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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Por que testar pessoas assintomáticas é importante no combate ao coronavírus?


Tema voltou a ser debatido na OMS e segundo a entidade de Saúde as pessoas assintomáticas também podem transmitir o vírus; Entenda porque é importante realizar a testagem neste grupo


A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a afirmar nesta terça-feira (9) que as pessoas infectadas pelo novo coronavírus, mas que não possuem sintomas, também transmitem o vírus. O comunicado, emitido após uma integrante do órgão dizer que esse tipo de contágio “parece raro”, reforça que, sem vacinas ou medicamentos eficazes comprovados as estratégias de distanciamento social e testagem em massa da população continuam sendo os maiores aliados contra a propagação da pandemia de Covid-19.

Para a OMS, é certo que mesmo as pessoas sem sintomas, mas que testam positivo, são capazes de passar o novo coronavírus (SARS-CoV-2) para outros indivíduos. O que ainda não se sabe é o potencial de transmissibilidade dos assintomáticos. De acordo com o doutor em Genética e Biologia Molecular e CEO da BiomeHub, Luiz Felipe Valter de Oliveira, as incertezas demonstram que é importante a testagem em massa também nas pessoas que não possuem sintomas como uma das medidas de bloqueio para reduzir o número de infectados.

Primeiro, porque a identificação rápida de alguém infectado permite monitorar esse indivíduo e iniciar de forma precoce o tratamento em caso de evolução da doença, bem como a possibilidade de monitorar também as pessoas que mantiveram contato próximo com este assintomático, reduzindo o potencial de transmissão comunitário. A testagem nesse grupo também possibilita projeções mais assertivas dos órgãos de saúde quanto a real situação da pandemia e demandas do sistema. A medida também contribui para o retorno seguro às atividades econômicas.

— Os assintomáticos parecem ser peça importante para a dispersão do vírus, tanto na perspectiva populacional quanto no contexto econômico e dos serviços essenciais (que não podem parar), colocando em risco a saúde dos demais colaboradores e das operações dessas atividades. Por isso, estabelecer processos e protocolos para o monitoramento e identificação em massa dos casos assintomáticos, mas portadores do vírus SARS-CoV-2, torna-se fundamental para o controle da dispersão do vírus na população e uma ferramenta de gestão de risco para indústrias e serviços essenciais — considera Oliveira.


Testes de triagem molecular em pessoas assintomáticas

A testagem em larga escala de pessoas assintomáticas já é uma estratégia que está em curso no Brasil, liderada pela empresa de biotecnologia BiomeHub, que estabeleceu parcerias com entidades públicas e privadas nos estados do Sul, Sudeste e Nordeste, e atualmente realiza um teste de triagem molecular em grupos para viabilizar a retomada da atividade econômica com segurança. Cerca de 40 empresas e entidades brasileiras já aderiram ao sistema de testagem, permitindo que mais de 30 mil trabalhadores realizem suas atividades laborais com segurança. A estimativa é de que até julho o monitoramento seja multiplicado por dez.

          Conhecido como “teste em pool”, o método se baseia em testar ao mesmo tempo as amostras de até 16 pessoas. Nesse modelo de testagem em grupo, são coletadas duas amostras de nasofaringe (nariz) e orofaringe (garganta) de cada indivíduo assintomático. Um dos materiais coletados fica reservado em um tubo individual, enquanto a outra amostra é testada no modo coletivo (mais barato) no método RT-PCR, o padrão ouro para detecção da infecção pelo novo coronavírus. Caso alguém do grupo esteja contaminado, são realizados os testes individuais e os mesmos ficam isolados até a descoberta de quem do grupo está infectado pela doença. Em caso de o “grupo testar negativo”, todos são liberados com um único teste. Nesse modelo de monitoramento, os testes são repetidos a cada 15 dias para garantir a continuidade dos serviços em segurança. A capacidade atual de testagem desse método no laboratório da BiomeHub, em Florianópolis, é de até 20 mil testes por dia.


Cardiopatia congênita afeta 29 mil crianças/ano e 6% morrem antes de completar um ano de vida



12 de junho é o Dia Nacional de Conscientização da doença e reforça a importância do diagnóstica precoce


A cardiopatia congênita é um grupo de anormalidades na estrutura do aparelho cardiocirculatório, secundária a uma alteração no desenvolvimento embrionário, que pode surgir nas primeiras oito semanas da gestação, quando se forma o coração do bebê, causando insuficiência circulatória e respiratória, o que pode comprometer a qualidade de vida do paciente.

Estima-se, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que cerca de 130 milhões de crianças no mundo tenham algum tipo de cardiopatia congênita. Uma relação de um caso a cada cem nascimentos, segundo a American Heart Association, chegando a 1,35 milhão de doentes por ano. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são dez casos a cada mil nascidos vivos, estimando em 29 mil o número de crianças que nascem com cardiopatia congênita por ano e cerca de 6% delas morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.

Por isso, diagnosticar precocemente é o fator principal para que a criança cardiopata possa receber o atendimento correto e no tempo necessário. “As cardiopatias congênitas são a terceira principal causa de mortalidade infantil e por não serem evitáveis, o diagnóstico e o tratamento precoces podem, na maioria dos casos, reverter a doença”, explica Klebia Castello Branco, presidente do Departamento de  Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica (DCC/CP) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Para reforçar essa importância e os desafios do acesso integral à saúde aos portadores dessa doença, é comemorado na nesta sexta-feira,12 de junho, o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita. A data também é uma forma de homenagear pais, familiares, profissionais e demais pessoas que lutam pela vida e enfrentam as dificuldades dessas enfermidades.

Em muitos países do hemisfério norte essa data já é institucionalizada e faz parte do calendário, a exemplo dos Estados Unidos, onde é comemorado em 14 de fevereiro (Valentine’s Day).  No Brasil, a data escolhida seguiu a alusão americana, com uma adaptação à nossa cultura para o Dia dos Namorados, no mês de junho. “Esse dia deve ser instrumento de conscientização para que as informações cheguem ao maior número possível de pessoas, ampliando as chances para mais e mais crianças conseguirem o tratamento necessário”, reforça Klebia.


Atendimento especializado

Presente desde o nascimento, as cardiopatias congênitas podem ser diagnosticadas mais tardiamente, includive na fase adulta, mas com a melhora do tratamento é possível viver satisfatoriamente. Entre os possíveis fatores de causas da doença estão algumas condições maternas, como diabetes mellitus, hipertensão, lúpus, infecções como a rubéola e a sífilis, uso de medicamentos e drogas e histórico familiar. Pais e mães portadores de cardiopatias congênitas apresentam uma chance duas vezes maior de gerar um bebê cardiopata. 

Muitas mães só descobrem que seu bebê tem algum problema no coração após o nascimento quando o Teste do Coraçãozinho é realizado. Esse exame deve ser feito nos primeiros dias de vida da criança, ainda na maternidade. O teste é feito com um oxímetro, que mede o nível de oxigênio no sangue do bebê e seus batimentos cardíacos – é um exame de baixo custo, rápido, não invasivo, indolor e obrigatório, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Contudo, o diagnóstico pode ser feito ainda durante a gestação, por meio do ecocardiograma fetal, único exame capaz de detectar uma cardiopatia congênita enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe, feito entre 21 e 28 semanas de gestação. “Esse diagnóstico ainda na gravidez pode salvar muitas vidas, pois algumas cardiopatias precisam de intervenção e centro especializado assim que o bebê nasce. No país, pelo menos 50% dos casos são diagnosticados no pré-natal”, explica a cardiologista pediatra.

Infelizmente, esse exame não está no protocolo padrão do pré-natal e é solicitado apenas quando há casos antecedentes de cardiopatia congênita na família, ou alteração nos ultrassons.

Por isso, o acompanhamento médico no pré-natal é importante para o diagnóstico, caso existam fatores que levantem a suspeita clínica de problemas cardíaco-fetais. O ultrassom morfológico também pode apontar indícios de cardiopatia.

O Ministério da Saúde informa que o SUS conta com profissionais qualificados para identificar os sinais e sintomas das cardiopatias, diagnosticá-las e prover o acompanhamento apropriado. O Brasil possui 69 unidades de saúde públicas, distribuídas em 20 Estados e no Distrito Federal, para realizar cirurgias cardiovasculares pediátricas. Considerando que 80% das crianças cardiopatas precisam ser operadas em algum momento da vida – e que metade delas precisa da cirurgia no primeiro ano de vida –, o governo federal percebeu que era preciso ampliar o número de procedimentos realizados no sistema público que, em 2017, foi abaixo de dez mil. Dados do MS de 2018 mostram que foram a óbito por malformações congêntias do coração e doenças do aparelho circulatório 3.603 crianças.

Para melhorar a rede de atendimento, o MS lançou, em 2017, o Plano Nacional de Assistência à Criança com Cardiopatia Congênita. Na ocasião, houve o reajuste dos valores pagos por 49 procedimentos de cirurgia cardiovascular pediátrica, com um aumento médio em torno de 60%. Além disso, foi modificado o tipo de financiamento federal, passando o custeio dos procedimentos a ser realizado por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), instrumento que assegura o pagamento pós-produção dos procedimentos realizados sem qualquer interferência por parte das decisões em saúde locais.


Desafios no acesso e atendimento 

Ainda que tenham ocorrido avanços no acesso dos cardiopatas ao tratamento cirúrgico, é necessário manter as ações conduzidas desde então e incentivar outras medidas propostas pelo plano do governo federal, entre as quais a ampliação do acesso ao diagnóstico e a capacitação da equipe multidisciplinar no cuidado.

Klebia Castello Branco acredita ser o atendimento integral a criança com cardiopatia no Brasil um do maiores desafios do SUS, pelas dimensões continentais do país, distribuição geográfica desigual dos centros de referência de cardiologia e cirurgia cardíaca pediátrica e ausência de serviços especializados em alguns Estados, das regiões Norte e Nordeste, existindo ainda anomalia que não é diagnostica e, consequentemente, não tratada adequadamente. Mesmo na rede privada, há Estados que não possuem equipes multiprofissionais especiazadas para o atendimento dessa parcela da população e o atendimento precisa ser feito em centros especializados de alta complexidade. “Sabemos que existe um déficit de diagnósticos e de tratamento dessas crianças. Mesmo quando detectado o problema, muitos pacientes não têm a chance de tratamento ideal ou são tratadas tardiamente. A expectativa de todo cardiopata, bem como de seus familiares, é a garantia do acesso e do cuidado integral, resolutivo e de qualidade“, destaca.

O tratamento clínico da cardiopatia congênita é feito conforme o quadro que a criança apresenta. Algumas cardiopatias congênitas não necessitam de tratamento, uma vez que podem apresentar cura espontânea. As cardiopatias que evoluem de forma mais grave geralmente apresentam a opção de tratamento cirúrgico, algumas vezes realizado já no período neonatal, outras vezes no lactente ou criança maior, conforme a necessidade.

Atualmente, há a opção do cateterismo cardíaco terapêutico, que pode realizar procedimentos paliativos e até mesmo curativos. Com a melhoria do tratamento clínico e cirúrgico, a maioria dos pacientes atinge a idade adulta. Há países em que existem mais adultos que crianças com cardiopatia congênita.

A apresentação clínica da doença é bastante variável, incluindo formas assintomáticas e detectadas apenas com exame físico minucioso. Os sintomas mais comuns são falta de ar, cansaço aos esforços, cianose (coloração azulada da pele), arritmias, síncope, hipertensão arterial, entre outros, e cansaço às mamadas, no caso dos bebês.

Os cardiologistas são unânimes em afirmar que o ideal é corrigir o defeito estrutural. Segundo eles, de acordo com o caso, o bebê pode sofrer uma intervenção ainda no útero, ser submetido à cirurgia imediatamente após nascer ou, também aguardar meses ou anos para chegar ao centro cirúrgico.




SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

4ª edição do Junho Lilás reforça a importância de se ampliar o Teste do Pezinho em meio à pandemia de COVID-19


Campanha lançada pelo Instituto Jô Clemente (antiga APAE de São Paulo) em parceria com a Unisert conscientiza a sociedade sobre a necessidade de expandir o acesso ao Teste do Pezinho Ampliado

Com o objetivo de conscientizar o poder público e a sociedade civil sobre a importância de se expandir o acesso da população ao Teste do Pezinho Ampliado, especialmente em meio à pandemia do novo coronavírus, o Instituto Jô Clemente (antiga APAE DE SÃO PAULO) e a União Nacional dos Serviços de Referência em Triagem Neonatal (Unisert) lançam em 6 de junho, Dia Nacional do Teste do Pezinho, a campanha Junho Lilás, com a hashtag #VamosDarMaisUmPasso.

“Nosso foco este ano é orientar a sociedade sobre a necessidade da ampliação do teste do pezinho para o diagnóstico precoce de até 50 doenças, incluindo as doenças raras, que demandam intervenções clínicas emergenciais e tratamentos específicos”, afirma Daniela Mendes, superintendente-geral do IJC. Segundo ela, “é importante darmos mais um passo para expandir o acesso a esses diagnósticos a toda a população, pois sabemos que quanto antes iniciarmos os tratamentos adequados, mais chances a criança terá de se desenvolver com saúde e qualidade de vida”, comenta.

No dia 5 de junho haverá o pré-lançamento da campanha, que está em sua 4ª edição consecutiva. Na ocasião, a doutora Ana Escobar, médica pediatra e embaixadora oficial de saúde do Instituto Jô Clemente, participará de uma live, que será realizada às 18h30, e terá a presença da neurologista infantil Fernanda Monti, consultora de erros inatos do metabolismo, e da farmacêutica bioquímica e supervisora do Laboratório da Organização, Sonia Hadachi. Os internautas poderão assistir o evento, que será mediado pelo gerente do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI) do IJC, Edward Yang,  pelo Facebook da Organização (facebook.com/institutojoclemente/).


A importância da realização do teste do pezinho ampliado

O Teste do Pezinho oferecido na rede pública pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contempla a análise de somente seis doenças (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência Biotinidase). Já o teste ampliado pode detectar até 50 doenças* sendo disponibilizado atualmente apenas nas maternidades privadas.

De acordo com o médico imunologista e consultor técnico do Laboratório do Instituto Jô Clemente, doutor Antonio Condino Netto, principalmente em razão da pandemia do novo coronavírus, as análises deveriam ser ampliadas. “Quanto mais doenças raras a triagem neonatal puder detectar, melhor para a saúde do bebê”, diz. “Em tempos de pandemia, mais do que nunca, é necessário que os bebês tenham acesso a exames mais completos, para evitarmos sequelas e problemas sérios de saúde na criança”, comenta. “Estamos nos movimentando para que a Agência Nacional de Saúde (ANS) e o Ministério da Saúde (MS) insiram no rol dos exames obrigatórios o Teste do Pezinho Ampliado, que contempla até 50 doenças, incluindo a Imunodeficiência Combinada Severa (SCID) e a Agamaglobulinemia (Agama), duas doenças graves em que a criança nasce sem o sistema imunológico completamente formado fica suscetível a diversas enfermidades, podendo ir a óbito antes de um ano de vida se não houver o diagnóstico e a intervenção precoce”, explica.

A neurologista infantil Fernanda Monti reforça a necessidade de se expandir o acesso ao Teste do Pezinho Ampliado para toda a população e lembra que agora é o momento de cuidar dos bebês e garantir o acesso aos exames para evitar doenças raras e graves, além da deficiência intelectual, que ocorre em muitos casos. “Para isso, precisamos que os bebês passem pela coleta e, se possível, façam o Teste do Pezinho Ampliado, que contempla a análise e o diagnóstico de 50 doenças genéticas, metabólicas e imunológicas”, explica.

A médica diz ainda que “nos primeiros dias de vida, a maior parte das crianças não manifesta sintomas de diversas doenças, mas isso não quer dizer que não exista algo. É por esse motivo que o Teste do Pezinho é feito após as primeiras 48 horas e até o 5º dia de vida do bebê. Esse é o período mais adequado para detectarmos precocemente anormalidades, mesmo assintomáticas, como ocorre na maior parte dos casos. Quando os sintomas aparecem sem que haja um diagnóstico precoce, pode ser tarde”, comenta. “O grande número de erros no metabolismo existentes pode resultar em quadros clínicos diversos, variando desde pacientes assintomáticos até casos mais graves, incluindo situações em que o bebê vai a óbito. O foco da triagem neonatal ampliada é evitar sequelas como a deficiência intelectual, além de melhorar a qualidade de vida do paciente tratado precocemente e melhorar o custo efetividade do sistema de saúde. Frisamos, ainda, que é fundamental estar atento às manifestações clínicas. Esse é o primeiro passo para o diagnóstico”, completa.

Sonia Hadachi comenta que a disponibilidade do Teste do Pezinho Ampliado a todos os bebês geraria uma redução de custo aos cofres públicos. “Temos como base um artigo (Feuchtbaum et al), publicado no início dos anos 2000, na Califórnia (EUA). Nesse estudo, feito com 540 mil bebês que tiveram acesso ao Teste do Pezinho Ampliado, houve uma economia de até US$ 9 milhões ao longo dos anos com custos esperados para cuidados médicos durante a vida. O artigo mostra que 83 crianças apresentaram diagnóstico positivo para pelo menos uma doença. Aqui no Brasil, como o teste ampliado com 50 doenças ainda não é disponibilizado pelo SUS, fica difícil a mensuração dos ganhos ao realizar rapidamente o diagnóstico precoce, principalmente  quando pensamos em tempo de internação, exames confirmatórios e demais custos associados. Ainda não existem estudos que mostrem essa redução no impacto financeiro, mas acreditamos que a prevenção e o diagnóstico precoce sempre são o melhor caminho para evitar custos maiores, por isso, é necessário que o poder público e a sociedade se engajem nessa causa e busquem essa ampliação”, diz.

Pioneiro na realização do exame no país, o Instituto Jô Clemente implantou o Teste do Pezinho no Brasil em 1976 e, desde 2001, é um Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) credenciado pelo Ministério da Saúde, tendo sido um dos principais responsáveis pelo surgimento das leis que obrigam e regulamentam esta atividade, que se tornou conhecida por "Teste do Pezinho”.

Atualmente, a Organização é responsável pela realização da triagem de 80% dos bebês nascidos na capital paulista e 67% dos recém-nascidos do Estado de São Paulo, por meio do SUS (293 mil) e de maternidades e hospitais privados (103 mil, sendo 28% de testes ampliados).

O Laboratório do Instituto Jô Clemente é o maior do Brasil em número de exames realizados e desde a sua implantação triou mais de 16,5 milhões de crianças brasileiras. Somente em 2019, foram triados 395.281 bebês na Instituição, totalizando 2.635.283 exames. Sonia Hadachi afirma que a Organização também tem um sistema de Busca Ativa. “Esse e um sistema muito importante, porque realiza a convocação imediata de todos os recém-nascidos que apresentam alteração no Teste do Pezinho. Caso seja solicitada a recoleta, é fundamental fazê-la imediatamente”, explica.

O Instituto Jô Clemente possui ainda o Ambulatório de Triagem Neonatal, com equipe interdisciplinar para orientação e tratamento dos casos confirmados. Por se tratar de um serviço essencial, a equipe do ambulatório continua trabalhando e atendendo presencialmente os casos em que há diagnósticos positivos para realizar os exames confirmatórios e dar as primeiras orientações aos pais. “Esse é um trabalho essencial que fazemos e que não podemos parar, mesmo com a pandemia, pois nunca se sabe quando teremos um caso positivo de alguma doença para tratar, por isso, estamos cumprindo todas as recomendações das autoridades sanitárias para fazer os atendimentos presenciais”, diz Fernanda Monti.


Teste do Pezinho é um direito do bebê

A supervisora do Programa Jurídico-Social do Instituto Jô Clemente, Luciana Stocco, explica que muitas vezes os pais deixam de levar os filhos para fazer a coleta em algumas regiões do país porque não sabem que o Teste do Pezinho é um direito da criança. “É importante frisarmos que o Teste do Pezinho Básico, contempla seis doenças, é gratuito e deve ser oferecido a todos os bebês nascidos no Brasil, pois é um direito da criança sendo disponibilizado no SUS e regulamentado pela Portaria n. 822 do MS de 06 de junho de 2001”, diz. Segundo ela, ninguém pode negar ao bebê o direito à saúde e à vida. “Por isso o Teste do Pezinho é essencial e, quanto maior o número de doenças contempladas, mais fácil será garantir o cumprimento dos direitos da criança a um desenvolvimento saudável e seu pleno desenvolvimento social, recebendo os acompanhamentos multidisciplinares adequados”, afirma.

Doutor Caio Bruzaca, geneticista do Ambulatório de Diagnósticos do Instituto Jô Clemente, explica que ainda há muita desinformação a respeito do Teste do Pezinho no país. “Além de muitos pais não saberem desse direito, ainda vemos muitas pessoas que acham que o Teste do Pezinho é um carimbo da impressão digital do pé do bebê que se faz na maternidade e que não tem nenhuma utilidade, mas nosso papel, acima de tudo, é esclarecer que o Teste do Pezinho é um procedimento extremamente seguro e confiável em que, por meio de poucas gotas de sangue retiradas do calcanhar do bebê, é possível se detectar um número grande de enfermidades para que sejam feitas as intervenções necessárias imediatamente. Há casos de doenças, como a hiperplasia adrenal congênita, por exemplo, em que a criança tem poucos dias de vida se não tratada com urgência”, explica. “O primeiro passo para se ter saúde é respeitar o direito à prevenção, que é o principal objetivo do Teste do Pezinho. Por meio do diagnóstico precoce, é possível prevenir ou amenizar complicações que podem ser crônicas. Agora, diante desse cenário em que é preciso garantir a imunidade de todos, em especial por causa da pandemia, precisamos dar mais um passo no sentido da ampliação do Teste do Pezinho para todos os bebês”, finaliza.


*Doenças triadas no Teste Ampliado

§  AAAC (Aminoacidopatias e Distúrbios do Ciclo da Uréia / Distúrbios Ácidos Orgânicos / Distúrbios de Oxidação dos Ácidos Graxos) - Perfil TANDEM MS / MS que inclui a detecção de 38 doenças

§  Galactosemia

§  Leucinose

§  Deficiência de G6PD

§  Toxoplasmose Congênita

§  Imunodeficiência Combinada Grave e Agamaglobulinemia (SCID E AGAMA)






Instituto Jô Clemente
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 5080-7000, pelo site www.ijc.org.br


Com retomada das consultas e cirurgias eletivas, hospital tem novas medidas para proteger pacientes


Serviços, que foram suspensos desde o início da pandemia, recebem novo fluxo de atendimento para garantir a segurança do paciente


Desde a declaração de estado de pandemia feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início do mês de março, os atendimentos eletivos – aqueles que não são considerados de emergência – foram suspensos por tempo indeterminado em todo o país. A medida impactou as instituições de saúde, bem como a qualidade de vida de milhares de pessoas que interromperam tratamentos ou precisaram adiar suas cirurgias.

Diante deste cenário, tornou-se essencial repensar o atendimento à população, principalmente a pacientes cardíacos, oncológicos e portadores das mais diversas doenças. Pensando nisso, o Hospital São Camilo fez rigorosas adaptações, com atenção especial à segurança do paciente, para a retomada de exames, consultas e cirurgias eletivas.

As medidas foram tomadas com base em orientações do Ministério da Saúde e validadas pelos setores de SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) e de Qualidade da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, cuja reconhecida busca pela excelência assistencial segue critérios internacionais e já levou a Instituição à conquista de importantes certificações, como as Acreditações Joint Commission, Himss e Qmentum Diamante.

“Começamos a colocar em prática uma série de ações com o objetivo de voltar a dar assistência às demais comorbidades que afetam a vida dos pacientes, sobretudo daqueles que dependem de uma melhora de suas condições para ter mais qualidade de vida”, comenta o Dr. Fabio Kawamura, diretor da Unidade Pompeia da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Foram estabelecidos novos fluxos, isolando os espaços de atendimento aos casos suspeitos e confirmados de COVID-19 das demais áreas, desde a entrada até a saída do Hospital.

Dr. Fábio esclarece que, antes de entrar no prédio, todos os pacientes são triados no intuito de identificar sintomas ou histórico suspeito, com direcionamento ao serviço de urgência, quando necessário.

Além disso, as consultas do Centro Médico são realizadas a cada 30 minutos. Ao entrar no Hospital, os pacientes recebem máscaras descartáveis e são orientados, através de sinalizações, a manter distanciamento social nas áreas de espera e elevadores.

Já para os casos cirúrgicos, a diretora da Unidade Santana, Dra. Fernanda Fontanezi, ressalta que a decisão seguirá, em cada caso, de acordo com o alinhamento entre o médico e o paciente, priorizando sua saúde e segurança em todas as etapas do processo.


Pré-cirurgia

Faz parte das medidas de segurança a realização do teste para COVID-19 antes de qualquer cirurgia. Segundo informam os diretores, os pacientes realizam a coleta de PCR-COVID 72 horas antes do procedimento.

“Esses pacientes entram no fluxo prioritário em relação à coleta do exame, tendo seu laudo liberado até 24 horas, período em que ele aguardará em casa, sendo acompanhado via telemedicina”, esclarecem.

Segundo os especialistas, caso o paciente teste positivo para COVID-19, a cirurgia não será realizada. Nesses casos, se estiver assintomático, é feita a orientação de isolamento domiciliar, sem contato com outras pessoas.

“Em caso de resultado negativo, a cirurgia estará liberada e seguirá os fluxos de segurança previamente estipulados”, detalha a Dra. Fernanda.


Durante a cirurgia

Seguindo o plano de contingência criado exclusivamente para atendimento ao COVID-19, o Hospital São Camilo já conta com fluxos estruturados para a entrada de pacientes e pré-triagem. Esses fluxos não permitem que os pacientes tenham contato dentro do hospital, a fim de se evitar a transmissão cruzada.

Além disso, a Rede disponibiliza aos pacientes quartos para internação exclusiva, mesmo que o plano de saúde dê direito apenas à enfermaria, aumentando assim a segurança de todos que precisam estar no local durante o período do procedimento.

Esse cuidado se mantém durante todo o tempo em que o paciente se encontrar no Hospital e é válido para todas as Unidades da Rede – Pompeia, Santana e Ipiranga.

Além dos elevadores específicos, o centro cirúrgico foi adaptado com barreiras a fim de evitar o cruzamento de fluxos entre pacientes.

“Caso o paciente necessite, foram designadas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) apartadas daqueles que estão internados com COVID-19”, frisa a médica.


Orientações sobre acompanhantes

Será permitida a entrada de um acompanhante seguindo alguns critérios para garantir a segurança de todos, conforme abaixo:

- O acompanhante não pode ser do grupo de risco (idosos e portadores de doenças crônicas);

- Deve estar sem sintomas de gripe ou febre, passando pela triagem para medição da temperatura e verificação de sintomas;

- Deverá permanecer com a máscara de proteção recebida ao chegar e seguir as demais medidas de prevenção orientadas pelo Hospital;

- Não deverá circular pelos corredores do hospital – as refeições serão entregues pelo serviço de nutrição dentro do quarto.

Vale frisar que, durante o processo cirúrgico, o acompanhante receberá informações sobre o status do paciente por meio do ramal telefônico do quarto.
Todas essas medidas são seguidas rigorosamente para garantir que os pacientes recebam o atendimento que necessitam em segurança. Por isso, são também realizadas todas as boas práticas de higiene orientadas pelo SCIH entre as consultas, em todos os ambientes, objetos e equipamentos do Hospital, e após a saída dos pacientes dos consultórios, leitos e salas cirúrgicas.

“Nós entendemos que essa retomada deve ser cuidadosa e responsável para que possamos continuar atuando em prol da saúde de todos, sem deixar de assistir àqueles que mais necessitam neste momento delicado”, finaliza o Dr. Fábio.





Rede de Hospitais São Camilo

Junho Violeta: mês de alerta sobre ceratocone


Doença que pode motivar cegueira reversível é a maior causa de transplantes de córnea no Brasil


Em tempos de pandemia, muito se fala em não colocar as mãos no rosto. Mas quando um cisco cai nos olhos ou surge uma sensação de coceira, a reação mais comum é a de esfregar a região para diminuir o incômodo. Pois esse hábito que parece ser inofensivo pode não somente tornar os olhos porta de entrada para o novo coronavírus (Covid-19), como também ser responsável pelo surgimento de problemas oculares, como o ceratocone, doença que é o tema da campanha Junho Violeta promovida por profissionais da saúde e cujas estatísticas da literatura especializada mostram, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a incidência de um caso para cada duas mil pessoas.

O ceratocone é uma enfermidade não inflamatória que afeta a estrutura da córnea, camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular. É uma patologia que deforma a córnea, fazendo com que ela afine e fique com formato de um cone. Essa alteração na curvatura impede a projeção de imagens nítidas na retina e pode promover o desenvolvimento de grau elevado de astigmatismo irregular ou mesmo miopia.

Entre os sintomas do ceratocone estão visão embaçada, imagens "fantasmas", visão dupla, dor de cabeça e coceira. Começa com a dificuldade para enxergar de perto e a sensibilidade à luz. Embora os sinais sejam muito semelhantes aos de outros problemas que acometem os olhos, o oftalmologista André Ruppert, do HCLOE, empresa do Grupo Opty explica que a piora na visão tende a ser mais rápida, fazendo com que o paciente troque de óculos e lentes com mais frequência. “É muito importante que, nesse momento que vivemos, os pacientes diagnosticados não deixem de seguir o tratamento e continuem com o acompanhamento médico. E pessoas que sintam incômodos e a redução da visão consultem um oftalmologista para identificar a causa”, afirma o médico.


Causas e diagnóstico – O ceratocone surge entre os 10 e 25 anos de idade, mas pode progredir até os 40 anos ou estabilizar-se com o tempo. Além de uma tendência genética, alguns hábitos também podem potencializar o aparecimento da enfermidade. “O estímulo mais importante é a associação com alergia ocular. Coçar os olhos é o fator de risco mais significativo para o desenvolvimento do ceratocone”, comenta o oftalmologista do Grupo Opty.

Ainda de acordo com o Dr. Ruppert, especialista em transplante de córnea, o diagnóstico pode ser feito pelo exame clínico nas fases mais tardias ou por meio de exames como topografia computadorizada de córnea (estudo da curvatura do órgão) e da paquimetria (análise de sua espessura), que permitem identificar a doença nas fases mais precoces.


Tem cura? – O controle deve ser feito com realização de exames específicos para avaliação de provável progressão a cada quatro ou seis meses, dependendo da idade do paciente e do estágio evolutivo do caso. De acordo com o Dr. Ruppert, o ceratocone pode levar à cegueira reversível, ou seja, o paciente pode ter uma perda significativa da visão, mas pode recuperá-la com os tratamentos atualmente disponíveis.

Dependendo do avanço da patologia, as principais formas de reabilitação são a prescrição de óculos e adaptação de lentes de contato rígidas corneanas ou esclerais, em casos mais leves. Já o crosslinking é um método cirúrgico minimamente invasivo que vem se mostrando bastante promissor, podendo até evitar a evolução da doença. “O procedimento consiste no fortalecimento das fibras de colágeno, que representam as pontes de sustentação da córnea, com o uso de radiação ultravioleta, associada a uma substância chamada riboflavina, que aumenta a rigidez biomecânica da córnea”, explica o médico.

Outras opções são o implante do Anel de Ferrara ou, em último caso, a realização de transplante de córnea. “Os tratamentos estão cada vez mais eficientes. Há novos tipos de anéis de Ferrara que trazem melhor resultado pós-operatório e novidades nas técnicas de transplante de córnea, como o DALK (transplante lamelar anterior profundo), que diminuem consideravelmente as possíveis complicações cirúrgicas, principalmente a rejeição ao transplante”, finaliza o oftalmologista do Grupo Opty. Em 2019, conforme registra a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, foram realizados 14.943 transplantes de córnea no País, sendo o ceratocone a maior causa desse tipo de procedimento, de acordo com o Ministério da Saúde. 



Opty


Infectologista ressalta quais hábitos devem ser mantidos durante e após a flexibilização da quarentena



Essa semana iniciou a flexibilização parcial da quarentena em São Paulo, decretada pelo Governo do Estado. A retomada será gradual e foi dividida em cinco fases e todas elas necessitarão de cuidados. Aliás, alguns cuidados devem continuar mesmo após o fim da pandemia, segundo o infectologista do São Cristóvão Saúde, Dr. Jorge Paez.

“Mesmo com a flexibilização devemos manter o isolamento social até que os números de casos novos e óbitos mostrem um declínio sustentado, o que atualmente ainda não está acontecendo. Se for necessário sair de casa, não saia sem máscara e lembre-se de trocá-la a cada duas horas ou antes se umedecer. É importante ressaltar que sempre que for tirar a máscara deve-se manusear pelos elásticos. Outra medida que devemos levar para a vida é a higiene das mãos e a etiqueta respiratória, fundamental para evitar a contaminação ao contato com superfícies, assim como levar as mãos na boca, nariz ou olhos.”, disse o infectologista.

Mesmo durante a flexibilização, é importante que as pessoas se mantenham em isolamento social, principalmente se houver algum sintoma respiratório. Outra medida básica que muitos podem não se atentar é manter a carteira de vacinação atualizada e tomar as doses das vacinas necessárias da data correta, se protegendo de possíveis doenças. “Alguns hábitos que adquirimos ou reforçamos durante a pandemia devem ser mantidos para toda a vida, como manter ambientes limpos e arejados, higienizar corretamente os alimentos antes de prepará-los, lavar as mãos com mais frequência e da maneira correta, evitar sair de casa caso esteja com sintomas respiratórios para não contaminar outras pessoas, entre outros.”, finalizou o infectologista Dr. Jorge Paez.

Quando a pandemia acabar e a vida enfim voltar ao normal, hábitos como higienizar embalagens de produtos que compramos no mercado ou delivery e o uso contínuo de máscara poderão ficar no passado.



Como se manter protegido em casa quando um familiar está com Covid-19?

Cuidados com a higiene e a delimitação do espaço de convívio são essenciais para evitar novos contágios, alerta Hospital Paulista


Diante da gravidade da pandemia de Covid-19 no Brasil, o isolamento domiciliar passou a ser a medida mais recomendada pelas autoridades de saúde em diversos estados do país. O que fazer, no entanto, quando um familiar ou colega sob o mesmo teto apresenta suspeita ou confirmação do contágio? Alinhado com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Hospital Paulista destaca orientações para quem precisa se prevenir contra a infecção dentro de casa.


Ambiente

É importante delimitar o espaço em que o paciente infectado (ou com suspeita de infecção) circula. Preferencialmente, a pessoa deve ocupar um quarto individual com boa ventilação. Se isso não for possível, é preciso manter-se a uma distância de pelo menos um metro de quem estiver doente.

“Ao sair do quarto, o paciente deve, obrigatoriamente, usar máscara. A circulação pela casa deve ser limitada e os ambientes compartilhados, como cozinha e banheiro, devem permanecer com as janelas abertas”, ressalta o Dr. Gilberto Ulson Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista. 



Cuidadores

O ideal é evitar visitas e limitar o número de cuidadores, que devem usar máscara cirúrgica bem ajustada ao rosto quando estiverem no mesmo espaço em que o doente. É essencial evitar o contato direto com fluidos corporais, principalmente orais, secreções respiratórias e fezes.

“O indicado é usar luvas descartáveis para cuidados orais ou respiratórios e, também, quando manipular fezes, urina e resíduos. Realizar a higiene das mãos antes e depois da remoção das luvas é fundamental”, explica o especialista. 



Atenção às máscaras e demais materiais de apoio

As máscaras não podem ser tocadas ou manuseadas durante o uso. Se o acessório ficar molhado ou sujo com secreções, deve ser substituído imediatamente. O descarte é instantâneo após a utilização, sendo que a higiene das mãos com água e sabonete ou álcool em gel deve ser feita logo após a remoção da máscara.

“Ao finalizar a lavagem das mãos, toalhas de papel descartáveis são indicadas para secá-las. Na falta, toalhas de pano limpas podem ser usadas somente para essa finalidade. Quando ficarem molhadas, devem ser desinfetadas com água sanitária. Todos os materiais descartáveis utilizados são jogados em um lixo separado dos demais resíduos da casa”, destaca Pizarro.

Quanto às máscaras, é possível fazer uso das descartáveis e das caseiras, sendo que estas são mais recomendadas neste momento para evitar a falta do material aos profissionais da saúde.

As máscaras caseiras devem conter duas camadas e podem ser feitas a partir de uma roupa cujo tecido seja 100% algodão. As máscaras descartáveis também podem ser usadas junto com o protetor facial, uma proteção de plástico transparente que protege os olhos. Assim, o rosto inteiro fica protegido e é possível aumentar a vida útil das descartáveis.



Objetos e limpeza

O compartilhamento de escovas de dente, talheres, pratos, bebidas, toalhas ou roupas de cama deve ser evitado. Talheres e pratos utilizados pelo paciente infectado precisam ser limpos com água e sabão ou detergente comum. A higiene deve ser feita de forma separada dos materiais utilizados pelos outros moradores, mas o paciente pode reutilizá-los posteriormente.

“É importante limpar e desinfetar diariamente as superfícies frequentemente tocadas, como mesas de cabeceira, cama e outros móveis do quarto do paciente. Higienizar as superfícies do banheiro pelo menos uma vez ao dia também é fundamental”, orienta o profissional.

Roupas sujas, de cama e toalhas de banho e de mão do paciente devem ser lavadas com água e sabão comum e separadas das roupas de outras pessoas. Para realizar essas atividades, além da máscara, deve-se usar luvas descartáveis e roupas de proteção, como aventais de plástico, por exemplo. 



Hospital

Os pacientes precisam permanecer em casa até a resolução completa dos sinais e sintomas. Considerando as evidências de transmissão de pessoa para pessoa, indivíduos que podem ter sido expostos a casos suspeitos de Covid-19 em casa devem monitorar sua saúde por 14 dias, a partir do último dia do possível contato, e procurar atendimento médico imediato caso desenvolva quaisquer sintomas mais graves, como febre, tosse ou falta de ar.

“As pessoas sintomáticas devem entrar em contato com o serviço de saúde informando sua chegada e, durante o transporte até o hospital, usar máscara cirúrgica o tempo todo, evitando o transporte público. É aconselhado chamar uma ambulância ou utilizar veículo privado, com boa ventilação, mantendo os vidros abertos”, finaliza o médico.




Junho é o mês de conscientização mundial da infertilidade que atinge 15% da população

Divulgação
Apenas 30% das dificuldades em engravidar vêm unicamente da mulher. Na verdade, as causas estão distribuídas igualmente entre homens (1/3), mulheres (1/3) e em ambos ao mesmo tempo (1/3), afirma urologista


Ter filhos é o sonho da maior parte dos casais, mas nem sempre concretizar este objetivo é fácil. Isto porque 15% da população mundial tem infertilidade, segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso representa entre 50 e 80 milhões de pessoas no mundo e 8 milhões de pessoas no Brasil. A dimensão da doença fez com que junho fosse escolhido como o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, levando consigo o objetivo de alertar para esta causa.
 “Um casal é considerado infértil quando, após um ano de relações sexuais frequentes, desprotegidas e bem distribuídas ao longo do ciclo menstrual, não ocorre gestação”, afirma o urologista e sexólogo Dr. Danilo Galante.
Cerca de 1 em cada 8 casais têm problemas para engravidar e acabam precisando de ajuda especializada. Segundo o especialista, as causas dessa doença estão distribuídas igualmente entre homens e mulheres (por volta de 35% cada), além de um percentual referente à infertilidade sem causa aparente.
Aproximadamente 1/3 dos casos acontecem por problemas exclusivamente masculinos ou femininos e 1/3 por contribuição dos dois.
Varias situações estão relacionadas à infertilidade: obesidade, distúrbios hormonais que afetam a produção de espermatozoides, bem como a ovulação e hábitos como tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Infertilidade no homem:
Segundo o Dr. Danilo, a principal causa (tratável) da esterilidade masculina é a Varicocele; dilatação que ocorre nas veias do escroto. A exemplo das conhecidas varizes das pernas, no caso da varicocele, são veias dilatadas e tortuosas na região do escroto. Outros fatores que causam infertilidade masculina incluem: criptorquidia (quando não houve descida correta do testículo para o escroto), histórico de torção testicular, infecções do trato genital masculino, inflamação testicular, entre outros. Infelizmente, cerca de 25% das causas são desconhecidas, não possuindo tratamento específico.

Infertilidade na mulher:

Já nas mulheres, a idade acima de 35 anos é o fator que mais afeta a fertilidade, seguida por endometriose (quando parte do conteúdo da menstruação vai em direção ao abdome em vez de sair pela vagina, podendo atingir o intestino, bexiga, trompas e ovários), síndrome do ovário policístico – SOP (distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários e fazem com que eles aumentem de tamanho), além de alterações tubárias.

Tratamento
A infertilidade não deve ser motivo para desistir do sonho de ter um filho. De acordo com o especialista, assim que for identificada, o casal deve buscar ajuda especializada para que sejam realizados exames tanto no homem, quanto na mulher a fim de descobrir a causa. “A doença em muitos casos tem cura, e o tratamento varia exatamente de acordo com o motivo da infertilidade. Quando não existe uma causa definida ou há impossibilidade de correção, indica-se um dos métodos de fertilização assistida”, finaliza.





Dr. Danilo Galante – Formado em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com especialização em Urologia pela UNESP. Pós-graduado em Cirurgia Robótica pelo Hospital Oswaldo Cruz – SP. Doutorado em urologia pela USP, além de Fellow Observer of Johns Hopkins School of Medicine Brady Urological Institute Laparoscopic and Robotic Urologic Surgery. Membro titular da Sociedade Brasileira  de Urologia e Instrutor do ATLS (Advanced Trauma Life Support), atua em áreas diversificadas como Cálculos Urinários; Infertilidade (incluindo Reversão de Vasectomia), Disfunção Sexual e Cirurgia Robótica. Site: https://drdanilogalante.com.br/
 Instagram: @drdanilogalante
Facebook: @danilogalante.urologista



Saúde emocional: a chave para o equilíbrio


Psicoterapeuta Pollyanna Esteves explica que já é comprovado que o medo e o stress desligam nosso sistema imunológico


Muitas pessoas estão entrando em pânico por conta do novo coronavírus e a proporção que o avanço da doença está tomando no Brasil. Esse é o momento fundamental para manter nossa saúde, principalmente a emocional, em dia, já que ela está diretamente ligada a saúde física.

Para que o vírus não atinja seu corpo é necessário que seu sistema imunológico esteja em ótimo estado para combatê-lo. Já é comprovado que o medo e o stress desligam nosso sistema imunológico - tanto é que quando fazem transplante de órgãos se injeta hormônio do stress para que nosso sistema “desligue” e não rejeite o órgão transplantado.

Portanto, as pessoas que estão em pânico, com medo e estressadas têm muito mais chances de pegar o vírus devido à queda imunológica. São os nossos pensamentos e sentimentos que produzem hormônios e substâncias que irão circular pelo nosso corpo. Sentimentos negativos levam a hormônios e substâncias prejudicais a saúde, enquanto sentimentos e pensamentos positivos trazem hormônios e substâncias que aumentam nosso sistema imunológico e mantém nossa saúde física intacta.

Nesse momento, não devemos entrar em pânico. Devemos manter o pensamento positivo, a gratidão, e fazer nossa parte sem ignorar o que está acontecendo.

É para se cuidar: lavar bem as mãos, ter sempre álcool gel por perto, evitar aglomerações e, se possível, evitar sair de casa. Podemos fazer essas ações mantendo a calma e a paz, sabendo que a solução logo irá chegar.
A preocupação existe, mas o ideal é trocar o pânico pela possibilidade de aprender e sair mais forte dessa situação. Ao invés do descontrole, podemos nos perguntar: de que maneira positiva posso encarar esse cenário e o que ele tem para me ensinar?





Pollyanna Esteves - psicoterapeuta com grande expertise. Auxilia pacientes a conviverem e superarem traumas e se libertarem de amarras e padrões. É Mestre em Psicologia positiva, formada em constelação familiar, master em Programação Neurolinguística, certificada em Hipnose, Barra de Access e outras terapias.

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