Metodologia ajuda
a descobrir a alma da empresa, trazendo uma autoanálise da alta administração,
visando garantir ações mais assertivas
O dia a dia no mundo corporativo é
exigente ao extremo e a pressão por performance e comportamento pode levar ao
desgaste emocional no trabalho. O pensamento tradicional da gestão, com foco na
economia e na psicologia, não está mais fornecendo todas as respostas diante os
novos desafios. Tendo isto em mente, a filosofia clínica, uma ferramenta pouco
explorada no mundo dos negócios, está preparada para assumir um papel maior a
fim de ajudar os líderes a tomarem decisões mais assertivas, além de tratar de
casos de ansiedade, síndrome de pânico, e buscar pelo reencontro consigo mesmo.
Muitos executivos perderam o
planejamento empresarial feito antes da pandemia. O especialista em Filosofia
Clínica, Beto Colombo, explica que houve uma quebra de roteiro e
alguns empreendedores acharam que essa rescisão significava quebrar a vida e
ficaram totalmente perdidos.
“A Filosofia Clínica tem contribuído
muito com estas pessoas que tiveram um roteiro quebrado, ajudando a desempenhar
um papel no aconselhamento da alta administração e influenciar a governança
corporativa, visando reorganizar o planejamento e obter sucesso”, afirma.
Beto também é um grande entendedor do
mundo dos negócios, passou 28 anos à frente de sua empresa e, depois de um
gatilho para atuar como filósofo clínico e mentorias, fez a própria sucessão
empresarial, com muito êxito.
De acordo com ele, a maioria de seus
pacientes são empresários devido a sua história. São fundadores de empresas, que
desejam fazer sucessão empresarial; presidentes de empresas, que querem parar,
mas não sabem como; CEOs que buscam melhorar as questões estratégicas em suas
organizações ou até mesmo almejam aprender a lidar melhor com seus pares ou
subordinados.
“Hoje em dia, não basta que os CEOs e a
alta gerência simplesmente validem uma estratégia, espera-se que eles
contribuam ativamente para ela. Estes são os perfis que mais buscam por
mentorias empresariais”, conta.
Colombo relata que, na mentoria,
utiliza também o saber dos filósofos desde o mundo sólido dos filósofos gregos
até o mundo líquido de Zygmunt Bauman.
“Muitas pessoas são exímias
profissionais, já conheci doutores em planejamento estratégico, mas que não
sabem planejar suas questões pessoais e existenciais”, explica.
O filósofo clínico começou os
atendimentos em 2001, quando fazia estudo sobre filosofia de aconselhamento.
“Naquela época meu foco era mais voltado para administração de empresas e
percebi que na maioria das vezes o problema não estava na empresa, mas nos
próprios empresários. Foi por isso que busquei em outros métodos terapêuticos a
solução para essa demanda”.
O empresário André Marchioro, que é
adepto desse método terapêutico, conta que chegou ao consultório querendo
resolver os problemas da empresa, e foi então que ele descobriu que primeiro
seria necessário sanar os problemas da pessoa física, e que a vida da pessoa
jurídica seria resolvida naturalmente.
“A partir disso, comecei a separar os
papéis para que eu pudesse implementar tudo o que eu queria na empresa. Durante
a mentoria, descobrimos a alma da empresa e mudamos até o nome da marca,
substituímos 50% do time, passamos a olhar mais as softs skills, do que
as hard skills”, afirma André.
O empresário conta ainda que eles
aplicaram a filosofia clínica para disseminar na liderança, criaram mapas de
competência na gestão de pessoas, e automatizaram dentro da empresa diversos
dados e informações sobre a alma da empresa.
“Nos últimos três anos, utilizamos a
filosofia clínica como base no planejamento estratégico, na definição dos
objetivos em políticas comerciais, e processos de negócios. Ela está intrínseca
no kore do nosso empreendimento”, garante André.
O mentor empresarial e filósofo clínico
aconselha que quando notarmos que estamos misturando o papel de empresário ou
colaborador com o papel de pai, filho, marido, esportista, falando sempre de
trabalho em todos os lugares, é um sinal que essa pessoa não está sabendo
dividir os papéis existenciais e precisa de um suporte da filosofia clínica.
“É preciso saber lidar consigo mesmo,
ser seu próprio guru. A filosofia clínica é um novo e eficaz método terapêutico
que vem sendo usado com muito sucesso nas empresas, consultórios, hospitais, e
salas de aula”, finaliza Beto.
Beto Colombo - filósofo
clínico atua como professor, psicoterapeuta, mentor, conselheiro empresarial,
palestrante e, nas horas de folga, é escritor. Atualmente é professor titular
do curso de pós-graduação em Filosofia Clínica na Unesc e atende como
psicoterapeuta em consultório focado em clínicas filosóficas. É conselheiro
empresarial e exerce atividades voltadas para a segurança psicológica e
mentoria para empresários, executivos e profissionais liberais. Beto tem
formação como conselheiro pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa), e foi presidente de empresas por quase 30 anos. É autor
best-seller com mais de 100 mil cópias vendidas. Publicou 10 livros, entre
eles: O Velho Bah, Compostela - Muito Além do Caminho de Santiago, A Alma da
Empresa - Filosofia Clínica nas Organizações, PPR (Programa de Participação nos
Resultados) na Prática, Pensatas - Filosofia no dia a dia, Muito Além do Lucro
e o recém-lançado (best-seller) Todo Caminho É Sagrado.