Tamanho, design
questionável, risco de demência e associação a uso de pessoas mais velhas está
entre os tabus do setor; Deficiência atinge 2,3 milhões de pessoas no Brasil e,
ao contrário do que se imagina, não atinge apenas idosos
Apesar de associada à velhice, a perda auditiva
pode atingir a população de todas as idades. E com o excessivo uso de
dispositivos que aumentam a exposição a ruídos, a tendência é que essa
população aumente cada vez mais. Além disso, a perda auditiva pode trazer
inúmeros malefícios para a saúde física e cognitiva.
Segundo levantamento do IBGE na Pesquisa Nacional
de Saúde de 2019, existem no Brasil cerca de 2,3 milhões de pessoas com alguma
deficiência auditiva. Desse grupo, pouco mais da metade está acima dos 60 anos,
e cerca de 31 mil são crianças de 2 a 9 anos.
De acordo com o Grupo Microsom, especializado
em qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais como perda
auditiva, zumbido no ouvido e apneia do sono, existe um certo preconceito por
parte da população brasileira, desde a prevenção da saúde auditiva, até o
próprio tratamento quando diagnosticado, especialmente se envolver o uso de aparelhos
auditivos.
“Infelizmente as pessoas, muitas vezes,
acreditam que as próteses auditivas ainda são grandes e com design retrógrado,
além disso, a deficiência auditiva muitas vezes é associada apenas a pessoas
mais velhas. É importante ressaltar que a perda auditiva pode acontecer
em qualquer idade e, em relação à aparência e qualidade sonora, a tecnologia
digital trouxe grandes melhorias como a redução dos tamanhos e inúmeras opções
de ajuste. A conectividade com smartphones, os sensores embutidos e a
inteligência artificial estão tornando as próteses auditivas verdadeiras
auxiliares de saúde. Desta forma, a aderência por parte dos pacientes é muito
mais fácil do que há alguns anos”, explica a fonoaudióloga Maria Branco,
especialista da Microsom.
A partir desta realidade, a fonoaudióloga destaca
algumas informações sobre o uso de aparelhos auditivos, que ajudam a entender a
sua importância e derrubar tabus relacionados a eles.
Ajudam apenas a escutar melhor
- Mito
Os aparelhos vão muito além de volume, ao contrário
do que muitos acreditam. “Não só aumenta o volume, como entrega um som
melhorado. Isso porque hoje os aparelhos são digitais, e contam com
inteligência artificial para conseguir amplificar os sons que interessam, como
conversas, diminuir aqueles que não interessam e atrapalham”, comenta a
especialista.
Além disso, os aparelhos, como os modelos da
Audiosync disponíveis da Microsom, possuem outras funções, que os tornam
auxiliares da saúde. “Além de amplificar os sons, podem detectar queda,
contribuir para o paciente monitorar atividade física, fazem tradução de
idiomas, e uma série de outras aplicações”, detalha a fonoaudióloga.
Melhoria na qualidade de vida
- Verdade
“Já existem pesquisas suficientes para mostrar que
aparelhos auditivos, quando bem adaptados, melhoram a qualidade de vida, tiram
os pacientes da privação auditiva e mantém o cérebro e as vias centrais
estimulados com som”, comenta Maria.
A fonoaudióloga esclarece que o uso de aparelhos
pode melhorar problemas emocionais. “Muitas vezes, consegue ajudar em questões
como depressão e isolamento social, que estão entre os impactos negativos da
perda auditiva.”
Gigantes e feios - mito
Um dos principais mitos relacionados ao uso de
aparelhos auditivos é que eles são muito grandes e chamam atenção. Porém, a
tecnologia segue progredindo, e hoje existem diversos modelos e formatos.
“A parte estética evoluiu muito nos últimos 20 anos
e a aceitação das pessoas também, por conta desses aparelhos menores. Hoje
existem modelos que ficam alocados internamente ou mesmo atrás da orelha, com
um design extremamente discreto”, destaca Maria.
Os equipamentos possuem acessórios e integrações
com outros aplicativos, e ainda podem fazer 55 milhões de ajustes por hora,
permitindo que o som recebido pelo usuário seja de excelente
qualidade.
Diminuem o risco de demência -
Verdade
Pesquisas apontam que problemas de audição graves
podem dobrar as chances de demência em idosos. Aqueles com perda não tratada
vivenciam um declínio de 30 a 40% nas habilidades lógicas comparados com
aqueles sem perda auditiva.
Por isso, cuidar desse aspecto pode prevenir a
degradação cognitiva, ou seja, a habilidade de desenvolver raciocínio,
pensamento, memória, etc. “Quando mantemos a audição e o sistema central
estimulados, tiramos a pessoa da privação auditiva, o que contribui para que
esse sistema fique ativo e evita a piora”, conta Maria.
Captar mais sons permite que a pessoa se relacione
melhor com seu entorno e, consequentemente, receba mais estímulos para o
cérebro. É justamente esse estímulo que ajuda a evitar a demência.
Estimula o sistema auditivo -
verdade
Existe uma perda auditiva natural do ser humano,
que acontece ao longo da vida, especialmente após os 60 anos, chamada
Presbiacusia. Muitas pessoas aceitam essa degradação sem fazer nada a respeito,
o que significa menor estímulo aos sistemas auditivo e central.
Além dos benefícios citados acima, o uso de
aparelhos auditivos mantém esses sistemas estimulados, o pode prevenir o
impacto negativo da perda auditiva, tanto no cérebro como na vida do
paciente.
Uso exclusivo 60+ - mito
Como aponta o IBGE, metade dos brasileiros com
perda auditiva têm menos de 60 anos. Isso significa que, ao contrário do que
muitos acreditam, problemas de audição não são exclusivos da terceira idade.
“Crianças nascem com perda auditiva, e podemos enfrentar isso em qualquer fase
da vida, ou em decorrência de um trauma físico, ou de exposição a ruído, ou
sequela de doença”, completa a fonoaudióloga.
Por isso, é importante frequentar médicos especialistas e fazer os exames
adequados regularmente. Se houver necessidade de uso, os aparelhos vão garantir
um envelhecimento mais saudável.
Microsom