Desvio na
percepção de quanto ganha e gasta é um dos principais erros ao administrar o
orçamento
Quando o assunto é educação financeira da
população, o Brasil ocupa o 74º lugar no ranking mundial, de acordo com um
levantamento da S&P (Standard and Poors) - agência de
rating mundialmente renomada. Dados da pesquisa ainda apontam que as 15
primeiras posições são de países de primeiro mundo como Noruega, Dinamarca e
Suécia, que ocupam os três primeiros lugares, respectivamente. Além de
possuírem uma grande riqueza, os países investem na formação financeira dos
cidadãos.
Thiago Martello, fundador da Martello Educação
Financeira, explica que o brasileiro carece da falta de planejamento financeiro
por vários motivos, um dos principais é o erro na percepção de quanto se ganha
e se gasta. “A grande “falta” está em não saber administrar as entradas e
saídas mensalmente, por isso, muitos ficam no vermelho e/ou entram numa bola de
neve”, comenta.
Outro fator que desfavorece o Brasil na falha da
organização do dinheiro é a inflação, que impacta diretamente nos preços
dos produtos e serviços, não só por interferir no poder de compra
(desvalorização da moeda), mas também no ganho real dos investimentos.
Educação financeira em dia
Abaixo, Thiago destaca os principais benefícios em
ter uma saúde financeira em dia:
- Bem-estar,
qualidade de vida e saúde física e emocional;
- Fortalecimento
da estrutura familiar e social;
- Realização
de sonhos;
- Planejamento
do futuro: aposentadoria digna, tranquilidade para os herdeiros e
sucessores;
- Tranquilidade
para cobrir imprevistos e emergências.
O brasileiro é “preguiçoso” ao administrar sua vida
financeira
Atualmente, temos mais de 60 milhões de brasileiros
com o nome negativado no Serasa, ou seja, praticamente ¼ da população nacional
está inadimplente, de acordo com dados divulgados pelo Serasa em julho. O
cenário atual, de crise econômica há alguns anos e, agravado pela pandemia do
novo coronavírus, contribui para a instabilidade financeira do país. Parte
desse cenário acontece por falta de organização com o dinheiro, que muitas
vezes exige um comportamento que as pessoas não têm.
Ao falar de planilhas, apps e anotações para
controle de todos os gastos, o brasileiro fica “preguiçoso”, pois precisa
de tempo, disciplina e dedicação. Diante da vida corrida, se torna quase que
impossível operacionalizar esses registros de forma frequente e sistemática.
A partir do momento que alguém decide procurar um
educador ou planejador financeiro, já pensa: “Nossa, terei que anotar tudo em
uma planilha”, e isso acaba sendo um empecilho. Atualmente, há recursos que
facilitam essa prática na rotina acelerada. Um exemplo é a metodologia aplicada
pela empresa, que visa educar por meio do “desplanilhe-se”.
Thiago explica que o objetivo é ensinar as pessoas
a usarem de forma correta, e totalmente, os recursos que o mercado
disponibiliza, que muitas vezes elas já têm. Com isso, se tira proveito para
que a organização financeira aconteça de forma automática e em tempo real.
“Quando vencemos essa etapa de organização, vamos um pouco além, apresentamos
uma forma de equilíbrio financeiro que coloca travas, também automáticas, para
não estourar o orçamento, tudo isso adequado à realidade e prioridade das
famílias”, comenta Thiago Martello.
A grande maioria dos clientes chega em uma situação
bem delicada, alguns deles não enxergam mais saída, sem luz no fim do túnel, ou
seja, quase sempre o brasileiro é pego pela dor e não pelo amor, de acordo com
dados registrados pela própria Martello.
Falta da educação financeira a longo prazo
A longo prazo, imprevistos para quem não possui
educação financeira são muito perigosos. Eventos como compra de remédios, dar
sequência a um inventário ou pagar uma dívida muito alta, que surgiu do “nada”,
podem comprometer outras pessoas, além de quem sofreu esses contratempos, como
parentes e amigos, que acabam dando uma “mão amiga” em momentos de
urgência.
“Há pesquisas que indicam que parte do comprometimento
da renda dos adultos da geração X, nascidos entre 1965 e 1980, e Y, nascidos
entre 1981 e 1995, é justamente para ajudar os pais, que entram na
terceira idade com uma dependência financeira, por exemplo”, explica Martello.
A situação pode se agravar ainda mais quando a
falta de educação financeira começa a afetar as contas básicas, como conta de
luz, combustível e até mesmo alimentação. Além disso, esse fator da “falta” de
organização com o dinheiro pode custar a estrutura familiar, ou até mesmo a vida
de um indivíduo, como no caso de uma pessoa sem plano de saúde, dependendo do
sistema público, para o tratamento de uma doença grave.
“Vale ressaltar que a educação financeira deve ser
a base, pois permeia e impacta outras áreas da vida das pessoas. Além disso, em
uma esfera mais ampla, a falta de organização com o dinheiro impacta
diretamente no cenário econômico e geração de riqueza do país”, comenta
Martello.
A longo prazo, a tendência de um país com uma
população sem educação financeira é se tornar cada vez mais pobre, com maior
distância entre classes sociais e, com isso, muitos problemas associados, como
aumento do índice de criminalidade e violência.
Martello Educação Financeira