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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Obesidade cresce no Brasil: especialista do Vera Cruz Hospital alerta sobre os riscos da doença

Cirurgião explica que apenas 5% da população pode fazer a cirurgia bariátrica e defende a mudança total na qualidade de vida das pessoas


O número de pessoas obesas no Brasil mais que dobrou entre 2003 e 2019, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os índices divulgados recentemente apontam que, no ano passado, 26,8% dos brasileiros acima de 20 anos eram considerados obesos, enquanto o percentual era de 12,2% há 16 anos. Para o cirurgião bariátrico do Vera Cruz Hospital, André Pierro, os índices são alarmantes e exigem uma urgente mudança de hábitos. "A obesidade é tratada como doença há poucas décadas, mas se trata de uma epidemia mundial que refletiu no estilo de vida do brasileiro, aumentando o consumo de alimentos industrializados e fast-foods e que, por consequência, gerou números alarmantes e que refletem diretamente na saúde física e emocional das pessoas", explica o especialista.

Segundo o médico, a doença que atinge todas as classes sociais, pode acarretar em diversos problemas como alteração na pressão arterial, diabetes, problemas articulares nos joelhos e quadril, deficiências no fígado, maior incidência para vários tipos de câncer, além de depressão e problemas de ordem social. "Pessoas obesas têm dificuldade em conseguir emprego, se relacionar e até mesmo comprar roupas em lojas comuns, além das dezenas de doenças que podem desenvolver. É um problema cultural que precisa ser revertido com políticas públicas e mudança de hábitos, principalmente em relação à alimentação e à prática de exercícios físicos", afirma o cirurgião do Vera Cruz Hospital.

Ainda segundo o especialista, este ano, devido à crise econômica ocasionada pela pandemia a situação poderá piorar, fazendo com que menos pessoas tenham acesso à qualidade na alimentação. "Os números são reais e confirmam que cada vez menos as pessoas terão acesso a alimento fresco e saudável, assim como à proteína magra. Esse é um problema real, que pode aumentar ainda mais a obesidade e a procura por cirurgias. Os problemas sociais e financeiros da pandemia devem, em pouco espaço de tempo, afetar a saúde das pessoas", lamenta. Por outro lado, o isolamento trouxe um alerta, de acordo com o cirurgião. "Nunca vimos tantas pessoas praticando atividades físicas ou com medo das consequências da obesidade, afinal, é evidente, do ponto de vista global e científico, que o maior número de óbitos durante a pandemia envolvia a obesidade, além de outras comorbidades. Esperamos que as pessoas possam mudar os seus hábitos. Esse é o principal alerta: mudança total na qualidade de vida, para ontem", defende. 


Bariátrica

A cirurgia bariátrica é um procedimento que pode, segundo Pierro, ser feito em 5% da população, com base, principalmente, no cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea). "Os IMCs entre 25 e 29,9 são considerados indicadores de sobrepeso, enquanto valores entre 30 e 39,9 de obesidade e, acima de 40, obesidade grave", explica o médico. "Trata-se de uma ótima solução para quem perdeu a guerra contra a balança, pois quando a pessoa atinge a obesidade, existe menos de 5% de chances de sucesso após dietas somadas a atividades físicas. Mesmo com muita disciplina, disposição e recursos, é cientificamente improvável conseguir a redução necessária", afirma.

Um dos principais mitos da cirurgia bariátrica, segundo o especialista, é acreditar que se trata de um procedimento estético e não de controle da doença. "Muitas pessoas pensam que é mais uma modalidade de cirurgia plástica e que interfere na estética e não diretamente na redução de peso. É importante saber que essa é a primeira etapa do tratamento e não a última. As correções estéticas vêm aproximadamente dois anos depois da cirurgia bariátrica", explica. Além disso, antes de realizar o procedimento, o paciente precisa passar por avaliação com diversos profissionais como endocrinologista, cardiologista, psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta. "Após essas avaliações, o procedimento que reduz o estômago e também o intestino delgado, pode fazer com que o paciente perca aproximadamente 40% do seu peso inicial. Mas, é preciso mudar a mentalidade do paciente também pois, após os primeiros anos, há a tendência ao retorno da obesidade, devido a memória metabólica, que nada mais é do que o organismo tentando recuperar o peso que acredita ser o ideal e o paciente acaba ganhando mais de 20% do que perdeu".

O médico alerta para uma situação considerada mito, mas que não é: o aumento do consumo de bebidas alcóolicas. Segundo ele, existe um grande risco de o paciente trocar a compulsão alimentar por alcoólica devido a facilidade na ingestão do líquido no pós-cirúrgico. "A bebida não é proibida, mas deve ser consumida moderadamente, de forma consciente e equilibrada, pois o álcool possui mais calorias que o carboidrato por grama", alerta. "Brincamos que a cirurgia bariátrica é um casamento sem direito a divórcio entre paciente e toda a equipe de especialistas. Podemos brigar, mas não nos separar. O diálogo e acompanhamento precisam ser constantes e para a vida toda, só assim é possível a cura", completa. Por isso, o médico alerta ainda para as dietas da moda que podem auxiliar o início de um emagrecimento, mas que não curam a obesidade. "Dietas como as de zero consumo de carboidrato ou de jejum intermitente podem funcionar por 30 a 50 dias, mais que isso é inviável, ou seja, existe um grande risco de a pessoa fugir dessa dieta ou deixar ela pra sempre. É importante achar um meio termo para perder alguns quilos, mas quando se tem a obesidade, só a cirurgia bariátrica pode curar a doença", diz

 

(Fotos: Divulgação)


Até o momento, menos de 5% das complicações sanguíneas causadas pela COVID-19 são conhecidas por especialistas

Maior encontro entre hematologistas e hemoterapeutas do hemisfério sul debate pesquisas já conhecidas e alternativas para avançar conhecimentos; HEMO PLAY 2020, promovido pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) acontece de 3 a 8 de novembro em ambiente virtual e reúne renomados especialistas de todo o mundo


 

Os mais renomados especialistas em doenças do sangue de todo o mundo se preparam para repassar o que há de mais atualizado em relação aos conhecimentos das complicações no sangue causadas pela COVID-19. Isso porque, segundo a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), até o presente momento, menos de 5% das complicações sanguíneas, entre elas alterações importantes na coagulação, causadas pela COVID-19 são conhecidas pela ciência. 


“A comunidade global está estudando uma doença em que a inflamação é algo muito presente, ou seja, tem participação das células do sangue”, explica o Dr. Eduardo Rego, hematologista e diretor da ABHH ao exaltar a importância de ter o estado da arte da Hematologia/Hemoterapia reunido em um mesmo espaço para debates que certamente mudarão os rumos do trato das consequências da doença. 


Diante de uma cruzada incessante entre ensaios e pesquisas científicas, já é sabido que pessoas com COVID-19 grave têm altos níveis de dímeros D no sangue, podendo indicar que pequenos coágulos estão se acumulando em toda a corrente sanguínea. “Esse acúmulo é capaz de bloquear pequenos vasos sanguíneos nos pulmões e outros órgãos, podendo contribuir para baixos níveis de oxigênio no sangue e talvez explicar outros sintomas graves da doença”, explica o hematologista. 


Observando os casos clínicos de COVID-19, percebe-se que vítimas do vírus têm uma tendência a uma hipercoagulabilidade, que pode ser prevenida com o uso de anticoagulantes, via subcutânea ou oralmente. "Ainda estamos em estágio inicial, conseguimos entender o quadro clínico, como evolui, mas a fisiopatogênese completa ainda é embrionária. É muito desafiador, pois muitos conceitos precisaram ser revistos", pontua o Dr. Eduardo Rego. 


De acordo com ele, até a chegada da vacina, outras alterações complexas no sistema sanguíneo ainda aparecerão, criando mais debates e pesquisas sobre o tratamento do vírus mais temido de 2020. 

 

ANVISA aprova spray nasal de escetamina para o tratamento de sintomas depressivos em pacientes com Transtorno Depressivo Maior

Escetamina intranasal inaugura nova classe terapêutica e chega como uma das principais inovações para a doença nas últimas décadas

Medicamento é indicado para Depressão Resistente ao Tratamento (DRT) e para a rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com comportamento ou ideação suicida aguda 



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) acaba de aprovar SPRAVATO® (cloridrato de escetamina) para o tratamento de sintomas depressivos em pacientes adultos de duas subpopulações com transtorno depressivo maior (TDM):

• Depressão Resistente ao Tratamento (DRT) - quando há falha de duas terapias anteriores utilizadas nas doses e tempo adequados;

• Rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com TDM com comportamento ou ideação suicida aguda.

O medicamento é um spray nasal e deve ser usado em combinação com um antidepressivo oral.

"A depressão é uma doença frequente e incapacitante que afeta tanto os pacientes quanto as pessoas à sua volta. Esse é o primeiro tratamento com um mecanismo de ação realmente inovador aprovado em décadas e oferece uma nova opção para responder às necessidades não atendidas dos pacientes e da comunidade médica", explica o Dr. Pedro do Prado Lima, psiquiatra do Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Desenvolvido pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, o spray nasal de escetamina é o primeiro de sua classe de medicamentos antidepressivos aprovado pela Anvisa e surge como uma das principais inovações para o tratamento da doença em décadas [1,2]. A escetamina intranasal age nos receptores de glutamato N-metil-D-aspartato (NMDA), que ajudam a restaurar as conexões sinápticas em células cerebrais de pessoas com depressão. Devido ao novo mecanismo de ação, o medicamento funciona de maneira diferente das terapias atualmente disponíveis para o TDM.

"Estamos muito orgulhosos em disponibilizar a escetamina intranasal para pacientes brasileiros com tipos de depressão bastante incapacitantes, para os quais as opções de tratamento eram escassas", explica Fabio Lawson, psiquiatra e Diretor Médico da Janssen Brasil. "A aprovação da escetamina reflete o compromisso de longa data da Janssen com pesquisa para ajudar pessoas com doenças mentais, incluindo transtornos de humor graves".

O medicamento tem demonstrado rápido início de ação com perfil risco-benefício favorável e tolerabilidade do paciente ao tratamento [3, 4, 5, 6]. Os resultados de dois ensaios clínicos idênticos de Fase 3 demonstraram que a escetamina em conjunto com a terapia padrão reduziu os sintomas depressivos em até 24 horas após a primeira dose [7]. Para assegurar seu uso correto, a escetamina intranasal será administrada em hospitais e clínicas autorizadas, sempre sob supervisão de um profissional de saúde .

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta cerca de 300 milhões de pessoas de todas as idades e é considerada a doença mais incapacitante do mundo [8]. Embora os antidepressivos atualmente disponíveis sejam eficazes para muitos pacientes, cerca de um terço dos indivíduos não responde ao tratamento. No Brasil, aproximadamente 5,8% da população, o equivalente a mais de 10 milhões de pessoas, apresentam sinais de depressão, fazendo com que o país tenha a maior prevalência da doença na América Latina [9] .

"O Brasil ainda pode avançar nas políticas públicas relacionadas à saúde mental. Por exemplo, o código da Classificação Internacional de Doenças (CID) para depressão não é universalmente usado no Brasil para o diagnóstico formal da doença, o que significa que não há como mensurar adequadamente o tamanho dessa população. Esse é um transtorno que, quando tratado corretamente, os pacientes podem voltar a ser socialmente produtivos e, por isso, nos comprometemos a ajudar essa população de pacientes", explica o Dr. Teng chei tung, Psiquiatria do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas - FMUSP.

A aprovação para tratar depressão resistente foi baseada em um robusto programa de ensaios clínicos que envolveu mais de 1.700 adultos com DRT sendo: três estudos de curto prazo; um estudo de manutenção de efeitos e outro que avaliou segurança a longo prazo. Os resultados de curto prazo de quatro semanas, publicados no The American Journal of Psychiatry, com a escetamina intranasal associada a um antidepressivo oral, mostraram que os pacientes tiveram melhoras superiores nos sintomas da depressão quando comparados àqueles que utilizaram o antidepressivo oral e placebo. Já os resultados do estudo de longo prazo, publicados na JAMA Psychiatry, mostraram que os pacientes que alcançaram a remissão (ou em outras palavras, um nível de melhora dos sintomas que grande parte dos sintomas incômodos) demonstraram uma redução de 51% na chance de recaída se continuassem utilizando o tratamento com escetamina intranasal, uma vez a cada duas semanas, em comparação com aqueles pacientes que deixaram de fazer o tratamento continuado com o spray intranasal. Os eventos adversos mais comuns observados durante o tratamento com escetamina incluem dissociação, tontura, náusea, sedação, sensação de girar, visão embaçada, sentido reduzido de toque e sensação, ansiedade, falta de energia, pressão arterial elevada, vômito, parestesia e sensação de embriaguez [1].

"Estamos muito orgulhosos em compartilhar os dados sobre a manutenção dos efeitos do tratamento no momento da aprovação da escetamina, pois isso mostrará aos psiquiatras como o benefício obtido com a escetamina intranasal pode ser mantido ao longo do tempo", comenta o Dr. Lawson.

Já a aprovação para a rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com Transtorno Depressivo Maior com comportamento ou ideação suicida aguda foi baseada nos resultados de dois ensaios clínicos de Fase 3 que envolveram mais de 450 pacientes com transtorno depressivo maior com comportamento ou ideação suicida, incluindo pacientes brasileiros [10].

As análises avaliaram o uso combinado do spray nasal de escetamina com o tratamento padrão, que incluiu hospitalização voluntária por tempo determinado e terapia antidepressiva recentemente iniciada e/ou otimizada. Ambos os estudos mostraram que aqueles que receberam escetamina intranasal, além da terapia padrão, apresentaram melhora estatisticamente superior dos sintomas depressivos em até 24 horas após a primeira dose, quando comparado com placebo mais terapia padrão. Nos dois ensaios de Fase 3, a melhora na gravidade da suicidalidade em 24 horas foi medida usando uma escala global padronizada. A diferença de tratamento entre os dois grupos não foi estatisticamente significativa neste desfecho secundário (endpoint) e, por isso, mesmo que o paciente apresente melhoras com as doses iniciais do medicamento, seu uso não dispensa a necessidade de hospitalização, caso clinicamente justificada. Tanto a escetamina intranasal quanto o placebo em combinação com tratamento padrão mostraram uma redução semelhante nesse contexto [3,4].

O perfil de segurança observado nos ensaios foi consistente com estudos anteriores da escetamina em DRT, acrescentando-se evidências de segurança e eficácia. Os efeitos colaterais mais comuns incluíram dissociação (sensação de desconexão de si mesmo, de seus pensamentos, sentimentos, espaço e tempo), tonturas, sedação (sonolência), aumento da pressão arterial, hipoestesia, vômitos, humor eufórico e vertigem. Sobre Transtorno Depressivo Maior (Depressão)

A depressão é uma doença de base biológica caracterizada por tristeza persistente ou recorrente e perda de interesse em atividades, acompanhada pela incapacidade de desempenhar tarefas diárias por pelo menos duas semanas . Atualmente, é considerada a principal causa de incapacidade em todo o mundo [8].

O Brasil é o 5º país no mundo em número de pessoas com depressão9, . Dados do estudo observacional TRAL (Treatment-Resistant Depression in America Latina), realizado na América Latina com quase 1500 pacientes, demonstraram que no Brasil cerca de 40% das pessoas com transtorno depressivo maior têm depressão resistente . Estudos mostram ainda que, a cada novo episódio, as chances de responder ao tratamento padrão diminuem consideravelmente. Enquanto as perspectivas de resposta na primeira linha de terapia são de 49%, quando a doença se torna resistente, esse número cai para 17% [14,15]. 



Sobre SPRAVATO® (escetamina) Spray Nasal

A escetamina intranasal está aprovada no Brasil para Depressão Resistente ao Tratamento (DRT) e para a rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com TDM com comportamento ou ideação suicida aguda. O medicamento, utilizado em associação com antidepressivos orais, já é comercializado nos EUA, Canadá, União Europeia (UE) e vários outros países do mundo para a indicação de DRT. Além disso, a agência regulatória americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou recentemente o spray nasal de escetamina, utilizado em conjunto com um antidepressivo oral, para a rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos com TDM com comportamento ou ideação suicida aguda.

O produto não demonstrou efetividade na prevenção do suicídio ou na redução da ideação ou comportamento suicida. Mesmo que o paciente melhore com as doses iniciais de escetamina, o uso do medicamento não dispensa a necessidade de hospitalização, caso clinicamente justificada.



Janssen

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Janssen retoma no Brasil estudo clínico de Fase 3 de sua candidata à vacina contra a COVID-19

Pesquisa vai avaliar eficácia e segurança de dose única da vacina em até 7 mil brasileiros com 18 anos ou mais em 11 estados do País


A Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, acaba de anunciar a retomada no Brasil do estudo clínico de Fase 3, ENSEMBLE, de sua candidata à vacina contra a COVID-19, JNJ-78436735. O reinício ocorre depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a avaliação independente realizada pelo Conselho de Monitoramento e Segurança de Dados (DSMB), que supervisiona o estudo ENSEMBLE, recomendando a retomada do recrutamento para o ensaio clínico.

Após a avaliação completa de um evento médico grave, experimentado por um participante do estudo, nenhuma causa clara foi identificada. Com base nas informações coletadas até o momento e nas contribuições de especialistas independentes, a companhia não encontrou evidências de que a vacina candidata tenha causado o evento.

O estudo no Brasil deverá incluir até 7 mil brasileiros em 28 centros de pesquisa nos estados de São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os centros estão sendo ativados gradualmente e reiniciarão o processo de recrutamento de voluntários com 18 anos ou mais, com ou sem outras doenças associadas ao risco elevado de progressão grave de COVID-19.

Os voluntários interessados em participar do estudo poderão se inscrever de duas maneiras: diretamente nos centros de pesquisa ou pelo site Ensemble Study , criado pela Janssen para dar suporte ao recrutamento. A partir da inscrição, os centros de pesquisa avaliarão as informações dos candidatos para incluí-los nos exames adicionais para a participação no estudo. A lista dos centros pode ser consultada no site clinicaltrials.gov, no site da Janssen Brasil ou pelo SAC da companhia (0800 701 1851, de segunda à sexta, das 8h às 18h, e pelo e-mail sac@janbr.jnj.com).

"A Fase 3 é uma etapa fundamental para conseguirmos desenvolver uma vacina eficaz e segura contra a COVID-19. O Brasil tem enfrentado bravamente essa pandemia. Acreditamos que realizar o estudo aqui é uma forma de apoiar o país no enfretamento dessa crise", comenta Fábio Lawson, Diretor Médico da Janssen Brasil.


ESTUDO DE FASE 3

O ENSEMBLE é um estudo clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo desenhado para avaliar a segurança e eficácia da vacina em dose única versus placebo em até 60 mil adultos com idades a partir de 18 anos, incluindo uma parcela particularmente significativa de voluntários com mais de 60 anos. A pesquisa incluirá, além do Brasil, participantes na Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos.

Os resultados iniciais do estudo de Fase 1/2a1, em andamento, demonstram que uma única dose da vacina induziu uma forte resposta de anticorpos neutralizantes em quase todos os participantes com 18 anos ou mais e foi bem tolerada. As respostas imunes foram semelhantes em todos os grupos etários estudados, incluindo os adultos mais velhos. Com base nesses resultados, a companhia está dando andamento ao estudo global de Fase 3 com a dose única da vacina de concentração de 5x1010 partículas de vírus (vp). Mais informações podem ser acessadas no site clinicaltrials.gov.

Mais de 100.000 pessoas até o momento já foram vacinadas utilizando a tecnologia AdVac® da Janssen que também foi utilizada para desenvolver e fabricar a recém-aprovada vacina da Janssen contra o Ebola e elaborar candidatas à vacina contra o Zika, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o HIV.

Desde o início da pandemia a Johnson & Johnson está comprometida a disponibilizar à população uma vacina acessível, sem fins lucrativos, para uso de emergência durante a pandemia, uma vez que demonstradas sua segurança e eficácia.

Para mais informações sobre a abordagem multifacetada da Johnson & Johnson no combate à pandemia, visite: http://www.jnj.com/coronavirus .

 


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1 http://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.09.23.20199604v1

 

Brasil registra 5 milhões de pessoas recuperadas

Número é superior à quantidade de casos ativos, ou seja, pessoas que estão em acompanhamento médico. Informações foram atualizadas às 17h30 desta terça-feira (03/11)

 

O Brasil já registra mais de 5 milhões de pessoas curadas da Covid-19. No mundo, estima-se que pelo menos 29 milhões de pessoas diagnosticadas com Covid-19 já se recuperaram. O número de pessoas curadas no Brasil é superior à quantidade de casos ativos (377.337), que são os pacientes em acompanhamento médico. O registro de pessoas curadas já representa a grande maioria do total de casos acumulados (90,3%). As informações foram atualizadas às 17h30 desta terça-feira (03/11) e enviadas pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde. 

A doença está presente em 99,9% dos municípios brasileiros. Contudo, mais da metade das cidades (3.447) possuem entre 2 e 100 casos. Em relação aos óbitos, 4.700 municípios tiveram registros (84,4%), sendo que 650 deles apresentaram apenas um óbito confirmado. 

O Governo do Brasil mantém esforço contínuo para garantir o atendimento em saúde à população, em parceria com estados e municípios, desde o início da pandemia. O objetivo é cuidar da saúde de todos e salvar vidas, além de promover e prevenir a saúde da população. 

Dessa forma, a pasta tem repassado verbas extras e fortalecido a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com envio de recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) para os profissionais de saúde. 

O Ministério da Saúde já destinou aos 26 estados e o Distrito Federal R$ 177,3 bilhões, sendo que desse total foram R$ 133,1 bilhões para serviços de rotina do SUS, e outros R$ 44,2 bilhões para a Covid-19. Também já foram comprados e distribuídos 23,7 milhões de unidades de medicamentos para auxiliar no tratamento do coronavírus, 301,5 milhões de EPI, mais de 15,5 milhões de testes de diagnóstico para Covid-19 e 79,9 milhões de doses da vacina contra a gripe, que ajuda a diminuir casos de influenza e demais síndromes respiratórias no meio dos casos de coronavírus. 

O Ministério da Saúde, em apoio a estados e municípios, também tem ajudado os gestores locais do SUS na compra e distribuição de ventiladores pulmonares, sendo que já entregou 11.661 equipamentos para todos os estados brasileiros. 

As iniciativas e ações estratégicas são desenhadas conforme a realidade e necessidade de cada região, junto com estados e municípios, e têm ajudado os gestores locais do SUS a ampliarem e qualificarem os atendimentos, trazendo respostas mais efetivas às demandas da sociedade. Neste momento, o Brasil registra 5.566.049 casos confirmados da doença, sendo 11.843 registrados nos sistemas nacionais nas últimas 24h.

Em relação aos óbitos, o Brasil possui 160.496 mortes por coronavírus. Nas últimas 24h, foram registrados 243 óbitos nos sistemas oficiais, sendo que 274 óbitos ocorreram nos últimos três dias. Outros 2.316 permanecem em investigação. 



Ministério da Saúde


Coronavírus: por que doenças pré-existentes são perigosas?

Pacientes com doenças crônicas fazem parte do grupo de risco do novo coronavírus. Essas enfermidades enfraquecem o organismo de diferentes formas


 

No contexto da Covid-19, comorbidades como diabetes, obesidade, hipertensão, tuberculose, entre outros, aumentam o risco de agravamento do quadro do paciente. Para aqueles que não tratavam as enfermidades previamente, a evolução da doença causada pelo novo coronavírus pode ser ainda pior. Muitos desses casos poderiam não ter uma evolução tão grave se a pessoa fizesse o tratamento adequado da doença pré-existente.

 

Segundo o Diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Cardiologista e Clínico Geral, Dr. Abrão Cury, o grupo de maior risco é o das pessoas com problemas cardíacos, seguido pelos diabéticos. “As pessoas que têm problemas no sistema respiratório aparecem em terceiro lugar. Até 50% das pessoas diagnosticadas com a Covid-19 na China tinham comorbidades, o que eleva o risco da doença e, em alguns casos, torna necessária a internação. Os idosos são o principal grupo de risco, com taxa de letalidade após o contágio de até 14%, em comparação com os 3% da média geral”, esclarece Dr. Abrão Cury.

 

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, o perfil das vítimas inclui pessoas com idades entre 30 e 90 anos e com doenças como, em ordem decrescente, cardiopatia, diabetes, pneumopatia, doença renal crônica e imunodepressão. “As mulheres não só morrem menos no Brasil por causa do novo coronavírus, o que confirma uma tendência global, como, também, contraem menos a covid-19. Entre os infectados, 42% são mulheres e 58% são homens”, explica o Diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.

                                                                                                                           

De acordo com o Ministério da Saúde, as taxas de letalidade para pacientes com comorbidades em face da infecção pelo novo coronavírus são câncer: 5,6%, hipertensão: 6%, doença respiratória crônica: 6,3%, diabetes: 7,3% e doença cardiovascular: 10,5%.

 

“São comuns os casos de pacientes com doenças pré-existentes como diabetes, hipertensão e tuberculose que desconhecem tais comorbidades até serem internados com Covid-19. Outra preocupação também é com aqueles que sabem da enfermidade, mas não fazem o tratamento adequado”, alerta Dr. Abrão Cury.

 

A covid-19 se tornou um novo momento para muitos pacientes descobrirem questões ocultas sobre a própria saúde, principalmente aqueles que não se cuidavam ou faziam check-up de rotina. “Paciente com uma doença pré-existente que está controlada, por meio de tratamento, pode apresentar uma resposta melhor à Covid-19. Em casos de pessoas que não têm a comorbidade controlada, muitas vezes precisamos aliar o tratamento contra o coronavírus com medicamentos para a doença pré-existente. E neste caso, a atenção precisa ser ainda maior", ressalta


 

Doenças pré-existentes:


"Infelizmente, temos notado muitos pacientes com a Covid-19 que têm um IMC (Índice de Massa Corporal) que se enquadra na obesidade, mas não percebiam. Isso é preocupante. Estamos identificando muitas doenças, até então desconhecidas pelos pacientes, nas internações, como hipertensão e diabetes. São mazelas motivadas por hábitos ruins ou questões genéticas. Elas fazem com o que o paciente esteja no grupo de riscos do coronavírus”, diz.

 

Obesidade, hipertensão e diabetes são as comorbidades desconhecidas, ou sem tratamento adequado, mais comuns entre pacientes com quadro grave de Covid-19. Elas também são as doenças crônicas mais comuns entre os brasileiros em geral, segundo o Ministério da Saúde. Outras enfermidades como tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica e problemas cardíacos também podem estar entre as mazelas desconhecidas por pacientes infectados pelo coronavírus, que são internados em estado grave.

 

As doenças pré-existentes costumam ser descobertas em meio aos diversos exames feitos em pacientes internados com a Covid-19. Para o Dr. Abrão Cury, um dos principais motivos para que essas comorbidades não tenham sido descobertas previamente em diversos casos é porque são silenciosas. “Desta forma, como muitos deixam de fazer exames preventivos, acabam descobrindo a mazela apenas quando sentem alguma dificuldade”, alerta.

 

Pequeno empreendedor não se engane na hora de registar

Conheça as diferenças entre nome fantasia, domínio, razão social e outros.


Na hora de empreender e criar uma empresa os pequenos empreendedores podem ter muitas dúvidas com os diversos termos que são utilizados nesse meio, principalmente na hora de diferenciar os nomes e conceitos apresentados ao INPI. Mas não se preocupe, a equipe A Capelatto está aqui para tirar todas as suas dúvidas.


  1. A razão social

Esta é aquela que precisa ser registrada na junta comercial, também pode aparecer como “nome empresarial”. Ela não necessariamente precisará ser aquela apresentada na sua fachada, cartão ou site.

Este nome é o qual, você pessoa jurídica, se individualiza e exerce suas atividades. Assim a sua empresa é reconhecida, seja ela uma sociedade limitada ou sociedade anônima.


1.1 Como criar esse nome?

Normalmente é recomendado usar o seu nome ou sobrenome, junto de um ou mais sócios + Ltda para criar o nome de uma forma simplificada. Ou então, usar Nome + Atividade + Ltda para criar um nome como um descritivo. Lembre-se também de sempre pesquisar na Junta Comercial a disponibilidade desse.


  1. Nome fantasia

Este será o nome “comercial” do negócio. É aquele que irá dar a “cara” da sua empresa e também estará presente nos materiais de divulgação (banners, folders, apresentações). É por meio deste nome que a sua corporação será conhecida pelo público, e que também chamamos de marca, ou seja, é uma das caracteristicas das marcas quando se vai decidir qual nome irá adotar. Complicou? Não se preocupe, traremos um material falando sobre este tema :)

  O seu registro se dá unicamente através do INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial.


  1. Domínio

A questão domínio é mais simples, caracteriza-se pelo seu website (ex: www.marcaxxutensílios.com).

Você deve comprar esse domínio e estabelecer um tempo para possuir este. Você pode registrar vários domínios como preferir, mas lembre-se que um domínio forte precisa ser duradouro e marcante. 

O registro do domínio se dá junto ao Registro.br aqui no Brasil ou junto ao Register.com, todavia, existem outras opções de extenção além do .com.br  ou ;com


  1. O registro de marca

Este sim propriamente é o conjunto do SEU NOME FANTASIA + SUA LOGO, ele deverá ser registrado no INPI. Só dessa maneira você terá certeza de que será a única empresa a utilizar o nome para um determinado segmento.

O registro da marca tem validade por 10 anos e abrangência nacional.

Antes de iniciar o processo de registro de marca, e alcançar o devido registro A Capelatto realiza a análise de marca, que é de extrema importância, pois, visa analisar não somente outras marcas iguais, mas elementos gráficos, fonéticos, atividades, cunho ideológico entre outros, cuja proteção se dará dentro do país em que a empresa pretende obter o registro, e inclusive olhar se a empresa pretende explorar a atividade em outros países.

A propriedade da marca se dá exclusivamente para a atividade que a empresa exerce, não podendo a mesma impedir que outra empresa utilize e registre a mesma marca para alguma atividade que não seja semelhante com sua atividade, ou que não concorra direta ou indiretamente.

A LPI traz previsão para o titular da marca que, tendo seus direitos violados, possa adotar as medidas cabíveis para ver seu direito restabelecido, inclusive pelos danos morais sofridos.

 


A Capelatto

Márcia Araújo da silva - Diretora executiva

Contato: (41) 3051-5551

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Visão do teletrabalho: autogerenciamento e equilíbrio

O home office (trabalho em casa) e o teletrabalho (trabalho em localidades fora da empresa com utilização de meio tecnológicos) transformaram-se nas principais alternativas para muitos profissionais e empresas em todo o mundo. No Brasil, não foi diferente. A pandemia e o necessário isolamento social foram responsáveis pela adoção, em grande escala, do trabalho em casa. A necessidade do trabalho via "home office" ou teletrabalho para algumas profissões apresentam pontos positivos e negativos. Para aqueles que conseguem efetivamente controlar o seu tempo de trabalho, desconectando-se do trabalho; aproveitando o convívio familiar, entre outras necessidades do humano, a experiência parece ter andado bem. Contudo, há aqueles que, pela exigência empresarial ou pela ausência do próprio autocontrole, acabam ficando horas e horas além do tempo que deveria ser dedicado ao trabalho e sofrem consequências sérias como doenças posturais, oculares, ou até mesmo psíquicas em razão do excesso de trabalho.

Esse processo acelerado de adaptação ao teletrabalho ou ao “home office” reavivou a discussão sobre uma legislação mais rígida e clara sobre os direitos dos trabalhadores que estão sob esse modelo. As regras do teletrabalho, em especial, estão nos artigos 75-A a 75-E da CLT, em razão da alteração legislativa realizada pela lei 13.467/2017, a reforma trabalhista, tendo como significado "a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com utilização de tecnologias da informação e de comunicação, que por sua natureza, não se constituam como trabalho externo". Existem correntes que defendem um endurecimento da lei e outro lado, importantes vozes destacando que a regulação se dará por categoria via instrumentos coletivos. Independente do caminho que será seguido, o importante é que se preservem os direitos fundamentais dos trabalhadores e se mantenha ativa a possibilidade da atividade empresarial.

Além disso, é importante destacar que, apesar de muitas empresas sinalizarem que vão adotar o teletrabalho mesmo no pós-pandemia, nem todo profissional pode exercer suas atividades nessas circunstâncias. Inúmeros cargos de gestão exigem a presença do profissional para reuniões constantes, interações e tarefas de supervisão muitas vezes despontam como atividades presenciais necessárias. Há ainda, os trabalhadores que estão a desempenhar trabalhos em localidades específicas que tornam inviável o teletrabalho, como a atuação na construção civil, indústrias de vários segmentos, como a química, montadores de veículos, entre outras tantas. Outro fator complicador é a necessidade de uma estrutura digital na empresa para o trabalho à distância funcionar bem, sem deixar espaços que comprometam a atuação do empregado com clientes, prestadores, e sobretudo com cuidados relacionados a própria ergonomia do trabalhador quando distante da empresa. 

Vale ressaltar também que nem todos profissionais e empresas estavam preparados para essa nova realidade repentina. Muitos não contam com os equipamentos necessários para manter um trabalho online ou autodisciplina que é necessária para manter a produtividade em casa. A Pesquisa Potencial do teletrabalho na pandemia, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelou que no Brasil o trabalho em especial na modalidade “home office” é possível para 22,7% das ocupações.

O essencial é que a relação à distância funcione na questão produtiva e qualitativa, até porque há uma interessante e significativa redução de custos de aluguel dos espaços empresariais, por exemplo. Segundo recente Pesquisa de Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), cerca de 94% das empresas brasileiras afirmam que atingiram ou superaram suas expectativas de resultados com o trabalho home office. No entanto, 70% dessas empresas pretendem encerrar ou reduzir a prática para apenas 25% dos funcionários quando a pandemia terminar.

E de olho nesse cenário novo nas relações trabalhistas, o Ministério Público do Trabalho (MPT) publicou uma nota técnica com 17 recomendações para o teletrabalho para empresas, sindicatos e órgãos da administração pública. Entre os pontos abordados pelo MPT estão a preservação da privacidade, reembolso de despesas, infraestrutura para o trabalho remoto, informação sobre desempenho, ergonomia, pausa para descanso, ajuste de escala para as necessidades familiares e controle de jornada. As orientações do MPT são bem colocadas e interessantes e visam em certa medida proteger o humano, mas acredito que referidas regras serão claramente firmadas apenas pelos sindicatos das respectivas categorias.

E mesmo com essas preocupações e recomendações, na prática não acreditamos que sempre haverá uma tendência a melhora do trabalho em razão do home office, pois há inúmeras variáveis que se apresentam, como: tratamento recebido pelo empregado da empresa para a qual presta serviços, tempo que anteriormente ficava no trânsito, organização pessoal, entre outros.

O controle da jornada de trabalho, por exemplo é um dos grandes desafios especificamente do teletrabalho. A flexibilidade da jornada é comum nesse regime, não obstante a própria CLT exclua em tese através do inciso III do artigo 62 do regime de teletrabalho o pagamento das horas extras, a atividade poderá ser questionada em razão do princípio da realidade que norteia as relações de emprego, de modo que poderá ser  flexível e sem qualquer controle, parcialmente flexível, ou ter horários rígidos.

É comum em diversas áreas os funcionários serem avaliados com base na produtividade e entrega de projetos, sem a necessidade de manter uma rotina fixa. A sociedade, de modo geral, ainda guarda resquícios do período industrial quanto ao controle de trabalho acreditando, ainda, que o real controle está na visualização do empregado enquanto esse produz, que isso o fará mais ativo. Entretanto, parece ser uma visão já relativizada. O forçoso isolamento social serviu para mudar essa concepção da presença física do chefe para determinadas profissões. E, por outro lado, existem aqueles que extrapolam os seus horários por conta de grande demanda ou por pressão da empresa. É preciso encontrar um equilíbrio.

A discussão será contínua. Nesse caminho sem volta, o equilíbrio significa o reconhecimento de que o antigo cartão de ponto deve ser substituído pelo autogerenciamento do tempo de trabalho. O ideal é que essa nova relação não seja tóxica e nem prejudique a saúde do trabalhador. O progresso na comunicação e na tecnologia não pode significar uma regressão nos direitos e ao mesmo tempo não pode ser uma negativa do avanço.

 


Ricardo Pereira de Freitas Guimarães - advogado, especialista, mestre e doutor pela PUC-SP, titular da cadeira 81 da Academia Brasileira de Direito do Trabalho e professor da especialização da PUC-SP (COGEAE) e dos programas de mestrado e doutorado da FADISP-SP

 

A importância da educação técnica dos jovens como alavanca para a retomada da economia

Com a aceleração dos processos digitais por conta da pandemia, é recorrente ver nos noticiários a dicotomia, sempre existente e agora ampliada, no mercado de tecnologia da informação. De um lado, muitas empresas, que indo na contramão da crise estão em busca de profissionais da área. De outro, a escassez da mão de obra - não há profissionais com formação e especialização adequadas para suprir a demanda do mercado. E o que fazer diante desse cenário? Minha reflexão vai muito além de suprir a cadeia produtiva, penso que esse jovem, na maioria das vezes, é a promessa de muitos lares, sendo ele o indivíduo com maior chances de conquistar emprego ou renda, para a retomada de recursos para sua própria família.

Olhando para a realidade de hoje, em outras palavras tenho como premissa que a formação dos jovens será a porta de entrada para a retomada do emprego e como consequência a reativação da economia. Enquanto as inovações tecnológicas se transformaram em grandes aliadas para manter pessoas no mercado de trabalho, recentes dados divulgados pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostram uma retração de quase 10%, em relação ao primeiro trimestre de 2020. Desde 1980 não há registro de tamanha queda no desempenho, segundo pesquisadores da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Mais uma vez, o jovem mostra-se como uma alternativa, uma possibilidade de mudar esse cenário, de promover mudanças no mercado de trabalho. Afinal, as empresas precisam de novos talentos para criar e manusear as tecnologias e inovações que o mundo exige, e esse é um caminho sem volta! Por que será então que estes jovens são os mais afetados pelo desemprego? Segundo o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), com a pandemia do Covid-19, haverá uma retração de até 34,2% na renda da população jovem com grande impacto na faixa etária que vai de 15 a 24 anos de idade.

E como mudar esse cenário?

Como podemos equalizar a saúde financeira de inúmeras famílias que dependem desses jovens, e a tão buscada qualificação de profissionais para ocupar cargos que exigem conhecimentos técnicos, a curto prazo. Estas questões que deveriam ser tratadas de forma conjunta.

Com programas que duram o mínimo de seis meses, diversas instituições oferecem ensino qualificado que vai de encontro com às exigências do mercado de trabalho. E cada vez mais, as empresas estão apostando e reconhecendo a importância dos cursos técnicos, cuja formação em tempo recorde, é mais rápida do que as universidades podem realizar.

Existe espaço e necessidade para eles. Segundo uma pesquisa da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), o mercado de TI oferece 70 mil novas vagas de trabalho por ano no Brasil, porém as universidades formam apenas 46 mil alunos a cada ano. Nesse caso, todos os anos, sobram 24 mil vagas de trabalho por falta de profissionais para ocupá-las.

A meu ver, não existe outra solução, senão aproximar as empresas desses programas educacionais que os qualifiquem e acompanhem os jovens em toda a trajetória até o mercado de trabalho. E pode acreditar, as Organizações Não-Governamentais estão prontas para apontar e preparar projetos que profissionalizam e formam os jovens muito além do mercado de trabalho.





Kelly Lopes - empreendedora social e superintendente do Instituto da Oportunidade Social - IOS. Graduada e pós-graduada em Tecnologia da Informação, especialista em gestão para o Terceiro Setor, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e MBA em Gestão de RH Estratégico, Kelly Lopes atuou com desenvolvimento e implantação de software por 9 anos na TOTVS. Em 2008, foi convidada a assumir a gestão do Instituto da Oportunidade Social - IOS - organização fundada pela TOTVS para promover o aprimoramento profissional e a empregabilidade de jovens e pessoas com deficiência - onde atualmente ocupa o cargo de superintendente. Kelly também é vice-presidente voluntária do Projetos Amigos das Crianças - PAC.


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