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terça-feira, 3 de novembro de 2020

A importância da educação técnica dos jovens como alavanca para a retomada da economia

Com a aceleração dos processos digitais por conta da pandemia, é recorrente ver nos noticiários a dicotomia, sempre existente e agora ampliada, no mercado de tecnologia da informação. De um lado, muitas empresas, que indo na contramão da crise estão em busca de profissionais da área. De outro, a escassez da mão de obra - não há profissionais com formação e especialização adequadas para suprir a demanda do mercado. E o que fazer diante desse cenário? Minha reflexão vai muito além de suprir a cadeia produtiva, penso que esse jovem, na maioria das vezes, é a promessa de muitos lares, sendo ele o indivíduo com maior chances de conquistar emprego ou renda, para a retomada de recursos para sua própria família.

Olhando para a realidade de hoje, em outras palavras tenho como premissa que a formação dos jovens será a porta de entrada para a retomada do emprego e como consequência a reativação da economia. Enquanto as inovações tecnológicas se transformaram em grandes aliadas para manter pessoas no mercado de trabalho, recentes dados divulgados pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostram uma retração de quase 10%, em relação ao primeiro trimestre de 2020. Desde 1980 não há registro de tamanha queda no desempenho, segundo pesquisadores da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Mais uma vez, o jovem mostra-se como uma alternativa, uma possibilidade de mudar esse cenário, de promover mudanças no mercado de trabalho. Afinal, as empresas precisam de novos talentos para criar e manusear as tecnologias e inovações que o mundo exige, e esse é um caminho sem volta! Por que será então que estes jovens são os mais afetados pelo desemprego? Segundo o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), com a pandemia do Covid-19, haverá uma retração de até 34,2% na renda da população jovem com grande impacto na faixa etária que vai de 15 a 24 anos de idade.

E como mudar esse cenário?

Como podemos equalizar a saúde financeira de inúmeras famílias que dependem desses jovens, e a tão buscada qualificação de profissionais para ocupar cargos que exigem conhecimentos técnicos, a curto prazo. Estas questões que deveriam ser tratadas de forma conjunta.

Com programas que duram o mínimo de seis meses, diversas instituições oferecem ensino qualificado que vai de encontro com às exigências do mercado de trabalho. E cada vez mais, as empresas estão apostando e reconhecendo a importância dos cursos técnicos, cuja formação em tempo recorde, é mais rápida do que as universidades podem realizar.

Existe espaço e necessidade para eles. Segundo uma pesquisa da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), o mercado de TI oferece 70 mil novas vagas de trabalho por ano no Brasil, porém as universidades formam apenas 46 mil alunos a cada ano. Nesse caso, todos os anos, sobram 24 mil vagas de trabalho por falta de profissionais para ocupá-las.

A meu ver, não existe outra solução, senão aproximar as empresas desses programas educacionais que os qualifiquem e acompanhem os jovens em toda a trajetória até o mercado de trabalho. E pode acreditar, as Organizações Não-Governamentais estão prontas para apontar e preparar projetos que profissionalizam e formam os jovens muito além do mercado de trabalho.





Kelly Lopes - empreendedora social e superintendente do Instituto da Oportunidade Social - IOS. Graduada e pós-graduada em Tecnologia da Informação, especialista em gestão para o Terceiro Setor, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e MBA em Gestão de RH Estratégico, Kelly Lopes atuou com desenvolvimento e implantação de software por 9 anos na TOTVS. Em 2008, foi convidada a assumir a gestão do Instituto da Oportunidade Social - IOS - organização fundada pela TOTVS para promover o aprimoramento profissional e a empregabilidade de jovens e pessoas com deficiência - onde atualmente ocupa o cargo de superintendente. Kelly também é vice-presidente voluntária do Projetos Amigos das Crianças - PAC.


IOS

https://www.ios.org.br

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