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terça-feira, 2 de junho de 2020

60% dos focos de incêndio acontecem entre os meses de junho e setembro


Levantamento realizado pela CCR AutoBAn, CCR ViaOeste, CCR RodoAnel e CCR SPVias aponta que o período entre os meses de junho a setembro é o mais crítico para a incidência de queimadas. Concessionárias iniciam nesta semana Operação Corta Fogo, coordenada pela ARTESP com objetivo de orientar sobre os riscos de queimadas às margens das rodovias

Os meses de junho, julho, agosto e setembro de 2019 concentraram 60% das ocorrências de focos de incêndio às margens das rodovias do ano passado, segundo levantamento em mais de 1 mil quilômetros de vias administradas pelas CCR AutoBAn, CCR ViaOeste, CCR RodoAnel e CCR SPVias, responsáveis pelos sistemas Anhanguera-Bandeirantes, Castello-Raposo, trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas e as principais rodovias do sudoeste paulista. Neste período, as equipes das concessionárias atuaram em 1.504 focos de incêndio. 

Por isso, as empresas que integram o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo iniciam o apoio à Operação Corta Fogo, coordenada pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) e direcionada pela ARTESP (Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo) nas rodovias paulistas.

Durante a operação, as concessionárias ampliam as ações de prevenção, a partir do reforço no monitoramento das rodovias, do posicionamento de caminhões-pipa em pontos estratégicos e veiculação de mensagens nos painéis eletrônicos instalados ao longo dos trechos rodoviários. Além disso, todas as viaturas de atendimento - inspeção, guinchos leves, pesados e resgate – possuem abafadores. Os profissionais que atuam nestes veículos são treinados e capazes de atuar no primeiro combate aos focos de incêndio. No caso de ocorrências de grande porte, as concessionárias sempre contam com a orientação e o apoio do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. 

Entre os fatores que podem contribuir para incidência de queimadas, estão condições climáticas, característica da vegetação lindeira, proximidade de trechos urbanos, e principalmente, a ação humana. Por este motivo, as concessionárias alertam que as bitucas de cigarros arremessadas pelas janelas dos veículos são uma das principais causas de queimadas, pois elas podem incendiar a vegetação seca. 

Utilização de fogo para limpeza de terrenos, queima de lixo, fogueiras, queimadas para fins agrícolas não autorizadas e a queda de balões também podem contribuir para o surgimento de focos de incêndio nas margens de rodovias. Além do problema ambiental, a propagação do fogo representa risco à segurança dos motoristas, pois a fumaça reduz a visibilidade.

Além da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), a Operação Corta Fogo envolve diversos órgãos estaduais, tais como o Corpo de Bombeiros, a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC), a Polícia Militar Ambiental (PAmb), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a Fundação Florestal (FF) e o Instituto Florestal (IF). 

Sistema Castello-Raposo
No Sistema Castello-Raposo, o período entre os meses de junho a setembro de 2019 registrou 289 ocorrências de focos de incêndio, o equivalente aproximadamente 60% do total de ocorrências do ano passado (janeiro a dezembro).

Trecho Oeste do Rodoanel
No trecho oeste do Rodoanel Mário Covas (SP-21), o período entre os meses de junho a setembro de 2019 registrou 122 ocorrências de focos de incêndio, o equivalente aproximadamente 53% do total de ocorrências do ano passado (janeiro a dezembro).

Sistema Anhanguera-Bandeirantes
No Sistema Anhanguera-Bandeirantes, o período entre os meses de junho a setembro de 2019 registrou 868 ocorrências de focos de incêndio, o equivalente aproximadamente 63% do total de ocorrências do ano passado (janeiro a dezembro).

Rodovias do sudoeste paulista
Nas principais rodovias do sudoeste paulista, administradas pela CCR SPVias, o período entre os meses de junho a setembro de 2019 registrou 225 ocorrências de focos de incêndio, o equivalente aproximadamente 55% do total de ocorrências do ano passado (janeiro a dezembro).

Orientações de segurança
Em caso de fumaça na pista:
- Reduza a velocidade
- Não pare o veículo na faixa de rolamento, pare em local seguro. 
- Feche os vidros do veículo
- Mantenha distância segura do veículo à frente e o farol baixo aceso
-  Não ligue o pisca-alerta com o veículo em movimento
- Posicione o sistema de ventilação do veículo na posição recircular

Para solicitar apoio ou reportar ocorrências:
CCR RodoAnel – 0800 773 6699
CCR ViaOeste – 0800 701 5555
CCR AutoBAn – 0800 055 5550
CCR SPVias – 0800 703 5030


Como o mundo, professores nunca mais serão os mesmos



Diante do cenário que estamos vivenciando, os desafios são gigantes para a educação como um todo e para os professores em particular. O mundo está se transformando e não voltaremos “ao normal”, pois o normal será uma nova realidade, muito diferente do que estávamos vivendo até a pandemia de covid-19. O mundo, provavelmente, não será o mesmo. A Educação e os professores também não. São muitos os aspectos que devem ser levados em consideração, como também, as inúmeras incertezas: durante quanto tempo as escolas ficarão fechadas? Como será a regulamentação? Como garantir a qualidade e o cumprimento do currículo? Como engajar alunos e famílias nesse nosso modelo? Mas, deixando de lado as incertezas e sobre as quais não temos domínio, vamos focar especialmente no papel do professor, que precisa se reinventar para continuar cumprindo sua missão de mediar a aprendizagem dos estudantes. 
O processo de ensino e aprendizagem se transforma neste contexto. As formas habituais de lecionar precisam ser revistas. É preciso modificar o planejamento pedagógico e encontrar alternativas para envolver, motivar e propiciar o desenvolvimento dos estudantes, mesmo que a distância. A profissão de professor envolve muita relação interpessoal e acolhimento. Talvez aqui esteja a maior perda. A falta do olho no olho e das interações entre professores e alunos assim como entre alunos e os colegas. Um dos principais desafios é adequar aulas, materiais e atividades para outro modelo que não o presencial. Muitas tecnologias estão sendo disponibilizadas neste momento de crise. É uma avalanche de informações, o que torna muito difícil encontrar a melhor solução para atender a essa necessidade não planejada de ensinar além dos muros da escola.
Apesar da grande maioria dos professores utilizar regularmente as tecnologias no dia a dia, a situação fica mais complicada quando se trata de conhecer e dominar novas ferramentas e metodologias para adaptar as aulas a um novo formato. Isso exige um tempo que não temos. Inclusive, muitas escolas no país estão definindo férias de vinte dias para que suas equipes se preparem melhor e desenvolvam conteúdos e dinâmicas adequados para as aulas a distância. Outro grande desafio é a falta de infraestrutura necessária para aulas a distância nos lares, especialmente em se tratando de estudantes da escola pública. Essa questão, de homeschooling, não pode ficar à margem, pois temos que garantir uma educação não excludente. A falta de tempo e preparo das famílias para mediar a realização de atividades pedagógicas torna a situação o ensino em ainda mais complexo.
Existe o fato, ainda, de que os desafios são diferentes para alunos das diferentes faixas etárias, já que é possível adaptar recursos para atender desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Porém criatividade, objetividade e simplicidade são os postos-chave para este momento, independentemente da idade dos estudantes. A crise consolidou algo que já sabemos: alunos estão mostrando que as instituições formais de ensino já não são mais os principais locais para buscar informações e aprender. Portanto, precisamos reinventar a escola como espaço relevante de aprendizagem para que cumpra seu papel de formar estudantes a fim de interagir com criatividade, ética e responsabilidade na sociedade em que estão inseridos.
As tecnologias digitais podem ajudar a tornar esse desafio menos estressante para todos os envolvidos nos processos de ensinar e aprender. Plataformas adaptativas, por exemplo, permitem ao estudante seguir o próprio caminho de aprendizagem de uma forma mais autônoma, seja recuperando dificuldades individuais ou avançando para conceitos mais complexos. Os dados coletados no decorrer da realização das atividades auxiliam o professor a acompanhar, mesmo que a distância, o desempenho de cada aluno e a intervir quando a mediação se faz necessária. É apenas um exemplo de como os tão propalados Big Data e Inteligência Artificial podem ajudar o #FiqueEmCasa a ser mais produtivo e envolvente.
Oferecer conteúdo relevante, bem dosado, com interação e uma rotina de produção para que os alunos participem de forma ativa das atividades, compartilhando ideias e dando devolutivas, pode assegurar maior interesse e compreensão dos conceitos abordados. Metodologias ativas, educação 4.0, autonomia do aluno, temas voltados para educação e amplamente discutidos em congressos, seminários, simpósios entre outros eventos agora ganham destaque e é o momento para colocá-los em prática.
O professor, depois do covid-19, assim como qualquer um de nós (inclusive os estudantes), será um profissional mais preocupado com o outro, que valoriza as relações interpessoais. A principal transformação que a crise nos trará está ligada ao envolvimento, engajamento e determinação para fazer e ser diferente. Quando as aulas presenciais retornarem, o professor certamente estará mais antenado às estratégias diferenciadas e ao novo. Será capaz de enxergar, avaliar e aliar o interesse dos alunos aos recursos usados em sua prática pedagógica diária. Isso proporcionará mais dinâmicas para aulas, engajamento dos alunos e, consequente, mais aprendizagem. Estamos prestes a vivenciar a decolagem da Educação 4.0 no Brasil, defintivamente.



Regina Silva - diretora pedagógica da unidade de tecnologia educacional da Positivo Tecnologia e especialista nas soluções para escolas disponíveis em http://tecnologia.educacional.com.br

"Direita ou esquerda? Atenção aos atalhos!"



Você deve estar pensando: lá vem mais um textão sobre reflexões políticas. Mas não é disso que vamos tratar aqui. Neste momento atípico, conversando com pessoas de vários níveis sociais e lendo alguns artigos, percebi que esta crise trouxe, além das incertezas, diversos questionamentos sobre o que estamos fazendo das nossas vidas. Um quê de fim do mundo e o que eu fiz? Estou deixando um legado? Realmente me realizo onde atuo?

Tudo é válido neste momento, mas em função da atmosfera que paira no mundo, precisamos ter cuidado no ímpeto de tomar decisões drásticas que podem gerar sérios problemas num futuro próximo.

Primeiro, todos nós achamos que temos algum conhecimento da psique humana e, vendo algumas pesquisas encontradas no Google, nos reconhecemos em várias delas, apontando que o trabalho em alguns casos é o que está gerando todo o seu estresse e insatisfação.

Ok, pode até ser isso. O mais importante é a atenção quando decidimos mudar a direção do caminho. É preciso fazer ponderações detalhadas do que realmente nos incomoda. É a formação que escolhemos? É a empresa onde trabalhamos? São as amarras da estabilidade financeira e o que ela proporciona?

Nunca me deixei levar com pensamentos do tipo: “Vou procurar a felicidade, e o dinheiro vem!”

Para um afortunado, isso pode até acontecer, mas a grande maioria terá que realizar escolhas. Muitas vezes, a mudança radical do seu objetivo herda um fluxo financeiro que não é o que você tem atualmente.

O filho de um grande amigo meu optou em encerrar a próspera carreira de direito para ser um exímio professor de yoga e está se aplicando arduamente nisso. Mas tudo bem! O importante é você estar ciente dos riscos, avaliar os cenários e entender que, ao colocar na balança, o pêndulo pode não ser favorável para algumas necessidades. Só você poderá avaliar.

Outro cuidado são as opiniões. Como o velho ditado diz: “Se conselho fosse bom seria vendido, não dado”. Existem armadilhas inconscientes ao conversar com pessoas e suas sugestões. Quem está de fora só tem 10% do conhecimento do que se passa dentro de você, por mais que te conheça plenamente. A mente humana é espetacularmente misteriosa.

E por falar em mente, sem conselhos piegas, às vezes, é importante buscarmos ajuda dos “universitários”. Uma sequência de sessões de análise com um profissional qualificado pode, em muitos casos, abrir um leque de esclarecimentos e direcionamentos que, quando imersos no problema, não podemos enxergar. Fica a dica… e não um conselho.

A felicidade não se compra, mas é preciso cautela e muitas avaliações nas escolhas tomadas. O perfil de cada um deve ser levado em consideração, mas também não podemos ser escravos do dinheiro ou posição social. O bom disso é que podemos errar e acertar durante a jornada, sempre avaliando criteriosamente as variáveis das consequências.

O movimento é constante, as reflexões são necessárias. Contudo, ao decidir pelo caminho da direita ou da esquerda, atenção aos atalhos.




Roberta Veloso - Superintendente 
Bacharel em Comunicação Social e MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Exerceu cargos de liderança como gerência, superintendência e diretoria nas principais administradoras do segmento. Especialista em administração e marketing de empreendimentos comerciais.

PIB do Brasil encolheria 20% em cinco anos


Este seria o panorama mais trágico se o Agro colapsasse. Mesmo antes da pandemia do coronavírus, carro-chefe da Economia nacional esconde dívida de R$ 700 bilhões


Dor, angústia, medo, revolta e fragilização dos laços familiares são apenas alguns dos sentimentos por trás da supersafra de 250 milhões de toneladas, anunciada aos quatro ventos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Os números das exportações caminham de vento em polpa, impulsionados especialmente pelas commodities milho, algodão e, especialmente, soja, cuja participação será superior a 50%.

Entretanto, o brilho dourado do grão ofusca uma triste realidade compartilhada por milhões de produtores rurais no Brasil, como é caso do produtor Adilson Érida Borges, que possui fazenda no estado do Mato Grosso.

De um lado, o produtor aguardava um recorde de produtividade que não se concretizou. Caminhava para 70 sacas/ha, mas fechou com 45 sacas/ha. Do outro, há oito anos, briga na justiça para não perder a propriedade para bancos, com os quais tenta renegociar uma dívida de R$ 4 milhões.

Esse é um problema sério em todo o Brasil e já vinha sendo ignorado pelo Ministério da Agricultura antes da pandemia do coronavírus.  Segundo um estudo realizado pela Egrégora Consultoria Empresarial, até janeiro de 2019, o setor devia valor equivalente a uma safra inteira. “Demonstrativo do Banco Central mostrava uma posição devedora consolidada do setor junto aos bancos nacionais de R$ 306,8 bilhões”, aponta, em números absolutos, o diretor da consultoria, Anisio Carossini ,ex-superintendente regional do Banco do Brasil e responsável pela análise.

Somam-se ao montante débitos de R$ 153 bilhões junto às 60 maiores tradings agrícolas, R$ 53 bilhões em aberto com cooperativas e outros R$ 100 bilhões devidos a bancos estrangeiros.


Situações críticas

Apesar de ver mais chuva neste ano, as setes quebras de safra consecutivas registradas no Nordeste, de 2012 a 2018, praticamente inviabilizaram a continuação de muitos produtores rurais na atividade.

O restante, cerca de um milhão, luta para manter posse da propriedade. “É uma dívida impagável, porém, nem se discute o assunto”, denuncia o produtor e deputado em Arapiraca (AL), Chico da Capial.

Ele faz duras críticas à Lei 13.340, criada em 2016, que, simplesmente, ignorou os sete anos de colapso hídrico, ao renegociar somente as dívidas contraídas até 2011. “Os produtores estão perdendo suas terras para os bancos”, reclama. Chico da Capial conta que um companheiro de porteira financiou R$ 18 mil para compra de 18 vacas leiteiras. A dívida já está em R$ 1,5 milhão.

Ainda sem a iminente alienação fiduciária generalizada de terras, o Rio Grande do Sul também entra em seu terceiro ano de estiagem. O estado amargará, até agosto, uma frustração de safra em torno de 50%, com microrregiões superando os 60%.

Não existe um número preciso de produtores gaúchos falidos, mas há anos o deputado federal Jerônimo Goergen pleiteava atenção no Mapa. A última investida foi tentar aprovar a Medida Provisória 936 para garantir R$ 5 bilhões em recursos e flexibilização de dívidas.

Mais ao meio do mapa, o Centro Oeste, onde estão os maiores produtores de grãos e gado do Brasil, também estão no vermelho.  Goiás é o maior exemplo, responde por 11% do montante total de dívidas: R$ 77 bilhões.

São R$ 42,8 bilhões junto aos bancos e R$ 35 bilhões junto a cooperativas e tradings.  Os números são fornecidos por Eurico Velasco, advogado e pecuarista, vice-presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA).

Essa ferida, se não estancada, colocará a economia brasileira em colapso daqui cinco anos, pois o Agro representa 21,4% do PIB nacional (R$ 1,5 trilhão), de acordo com dados recentes do Centro de Estudos e Pesquisas Avançadas (CEPEA/USP). “Imagina o PIB do Brasil sem a contribuição de 21% do Agro”, questiona Jeferson da Rocha, advogado, diretor jurídico da Associação Nacional de Defesa dos Agricultores (Andaterra), ainda alertando que teremos êxodo de 30% a 40% dos produtores.

Serão de 1,5 a 2 milhões de famílias migrando do campo para cidades. Pecuária de corte, leite, café, arroz, cana-de-açúcar, citrus, coco e cacau são os setores mais afetados - alguns deles caóticos.


Perda da terra para estrangeiros

A questão do endividamento carrega um problema ainda maior. Conforme execuções avançam, a tendência é de as terras serem adjudicadas pelos credores ou leiloadas.

Com a sanção da Lei do Agro 13.986 (antiga MP do Agro), comemorada pelo Ministério da Agricultura como um “marco” na agricultura brasileira, os artigos 51 e 52 permitem que estrangeiros apropriarem-se dessas áreas.

Concessão como essa foi vista apenas em 1967, com repasse de áreas da Amazônia para o magnata norte-americano Daniel Keith Ludwig, no projeto Jari. Outro ponto questionável da Lei do Agro é a blindagem excessiva dos credores. As instituições financeiras poderão expropriar o produtor via cartório, ou seja, sem a necessidade de processo jurídico.

Um paralelo interessante à situação das cartas de crédito agrícola atuais seriam os financiamentos de automóveis cujo veículo triplica de valor ao fim do contrato e pode ser arrestado, em caso de atraso das parcelas.


Raízes do endividamento

A agropecuária é uma atividade de alto risco. É sujeita a seca, chuva, geada ou granizo. Agricultores podem perder a safra do dia para noite. Não há segurança.
“O seguro agrícola é caríssimo, está concentrado na mão de poucos. O subsídio do governo também é irrisório”, avalia o diretor jurídico da Andaterra.

De acordo com ele, quando há frustração de safra, muitas vezes demora-se de cinco a dez anos para cobrir o rombo. É por este motivo que a Lei de Crédito Rural (nº 4.829/65) busca proteger os produtores rurais.

“O produtor é tratado de forma especial porque produz alimento. Trata-se da segurança alimentar e soberania nacional”, defende Jeferson Rocha.

A título de informação, a agropecuária brasileira alimenta 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo.


Infração à Lei de Crédito Rural

Apesar da legislação vigente limitar taxa de mora a 2,5% ao ano e juros compensatórios de, no máximo, 12% ao ano, além do direito de a dívida por frustração de safra ser prorrogada nos encargos iniciais (MCR 2.6.9), não é o que se vê nos bancos. “Contratei financiamento com correção de 5,5% ao ano. Na primeira renegociação subiram a taxa para 19,5% e depois de quatro anos quiseram cobrar de 27% a 33%”, confirma o fazendeiro Antônio Abrão Zardin.

O produtor tem documentos comprobatórios, entre comunicados de frustração de safra e recusas do seguro Pro-agro. “Em 300 hectares de feijão acumulei uma dívida de R$ 900 mil. Na safra seguinte tive quebra por seca e no terceiro ano meu principal cliente quebrou. Não consegui pagar”, conta.

O produtor condena a arbitrariedade dos bancos, por concederem seguro apenas às operações de baixo risco - a soja e o milho das águas - e ainda assim a taxas de 8% a 10% de juros ao ano. Além de recusar as operações de alto risco, hipotecam a propriedade, prática proibida na Lei de Crédito Rural.

Na prática, as cédulas de crédito rural (CDRs) estão sendo convertidas em cédulas de crédito imobiliário (CCIs). “Quem não se endivida, desse jeito”, indaga o produtor hoje residente no Distrito Federal.

Como consequência, o agropecuarista é induzido a quitar um financiamento de juros baixos com constantes refinanciamentos de juros abusivos, operação apelidada de “mata-mata”.

“Na verdade, apenas posterga-se o inevitável, a quebra da propriedade, mas a conta deste ciclo sem fim de refinanciamentos está prestes a estourar. E quem vai pagar é o cidadão brasileiro”, adverte o diretor jurídico da Andaterra.

O “mata-mata” é um aspecto do problema. Outros são as questões mercadológicas como os cartéis industriais espremendo a margem de lucro tanto do agricultor quanto do pecuarista, a exemplo da JBS na carne bovina, grandes laticínios na pecuária leiteira e Cutrale nos citrus.

Para o fazendeiro, é difícil abandonar a produção, é o que sabe fazer e ainda existe o caráter social a qual a terra agrícola é submetida. Ficam as dívidas e os traumas. “Minha esposa e meus filhos não querem saber da fazenda. Toda vida acompanharam o sofrimento em todos os processos judiciais. Perdi meus sucessores”, desabafa Zardin.


Jabutis nas leis de crédito agrícola

Não bastasse, as instituições financeiras embutiram a famigerada alienação fiduciária nas operações de crédito agrícola, uma negociação muito comum em financiamentos de imóveis e automóveis. “Alienação fiduciária permite requerer apenas o bem financiado, mas, nas operações agrícolas, os bancos tomam as próprias fazendas como garantia, ferindo a legislação”, explica o agricultor Adilson Borges, que, inclusive, teve um pulverizador arrestado a mão armada por agentes do Banco CNH, em dezembro de 2019.

Segundo ele, ainda existe outro jabuti em relação à reestruturação de dívidas, que só existe para inglês ver.  “Em 2018, recorri a uma circular do BNDES para reestruturar dívida. Seguraram tanto que quando saiu a resolução do Banco Central minhas operações já estavam vencidas, ajuizadas e lançadas em prejuízo. Mesmo com protocolo comprovando que o pedido havia sido feito ainda sem prejuízo eu fui excluído”, lamenta Borges.


A saída é a securitização

O nó do endividamento agrícola só pode ser desatado com um plano de securitização, um direito subjetivo do produtor rural.  Em 1995 foi utilizada através de lei e, hoje, precisamos de uma nova forma jurídica que dê direito aos produtores de repactuar essa dívida por 25 anos ou mais, com juros de até 3% ao ano. “Juros baixos, prazos longos e rebate da dívida para eliminar todos os cargos ilegais acrescidos ao longo do tempo, além dos prejuízos gerados pelas manipulações de mercado nos últimos 20 anos, seriam, no mínimo, justos”, conclui Rocha.

A política agrícola atual privilegia alguns poucos conglomerados empresariais voltados à exportação de commodities enquanto pequenos e médios agropecuaristas são subjugados.

Os pequenos e médios também são excluídos das linhas de crédito emergenciais concedidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), as quais preveem renegociação, prazos alongados e taxas reduzidas.

Essa seria uma forma de levantar recursos sem colapsar o orçamento da União, outra solução seria destinar 50% da alíquota do SENAR a um fundo de securitização, após 30 de junho, quando vence o período estabelecido pela MP que reduz pela metade a contribuição obrigatória das empresas ao “Sistema S”.
Em 12 de maio, aconteceria uma audiência pública para discutir o assunto da securitização, mas, com a situação atual, não tem mais data prevista.


O mundo mágico da Medicina Chinesa e suas terapias


Especialista explica sobre as possibilidades de terapias e seus efeitos benéficos na busca do equilíbrio


Formada em Medicina Chinesa, a especialista Camila Coelho abriu seu coração para nos explicar tudo sobre o Universo da Medicina Chinesa e de que forma ela ajuda o indivíduo na busca do equilíbrio da vida. A Medicina Chinesa é a denominação dada ao conjunto de práticas de medicina tradicional em uso na China.

"A Medicina Chinesa tem um poder incrível de promover o auto-conhecimento. Através das terapias, nós temos a possibilidade de alinharmos nossa energia, nosso olhar muda e com isso nos voltamos à nossa mente, corpo, a razão e emoção, descobrindo assim a nossa força como indivíduo" explica Camila.

Conhecida por tratar o sintoma, que sempre será a raiz do problema, e não a queixa, a Medicina Chinesa vem conquistando adeptos em todo o mundo. Selecionamos as principais terapias utilizadas pela Dra Camila nesse processo de cura.


Acupuntura:

Técnica milenar que age na estimulação de pontos específicos no corpo, promovendo o equilíbrio energético e aprimorando o seu funcionamento.


Auriculoterapia:

Trata diversos distúrbios através da estimulação de pontos reflexos específicos na região auricular. A lista de enfermidades a serem tratadas é bem ampla, cerca de 200 enfermidades.


Moxabustão:

Consiste em aquecer regiões ou pontos de acupuntura através da queima da erva medicinal chamada Artemísia. O efeito é similar ao da acupuntura, com objetivo de fortalecer a circulação.

Craniopuntura:

A inserção de agulhas no crânio apresenta ótimos resultados no alívio da dor crônica, tratamento de danos neurológicos decorrentes do AVC, doenças neurodegenerativas, hipertensão e até transtornos psicossomáticos.

Ventosaterapia:

A ventosa é usada para aliviar dores nas costas, pescoço, músculos rígidos, ansiedade, fadiga, enxaquecas, reumatismo e até celulite.


Florais:

A terapia floral desenvolvida pelo Dr. Edward Bach, pioneiro na compreensão do relacionamento entre as emoções com a saúde do corpo e a psique. Cada floral está relacionado a um estado mental específico.

Segundo Camila Coelho, ainda é preciso reforçar o poder da natureza quando falamos da nossa mente.

"A natureza é perfeita, além da acupuntura temos os alimentos que podem ser ótimos aliados nesse controle emocional além dos florais que hoje podem ser manipulados para tratar diversas queixas contribuindo para a busca desse equilíbrio" conclui a especialista.





Camila Coelho - acupunturista e especialista na Medicina Tradicional Chinesa.
Realiza seus atendimentos na cidade de Brasília e para algumas especialidades atende via consultas online por todo Brasil.
https://acupunturacamilacoelho.com.br/

Acidente ou violência doméstica?


Médico ortopedista infantil alerta sobre maus tratos contra crianças durante o isolamento social


A quarentena de combate ao coronavírus sugerida pelas autoridades foi estabelecida para evitar o colapso do sistema de saúde no país por conta da rápida propagação do vírus e, também, para proteger os mais vulneráveis – as pessoas idosas e os portadores de comorbidades. A nova rotina colocou pais ou responsáveis trabalhando remotamente pelo chamado home office. E, as crianças, sem aula, atividades extracurriculares ou lazer, também estão em casa. Em uma atmosfera como essa, tomada por medo, ansiedade, estresse e confinamento, vítimas podem estar confinadas com seus algozes.

Segundo o ortopedista infantil David Nordon, colegas médicos o têm procurado para se certificarem se as fraturas, inicialmente justificadas como acidentes domésticos, não seriam, na verdade, resultado de maus tratos. “O médico ortopedista, depois do pediatra, é o segundo profissional da saúde que mais se depara com esses casos de violência. Nesse sentido, a regra mundial, para que todos fiquem em casa, tornou-se uma verdadeira tortura para esses vulneráveis”, afirma.

O médico ainda afirma que alguns tipos de lesões são evidencias de agressão. “As fraturas de fêmur, especialmente em crianças com até dois anos, ou que ainda não andam; as fraturas de costelas; fraturas complexas de crânio e fraturas em diferentes ossos de uma só vez. Nos menores de dois anos é importante fazer a radiografia do corpo inteiro para identificar os traumas múltiplos em distintos estágios de evolução. Outras marcas possíveis por agressão incluem queimaduras com bitucas de cigarro e ferro de passar roupas. As queimaduras nos tornozelos e nas nádegas, por exemplo, indicam que a criança foi colocada na água quente, no entanto tentou escapar. Marcas nos braços e nas coxas indicam violência. Já na testa ou nas pernas são lesões normais, indicativa de que caiu ao caminhar, por exemplo,” explica Nordon.

Estudos recentes comprovam que a violência doméstica durante a quarentena teve aumento considerável em diversos países. Entre eles estão: China, França, Portugal, EUA e Reino Unido.  No Brasil, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos registrou aumento de 9% nas ligações para o Disque 180 (Disque Denúncia – serviço de denúncia e de apoio às vítimas).

Para a psicoterapeuta especializada no tratamento de depressão, ansiedade e síndrome do pânico, Ana Beatriz Cintra, infelizmente já era esperado que a violência doméstica - tanto contra a mulher como contra as crianças - aumentasse durante o distanciamento social em famílias onde o problema já era preexistente. “A convivência extrema, o isolamento, a profusão de sentimentos - ansiedade, medo do futuro, de ser infectado, da morte, de perder o emprego e da falta de recursos, entre outros, provocam estresse e nervosismo nos adultos. Apesar da casa ser sinônimos de aconchego, segurança e sossego, a convivência, dentro desse contexto, evidencia ainda mais o mal-estar já existente. A válvula de escape vem pela violência”, lamenta Ana Beatriz Cintra.

Meninos e meninas que sofrem agressões muitas vezes são desacreditados. O dado foi constatado no estudo Inspire, conduzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em parceria com diversas entidades internacionais e divulgado em 2016, que estimou que em todo o mundo cerca de 1 bilhão de crianças e adolescentes entre 2 e 17 anos sofreram violência psicológica, física ou sexual no ano anterior à coleta dos dados. O levantamento foi feito em 96 países.

No final de 2018, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), lançou a segunda edição do Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência. O documento é destinado principalmente aos profissionais que trabalham com crianças para que sejam treinados a reconhecer rapidamente e saber como agir ao identificar sinais dos mais diferentes tipos de agressão.

“O papel do médico, tanto do pediatra quanto do ortopedista infantil, é promover uma boa avaliação para tentar identificar, com o máximo de assertividade possível, se as marcas, fraturas ou hematomas foram causados por acidente ou violência. Como isso é possível? Além das observações clínicas, uma boa conversa é necessária. Tentar saber quais as características da personalidade da criança e também dos responsáveis – pais ou tutores -  é essencial para a conclusão”, explica David Nordon.

Já Ana Beatriz Cintra acredita que a violência contra criança, em muitos casos, é decorrência de pais que não têm voz ativa. E que apesar de existir no Brasil a Lei da Palmada – a qual protege a criança e o adolescente de castigos físicos ou tratamentos cruéis e degradantes - justificam o ato violento para “educar”.

“O limite jamais deve ser imposto com agressão. Existem métodos eficazes como a firmeza da palavra que, usada em um tom adequado de voz, indicará à criança que ali é uma linha tênue, que deve ser respeitada”, explica Ana Beatriz Cintra. 

Casos de violência, sejam física, verbal, psicológica ou de negligência, devem ser notificados às autoridades – Conselho Tutelar ou uma delegacia – para que as medidas de proteção sejam rapidamente adotadas. Durante a pandemia do coronavírus no Brasil, as denúncias anônimas devem ser feitas pelo Disque Denúncia – 181, 180 ou 100. Ainda existe um serviço, lançado pelo Governo Federal, onde as denúncias podem ser registradas pelo aplicativo  “Direitos Humanos Brasil”.


“Tanto os profissionais de saúde, quanto a população em geral, ao presenciar casos de violência, sejam de qualquer natureza, devem notificar as autoridades. Só assim estaremos colaborando de forma efetiva para a diminuição desse abuso contra as crianças e também contra qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade”, finaliza David Nordon.



A economia doméstica na crise


A falta de controle financeiro é fonte de dívidas e da inadimplência 

Ficar de olho na economia doméstica é fundamental para todas as pessoas, diante pandemia e crise brasileira, saber administrar a situação fará com que muitos se mantenham fortes.

Gisele Machioski, Contadora, apresenta algumas dicas para aqueles que querem entender um pouco mais sobre a economia doméstica.

Antes de comprar, analise se há realmente a necessidade do item. Caso a sua família consiga viver sem, adie a decisão de compra, pois você poderá achar preços melhores no futuro. Além disso, é importante comprar apenas a quantidade necessária para manter a casa.

Gisele explica que é importante organizar todos os aspectos da residência, assim será mais fácil de avaliar as necessidades do ambiente.


No armário de comida

- Tire todos os alimentos do armário, organize ele por categoria (farinha, macarrão temperos, doces), para ser ter noção do que tem e do que falta, do que está sobrando e o que já passou da data de validade.

- Guarde tudo novamente, deixe os pacotes fechados na parte de trás e coloque na frente os abertos e mais utilizados. Isso economiza tempo na hora de procurar pelo alimento, e fica mais fácil de fazer a lista do mercado, pois evita a compra de algo supérfluo.


O gás de cozinha

-É importante sempre observar a cor da chama, se estas forem amareladas ou alaranjadas, indica que a boca do fogão não está funcionando corretamente, ou que o gás está acabando e é hora de comprar um novo.

- Cozinhar com a panela tampada concentra o calor e o alimento fica cozido mais rápido. Sempre que possível, utilize a potência máxima do forno, assim você poderá aproveitar e cozinhar vários alimentos ao mesmo tempo.

- Utilize a panela de pressão, os alimentos cozinham rapidamente, o que economiza tempo e gás.


A economia no mercado

- Fazer listas é imprescindível, elas ajudam a não esquecer os produtos e comprar apenas o que foi marcado, gera economia.

- Limite os gastos, se for possível pague sempre em dinheiro, o cartão não costuma ser um aliado na hora das compras.

- Evite ir ao supermercado com fome, parece bobeira, mas ir às compras de estômago vazio, condiciona a sair comprando tudo o que é visto à frente.

- Confira as promoções, compare produtos, marcas, tamanhos, para não haver desperdício.

- Entenda o consumo da sua família, saiba o que é consumido diariamente, e compre apenas o essencial, não é legal precisar jogar um alimento fora pois ele passou muito tempo no armário e venceu.


Fazer as refeições em casa

- Comer fora de casa gera altos gastos. Por exemplo, ao pagar R$ 20 para almoçar fora todos os dias, em um ano você terá gastado mais de R$ 5.000. Impressionante, não é?


Conheça as frutas da estação

- Conhecer as frutas da estação ajuda a escolher a que vai ser mais barata e melhor para a sua família.


Energia

- Lembre- se de apagar as luzes da casa, reduzir o tempo nos banhos e lavar as roupas quando a quantidade for equivalente à capacidade máxima da sua máquina de lavar.

- Evite dormir com os aparelhos domésticos como televisão e ar-condicionado ligados.


Água

- Feche todas as torneiras que não estão sendo utilizadas, escove os dentes e lave a louça sem que elas estejam abertas, evite o desperdício.

- Verifique vazamentos, conserte ou troque as torneiras que estiverem com algum problema.

- Reaproveite, a água que você utilizou para lavar as roupas pode ser útil para limpar a calçada ou regar a horta.

Seguindo essas dicas, é certo que a economia doméstica não será prejudicada, e a família não passará por necessidades, “Esse planejamento é necessário em todos os lares, assim a casa saberá no que realmente gastar e o que pode economizar” comenta a contadora.





Machioski Contabilidade
Gisele Machioski - Contadora
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A CLT, O Home Office e suas contradições


O modelo home office, adotado perante pandemia, é alvo de grandes discussões na esfera trabalhista

Com a utilização de novos mecanismos eletrônicos, aplicativos, telefones inteligentes, softwares etc., cada vez mais presentes em nossa vida, permitem a prestação de serviços de forma descentralizada, isto é, nos mais diversos locais, longe da sede do empregador.

Hoje, vivenciamos a chamada 4ª Revolução Industrial, cuja fase é definida pela transição em direção a novos sistemas que foram construídos a partir da infraestrutura da revolução digital.

Este novo modelo afeta toda a sociedade, uma vez fez surgir novas formas de consumo, de relacionamentos e de meios de produção. Logo, esta revolução rompe com a clássica maneira de se trabalhar no estabelecimento do empregador.

O advogado Bruno Faigle ressalta que “esta alteração da forma clássica da relação empregatícia não é de hoje. A Lei n°. 12.551, de 15 de dezembro de 2011, que alterou o art. 6° da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), já se preocupava o trabalho fora das dependências do empregador, tanto é, que equiparou o trabalho realizado fora da empresa ao realizado dentro da empresa”.

Essa nova forma de prestação de serviços ganhou grande destaque em tempos de isolamento social – convid-19, porém, ressalta o advogado, que a utilização deste recurso deve ser analisado com parcimônia pelo empregador.

A lei n° 13.467/2017, conhecida como “Reforma Trabalhista”, tratou o assunto, teletrabalho (home office) nos arts. 75 - A até 75 – E.

Porém, sob o aspecto legal, a criação desses novos dispositivos entram em conflito com a CLT, trazendo incoerências sobre o tema.

Bruno Faigle comenta que “o capítulo II da CLT, trata sobre a duração do trabalho e todas as regras aplicáveis à jornada laboral, dentre eles a duração normal do trabalho, trabalho em regime parcial, a previsão de pagamento de horas extraordinárias e número máximo de horas do sobrelabor”.

Neste mesmo capítulo, está o art. 62, que trata das exceções à regra, afastando a necessidade de controle de jornada aos empregados que exercem atividade externa incompatível como controle de jornada, aos Exercentes do cargo de gestão afigura do empregador, e, acrescentado pela reforma trabalhista, o Teletrabalhador/ Home Office.

Mas será o home office incompatível com o controle de jornada?

Hoje, com o avanço de sistemas de informação, pode avaliar a produção e atividade do empregado, mesmo ele estando à distância, bem como, mensurar quanto tempo é gasto em determinada página da internet e outros”.

Comenta o advogado que “o art. 6° da CLT, não revogado pela reforma trabalhista, é expresso ao determinar que inexiste distinção entre o trabalho realizado na sede da empresa e o realizado no domicílio do empregado. Ainda, ressaltando que os meios de comando, controle e supervisão se equiparam”.

Logo, além da clara possibilidade de controle de jornada do teletrabalhador, o trabalho realizado à distância é equiparado ao trabalho realizado na sede da empresa.

Diante essa incongruência, como explica Bruno Faigle, “somente será retirado o direito a horas extras do teletrabalhador quando o empregador não tiver meios efetivos de controlar sua jornada, devendo o art. 62, III, da CLT ser analisado com cautelas, uma vez que, vigora no direito do trabalho o princípio da proteção, cujo prevalência de normas é decidida pela mais benéfica ao trabalhador”.





BRUNO FAIGLE - Sócio da Faigle Advocacia



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