, tinham força neuromuscular maior ou igual a 26 quilos (kg) para homens e maior ou igual a 16 kg para mulheres. Essa medida é feita com um aparelho que afere a força de preensão manual, que tem uma boa correlação com a força global do organismo.

Ao acompanhar os participantes por quatro anos, os pesquisadores verificaram que aqueles que tinham deficiência de vitamina D no início do estudo (nível no sangue menor que 30 nanomol por litro) apresentaram 70% mais risco de desenvolver fraqueza muscular ao final do estudo do que aqueles que tinham níveis normais de vitamina D (nível sanguíneo maior que 50 nmol/L).

“Isso já é um achado importante, pois mostra que a deficiência de vitamina D aumenta em 70% o risco de fraqueza muscular. Porém, como sabemos que no mundo todo há muitos casos de pessoas com osteoporose e que tomam suplemento de vitamina, precisávamos verificar qual seria o peso da suplementação”, diz Maicon Luís Bicigo Delinocente, bolsista da FAPESP e coautor do estudo.

Para tanto, os pesquisadores retiraram da análise os indivíduos que tinham osteoporose e faziam suplementação de vitamina D.

“Quando esses indivíduos foram retirados das análises, verificou-se que aqueles que tinham deficiência de vitamina D no início do estudo apresentaram 78% mais risco de desenvolver fraqueza muscular. Já os com insuficiência [nível no sangue entre 30 e 50 nmol/L] apresentaram 77% mais risco de desenvolver fraqueza ao final dos quatro anos de acompanhamento quando comparados àqueles que tinham níveis normais de vitamina D”, diz Delinocente.

Alexandre ressalta que, com o resultado, foi possível comprovar que não apenas a deficiência, mas também a insuficiência de vitamina D fazem com que o indivíduo tenha mais risco de desenvolver fraqueza muscular.

“Outro reflexo dos achados do estudo é a importância da reposição de vitamina D, quando necessário. O estudo foi feito com britânicos e sabemos que a incidência solar no Brasil é muito maior do que na Grã-Bretanha, mas o fato é que também temos uma alta incidência de deficiência e insuficiência de vitamina D no Brasil e no mundo, principalmente entre os indivíduos mais velhos”, diz.

Alexandre reitera que, para que ocorra a síntese de vitamina D no organismo, é necessário tomar sol com áreas do corpo expostas. “Mas é preciso explicar para as pessoas que a insuficiência e deficiência de vitamina D aumentam o risco de desenvolver perda de força muscular. Portanto, é necessário dizer que essas pessoas precisam se expor mais ao sol, seguir uma dieta com alimentos ricos em vitamina D, ou fazer suplementação e praticar exercício resistido para manter a força”, finaliza.

O artigo Are Serum 25-Hydroxyvitamin D Deficiency and Insufficiency Risk Factors for the Incidence of Dynapenia? pode ser lido em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00223-022-01021-8.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
Deficiência de vitamina D aumenta em 78% o risco de desenvolver fraqueza muscular | AGÊNCIA FAPESP


Médica esclarece mitos e verdades sobre o câncer de pele

Dezembro Laranja é a campanha que visa conscientizar sobre a doença  

 

Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que o câncer da pele corresponde a 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil. O país ainda tem registro de 185 mil novos casos a cada ano. Por isso, a campanha do Dezembro Laranja promove a conscientização a respeito dos riscos do câncer de pele, orientando a população a manter hábitos adequados de proteção solar. 

Médica da família da Sami, operadora que é a revolução dos planos de saúde, Rafaella Reggiani esclarece mitos e verdades sobre o câncer de pele. Confira:
 

- Todo câncer de pele está relacionado à exposição ao sol?

“Mito. Entre 5% a 10% dos casos de melanoma estão relacionados a fatores genéticos. O câncer de pele também pode ser causado por alterações em genes - hereditárias ou não - e, dessa forma, pode atingir pessoas que produzem bastante melanina. No entanto, a exposição ao sol é o principal fator de risco para a doença - e essa pode ser evitada com os devidos cuidados”, destaca a médica.
 

- O protetor solar é importante na prevenção ao câncer de pele?

“Verdade. O protetor solar age como um filtro sobre a pele, protegendo dos raios ultravioletas. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que o produto seja usado corretamente”, reforça. 

Rafaella Reggiani lembra que o fator de proteção deve estar relacionado à necessidade de quem usa: pessoas com peles mais claras precisam de uma proteção mais intensa. Mas, independentemente do tipo de pele, o FPS mínimo deve ser 30. “Outra dica é buscar um protetor solar que ofereça filtro contra os raios UVB e UVA”, afirma. 

A aplicação do protetor solar deve ocorrer meia hora antes da exposição ao sol para que o produto seja absorvido pela pele. Outro conselho é reaplicar a cada três horas ou de duas em duas horas em casos de transpiração excessiva, exposição solar prolongada ou após molhar a pele.
 

- O uso de cremes bronzeadores aumenta o risco de câncer de pele?

“Verdade. A proteção oferecida à pele por bronzeadores é baixa e insuficiente para filtrar a passagem de raios UVB e UVA. Além deste agravante, a aplicação do bronzeador é feita por cima do protetor solar - o que inibe a ação do produto. Dessa forma, em exposição ao sol não protegida, corre-se o risco de desenvolver câncer de pele do tipo basocelular e também melanoma”, explica.
 

- É preciso usar protetor solar em dias nublados?

“Verdade. As nuvens podem encobrir o sol e diminuir a incidência dos raios ultravioletas em até 40%, mas ela ainda existe. Por isso, mesmo em dias nublados é necessário usar protetor solar e também acessórios como chapéus e óculos solares”, finaliza.
 

Sami

 

Cinco causas para a diminuição do desejo sexual feminino

Há muitos fatores que podem interferir na vontade de fazer sexo, entre eles, alterações hormonais, fatores psicológicos, uso de álcool e de drogas

 

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, sexualidade não está relacionada simplesmente ao sexo. Segundo a ginecologista Aline Leite, ela é a dimensão que constitui uma pessoa: a energia que nos motiva, que nos move e que busca satisfação. A médica falou sobre o tema em uma live realizada pela AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil). 

Segundo ela, a sexualidade tem a ver com desejo, com impulso e também com afeto, que é parte inerente da vida humana. Por isso, há muitos fatores que podem afetar a sexualidade da mulher. “Recebemos muitas queixas no consultório de mulheres com baixa libido. Muitas delas não têm vontade de fazer sexo, ou nunca chegaram a sentir um orgasmo. Entretanto, as causas não são tão aparentes”, revela ela. 

Para a médica, há muitos fatores que podem interferir na vontade de fazer sexo, e ela apresenta alguns abaixo. Em todos os casos, Dra. Aline recomenda acompanhamento médico e também psicológico, uma vez que grande parte deles são tratados no divã, e não com medicamentos.

 

1 - Baixa autoestima e falta de autoconhecimento 

Muitas mulheres estão insatisfeitas com seu corpo e preocupam-se com a opinião do parceiro, o que faz o desejo diminuir. Outro problema comum é não saber o que dá prazer. “Sem se conhecer, fica difícil alguém proporcionar sensações e experiências boas. É preciso conhecer o próprio corpo para chegar ao orgasmo”, afirma a médica.

 

2 - Oscilação hormonal 

Um dos fatores responsáveis pela diminuição da libido são as oscilações hormonais. Elas podem ocorrer por conta da menopausa, da gravidez e também das alterações ocorridas durante o ciclo menstrual. Nesses casos, vale a pena procurar ajuda médica.

 

3 - Desgastes familiares 

Há ainda as alterações emocionais, já que o desejo feminino está diretamente relacionado ao campo emocional. Em um ambiente com muitos desentendimentos, fica difícil relaxar e sentir desejo, de acordo com a médica. Além disso, as brigas podem levar a quadros de depressão, estresse e ansiedade, criando bloqueios sexuais. “Uma terapia de casal pode resolver o problema e fazer o casal entrar novamente nos eixos”, diz a especialista.

 

4 - Insatisfação ou inadequação sexual 

Segundo Dra. Aline, este problema está ligado à insatisfação individual dentro do relacionamento, ou seja, quando a frequência do desejo sexual está desajustada. “Se o parceiro tem mais vontade que a mulher ou vice-versa, isso pode gerar um estresse entre eles. Os dois precisam estar alinhados”, diz ela. A médica informa que a inadequação sexual feminina pode ter uma causa orgânica em 20 a 40% dos casos, sendo os restantes de fundo psicossocial. “Uma das mais frequentes causas é a vigência de mitos e tabus quanto à filosofia e à anatomia sexual”, esclarece.
 

5 - Uso de álcool e drogas 

Dra. Aline reforça que o uso de drogas causam alterações nos neurotransmissores, no cérebro. Segundo ela, o álcool, a cocaína e maconha, se usadas em altas doses, derrubam a libido, assim como drogas sintéticas, como o ecstasy e o LSD.



AMCR -- Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil

https://amcrbrasil.org/#!/quem

 

Dezembro Laranja: Seconci-SP orienta sobre a prevenção ao câncer de pele

Cerca de 185 mil novos casos dessa doença são registrados a cada ano no Brasil

 

A campanha Dezembro Laranja foi criada em 2014, pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, ele ocupa o primeiro lugar entre os tipos de câncer, representando 33% de todos os diagnósticos dessa doença no Brasil. Anualmente, são registrados cerca de 185 mil novos casos, destes, 177 mil são carcinomas basocelulares e espinocelulares, os menos letais. O melanoma, o mais agressivo, contabiliza 8,4 mil novos casos.

A dermatologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dra. Marli Izabel Penteado Manini, explica que a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e se dispõem formando camadas. São três os tipos de câncer de pele mais comuns, divididos de acordo com as camadas afetadas.

“O carcinoma basocelular é o mais prevalente e surge nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme, que forma a parte superior da pele. Ele tem baixa letalidade e, se for diagnosticado precocemente, tem cura. O segundo tipo é o carcinoma espinocelular, que também tem cura e se manifesta nas células escamosas, que formam a maior parte das camadas superiores da pele”.

Já o melanoma é o menos comum, porém mais grave e acarreta maior índice de mortalidade. Ele ocorre nos melanócitos, que são as células produtoras de melanina. Se não for detectado no início, pode provocar metástase se espalhando para outros órgãos, como gânglios linfáticos, pulmão, fígado, cérebro e ossos.

Dra. Marli destaca que o uso do protetor solar é a melhor forma de prevenção do câncer de pele, que deve ser usado diariamente. O indicado é o com fator de proteção a partir de 30, que protege de 95% da radiação solar. “As pessoas loiras, de olhos claros, pele bem clara e aquelas que sofreram muitas queimaduras provocadas pelos raios solares ao longo da vida são as mais suscetíveis. Embora menos frequente, a doença atinge também as pessoas de pele negra, portanto todos devem usar protetor solar”.


Nos canteiros

Para os trabalhadores da construção que, pelas características do trabalho, muitas vezes ficam expostos ao sol por longos períodos e nos horários mais críticos, entre 10 e 16 horas, além de aplicar o protetor solar e usar os equipamentos de proteção individual, a indicação é dar preferência às roupas que cubram os braços. “Se for possível, a recomendação é reaplicá-lo a cada duas horas, em especial para aqueles que suam muito”.

Dra. Marli acrescenta que também é importante se observar. “É fundamental ver se há manchas e pintas assimétricas na pele e com contorno irregular, pintas muito escuras ou com várias cores, aquelas maiores que meio centímetro; que provocam coceira e sangramento; e as que tenham surgido e crescido rapidamente ou já existiam, mas mudaram de característica. Mesmo no caso do melanoma, se for diagnosticado precocemente, as chances de cura são superiores a 90%. Portanto, fique atento aos sinais de alerta e procure o médico o quanto antes, para um diagnóstico preciso”.

 

Excessos de final de ano podem acarretar em problemas gástricos e intestinais

 

Mesmo quem não sofre de nada crônico pode ser acometido por sintomas gástricos e intestinais em virtude dos excessos de comida e bebida das comemorações e festas de final de ano. O cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Rodrigo Barbosa, de SP, comenta que a dilatação do estômago e aumento na pressão do esfíncter esofágico podem promover refluxo, pancreatite, entre outras doenças. 

“Esses incômodos podem evoluir de forma aguda, rápida e muito agressiva quando o consumo de álcool e gordura é feito em cargas muito altas e de uma só vez. Os sinais são fortes e repentinas dores abdominais, perda de apetite, náuseas, vômito e febre”, alerta o especialista. 

A forma aguda de uma pancreatite, por exemplo, é provocada, essencialmente, pelo excesso do triglicérides no sangue, pelo uso contínuo de algumas medicações e pelo processo de autodigestão, podendo evoluir ara quadros gravíssimos. “A pancreatite aguda ou agudizada que se não tratada rapidamente pode levar o paciente ao óbito rapidamente. Já o refluxo apresenta sintomas que podem até serem confundidos com um infarto”, enfatiza Dr. Rodrigo. 

Dieta balanceada, evitar condimentos e frituras, não fazer refeições próximo da hora de dormir, esperar pelo menos duas horas para depois ir se deitar, evitar as bebidas alcoólicas, as bebidas ácidas como refrigerantes e sucos diluídos com pó e o cigarro são algumas medidas que podem ajudar a ficar longe desses problemas nesta época de excessos. “Outra recomendação para ajudar a melhorar os desconfortos noturnos do refluxo é elevar a cabeceira da cama colocando um calço sob os pés da cama elevando a parte superior”, finaliza.


Dr Rodrigo Barbosa - Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com internato médico pelo Hospital Sírio-Libanês - SP. Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cirurgião do aparelho digestivo pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SPdrrodrigobarbosa 

 

Dia da Saúde Universal: avanços em tratamentos e legados da pandemia acenam para um futuro muito além da quimioterapia

Consolidação de inovações para tumores como pulmão, mama e hematológicos trazem perspectivas positivas no combate global à doença; Tecnologia RNA das vacinas contra a covid-19 avançam como alternativa para o desenvolvimento de terapias gênicas avançadas

 

Os últimos dois anos foram marcados pela pandemia da covid-19 em todo o mundo. O coronavírus foi assunto dominante nos jornais, redes sociais e na vida de todos os habitantes do planeta. Nesse meio tempo, no entanto, avanços em outras áreas da saúde também foram sendo conquistados, assim como novos desafios foram apresentados. Uma dessas áreas é a oncologia, que seguiu com inovações tecnológicas, melhorando a qualidade de vida e as chances de sobrevivência dos que são acometidos por câncer. Mas não sem desafios, muitos inclusive impostos pela pandemia: atrasos em exames de diagnóstico e prevenção e também no tratamento por conta das medidas de isolamento social. 

Segundo o oncologista Carlos Gil Ferreira, diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas, o ano de 2021 foi o de consolidação da imunoterapia no tratamento de vários tipos de tumores, ampliando o leque de doenças que podem se beneficiar. É o tratamento que já foi usado pela apresentadora Ana Maria Braga e, atualmente, indicado para a cantora Rita Lee, que enfrenta um câncer no pulmão. 

“A terapia já era muito utilizada, e de forma bem sucedida, para diversos tipos de tumores de pulmão e também de pele melanoma. Agora, com o avanço nos estudos e nas inovações científicas, vem sendo aplicada para alguns tipos de tumores na junção esofago-gástrica e fígado. Além disso, essa técnica foi ampliada e tem se mostrado muito efetiva contra o tumor do tipo triplo negativo nas mamas”, afirma. 

Outro avanço recente e importante é o surgimento de um leque de novas alternativas de tratamento para tumores hematológicos, principalmente para neoplasias de origem hematológica. “As pesquisas com novas estratégias de CAR T-CELL seguem aumentando aos poucos e devem se consolidar em 2022. Tumores muito frequentes na população, como pulmão, também ganharam tratamentos e drogas importantes, que já vêm sendo aprovadas nos Estados Unidos e devem chegar ao Brasil”, explica Carlos Gil. 

A biópsia líquida é outra alternativa que vem para melhorar o dia a dia de médicos e pacientes. A técnica é usada para diminuir o número de exames invasivos de biópsia e acompanhamento do paciente que já passou pelo tratamento. “Com base no DNA e RNA do tumor, é possível descobrir algum tipo de mutação, por exemplo, e assim escolher um tratamento mais efetivo, sem submeter o paciente a muitos outros exames. Também funcionará muito bem para monitoramento conseguir acompanhar o pós tratamento apenas com exames de sangue. É o nosso sonho”, diz o médico.

 

Consolidação e efeitos da pandemia 

Carlos Gil acredita que este ano será o da consolidação e avanço nas inovações tecnológicas que vêm crescendo nos últimos anos. “Acho que as perspectivas são boas, novos tratamentos, novas maneiras de selecionar para as terapias corretas, ano de avanços importantes para os pacientes com câncer”. 

Porém, a pandemia não passou em branco na área oncológica. As consequências do atraso para a realização de exames de prevenção e diagnóstico por conta das medidas de isolamento social poderão ser sentidas nos próximos meses, acredita ele. Levantamentos feitos por entidades médicas apontam que, nos primeiros meses da pandemia, 70% das cirurgias oncológicas foram adiadas. Além disso, cerca de 75 mil brasileiros deixaram de receber diagnósticos no período. 

“Sabemos que o diagnóstico precoce aumenta em muito as chances de cura e também de tratamentos menos invasivos. Empiricamente, já temos observado um número grande de pacientes que chegam com o tumor já avançado, mas só teremos noção do tamanho deste problema com o tempo. Neste caso, as perspectivas não são tão boas, embora acreditamos que a situação vá se normalizando em 2022 e com o arrefecimento da pandemia”, comenta. 

Outra herança da covid-19 que já pode ser observada, acredita Gil, é uma queda temporária no número de pessoas recrutadas para estudos clínicos, que caiu no mundo inteiro e pode ter atrasado algumas pesquisas e estudos importantes na área. 

“A boa notícia é que esses números vêm melhorando desde o ano passado e a tendência é que retornem ao patamar de antes da covid-19 nos próximos meses”, ressalta Carlos Gil.

 

Vacinas de RNA na luta contra o câncer 

Amplamente comentadas por seu uso contra a covid-19, os imunizantes desenvolvidos à base de RNA mensageiro (mRNA) foram os primeiros com base nessa moderna tecnologia a terem seu uso autorizado em humanos e receberem liberação para comercialização. E a evolução que elas representam pode trazer respostas importantes para o tratamento de diferentes tipos de tumores malignos. 

Em linhas gerais, no caso das vacinas para o novo coronavírus, esse tipo de terapia consiste na criação em laboratório de um código genético, capaz de levar à produção de proteínas que simulam as do vírus, provocando uma resposta do sistema de defesa do organismo sem, contudo, provocar uma infecção de verdade. 

Segundo Carlos Gil, a lógica desse processo de uso de mRNA para a covid-19 sinaliza boas perspectivas para toda uma nova geração de terapias personalizadas, em especial contra o câncer. Não à toa, as farmacêuticas responsáveis por desenvolver a tecnologia mRNA para a SARS-CoV-2 avaliam formas de traduzir essas conquistas científicas para geração de tratamentos oncológicos avançados. 

“Sob a ótica da ciência, as vacinas com um código genético de RNA criado em laboratório de fato acenam para um futuro com boas alternativas para tratar o câncer. Neste caso, contudo, há um fator essencial de diferenciação que não pode ser desconsiderado quando pensamos na adoção dessa solução na oncologia: enquanto o processo da vacina de mRNA contra a covid-19 permite que ela seja adotada de forma massiva para toda a população de maneira preventiva, para o câncer a tecnologia não seria capaz de evitar o surgimento de tumores, mas sim favorecer a geração de medicações personalizadas para pessoas já diagnosticadas com a doença, ou seja, adaptada de forma altamente individualizada a partir das especificidades do genoma das células cancerosas de cada paciente”, aponta Carlos Gil. 

Por enquanto, as linhas em estudo mais avançadas até o momento analisam o uso dessas terapias gênicas para cânceres de pele melanoma, colorretal e alguns casos de cabeça e pescoço relacionados ao vírus HPV (papilomavírus humano). Há ainda ensaios clínicos voltados a tumores decorrentes de mutações frequentes no gene KRAS, especialmente no pâncreas, pulmão e colorretal. 

“De forma geral, as perspectivas para os próximos anos são muito boas, com novas terapias, novas formas de trabalhar e avanços importantes já sendo vistos. Entramos em um período de otimismo, com aprendizados importantes adquiridos durante a pandemia que trazem contribuições para a ciência e a medicina como um todo. Esse é o lado positivo, de maneira geral e para todos nós”, finaliza Carlos Gil.

 

Campanha de conscientização marca Dia Mundial de Combate ao Câncer 

Apesar dos notórios avanços médicos-científicos para o tratamento de tumores malignos, é preciso estar alerta para a prevenção aos riscos evitáveis relacionados ao câncer, bem como a importância do diagnóstico da doença em fase inicial - o que eleva as chances de cura em torno de 90% dos casos. Com foco no alerta à população sobre os benéficos de uma rotina de atividades físicas, alimentação equilibrada e olhar global para a saúde a partir da realização de exames de rotina para monitoramento de possíveis alterações, o Grupo Oncoclínicas realiza a partir de 8 de abril, data que marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer, uma série de ativações nas redes sociais e por meio do site (clique aqui para acessar). 

A iniciativa promove a disseminação de informações com respaldo de especialistas com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas da população em geral e dos pacientes oncológicos. Os impactos do sedentarismo na incidência do câncer está entre os pilares centrais da ação.

 

Realidade do câncer no mundo  

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, sigla do inglês), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS) que estima os efeitos que afetam diretamente os cuidados oncológicos, informa que nas duas últimas décadas o número total de novos casos de câncer quase dobrou, saltando de 10 milhões estimados em 2000 para 19.3 milhões em 2020. Além disso, em todo o mundo, um total de mais de 50 milhões de pessoas compõem o contingente de pacientes que vivem os chamados cinco anos de prevalência do câncer atualmente. 

As projeções do relatório Globocan 2020, divulgado pela entidade, indicam ainda que nos próximos anos há uma tendência de elevação dos índices de detecção do câncer, chegando ao patamar de quase 50% a mais em 2040 em comparação ao cenário atual, quando o mundo deve então registrar algo em torno de 28.4 milhões de novos casos de câncer. Isso significa que a cada cinco pessoas, uma terá câncer em alguma fase da vida. Nos países mais pobres, a incidência da doença deve ter um crescimento superior a 80%. 

O número de mortes por câncer, por sua vez, subiu de 6,2 milhões em 2000 para 10 milhões em 2020 - uma equação que aponta que a cada seis mortes no mundo uma acontece em decorrência do câncer. E a tendência é que haja aumento nesse triste ranking, já que a OMS também indica que apesar de ainda não ter dados consolidados, a pandemia trará como consequência mais casos de pacientes com câncer em estágio avançado por conta dos atrasos na descoberta e tratamentos de tumores malignos diante de toda a crise da saúde desencadeada pela Covid-19.

 

ONCOCLÍNICAS

https://www.grupooncoclinicas.com

 

MIGRAÇÃO DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA

Profissionais que trabalham com pesquisa, ciência e tecnologia aterrissam nos Estados Unidos


Cortes de investimentos, retração dos salários e possibilidade de conseguir o Green Card atraem mão-de-obra qualificada para a migração


Os últimos anos trouxeram ao Brasil, entre outras máculas, o desinvestimento na esfera educacional e de pesquisa. Para se ter uma ideia, em 2020, a verba destinada pelo Governo Federal para ciência e tecnologia (17,2 bi) foi menor que a disponibilizada em 2009 (19 bi), segundo dados do Ipea. Indo ainda mais longe, de 2014 para 2022, o corte de investimentos é de 60%, de acordo com dados do Observatório do Conhecimento. Esse corte de verbas faz com que haja um êxodo natural de profissionais qualificados que dependem desses recursos para trazer desenvolvimento de novas tecnologias em diversas áreas como saúde, educação e outras

O nível de escolaridade desses profissionais, entre eles, muitos mestres e doutores, acabam por serem atraídos por oportunidades de migrarem para países como os Estados Unidos, uma vez que o visto para ele e seus familiares é facilitado dado o alto grau de escolaridade dos mesmos. Lívia Leite, que é advogada especializada em imigração, fundadora do “Imigrar EUA” e do escritório de Imigração Liv Immigration Law, explica quais são os vistos capazes de garantir o Green Card tanto para o profissional como cônjuge e filhos menores de 21 anos, a fim de garantir uma mudança de país facilitada para todos.

“O governo norte-americano enxerga esse público como um filão de grande valor e que pode contribuir muito com o desenvolvimento do país. Por isso, criaram os vistos EB1 e EB2 para facilitar o processo migratório de pessoas com alto grau de instrução”, explica Lívia.

O EB1 possui uma categoria chamada “Professores e pesquisadores de destaque”. O profissional que possui artigos publicados em revistas internacionais, por exemplo, e conseguir uma oferta de emprego para atuar numa universidade dos Estados Unidos, pode solicitar esse visto. Neste mesmo visto, quem comprovar “Habilidade Extraordinária”, mesmo sem uma oferta formal de emprego, pode conseguir o green card. Basta atender a outros 3 critérios de uma lista de 10 que já se torna elegível.

Já o EB2 trabalha, como chamam os norte-americanos, com “Advanced Degree”. Aqui, profissionais com mestrado ou doutorado podem se enquadrar e solicitar o visto por meio de uma oferta de emprego, que pode ser para trabalhar em uma universidade, instituto de pesquisa, ou empresas em geral. Também é possível solicitar a isenção da oferta de emprego, chamada de NIW (National Interest Waiver), com base no argumento de que o profissional é qualificado e pode contribuir por meio de sua atuação profissional. 

Qualquer mudança de país precisa de planejamento, mas contar com a ajuda profissional trata-se, mais que um empurrão, mas da possibilidade real de uma guinada na vida. “Contar com a assessoria jurídica para saber qual o melhor visto para sua situação não é simplesmente apresentar as opções ou recorrer ao mais fácil”, aponta Lívia. 

Além das opções de visto para profissionais com alta qualificação profissional, existem outras opções de visto imigratórios e não-imigratórios. “Os vistos imigratórios são aqueles que você recebe o Green Card, que é diferente do visto de estudante ou de intercâmbio, por exemplo. O visto imigratório deve ser o seu objetivo se você pensa em morar definitivamente nos EUA”. 

Mesmo para quem não tem alta qualificação profissional ou é recém formado, também existem opções viáveis para imigrar legalmente para os EUA. “Um desses vistos é o EB3, em que se você conseguir um emprego nos EUA, a empresa pode ser a sua patrocinadora e auxiliar na obtenção desse visto para o estrangeiro morar nos EUA e ainda garantir o Green Card”. 

Para aqueles que desejam minimizar as chances de insucesso na obtenção dos vistos, ter como aliado um profissional que sabe o que vai ajudar o solicitante na aprovação faz toda a diferença. Os escritórios como a Liv Immigration Law estão cada vez mais preparados para ajudar a migração legal de brasileiros para os Estados Unidos e outros países. No caso dos norte-americanos, destino e sonho de milhares de brasileiros, nunca houve um momento tão propício para buscar ajuda profissional para viver o tão desejado sonho americano.

 

Lívia Leite (@liv.lawfirm) - fundadora do Imigrar EUA e da LIV Immigration Law. Advogada no Brasil e nos Estados Unidos, possui Master in Law (LL.M.) com prática em Imigração nos Estados Unidos. 

 

Hábitos comuns do dia a dia podem piorar saúde mental

Crédito: canva
Estresse no trabalho e má alimentação estão na lista de situações que precisam ser controladas para uma vida; psiquiatra lista mais hábitos comuns que podem piorar a saúde mental


Na América Latina, o Brasil é o país com o maior número de casos de depressão - transtorno mental que tem como sintomas sentimentos de tristeza, irritabilidade, incapacidade, isolamento social, entre outros - de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de predominante, existem outras doenças mentais que afetam o ser humano e algumas situações do cotidiano favorecem o surgimento dos sintomas. 

Segundo o Dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG - Residência Terapêutica, muitas situações inofensivas e comuns do nosso dia a dia podem contribuir para o surgimento e até mesmo a piora de alguns transtornos mentais. “Situações estressantes fazem parte da vida, mas é preciso ficar atento, além de estar sempre realizando atividades que ajudem a descontrair, como encontrar amigos, fazer exercícios e terapia”, explica. 

Pensando nisso, o profissional listou algumas situações em que devemos prestar atenção, pois podem piorar nossa saúde mental.

 

Trabalho em excesso 

O trabalho está diretamente ligado com a saúde mental, afinal, é como passamos grande parte do nosso tempo, entretanto, quando o tempo passa do limite, isso se torna um prato cheio para o estresse, ansiedade, etc. 

“É claro que tem dias que precisamos trabalhar mais, outros menos, mas quando isso se torna uma rotina, é momento de parar para prestar atenção no quanto isso vem afetando a cabeça”, explica o Dr. “Organize seus horários para que você não esteja sempre cansado e estressado e separe um tempo para se divertir”, completa.

 

Má qualidade no sono 

Boas noites de sono são fundamentais para o bom humor e isso não significa dormir muito. Segundo o psiquiatra, é importante dormir, em média, 8 horas por noite, sem acordar com frequência durante a madrugada. 

“Muitas pessoas que têm problemas de má qualidade no sono, apresentam piora na saúde mental. O sono em excesso ou a insônia podem ainda ser sintomas de ansiedade e depressão. Por isso, é importante investir no descanso”, alerta.
 

Relacionamentos tóxicos 

A boa relação com as pessoas próximas também são essenciais para o bem-estar e quando falamos de “relacionamentos tóxicos” não estamos falando apenas de uma relação amorosa. 

O Dr. Ariel comenta que é importante manter boas relações com os pais, irmãos, colegas de trabalho e todos aqueles que estão na sua rotina. “Brigas e desentendimentos fazem parte de todas as relações, sejam elas profissionais, amorosas ou familiares, mas conviver com brigas é algo que precisa ser revisto e contornado”, comenta ele.

 

Redes sociais 

O tamanho da influência das redes sociais sobre a saúde mental e seus efeitos vêm muito sendo analisado e, de acordo com o médico, muitas horas na frente das telas pode afetar a mente por diversos motivos. 

“O uso excessivo de redes sociais pode resultar em uma distorção da autoimagem ou transtorno dismórfico corporal, além de fazer com que a pessoa abandone outros hábitos para usar o celular e computador, ou seja, acabam se viciando”, explica.

 

Alimentação inadequada 

A alimentação saudável e equilibrada faz bem para a saúde de uma maneira geral e quando uma pessoa não cuida disso, pode ter diversos problemas, inclusive transtornos mentais.


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Como a gravidez pode ser afetada pelo uso de protetor sola

Quase 3/4 dos filtros solares podem gerar riscos como aborto ou má formação fetal   

                                                                                    

A exposição solar é importante em todas as fases da vida, até porque o sol é a principal fonte de vitamina D – 80% da formação dessa vitamina provém dos raios solares, principalmente do tipo B (UVB), que ativam a síntese da substância em nosso organismo. 

Na gravidez, não é diferente. Segundo um estudo da Universidade de Edimburgo, gestantes que receberam mais luz solar no primeiro trimestre da gravidez diminuíram as chances de desenvolver problemas com a placenta, associados ao parto prematuro e ao aborto espontâneo. Mulheres que não tinham esse hábito apresentaram 10% a mais de probabilidade de ter esses riscos. 

Entretanto, tão importante como a exposição solar é a forma de se proteger contra seus danos. Um deles é evitar tomar sol entre 10h e 16h, quando a radiação é mais intensa.

 

Proteção solar exige cautela

Usar o protetor solar é essencial, pois ameniza problemas de pele relacionados à gravidez, como o melasma, condição hormonal durante a gestação que causa manchas escuras na pele (também chamado de cloasma gravídico). O ideal para as grávidas são as loções de amplo espectro, que atuam contra os raios UVA e UVB. Também precisam ter fator de proteção solar (FPS) entre 30 e 50. 

“No entanto, a orientação quanto ao uso do protetor solar é imprescindível, já que muitos produtos são contraindicados na gestação”, afirma Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Membro da FEBRASGO e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre. 

O especialista aconselha o uso do filtro solar físico ou mineral, composto por moléculas utilizadas em sua composição, geralmente o óxido de zinco e o dióxido de titânio. Além de ser hipoalergênico, ele cria uma barreira na pele, que reflete os raios ultravioleta, impedindo sua absorção pela pele. 

Já o filtro solar químico, mais popular entre os protetores solares, possui substâncias químicas que absorvem os raios solares e penetram na epiderme, podendo afetar a gravidez.

 

Quais os riscos dos protetores químicos

Segundo o estudo The Skin in Pregnancy, publicado este ano no Journal of Cutaneous Medicine and Surgery: Incorporating Medical and Surgical Dermatology; e o estudo Safety of skin care products during pregnancy, publicado no Journal Canadian Family Physician; quase 3/4 de todos os protetores solares não devem ser aplicados pelas gestantes por terem os seguintes componentes:

 

Oxibenzona

Presente na maioria dos protetores solares químicos, a oxibenzona, combinada a outros componentes químicos, é absorvida pela pele, caindo na corrente sanguínea. A partir daí, a substância pode gerar graves reações alérgicas e prejudicar a produção hormonal, além de estar associada ao baixo peso no nascimento de bebês do sexo feminino.

 

Retinol

Um dos derivados do ácido retinóico, o retinol é uma molécula química presente em vários produtos dermatológicos, incluindo cremes antirrugas e protetor solar. Nas embalagens do protetor solar, o retinol costuma ser mencionado como palmitato de retinil (também chamado de acetato de retinil) e linoleato de retinil. 

Por serem classificados como teratógenos, os produtos não devem ser usados na gestação. “São substâncias que podem gerar defeitos congênitos em um embrião ou feto, por meio de efeitos tóxicos, causando a má formação de um bebê em desenvolvimento. Além disso, produtos à base de retinóides são fotossensibilizantes e antagonistas ao sol, provocando hiperpigmentação na pele e queimaduras”, reforça Carlos Moraes.

 

Ureia

De acordo com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), produtos solares com ureia devem ser evitados durante o período gestacional, principalmente em concentrações superiores a 3%. O principal risco da ureia na gestação é acarretar a má formação do feto. Para saber se um produto contém essa substância, procure por termos como diazolidinil urea e imidazodinil urea.

 

Cânfora

Também presente em alguns filtros solares, a cânfora pode imitar o hormônio estrogênio e, em grande concentração, pode aumentar o risco de aborto. Além disso, a substância pode atravessar a placenta e comprometer o desenvolvimento do bebê. Assim como a ureia, a cânfora também é contraindicada pela ANVISA durante a gravidez. Por isso, evite produtos que contenham 4-metilbenzilideno cânfora (4-MBC) e 3-benzilideno cânfora (3-BC) entre seus componentes.

 

Perigos no aleitamento

Segundo um estudo realizado pela Universidade de Zurique e publicado na revista da Sociedade Brasileira de Dermatologia; substâncias presentes em alguns tipos de protetores solares são absorvidas pelo organismo e excretadas no leite materno. A taxa de contaminação das lactantes não foi pequena: 85,2% das amostras de leite materno tinham algum resquício de protetor solar. 

De acordo com o estudo, três substâncias são particularmente problemáticas: 4-metilbenzilideno cânfora (4-MBC), 3-benzilideno cânfora (3-BC) e octocrileno (OC), também chamadas de poluentes orgânicos persistentes (POPs), que podem permanecer acumulados nos tecidos gordurosos. 

Presentes em cerca de 30% dos protetores comercializados no Brasil, estas substâncias expõem bebês a composições químicas com potencial tóxico, comprometendo cérebro, órgãos sexuais, pulmões e inúmeras glândulas que estão em formação. 

“Ainda que os riscos não sejam iguais para todas as gestantes, não vale a pena arriscar. Em uma gestação de alto risco, por exemplo, qualquer fator externo minimamente prejudicial pode agravar o quadro da gravidez. Portanto, antes de curtir o verão e as férias, consulte o médico e peça orientações sobre o protetor solar ideal para você”, alerta Carlos Moraes.

 

Lentes de contato ganham espaço pós-pandemia e na espera do verão

Especialista alerta como manter a saúde da visão nas festas e viagens de final de ano

 

- A data 13 de dezembro foi estabelecida como Dia do Óptico e nada mais pertinente do que falar sobre aspetos tratados por este profissional que englobam a saúde da visão. O técnico em Óptica trabalha para garantir qualidade, segurança e conforto, além de olhar para as necessidades estéticas, contribuindo com a autoestima dos clientes.

 

Dentro deste cenário, estão as lentes de contato que, com a vida voltando ao normal e a espera pelo verão, festas e viagens de final de ano, tiveram um aumento considerável em vendas, mostrando que são preferência dos consumidores.  

 

No começo da pandemia, com as adaptações ao formato home-office e permanência em casa, os consumidores investiram no uso de óculos. Mas com a volta para as ruas, durante o uso obrigatório da máscara, as lentes de contato começaram a ganhar espaço e preferência, por serem mais confortáveis combinadas com o item de proteção. 

 

Os benefícios das lentes de contato são evidentes, conta Daniela Iamamoto, presidente do Conselho Regional de Óptica e Optometria de São Paulo (CROOSP). "Elas favorecem a estética, dão mais qualidade e quantidade de visão, por aumentar o campo visual, proporcionam mais liberdade e conforto, principalmente, na prática de esportes e em eventos sociais”, destaca. 

 

A tendência é que a procura aumente ainda mais com a chegada do verão, férias, viagens, formaturas e festas de final de ano. “Hoje em dia, com a variedade de lentes de contato, as pessoas podem curtir o verão nas praias e piscinas com segurança, como por exemplo, usando as lentes diárias, que são descartadas logo após o uso”, comenta. 

 

Segurança, conforto e praticidade

 

Diante de tantos benefícios, as lentes de contato precisam ser usadas de forma correta, para que a saúde da visão seja preservada. A presidente do CROOSP dá dicas de como manter a segurança. “Higiene é fundamental, sempre manusear com as mãos limpas, usar um produto apropriado para a assepsia no armazenamento e fazer o uso e descarte no período correto. Por mais que hoje dia as lentes possuam uma qualidade alta de oxigenação e lubrificação, cada olho é distinto, então, é preciso uma análise para saber se o olho suporta usá-las no tempo indicado. O uso de lentes não descarta os óculos, que sempre será um item importante e necessário”.

 

Óptico pelo bem-estar da saúde visual 


O professor Alex Dias, parceiro do CROOSP, conta sobre a importância e necessidade do profissional nas óticas. “Ter um óptico como responsável é a certeza de que os clientes serão atendidos com toda a segurança que um produto para saúde deve ter, dada a complexidade do aviamento de prescrições ópticas, que exige conhecimento e habilidades específicas. Ele garante uma perfeita e segura adaptação dos óculos ou das lentes de contato”, afirma.

 

CROOSP - O Conselho Regional de Óptica e Optometria do estado de São Paulo


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