Em
onze de dezembro comemora-se o Dia do Engenheiro, profissão regulamentada no
Brasil nesta data, em 1933, mas que existe desde que o Australopithecus
africanus desceu das árvores e se deparou com dois problemas que
mudariam completamente a história da humanidade, há mais de dois milhões de
anos atrás.
O
primeiro deles era de ordem vital, no caso, a alimentação; e o segundo de ordem
social, relacionado com a defesa do território. Essas talvez tenham sido as
primeiras necessidades que motivaram a espécie a usar a criatividade para a
manufatura, criando artefatos para solucionar seus problemas.
A
partir de então, evoluímos. Surgiram comunidades, sociedades, grandes cidades
e, com elas, problemas de ordem biológica, social e econômica delineando aos
poucos o pensamento científico. Muitas mudanças envolvendo a física e
astronomia surgiram da vontade de entender como o mundo funcionava e, assim,
construímos uma visão moderna de tempo e espaço, até chegarmos na quarta
revolução industrial, que traz para o cenário mundial novas preocupações com
relação a nossa sobrevivência.
As
novas diretrizes curriculares nacionais de engenharia, publicadas no primeiro
semestre de 2019, trazem no seu corpo as expectativas de toda uma comunidade
científica em formar agentes capazes de inovar e criar a partir de uma visão
global. Um profissional que capte imagens e transforme-as em dados, que produza
energia renovável, que faça bom uso do solo, que não contamine lençóis
freáticos e que possibilite, de forma geral, que qualquer ser vivo utilize
qualquer infraestrutura de forma segura.
A
revolução, independente de época, é sempre humana, e já passou do tempo em que
o desenvolvimento precisa ser encarado de forma menos mecanicista e mais
sustentável. É com essa visão que, nos próximos anos, espera-se formar vários
profissionais, ávidos por mudança, com acesso ao conhecimento e conscientes de
que precisaremos de ar puro, água potável e solos férteis, e que incorporem nos
processos todo o lixo que foi produzido por nós até aqui.
Tudo
isso com uma tecnologia ainda não mensurável à disposição e com possibilidades
inimagináveis. Mantenho a esperança de que os novos engenheiros, agora mais
arrojados, nos tragam em breve soluções viáveis para que a profissão continue
caminhando, como sempre caminhou, de mãos dadas com a história da humanidade.
Adriana
Tozzi - coordenadora do curso de Engenharia Civil à distância do Centro
Universitário Internacional Uninter.